Pokémon Mythology RPG
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Capítulo 9 - Tempestade [Tielo]

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descriptionCapítulo 9 - Tempestade [Tielo] - Página 6 EmptyRe: Capítulo 9 - Tempestade [Tielo]

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Todo o azar ao longo da batalha parecia finalmente retornar para agraciar e amenizar um pouco as coisas para o lado do jovem cigano. As ordens ofensivas chegaram a ser comandadas por seu oponente, mas a lama espalhada pela cara da felina foi mais que suficiente para fazê-la errar o salto e extremamente crucial para que os companheiros do albino finalmente agissem com liberdade - em compensação, o símio aquático sequer teve tempo de se movimentar, por conta de sua velocidade. Por mais trabalhosa que toda a situação houvesse sido, era daquela maneira que terminava: Com ambos os pokémons do comerciante tombados no barro, sem condição nenhuma de reagir mais a qualquer tipo de avanço.

Status:
Nocauteado
Status:
Nocauteada
Hold Item 1:
---
Hold Item 2:
---
Trait 1:
Gluttony
Trait 2:
Inner Focus

Lv.20 Henn


00/50
Lv.18 Ágata


00/47
Capítulo 9 - Tempestade [Tielo] - Página 6 SimipourCapítulo 9 - Tempestade [Tielo] - Página 6 Sneasel
Capítulo 9 - Tempestade [Tielo] - Página 6 DustoxCapítulo 9 - Tempestade [Tielo] - Página 6 Larvesta
Lv.21 Dustox


31/56
Lv.04 Larvesta


18/18
Trait 1:
Shield Dust
Trait 2:
Flame Body
Hold Item 1:
---
Hold Item 2:
Oran Berry
Status:
-1 Defense
Status:
Normal

Campo: Uma pequena clareira envolta por alto matagal. A brisa é fria, mas sua força é contida pela vegetação. Sem nada que a impeça, a chuva cai.

Hora da Experiência! escreveu:
Beautifly recebeu 456 de experiência por derrota contra Simipour e Sneasel e perdeu 1 ponto de felicidade.
Marshtomp recebeu 456 de experiência por derrota contra Simipour e Sneasel e perdeu 2 pontos de felicidade.

Jynx recebeu 912 de experiência por vitória contra Simipour e Sneasel e ganhou 1 ponto de felicidade.

Dustox recebeu 912 de experiência por vitória contra Simipour e Sneasel e ganhou 6 pontos de felicidade, subindo para o nível 22.
Dustox pode aprender Psybeam! Deseja substituir algum dos movimentos atuais?

Larvesta recebeu 912 de experiência por vitória contra Simipour e Sneasel e ganhou 8 pontos de felicidade, subindo para o nível 10.
Larvesta aprendeu Absorb.


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O amanhã é efeito de seus atos. Se você se arrepender de tudo que fez hoje, como viverá o amanhã?
Capítulo 9 - Tempestade [Tielo] - Página 6 Zeu0QEE
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Rota 121



A batalha finalmente terminava. E Tielo era obrigado a usar tudo o que tinha, praticamente, para derrotar o garoto que, em jogadas sortudas, conseguia desbancar todo o time de Tielo. Afinal, poucos conseguiam atravessar tantos empecilhos para desbancar um ataque.

O semblante de Tielo era agora mais sério que o normal, tinha muitas baixas. Recolheu todos que restavam em campo, e guardou-os consigo. Retirou o excesso de água de seus cabelos brancos. Endireitou sua postura, e retirou seu instrumento musical das costas, empunhando-o apenas pela parte dos cordões, como se fosse uma espada.

— Se eu fosse você... Sumiria daqui. - Disse pisando sobre a gaiola do Rattata e com um olhar desnorteado. - Vamos rezar para não nos encontrarmos de novo. Não teremos mais tanta sorte em nosso destino. - Terminou com a ameaça. Blefe? Difícil saber, pois atuava muito bem, e atuava até para si mesmo. Não seria difícil convencer a si mesmo de algo...


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O término do confronto pousou sobre aquele descampado com uma potente atmosfera de surpresa - algo denotado de maneira explícita na expressão do desconhecido comerciante que, ainda tendo para si o revés de toda a situação, permitiu despontar no rosto um sorriso torto de canto de boca, que cresceu diante da "amigável" sugestão do cigano para que se retirasse. Com a mesma irritante tranquilidade de sempre, recolheu os dois companheiros caídos na lama e, então, as mãos se enfiaram no bolso enquanto o olhar passeava pelo albino.

— Ah, é? — Foi o que primeiro saiu de seus lábios, os ombros se movendo outra vez nos costumeiros movimentos circulares. As pálpebras se estreitaram minimamente quando Soul recolheu o instrumento das costas para apontá-lo em sua direção e, bem, a resposta do moreno se resumiu a um pigarro divertido. — Ou o quê? Vai me bater com o violão? — Debochou. — Veja bem... Dois dos meus pokémons quase varreram o seu time inteiro, se meus cálculos estão certos... — Comentou, descontraído. De dentro de seu bolso, uma nova esfera preta foi retirada, bailando entre os dedos do jovem por meio de precisos movimentos. — ...Então, o que você acha que aconteceria se eu chamasse mais um, arlequim? — Questionou, o sorriso aumentando debochado no rosto. Naquele instante, tudo poderia estar acabado para o treinador; Sabe-se lá que tipo de criatura o comerciante até então mantivera oculta dos olhos atentos das nuvens mas, se fosse tão, digamos, agressiva quanto os outros que até então demonstrara, o fim da linha para o bardo era mais que iminente em pleno início da 121.

Reza a lenda que bardos possuem um deus das artes olhando por seus passos. Talvez tenha sido esse o único motivo que despejou uma singela gota de sorte no caminho a ser trilhado pelo protagonista - quem sabe se seu protetor não cochichava nos ouvidos de Zeus, naquele momento? - e tremendo azar para sua contraparte, pois foi a própria natureza quem intercedeu em seu nome: Como que para relembrar a própria existência, a tormenta que se aglomerava acima de suas cabeças iluminou-se por completo em luz ofuscante e, então, um poderosíssimo raio desceu os céus bem ao lado do desconhecido, atingindo a borda da gaiola sob seus pés e passando direto em direção à relva.

Em um minuto, a derrota - no outro, o caos.

Atordoadíssimo e zonzo, o moreno recuou num cambaleio confuso: Um outro guincho altíssimo foi ouvido da gaiola, e o rato ali aprisionado se debateu com mais violência ainda antes de se silenciar e parar de se mexer, tombando no piso metálico do objeto - infelizmente, a distância tornava impossível de se saber o real estado do roedor. Não obstante, uma pequena chama se iniciou na plantação próximo à sua prisão e, indiferente à chuva que caía, começou a se alastrar pela vegetação e crescer mais e mais aos seus arredores.

Ainda havia tempo de recuperar a gaiola ao redor e fugir, se assim fosse desejado pelo cigano, aproveitando os sentidos ainda afetados de seu oponente - mas, se quisesse, deveria agir rápido antes que o incêndio consumisse a área ao redor e tornasse sua passagem impossível. E não era só isso: Precisava fugir dali o mais depressa possível, para que ele próprio não acabasse se tornando carvão!

Posta em mesa essa situação, quais seriam os próximos (urgentíssimos!) passos do rapaz?

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Rota 121



Muitos dizem que os olhos são a janela da alma. Apesar de muitos sentimentos, serem possível à uma mascaração e omissão, os olhos sempre denunciariam isso. Seria o fato para Tielo? Já que em seu olhar, era puro desprezo. E mantia-se em silêncio durante a provocação do agora derrotado garoto.

Teria sangue frio? Ou seu sangue fervia sob sua pele diante de tantos acontecimentos? Acontece que, Tielo sabia que sua verdade era diferente da do garoto. E não queria mais quebrar sua cabeça para decifrar tudo. Já havia acabado, mas não inteiramente. E quando se aproximava, uma cena caótica acontece.

Rápido! Tudo muito rápido... Como em um anúncio dos deuses, uma possivel briga havia sido apartada. Porém, não de forma amigável. Sem oferta de paz. O brilho quente que descia de velocidade incontável atingia o solo, que, em uma explosão separava todos os integrantes daquela cena.

Tielo cambaleia para trás, e assim como o garoto que sequer havia aprendido o nome, fica zonzo. Era difícil distinguir a situação, os sentidos estavam confusos. Sua cabeça, doía. Seus ouvidos, pareciam estar tapados. Sua visão, turva e delirante. Seu olfato, sentia uma fumaça relutando a existência com a chuva.

Colocou um dos joelhos no chão, e apoiou-se sobre o outro. Respirando fundo e tentando recobrar a consciência. Viu de relance que todos ali relutavam contra o mesmo sentimento, e o perigo das chamas ficava maior. Notou que a gaiola ainda estava ali.

Levantou-se, ainda que cambaleando, e partiu em direção da gaiola. Agarrou-a da lama, sem jeito para tal, e não tentou retirar o Pokémon de dentro dela. Perderia tempo, decidiu carregar consigo assim mesmo.

Precisava sair dali, mas se incomodaria infinitamente de deixar o patético garoto para trás. Andou em direção a ele. Agarrou seu pulso, com urgência, e passou o braço esquerdo do jovem sob seu ombro. Enquanto Tielo passava seu braço direito pelas costas do garoto e agarrava firmemente ele.

Avaliou que na situação atual, era o que estava com os sentidos em melhor estado, mas arrastou como pode Rattata e o jovem para fora daquele caos eminente. A situação era alarmante.

Tudo isso desenrolava-se no absoluto silêncio após o impacto. Ou teria qualquer outro barulho? O fato era que a atenção de Tielo era voltada agora, unicamente, para a sobrevivência.


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Um momento para respiração se mostrou extremamente necessário para que o cigano recuperasse os próprios sentidos, também afetados - ainda que de maneira parcial - pela forçada separação de briga que os céus haviam invocado àquele descampado. Por mais caótica que fosse a situação, entretanto, também se provava a oportunidade perfeita para que o albino escapasse da área o mais rápido possível com seu objetivo em mãos, considerando o estado que o raio deixara seu até então adversário - e, em uma cajadada só, poderia se livrar do rapaz que tanto o azucrinava e perturbava o juízo ao abandoná-lo em meio ao incêndio que se iniciara.

Não foi o que aconteceu.

Contrariando talvez o senso comum do que muitos fariam em uma ocasião belíssima como aquela, o arlequim não se limitou a recuperar a gaiola com o imóvel quadrúpede e ir embora o mais rápido possível, como também se prontificou a dar conta de arrastar consigo o tal comerciante, colocando-o contra o corpo e carregando consigo sem sequer se dar ao luxo de pensar duas vezes sobre as próprias atitudes; O desprezo que pairava em seu coração por conta do jeito debochado constante do desconhecido não era suficiente para que sua moral permitisse que o abandonasse à própria sorte - felizmente, já havia recolhido seus próprios pokémons e pelo menos com eles não precisaria se preocupar naquele momento.

Foram. Sem nenhuma resistência, o moreno se permitiu ser tragado pelos braços de seu oponente - ainda zonzo, ainda confuso. O metal da gaiola nas mãos do artista era quente ao contato, chegando a dar-lhe pequenos (mas suportáveis) choques sobre a palma; Entretanto, os céus não pareceram se encantar com aquela atitude benevolente: Muito menos o Guardião responsável pela "proteção" ao bardo, que fez questão de se pronunciar com um guincho altíssimo, estrondoso e distante, que ecoava desde os céus do Monte Pyre, assolando toda a área que também alcançava a 121 - um urro único, constante e demorado de um gigante oculto por detrás das pesadas nuvens de tempestade.

Os céus responderam ao seu chamado no formato de raios que começaram a perseguir a constante trilha traçada pela dupla enquanto embrenhavam-se mais e mais entre o alto matagal que envolvia toda a plantação. Era possível enxergar o clarão, assim como os estouros dos trovões que desciam em busca de uma vítima em vingança ao desprezo com o qual o circense tratara o presente que recebera para se livrar daquela existência mesquinha. Um a um, como se lançados pelo próprio Zeus, mais e mais raios atingiam a vegetação e largavam princípios de incêndios nos locais que acertavam, cada vez mais próximos de seus dois (três?) fugitivos.

A passada era difícil. A lama atrapalhava, as folhas batendo em seus rostos, o peso carregado pelo musicista de um rapaz com sentidos atordoados - claro, era compreensível, considerando o quão próximo o primeiro raio tombara de sua pessoa. A densidade que o matagal mantinha em seu interior era um dos piores fatores a se vencer para que um avanço fosse realizado por Soul: Sabe-se lá quanto tempo foi preciso naquela correria estúpida antes que enfim se libertasse daquele abraço da natureza mas, por sorte ou talvez destino, eventualmente as pernas se chocaram contra a baixa cerca de madeira que delimitava aquele oceano esverdeado.

Os céus se acalmaram, e a visão pôde contemplar novamente a planície deformada da 121, a apenas um pulo (e cerca) de distância.

Estavam salvos, afinal?

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Rota 121



A situação difícil fazia com que os estímulos agissem por conta própria. Cada passada em direção aleatória, se visto de fora pela própria criatura, seria desesperador. Para onde iria? Porque este caminho? Céus! Foi tão difícil chegar até ali, e, uma tomada de decisão assim sem ao menos estudar poderia ser suicídio.

Ainda assim, as passadas apressadas, mais para Tielo do que para o peso que carregava, em um momento desesperador, ia contra qualquer lógica que pudesse se aplicar nesse estado. As chamas se alastravam cada vez mais, talvez não com tanta violência quanto aconteceria se não houvesse a umidade alta naquele dia. Porém, os pés presos na lama hora ou outra deixava o psicológico em estado mais alarmante possível.

Não conseguia contabilizar a quanto tempo andava. Só sentia seu corpo, literalmente, tombar contra o cercado. De maneira até dolorosa, afinal os impulsos que os pés faziam graças a força aplicada para tirar o membro da lama, dava um baque até sonoro em meio ao caos ali.

Arfou aliviado até, pois agora, apesar de ainda poder ter lama, não teria mais tantos obstáculo vegetal assim. Sua mão esquerda, quase sem sensibilidade por segurar o metal quente, largava, da maneira mais gentil que pudesse, a gaiola do Pokémon pelo cercado. Sequer sabia que a criatura estava viva. Mas acreditava que mesmo na pior das hipóteses, mereceria um enterro digno, e não um fim carbonizado.

Sua mão ainda ardia, e suas forças eram poucas... Mas faltava mais um. Tentou levantar o garoto como pode, e também jogá-lo para o outro lado do cercado. Tomando cuidado obviamente para que não pousasse em cima da gaiola de metal. Nada elegante. Mas a urgência talvez fosse necessário. Ficar presos num circo de fogo, seria o pior.

A atenção voltou-se para sua mão esquerda... Escalou a cerca, e desajeitado, também jogou-se desesperado sob o chão de lama que, poderia ser fofo o suficiente para amenizar a queda.

Ainda não sabia se estariam livres do perigo. Uma simples cerca não seria exatamente o limite do fogo. Portanto como pode, agarrou não só a gaiola, como o garoto, e arrastou-os por mais alguns metros. Suficiente para pelo menos não respingar fagulhas, qualquer explosão que acarretasse por um químico agrícola talvez, ou pela queda em chamas não só das plantas como da cerca.

Agora sim, apertava seu pulso esquerdo enquanto avaliava com calma a situação...

O choro vinha.

Desespero... A sensibilidade de sua mão parecia tê-lo deixado. Lamentava muito. Era um dos ingredientes principais para tocar suas músicas... Esse era seu maior sussurro... O barulho das plantas deixando a vida, com a água que apenas pesava, sem lavar seus sentimentos, ia junto com a cena. Tão cruel quanto triste.

Seria uma punição do céu? Algo planejado para o garoto? Se fosse, o que queria dizer com isso? Seria sua culpa tanta tormenta causada por ali? Diante da tristeza que lhe causava, os pensamentos que os rodeavam eram tão desastrosos quanto a cena.

E novamente sussurrava para si mesmo...

Minha'lma estando agora em tempestade,
Meu corpo clamando por piedade,
O alívio de minhas dores me abandonando,
A fagulha de tristeza se incendiando...
Meu coração e minha mente atormentados,
Esperando do feixe de luz...
Uma certeza para um nevoeiro assombrado...


Após isso, o silêncio parecia predominar por alguns instantes...


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É engraçada a maneira como com tanta facilidade o desespero é capaz de afogar uma existência em seu abraço sufocante. Magnífico exemplo é este trazido pelo atordoado arlequim, cuja alma berrava um socorro que só poderia ser trazido por suas próprias pernas, enquanto seu corpo forçava passagem pela densa vegetação que se erguia imponentemente como um oceano de angústia por toda a área ao seu redor. Já incapaz era de sentir tato na palma que se agarrava insistentemente à gaiola do roedor estático, e a ardência era a única sensação clara para seus nervos - a adrenalina, por outro lado, era mais que suficiente para que todas as intempéries que agiam contra o albino se tornassem insignificantes e, então, a força se tornava a necessária para que retirasse não só a si mesmo, como também a dupla que carregava (ato que inclusive arrancou um gemido dolorido do moreno quando seu corpo atingiu o solo) para longe daquele matagal banhado pelo incêndio celeste. Abandonou-o; E ainda assim, não encontrou a paz dentro do próprio coração até que se arrastasse (novamente, sempre com o rapaz e o espécime engaiolado) para longe do cercado que separava as planícies livres da prisão esverdeada.

Para qualquer espectador de fora, todo seu desespero não faria o menor sentido. Se parasse para prestar atenção no labirinto recém-abandonado, como que uma brincadeira de mau gosto, nenhuma evidência do incêndio que o encurralava se mostrava presente: Nem a iluminação que o fogo trazia e tampouco existia sinal de fumaça escapando pelo topo do matagal - talvez estivessem longe o suficiente? Poderia ter sido uma armadilha de sua própria imaginação, mesmo que isso arrancasse por completo o sentido do estado do trio? Quem sabe se o corpo largado ao chão e a consequente falta de altura não poderiam ser justificativas boas para tal fator? De qualquer modo, lá estava; Tranquilo, ignorante quanto ao teórico incêndio que ocorria em seu interior, o matagal se agitava com delicadeza em resposta à brisa gélida que se soprava da tormenta que acometia o Monte Pyre. A escuridão novamente recaía sobre o terreno em projeto sádico de zombaria aos sentimentos que corroíam o nômade.

Tal como os raios fizeram outrora com a relativa calmaria que serpenteava pelo descampado, a aflição engoliu o coração do musicista com invejável simplicidade - fechando-se para o próprio universo, lastimou a aparente perda de sensibilidade da própria mão; Com um pouco mais de atenção, também se era possível reparar as manchas gritantemente avermelhadas que cobriam sua pele, a ameaça de bolhas latente para a ocasião. Adjacente ao artista, claro, seus dois resgates: O primeiro enjaulado, largado de qualquer jeito no fundo do ferro - quente, vale recordar -, e sequer emitia qualquer sinal de consciência ou mesmo reação.

Para o moreno, entretanto, as circunstâncias não pareciam tão trágicas, ainda que algumas veias se demarcassem com destaque pelo lado esquerdo de seu corpo, detalhe que anteriormente ou não era aparente ou simplesmente não existia. A respiração, ainda que amena, ainda estava ali: O peito subia e descia vagarosamente para não permitir que quaisquer dúvidas restassem a respeito de sua sobrevivência - embora, na teoria, não necessariamente o oposto ocorreria. Afinal, por sorte a corrente elétrica não o havia acertado direta e fatalmente, huh? -, mesmo que as pálpebras se mantivessem quase que totalmente cerradas.

Talvez seria de valia ao arlequim que verificasse melhor o estado de ambos, agora que o caos não parecia estar mais ao seu encalço?

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Rota 121



O olhar Tielo se perdia. Agora, de joelhos, virado sua face para as chamas. Aquilo era completamente abstrato, embora conhecido. Sua pupila dilatava-se, como se estivesse ausente de seu corpo. Logo portanto, seus olhos fixavam um ponto além do cercado em que as chamas brilhavam e ardiam.

A última vez que tinha cometido uma insanidade dessas, foi para resgatar sua Skitty do meio das chamas de um Arcanine furioso. Sendo assim, era a segunda vez que entrava no meio do fogo, resgatava um Pokémon, e saía com a mão ferida. Mas o nível de acontecimento deste, não se comparava com o anterior...

A ardência e seu corpo estavam adormecidos. Quase estático, se não fosse a respiração, e o piscar de olhos que insistia em acontecer. As chamas ainda queimavam as plantas com fervor. Porém de maneira assombrosa, entre um piscar e outro, tudo desaparece.

Tielo levaria alguns segundos para perceber que tudo havia sumido entre uma piscadela e outra. Quase como acordar de um sonho... Ou um pesadelo. Uma respirada profunda acontecia. Quase que recobrando o ar após um afogamento. E logo o bardo se levantava.

Era como se a vida preenchesse o corpo vazio novamente. A dor voltava latente, não só na mão como na cabeça, e o cansaço para o corpo. Fadiga. Exaustão.

Olhando ao redor, percebia novamente que havia duas situações diferentes. O moreno e o Pokémon. Ambos pareciam em estado deplorável, mas o humano melhor que o Pokémon que estava desacordado e enjaulado.

Tielo ajeitou o garoto deitado de barriga para cima, e vasculhou o bolso de suas vestes ou algum acessório que levasse consigo. Ali certamente deveria de haver uma chave da jaula do Pokémon.

Já a criaturinha, teria que esperar para que Tielo achasse qualquer coisa que libertasse-o dali. Só assim poderia ser tratado da maneira adequada...


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Ainda que a confusão e o atordoamento fossem sentimentos latentes dentro de seu peito, a inevitável necessidade de se libertar dessa caótica prisão psicológica se fazia gritante naquele momento - não apenas para que o rapaz se movesse, mas também para que evitasse quaisquer problemáticas que chegasse a se deparar, além de todas pelas as quais passara ao longo do caminho. Havia um objetivo a ser concluído, e dele foi atrás assim que retomou o controle de suas funções motoras e, com uma brevíssima análise da situação, se pôs a observar tanto a gaiola quanto o treinador que tanto invocava ódio ao seu coração com o eterno jeito que pairava entre deboche e tranquilidade. Sua preocupação óbvia, porém, desde o início era o pokémon aprisionado, e aquilo não havia mudado por causa de um raiozinho ou outro.

À primeira vista, a jaula que dissipava a liberdade do roedor poderia parecer complicada: Mas, num olhar mais atento e próximo, era claro que não era muito mais que uma simples armadilha de rato. Não seria necessário chave alguma - importante frisar, considerando as intenções do jovem em vasculhar os pertences do moreno atrás de alguma -, mas possivelmente poderia ter algum trabalho para desarmá-la com as mãos feridas, e também por conta da temperatura que se espalhava por todo o metal do objeto. Essas questões eram as únicas realmente importantes para que o arlequim começasse a trabalhar para retirar o espécime enegrecido dali de dentro; E pondo isto em evidência, quais seriam seus próximos passos?

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Rota 121



Inútil. Os bolsos do garoto pareciam ser tão vazios quanto sua cabeça. O que preocupava um pouco Tielo. Não era bom nessas coisas. Apetrechos, engenhocas... Não era esse tipo de criatividade ao qual trabalhava. Não sabia se tinha esse dom. Mas nunca tinha se interessado sobre. Apesar de adorar as invenções e maquinários antigos, com engrenagens, parafusos e placas de metais coloridas. Era uma arte que se limitava apenas a apreciar.

Mas, agora teria que mover seu interesse para essa área. O que sabia sobre armadilhas? Ora... O básico, era feito pra enjaular algo. Mas não fazia ideia de como desarmá-la. Por isso seu pensamento ia logo em chave e cadeado. Mas não parecia ser o caso...

Então, já aceitando a situação de Rattata, por obrigação deveria ficar mais um pouquinho ali... Tielo analisava as partes compostas na jaula. E logo então, tentar desarmá-la, verificando previamente como ela funcionava. Caso não funcionasse, iria ter que ameaçar a vida já ameaçada do rapaz, para que libertasse o Pokémon.


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