[4] Petalburg City

Ele decidiu perguntar uma pequena coisa antes de ir embora treinar.

Você tinha mencionado algo sobre apostas... Participantes também podem participar das apostas? Talvez eu quisesse apostar também... Fora isso pode tirar seu soninho.

Ao receber a resposta Alex decidiu não se encontrar com os irmãos, para não arriscar, então decidiu ir no local que Borba havia mencionado mais cedo, onde poderia encontrar treinadores novatos para enfrentar, pois um fato era que precisava ficar mais forte.

Porém antes de ir queria encontrar Seu Zé, para poder ter certeza que o homem ficaria bem.

Assim que Alex fazia a pergunta sobre as apostas, Barba olhava para o garoto de cima a baixo e começava a gargalhar, provavelmente já julgando o mesmo pela sua aparência.

— HAHAHAHA, PORRA MOLEQUE! ESSA FOI MUITO BOA! Apostas são para milionários, apostas altas, entende? Tu vai apostar o que? 10 merreis? o cu? Não estamos interessados, você é só um ratinho que vai entreter nós ricaços. Agora vai lá, vai descansar ou qualquer outra coisa. — Disse, em seguida o malfeitor se revirava no sofá e ficava de costas para o garoto, não demorou muito para começar a roncar.

Essa foi a deixa de Alex para sair do local e enquanto subia as escadas ficava pensando em seus próximos passos, não decidindo por agora reencontrar com os irmãos já que os capangas do Barba ficaria na sua cola e isso poderia render mais dores de cabeça ou até mesmo colocar sua vida em risco. Fora que o garoto não conseguia arrancar nenhuma informação importante para colocar o bandido atrás das grades e a pergunta que não quer calar: o que Alex faria com a escuta pendurada na sua parte interna da camisa? Enfim, chegando até o bar, Zé dava de cara com o treinador e puxava assunto.

— Olá, meu jovem. Estou vendo que deu tudo certo lá em baixo, ainda bem! Ele estava realmente puto com alguma coisa. Gostaria de alguma bebida ou comer algo? Já estou melhor, preparo em um instante. — Sorriu.

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Alex deixou um sorriso e decidiu ficar um pouco mais.

Ainda estou cheio com o que comi de manhã, mas aceito um suco de laranja... Parece que você está acostumado com o Barba, consegue imaginar o motivo para ele estar assim?

Ele decidiu acompanhar o homem, enquanto conversava, o barba parecia não ser o melhor contratante, talvez ele falasse algo sobre seu chefe, mesmo que sem perceber.

Alex e Zé estavam se dando bem, aos sorrisos nosso herói decidia permanecer um pouco no bar e pedia um suco de laranja. Imediatamente o garçom ia pra dentro da cozinha, preparava o suco e trazia num copo com alguns gelinhos, tudo muito rápido.

— Na verdade, ele é sempre nervoso assim. — Riu. — Mais cedo ele tava de bom humor que teve essa idéia de criar um torneio amador e que foi muito bem vista pelos os clientes que assistem e apostam. Infelizmente, essa animação dele não durou muito, recebeu uma ligação que não deve ter sido notícia boa... Ainda por cima tava cheio de droga na mente, não dá pra esperar algo diferente, não é mesmo? E você, o que deu pra aceitar trabalhar pra ele?

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Alex sorriu um pouco, antes não havia nenhum problema, mas agora percebeu que fazer qualquer serviço para Barba era uma burrice

Acho que eu pensei em algo como "o que de pior ele pode fazer?", até então fora o "pó branco" que vi ele usar e a cerveja não imagino que ele possa ser tão ruim e não parecia que faz nada de ilegal

Alex bebeu um pouco do Suco gelado, pensou no que estava em jogo, mas não queria se apressar.

- Um pokémon fantasma e um torneio, depois acabou... Talvez Barba pense diferente... - Alex por um segundo suspirou, pensando onde tinha se metido e voltou a falar. - E você? Porque trabalha para ele? Você faz um Galetto delicioso, opção você tem. - Então ele olhou direto aos olhos de seu zé. - Me diga, o que você já fez por ele? Seja sincero, no que eu me meti aqui?

Zé assim que ouvia a fala do jovem, dava uma risada de canto de boca e balançava sua cabeça negativamente. Sabia que Alex tinha entrado em uma grande enrascada, tudo isso por ser ingênuo e não perceber os sinais que o próprio Barba dava.

— Ai, ai... A ingenuidade dessa juventude é um coisa linda, eu também já fui assim. O que você acha que é esse tal pó branco, garoto? É cocaína! Sua venda é ilegal. E não viu que ele só anda armado? Uma pessoa armada que não esteja uniformizada boa coisa não é, mesmo ele tendo porte de armas. — O garçom parava um pouco de falar para pegar uma xícara de café, tomou um gole e retornava a falar. — Um torneio e acabou? — Voltou a rir. — Cá entre nós, você está lidando com um cara poderoso, se você estiver dando lucro pra ele no torneio, tu não sai nem tão cedo. — Disse essa ultima frase em voz baixa, para somente o treinador ouvir.

— Ahh, meu jovem! Eu queria era ser livre por aí, como você... Como falei, queria ser um treinador e viajar o mundo, mas minha família é muito humilde, então é se submeter a qualquer trabalho e situação de merda ou morrer de fome.

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Quem diria, Zé tinha o que Alex precisava e contou tudo naturalmente, mas isto poderia deixar o homem em perigo. Quase que sem querer sua expressão mudou de calmo para pensativo.

- Bom, sei que nem todo mundo pode pegar uma pokébola para correr atrás de seu sonho... Acho que estamos os dois em uma situação complicada.

Alex então lembrou de uma colega sua, que havia conhecido a pouco tempo, mas que ele ajudara bastante em oldale town, talvez ela pudesse ser de grande ajuda no momento.

- Sabe... Primeiro eu gostaria de te dizer, sei que parece apenas um adolescente falando... Mas eu conheço a sua historia, familia pobre? Eu sou orfão a muito tempo e mesmo assim eu e meu irmão conseguimos ser treinador, enquanto outro tem uma bela casa. - Então Alex pegou o celular - Algumas vezes, tudo que precisamos é de uma oportunidade de um amigo. - Soltou um sorriso de canto de boca. - O pai de uma menina a quem ajudei recentemente é prefeito de Oldale Town, vamos dizer que eu recuperei uma corrente de família dela e de quebra, ajudei ela e seus amigos a escapar com vida de um local. Talvez ela consiga arrumar um emprego para alguém da sua família e você possa viajar assim como eu.

Alex levantou o dedo indicador apontando para o alto, um simples sinal indicando o numero "1".

- Não posso te prometer nada, mas posso fazer uma ligação e tentar, mas se conseguir, ainda irei pedir que espere até o torneio acabar... Senão eu posso me encrencar

Falava tudo em um tom para apenas os dois ouvirem e mais ninguém.

Alex e Zé estavam se dando bem, afinal não seria diferente. Pessoas que trabalham em bar geralmente são humildes e de um bom humor incrível, cheio de história pra contar e pronto para atender qualquer um. Já Alex acabava descobrindo o que seria aquele pó branco, talvez seria uma prova para colocar o Barba na cadeia, mas só uma droga ilícita seria o bastante? Afinal, ele não é a primeira e nem a ultima pessoa a usar algo do tipo. O treinador também acabava descobrindo o sonho que Zé possuía e sensibilizado fazia uma proposta, lembrando de sua amiga em Oldale.

— Vejo aqui que somos dois fodidos falando... Órfão, huh? Meus pêsames... Um brinde pra gente que somos fodidos! — Riu, pegando uma garrafa de cerveja. — Ah, esqueci que você não bebe. — Riu mais alto, guardando a cerveja e pegando dois copos com água. — Vamos se manter hidratado, então. Enfim, tenho que manter o bom humor, não adianta ficar remoendo essa situação, né? Eu sou filho de mãe solteira e tenho outros 5 irmãos. Então você já pode perceber que faltava comida pra gente, tinhamos que dividir tudo... Tempos difíceis. — Baixou a cabeça, refletindo mais um pouco. — Hoje em dia tenho uma esposa maravilhosa e dois filhos pequenos, eles são tudo pra mim. Não me vejo me separando deles para viajar por aí... O Barba querendo ou não, me deu um salário e ele ainda paga o aluguel de um teto, então conseguimos morar dignamente, entende? — Deu um gole no copo d'agua e retornou a falar. — Mas é claro que... Se essa amiga pagar muito bem, eu aceito! — Riu. — Muito nobre da sua parte, jovem. Vejo que você é diferenciado, tem um coração bom. — Fez um sinal para o treinador se aproximar.

— Eu vou te ajudar a se livrar do Barba. Mas não fale nada pra ninguém o que te falei, ok? Se não posso acabar morrendo aqui. Normalmente esses "torneios" tem três batalhas na noite e se perder você tá fora do dia. A primeira batalha o Barba caga e anda... Ele vai te colocar contra outro novato, pra te analisar e geralmente novatos não recebem muitas apostas, então isso não mexe com o dinheiro da banca. A segunda ele já começa a reparar o fluxo de apostas e se você ganhar, ele te coloca contra alguém mais fraco, pra ter muita gente apostando em você na ultima partida. É aí que a maracutaia entra em ação! Ele vai te forçar a perder, te manipular e vai ter dá uma porcentagem das apostas se você perder. Se na ultima partida você fizer como ele queira, ele vai querer que tu volte mais dias e se não fizer, ele te mata. Meu conselho é o seguinte: Perca a segunda batalha e meta o pé, volte para sua vida de treinador e nunca mais cruze o caminho do Barba. Não chegue até terceira batalha, pelo amor de Deus! — Disse o garçom sussurrando para ninguém mais ouvir e também parecia está bem nervoso.

Alex ficava numa situação complicada, será que o que o Zé tava falando era verdade? O que nosso herói fará?

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Alex com a ultima frase conseguiu exatamente o que queria, Ele precisava ser ameaçado de morte por Barba, então apesar do risco a sua vida, precisava vencer a segunda batalha.

- Eu vou... Seguir o seu conselho muito obrigado, quanto a proposta que minha amiga pode oferecer, eu vou ligar para ela e ver o que posso te conseguir. - Alex terminou seu suco em um gole rápido. E decidiu que precisava ir. - Muito obrigado, agora eu realmente vou precisar ir, meus pokémons precisam de um pouco de treinamento, além do mais preciso fazer uma ligação.

Assim, o menino decidiu sair do bar, iria andar o mais normal possível e iria falar baixo para apenas a sua escuta ouvir e o mais discretamente possível.

- Me mandem mensagem de texto, eu preciso falar com vocês, eu tive uma ideia, mas não podemos conversar na presença um do outro.

Então ele decidiu ir para a praça que barba havia contado mais cedo antes de ir para o trabalho, queria treinar pelo menos um pouco seus pokémons. Decidiu mandar uma mensagem para sua amiga de Oldale também, iria bem resumidamente o que aconteceu, mas iria enfatizar os problemas que iria enfrentar, para caso ela pudesse ajudar. Talvez o pai dela tivesse algum contato com a policia local que poderia nos ajudar.

off :

Alex conseguia uma dica valiosa e com isso estava em mãos o plano para finalmente conseguir colocar o malfeitor atrás das grades. Precisava ter calma e bastante atenção, pois fácil não seria.

— Certo, meu jovem. Muito obrigado e vai lá! Tem que ficar forte sempre, essa vida de treinador não é fácil. — Disse com os punhos fechados.

Assim que o treinador saía do bar, devido a sua animação decidia falar próximo a escuta e se cuidando ao máximo para parecer discreto. Não demorou muito para uma mensagem de texto chegasse, era de Zoe, a irmã mais velha da dupla.

"boa, garoto! com o Barba vc n tinha conseguido nada e só dobrou as atenções dele, mas com o garçom vc conseguiu! parabéns! segue pro torneio e n perca. acho melhor continuarmos se falando por msg de texto."

Com a resposta sobre a sua "missão", Alex decidia partir para a praça que realmente não era longe, bastava mais alguns minutos de caminhada e chegava ao seu destino. Era uma praça bem grande, com um campo de futebol e outro campo de batalhas pokémons, com bastante árvores e plantas espalhadas pelo local e é claro com uma vegetação dessas iria despertar as atenções de alguns selvagens que era possíveis ser visto como: Taillows voando entre as árvores e outros comendo algumas sementinhas no chão e alguns Minun e Plusle brincando entre as plantas rasteiras. A praça não parecia ter algum treinador disponível, a mesma era frequentada por alguns idosos sentados no banquinho e outros alimentando os pequenos Taillows, algumas crianças brincando no parquinho e jogando futebol no campinho. O treinador tinha alguns cenários pela frente: podia conversar com algum idoso no banquinho, treinar no campo de batalha, jogar um futebol com as crianças ou tentar batalhar com algum selvagem.

Nessas opções todas, o primeiro passo que o jovem decidia tomar era ligar para sua conhecida amiga que tem o pai prefeito. Porém era em vão, uma vida de alguém "conhecida" é bastante atarefada e o contato era complicado.

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