Pokémon Mythology RPG
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(004) - This Is Why We Can't Have Nice Things

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This Is Why We Can't
Have Nice Things


Estava tudo perfeito demais.

E como sempre, quando algo bom acontece na minha vida, eu fiquei com um pé atrás. Minha mãe me abraçava, mas como isso era possível? Ela respondia minhas perguntas um pouco indignada, mas a cereja do bolo foi quando disse que meu pai nos ajudou. Meu pai. O mesmo que acabou matando toda minha família.

Soltei do abraço um pouco relutante, afinal, era tudo que eu mais queria na vida. Engoli seco e mordi meu lábio inferior enquanto fitava o chão. Tudo estava perfeito, mas perfeição não era a minha realidade. Ainda mais sem minha avó presente, nem mesmo nos porta-retratos. Olhei para a minha mãe, mas, no final das contas, aquela ali não era ela. Certo?

— Quem quer que esteja fazendo isso, pare agora.
— limpei as lágrimas do meu rosto, agora com uma feição raivosa enquanto mordia o maxilar — É simplesmente ridículo.

Deixei a raiva um pouco de lado para olhar mais uma vez para minha mãe. Meus olhos lacrimejaram mais uma vez, mas dessa vez as lágrimas não desceram. Corri para o lado de fora atrás dos meus Pokémons, mas duvido que eles também fossem reais. Onde quer que eu esteja, apesar de estar com a minha mãe, não é onde eu pertenço.

— Meu pai é o pior ser humano que eu já conheci na minha vida. — gritei para o teto da casa, imaginando que aquilo ali não era um teto de verdade — Se não fosse isso, até que eu perderia mais tempo aqui. — dei um sorriso debochado — Boa tentativa.

O que será que estava acontecendo?



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Bônus:
- Especialista II Psychic;
- Gestora Rocket:
- Skill Rocket: Queimando a Largada! (+3 Atk; +3 Sp. Atk para Pokémon em batalhas);
- Skill Rocket: Aprendizado Prático. (20% a mais de EXP em batalhas durante uma Missão Rocket);




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 Tudo estava errado, a jovem sabia muito bem quem era seu pai e ele era tudo, menos, uma boa pessoa. E como um cristal se espatifando no chão tudo começava a fazer sentido: felicidade não era para a pequena loira violonista, ela não tinha mais direito a calmaria e sorrisos. 

 Ao berrar para o teto da casa nada acontece, sua mãe cai de joelhos ao chão chorando enquanto meio que se abraça soluçando, do lado de fora o quintal era bonito, muitas árvores frutíferas, balanços feitos com pneus e a dupla psíquica olhando para o céu enquanto conversavam sobre algo.

 Ali era tudo paz...

 Mochi e Sushi param sua conversa diante da chegada de Karinna felizes correm para abraçar sua treinadora, mas segundos antes dela sentir o toque deles, ela vê de relance a expressão de Kirlia mudar, de felicidade para pura dor.

 O que mais havia ali?

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Ver minha mãe chorar destruía meu coração, mas me fazia lembrar o porquê de saber intrinsecamente que aquela realidade não era minha.

Meu pai sempre foi abusivo, desde que me dou por gente percebia quando ele machucava minha mãe. Minha avó tentava me levar para outro cômodo ou para pescar ou algo que não me fizesse presenciar aquilo, mas conforme fui crescendo, fui percebendo os sinais. Olhar minha mãe chorar no chão me fazia entender que era aquilo que ele causava nela e que nunca seria capaz de prover aquela casa e aquela mesa cheia de doces. Que ele nunca seria capaz de prover aquela vida. Nem pra mim, nem para ela, nem para ninguém. Ele era um ser desprezível e morreu como tal.

Engoli seco, agora vendo meus psíquicos ao horizonte. Aqueles sim eram a minha realidade: minha nova família, uma que aos poucos formei e redescobri o significado de existir. Assim que fui abraçá-los, Mochi começou a sentir muita dor. Como faz sempre que está em perigo ou com algo ou alguém muito ruim em sua essência. Isso sempre era bom para saber com quem lidar, mas ele sempre sofre muito.

— O que foi, meu amor? Quem está te causando essa dor toda? — olhei em volta, voltando minha atenção para Kadabra — Sushi, você consegue entender o que está acontecendo? Não deveríamos estar aqui.



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 Ao perceber a expressão de sua antena de sentimentos, Karinna logo entende que havia algo errado naquele local, mas o que se tinha ali? E o mais importante: quem criara aquilo?

 A expressão de Kirlia voltou ao sem normal, sem vestígios de dor ou tristeza, mas, uma das árvores do local se transforma em um Vileplume gigante, ele estende a mão para Karinna, mas logo volta a ser a árvore de outrora.

- Então, você está fazendo sua mãe chorar...

 A voz masculina ecoava da porta que ligava o quintal a sala, uma postura agressiva e um olhar gelado, era o pai de Karinna, ali, ilusão ou não sua presença não dar coisa boa. Kirlia coloca as mãos na cabeça gemendo de dor.

- Vou te dar o que não pude antes!

 Ele tira um cinto da cintura e começa a ir na direção da loira.

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Após perguntar para Kirlia do que se tratava essa dor tão intensa, percebi uma árvore se transformar em um Vileplume gigantesco. Seria esse o Pokémon de Margo tentando me ajudar? Antes mesmo que pudesse fazer algo, ele voltara a ser uma árvore. Respirei fundo, mas bastante atenta para caso ele aparecesse novamente.

Foi aí que tudo mudou.

Mochi voltou a ter sua intensa dor e uma voz ecoou por todo o local. Meu corpo gelou, arrepiando todos os pelos do meu corpo. Era ele, o progenitor que tirou minha mãe e minha avó de mim. Ele, que me impediu de ter uma infância normal. Que me impediu de ver minha família envelhecer. Que me impediu de dar uma vida melhor para quem tanto cuidou de mim. Meu pai.

Se existe outro encontro que eu sempre pedia para Arceus era esse. Meu coração é amargo, sou desconfiada, irritada, tudo por causa dele. Até mesmo acho que a Karinna que adormece dentro de mim existe por causa dele. Por causa da dor, da perda, da tristeza, da solidão. Sentimentos esses que me acompanham até hoje. Precisei crescer rápido demais porque se não o mundo me engoliria. Presenciei coisas que nenhuma criança deveria presenciar. Vi coisas que meus olhos jamais esquecerão. Vivi nas ruas, sem ninguém ao meu lado, me alimentando de migalhas. Dormi ao relento tantas vezes que um dia meu corpo simplesmente parou de sentir frio. Tudo por causa dele.

Nunca consegui perdoá-lo.

Quiçá, nem quero fazê-lo.

— Era o que faltava mesmo. — soltei uma risada debochada, virando de frente para ele, com um olhar penetrante de ódio — Só em uma ilusão ou realidade alternativa ou seja lá o que for essa merda... — prendi meu cabelo novamente em um rabo-de-cavalo, posicionando meu pé direito na frente e o esquerdo atrás — Que você seria uma pessoa decente.

Olhei para Mochi e Sushi e pedi para que ficassem olhando para ver se veriam Vileplume novamente. Aquela sim era minha realidade.

— Espero que o inferno esteja sendo confortável.



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 Um encontro esperado e impossível se desenhava na atual situação de Karinna, a pequena treinadora com um passado pesado demais para qualquer criança suportar via o próprio Zeus de sua história de vida, onde ela fazia as vezes de Atlas, mas não carregava o mundo e sim dor, rancor e um lado muito ruim dentro de si mesma.

- O inferno é ótimo - o homem abra os braços mostrando a casa - estava esperando você, pena que não pude te matar naquele dia... Por que mesmo?

 A mãe da loira continuava chorando em um canto, mas estranhamente sua expressão mudava, os cabelos se tornavam pelos cinzas e vermelhos e sua face começava a ganhar um focinho e grandes dentes como um Zoroark. Mas, novamente, a impressão some no ar e as lágrimas voltam ao corpo deitado de lado no chão.

 O homem, por outro lado, rapidamente lança o cinto no rosto de Karinna, tão rápido que a jovem não consegue desviar, o couro toca sua face alva a pintando de vermelho, gotículas de sangue são vistas em sua bochecha devido ao impacto.

- Se continuar sendo abusada terá mais....

 O que fazer?

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Apesar de tudo, ver minha mãe daquela maneira era algo extremamente péssimo. Sei que aquela realidade não era a minha e aquilo ali estava distante de ser meus pais de verdade, mas o ódio que sentia pelo meu pai sobressaía qualquer coisa. Respirei fundo enquanto mantive a feição de deboche para o meu progenitor, apenas para ver a figura de minha mãe se transformar brevemente em um Zoroark.

— Mas que porra é essa? — falei para mim mesma, recebendo em meu rosto um golpe desferido pelo meu pai. — Desgraçado.

O baque foi tão grande que fiquei por alguns segundos estática. Minha cara ardia, mas não pela porrada e sim pelo sangue fervendo que corria pelas minhas veias: minha vontade era de matar — o morto — ali mesmo. Meu olho lacrimejou por alguns segundos, mas de maneira nenhuma eu deixaria meu pai ou seja lá o que fosse aquilo me ver em um estado de fraqueza. Voltei minha atenção para ele, empurrando-o com toda a força que tinha dentro de mim e correndo na direção da minha mãe. Olhei no fundo dos olhos dela e a segurei pelos ombros.

— Zoroark, me tira daqui. — supliquei para o Pokémon que poderia estar ou não ali — Acredito eu que tenha pagado minha dívida com você, então, peço sua ajuda novamente agora.

Torci para estar certa. Se não, eu me viraria para lidar com o meu pai. Ele era mais forte que eu, claro, sendo um homem, mas eu era mais rápida. Não que eu seja mestre em artes marciais, mas vivendo sempre nas ruas tive que aprender a me virar. Minha raiva era tão grande e desproporcional que era hora de deixar a Karinna interna sair. Das duas uma: ou ele me matava mesmo ou eu que mataria ele com minhas próprias mãos.


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O homem se deixava levar por Karinna com a mesma expressão debochada que a loira tinha outrora - indicando que havia algo do pai dela em si mesma - e enquanto ela tenta pedir ajuda a sua mãe/Zoroark ela a abraça fortemente, mais um belo abraço, mas o cinto começa a cortar o ar atingindo os braços da mulher, que os posicionava exatamente onde o homem queria acertar nas costas de Karinna, o barulho do couro contra a pele era um suplício de se ouvir.

- VAMOS! VAMOS! ME MOSTRA! QUERO VER QUEM VOCÊ É DE VERDADE! - A voz do homem havia mudado, como se tivesse se transtornado e invocasse o pior de Karinna.

 A mãe apenas gemia, chorava e grunhia.... Grunhia? Mas ainda protegia a loira...

- EI, GAROTA! ACORDA!

 Uma voz feminina vinha do alto da casa parecia.... Margo!

 O que fazer?

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Meu coração batia mais rápido do que jamais bateu. Minha respiração era ofegante mesmo eu não tendo feito muito esforço. Não sei o que estava acontecendo, mas não estava fazendo bem para o meu corpo. Ele acertar minha mão, que agora eu estava um tanto quanto certa de que era Zoroark foi a gota d'água para mim. Como em um surto, levantei e joguei meu corpo todo em cima do meu pai; o impacto faria com que ele caísse no chão e eu pudesse prender ambos os braços dele com as pernas. E pronto. A Karinna interna estava solta.

— DESGRAÇADO! — exclamei enquanto socava o rosto do meu pai com ambas as mãos e toda a força que meu magro corpo comporta — EU VOU TE MATAR E TE MANDAR DE VOLTA PRO INFERNO DE NOVO!

O sangue que agora enfeitava minhas mãos se misturava em meio a dor que começava a sentir nas falanges dos dedos, mas não me chocava. Não me fazia parar.

Eu queria fazer aquilo.

Há muito tempo.

Minhas pupilas estavam dilatadas, minha expressão era completamente diferente da que geralmente projeto para o mundo. Em nenhum momento eu parei de desferir socos, a não ser quando ouvi uma voz feminina que parecia vir do além me mandando acordar. Seria essa a voz de Margo? Ela estava viva? Bem?

Ambos meus braços estavam exaustos. O sangue que espirrava recaiu sobre toda minhas vestes e até mesmo sobre meu rosto. Minha expressão raivosa e surtada se desfazia aos poucos enquanto tentava finalmente entender a situação. Se ela me mandou acordar, era porque eu estava sonhando. Não sonhando, mas em um pesadelo. Comecei a respirar fundo enquanto tentava me concentrar para diminuir meus batimentos cardíacos e acordar, mas não sem antes cuspir na cara do meu progenitor: se algo de bom veio desse "sonho", foi poder me sentir vingada e ver minha mãe mais uma vez.


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 A cena era digna de um filme de suspensa, a pequena com seu corpo pequeno diante do grande com corpo grande. Os socos atingiam o rosto do homem que sorria... Sim, ele sorria e entre um soco e outro ele desafiava a filha, até perceber que ela se focava na voz de Margo. 

 Seu pai a olha mesmo deitado no chão, proferindo:

- Você é mais parecida comigo do que pensa, tem um demônio ai dentro, querendo sair, querendo sangue, querendo morte... Na hora certa, você vai fazer o que eu fiz... ou pior! Não vai apenas matar duas pessoas, matará mais e vai gostar disso! Eu sei que vai! MUITO BEM MINHA PRINCESA! VOCÊ É IGUAL O PAPAI!

 Ao final da frase tudo ao redor de Karinna foi se desfazendo como areia ao vento, fotos, sua mãe, o quintal, a farta mesa de café as pelúcias de seu quarto, tudo virando pó diante de seus olhos.

 Os mesmo olhos que viam Margo com as mãos fechadas dando socos em seu peito para conseguir lhe trazer de volta a vida, mesmo fraca ela conseguia.

 A felicidade no rosto dela indicava que Karinna voltou a realidade, mas o que aconteceu? Estavam de volta a praia.

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