Pokémon Mythology RPG
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Capítulo 23 - Desbravando a Tormenta [Luch]

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Assim que rolei a Premier Ball para o Farfetch'd, fiquei na apreensão de que ele usaria seu graveto ou até mesmo o bico para dar um toque no curioso botão que se sobressaia em alto relevo na região central da cápsula. Mas... O que esperar de um Patinho tão Bobo? Bem, eu deveria até saber sendo um Treinador tão Bobo, o que demonstrei com um sorriso sem graça e uma risada nervosa ao ver a esfera retornar lentamente até meu pé após a rebatida inesperada. Então isso era um jogo para ele... — Exatamente como imaginei, não me decepcionei! — Menti. Abaixando para recolher a Ball, que levei até próximo do rosto para observar — Contudo... Há uma brincadeira ainda melhor quando se toca AQUI! — Comentei em seguida para o Pássaro, girando a esfera na sua direção, de modo que ele pudesse observar o botão em destaque. Sorri também, para passar um tom amigável, afinal onde já se viu um estranho chegar com um papo de "toque aqui". Certamente uma pessoa sensata se recusaria e chamaria as autoridades, não é mesmo? Mas estamos falando de um Farfech'd e um Farfetch'd Bobinho, o tipo de Pokémon que eu procurava.

Não estranharia se Buddy e Meo-Mey já estivessem a ponto de perder a paciência e prontos para bater no Pokémon por conta própria, até que ele entrasse na esfera "na marra", mas eu realmente pretendia fazer algo diferente desta vez, por isso a insistência. Depois de meu discurso e de sondá-lo com a sugestão desta "nova brincadeira", retornei a Ball ao chão e novamente a fiz rolar, com a mesma delicadeza de antes na direção do Farfecth'd. Não queria estragar a surpresa que seria quando ele tocasse ali e fosse absorvido pela luz da cápsula, então tentei evitar expressar toda essa ansiedade e expectativa pelo meu rosto. Algo certamente difícil para alguém como eu... Quando a Premier Ball já encontrava-se nas proximidades da lápide em que ele se escondia, até semi-cerrei os olhos de empolgação, esfregando os dedos da mão rapidamente escondida nas costas do corpo para deixar fluir essa apreensão. Espero que realmente dessa vez tudo terminasse bem.

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Embora a tentativa fosse válida, a reação do selvagem para a esfera "rolada" pelo rapaz nem de longe foi aquela inicialmente esperada. Como era de se imaginar, então, o ato do voador não caiu nas graças de Valassa, por mais que o aprendiz de criador ignorasse o leve desgosto e se limitasse a "incentivar" o jogo do acinzentado, que bateu de leve as asas e emitiu um cry um pouco mais animado, ainda que de maneira tímida. Aproveitando-se dessa vibe, o treinador não perdeu tempo em sugerir uma "nova visão" da "brincadeira", e foi de maneira atenta que o atrapalhado espécime observou as indicações do moreno quanto ao botão central do objeto, principalmente quando a Premier Ball rolou novamente para próximo de si, suave e sem pressa.

No mesmo ritmo, o pato finalmente arriscou abandonar seu esconderijo por detrás da lápide, aproximando-se um pouco mais da estranha tecnologia e a observando cuidadosamente, por mais que o olhar escapasse na direção do grupo que, se fosse parar para pensar, ainda o encurralava. Com a ponta de seu vegetal, o bípede tocou suavemente a banda superior da esfera, movimentando-a de um lado para o outro, como se analisasse a bola do jogo em busca de algum tipo de fraude. Naquela tarefa, demorou-se alguns segundos, brincando com o objeto enquanto o girava abobalhadamente no mesmo lugar. Então, pareceu decidir. Se afastou um, dois passos; Segurou o vegetal com ambas as asas e, de maneira até cômica, balançou o rabinho de um lado para o outro, erguendo e abaixando os pés. Com sutileza, bateu a ponta livre de seu bastão contra o piso escuro, como quem se prepara para uma rebatida - se movimentou para lá e para cá e...

Ao fundo, o barulho distante de um trovão ribombou. De acompanhante, um guincho altíssimo ecoou por todo o monte, fazendo estremecer sua estrutura assim como foi capaz de fazer tremer o chão sob seus pés. Num desequilíbrio torto, o corpo de Farfetch'd pendeu para a frente e, ainda que tentasse interromper a queda ao abrir as asas e as bater rapidamente, um sonoro "QUÉM!" foi a única despedida antes que o selvagem topasse de bico com o centro da Premier Ball. Com o impacto, além de fazer desaparecer o pequenino num feixe pálido de luz, o objeto simplesmente voou pelos ares, num trajeto retilíneo ao distraído Roserade. O gramíneo, por sua vez, malmente enxergou o artefato esférico que voava em sua direção. Foi apenas com o canto de olho que o notou, mas tudo que pôde fazer para reagir foi cruzar ambos os braços em frente ao rosto num movimento rápido.

Nisso, a esfera esverdeada que o venenoso tanto se esforçava para manter simplesmente se dissipou, fazendo-os mergulhar na mais profunda escuridão. Um brilho prateado se espalhou pelo ar por um singelo instante, mas só - assim como os cadáveres já estavam acostumados, o pesado silêncio após um brevíssimo momento de caos foi tudo que restou naquela ala morta.

Era frio, era escuro, e era uma vez a interação que aos poucos ia sendo construída entre treinador e selvagem, tal como a fonte de energia mantida por Buddy - às cegas, restava ao rapaz a decisão do que faria a seguir, além da necessidade de tomar a dianteira naquela situação onde tudo parecia ter desandado, ainda que a tragédia não os houvesse (até onde sabia) recoberto por completo.

E então?

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Apesar de saber que toda aquela interação com o Farfetch'd era terrível para meus planos de um avanço rápido em direção ao topo do Pyre e, quem sabe, para o encontro com Natalie, eu não poderia deixar para trás uma criaturinha tão engraçada como aquela, mesmo que no fim quem "pagasse o pato" fosse eu. Minha primeira tentativa de, na falta de palavra mais bonita, ludibriá-lo a uma captura, não havia sido tão bem sucedida, o que me levou a um segundo plano improvisado e que tinha muito mais chances de falhar do que dar certo. Dessa vez, fui direto em mostrar o botão que o Voador precisava tocar para ser capturado ou "se auto-capturar". Terminada a quase psicologia reversa, lancei novamente a esfera na direção do Pato, que começava a tomar mais confiança em mim, deixando todo seu corpo à mostra, mesmo com a minha ameaçadora presença diante de sia pequena estatura.

— Então, finalmente deu as caras! Prazer em conhecê-lo Farfy... Vejo que gosta de um joguinho de Futebol! — Comentei com a criatura, rindo em seguida ao observar como o Pokémon tentava interagir com a esfera. Ele analisava o objeto e eu tinha quase certeza absoluta que ele entendera o que foi passado por mim tão didaticamente. Contudo, estava enganado.... Farfetch'd preparava-se na verdade era para rebater o Premier Ball de volta, me deixando desconcertado. Pensei em dizer algo e corrigi-lo, mas antes de por em prática esse plano, fui bruscamente interrompido por um novo retumbar dos céus. Um guincho estranho seguido de um tremor indireto da estrutura, me fizeram buscar algo firme para me segurar. O Selvagem tentava o mesmo, mas na falta de algo próximo para ta, acabou apoiando-se bem no botão central da esfera que lancei e... simplesmente foi absorvido enquanto tropeçava nos próprios pés. Nem mesmo sendo meu plano inicial, eu pude acreditar quando ele rapidamente desapareceu. Ergui as sobrancelhas em reação e deixei a boca entreaberta vendo o raio de luz envolver seu corpo, ao mesmo tempo que a esfera voava pelo cômodo.

Quicando várias vezes, a Premier Ball foi tomando o ar, enquanto agitava-se e terminava finalmente indicando a captura. Entretanto, ela movia-se perigosamente na direção de Buddy, que teve de desfazer sua esfera de energia para conseguir defender-se do que vinha. Enfim, com os braços cruzados e uma escuridão resultante, Roserade conseguiu se defender, deixando a Ball livre no ambiente para finalizar a captura e desaparecer em um brilho prateado, sendo enviado diretamente para o Storage. Fiquei em silêncio por alguns segundos, pois tudo aconteceu muito rápido e então consegui expressar-me, ainda cauteloso — É isso então? Estão todos bem? — Questionei a Buddy e Meo-Mey que ainda estavam por ali, esperando a reação sonora dos dois — Ok, prometo que vamos até o fim sem paradas inesperadas... Acho que já chega de capturas surpresas. Vamos atravessar tudo o que vier no nosso caminho o mais rápido possível, sem desvios. Buddy! Que tal uma nova esfera de energia? Eu notei que essa sala não tem mais saídas além daquela que entramos... Vamos voltar um pouco e investigar o resto do túnel, talvez tenha uma saída por ali.. Vamos! — Comentei com os dois, solicitando um serviço para Buddy e depois seguindo adiante se houvesse como.

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Por mais improvável - e imprevisível! - que houvesse sido a captura do exótico e atrapalhado patinho (apesar de que pelo menos dessa vez o culpado de seu "acidente" fosse nada mais, nada menos que a aparente besta que se escondia no cume do monte), levando em consideração a pressa que o rapaz carregava consigo - ainda que às vezes não parecesse -, ela certamente não poderia ter ocorrido de maneira melhor. A falta de reação do unoviano era suficiente para expressar sua surpresa diante do pequeno caos que cruzou a sala no formato de uma Premier ball e, mesmo quando o brilho prateado se espalhou pelo ar em confirmação da captura, ainda sentiu a necessidade de mais alguns segundos de reflexão antes que todo o conjunto de acontecimentos se assentasse devidamente em seu coração.

O silêncio perdurou por alguns momentos, rompido ainda no escuro pelo aprendiz de criação. A primeira preocupação - ainda que leve, pois não existia motivos para que ela crescesse naquele instante - foi verbalizada em uma questão se seus companheiros estavam bem. Dois cry's se seguiram na atmosfera gelada do lugar, respectivamente pertencentes à Roserade e Meowth; Então, com o novo pedido de Drac, aos poucos uma pequena esfera de energia esverdeada se materializou e expandiu sobre os buquês de Buddy, pacientemente iluminando o lugar. A única diferença clara ali, óbvio, era a ausência de Farfetch'd, causada pelo próprio moreno.

Como bem pontuado anteriormente, porém, não haviam tempo para perder. Com o venenoso tomando a dianteira e facilitando a movimentação pelos túneis escuros, seguiram em direção à saída única daquela ala, deixando os túmulos e o encontro com o jovem patinho para trás. Logo nela, porém, era necessário decidir por onde iriam: Voltar pelo túnel por onde haviam avançado e arriscar um dos outros caminhos da trifurcação de outrora, ou seguir em frente. No último caso, não precisariam andar muito, pois em poucos metros o corredor se dividia outra vez, seguindo em frente ou para a direita.

Bem, a decisão cabia unicamente ao treinador.

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Não tinha muito o que ser feito agora, além de uma exploração... Eu já havia demonstrado antes que detestava múltiplas escolhas, seja em provas ou em aventuras por aí. Entretanto, aqui, até que eu estava me sentindo um tanto à vontade com a situação, afinal o lado de fora estava sendo castigado por uma chuva torrencial e a proteção dos túneis era melhor do que ficar ensopado afinal. Mas enfim... Mesmo não tendo avançando tanto por aí já tinha muitas escolhas a se fazer e não podia perder mais tempo. Voltando até o corredor anterior, antes de ter entrado no salão do Farfetch'd, já me deparei com a primeira das opções que tinha. Voltar tudo, voltar pouco e ter duas escolhas ou seguir adiante e ter mais duas. Oh céus... Olhei para Buddy e Mey procurando uma saída em seus rostos, mas na verdade só queria uma epifania mesmo, algo que não veio tão facilmetne quanto gostaria. "Dei de ombros" então e sorri para as criaturas sob a luz esverdeada do golpe do Roserade — Recuar jamais, não é? Vamos seguir em frente... E bem, dessa vez vou pela... Direita! Vamos torcer pelo melhor... — Fui comentando com os Pokémon, mas falando mais comigo do que com eles. Eu sabia que me seguiriam para onde eu for e só me interromperiam se estivessem claros do perigo. Sendo assim, fui tranquilo pela rota escolhida.

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Múltiplas escolhas nunca são lá muito legais - independente de se por bem ou mal, sempre fica aquele peso de "e se?" em relação às demais que foram deixadas de lado. A sensação talvez fosse amenizada naquele labirinto onde todas as entradas pareciam iguais, independente do ângulo ou direção pelo/a qual se observasse. Obsoleta, ainda existia a opção de abandonar as entranhas da montanha, porém, era obviamente ignorada; Nem o rapaz e nem seus pokémons faziam questão de retornar para o nevoeiro que se espalhava por todo o monte, e tampouco para debaixo do pesado choro celeste. Optou então por seguir em frente e à direita; E, bem, não desembocaram em um lugar muito diferente do que aquele que já estavam. A única diferença é que ali não existiam mais entradas, pelo menos inicialmente, e o túnel seguia reto por sabe-se lá quantos metros.

Eventualmente, algumas salas começaram a se destacar pelas paredes do labirinto. Nenhuma possuía saídas, ou sequer se diferenciava demais daquela em que o trio havia encurralado o bobo Farfetch'd. Algumas eram maiores, outras menores, mas essencialmente se resumiam à túmulos - algumas "lápides" se resumiam à simples cruz'es fincadas no chão, a grande maioria com pedaços faltantes; E era difícil dizer se pelo desgaste do tempo ou por obra de algo ou mesmo alguém. Ao longe, ainda era possível se ouvir o barulho abafado de trovões e, pela maneira como o som já estava abafado, se podia arriscar que estariam longe do exterior - e restava torcer para que nenhum desabamento ocorresse durante aquela cautelosa exploração.

Entretanto, a paisagem não foi a mesma para sempre; E a primeira coisa a mudar foi o piso: O caminho acimentado e cinza pelo qual haviam seguido até então se metamorfoseou de uma hora para outra num chão ladrilhado de azulejos acobreados. Não só isso! A mudança se tornou óbvia até mesmo nas paredes, que abandonaram seus formatos irregulares e escuros para dar lugar à um revestimento de mármore - de repente, a paisagem se alterava da água para o vinho. Claro que o rapaz já haveria de perceber essa mudança antes mesmo de atingi-la, se prestasse um pouco de atenção pelo caminho o qual seguia.

Mas, de novo, não era só isso. Uma outra coisa, um detalhe pequeno e discreto: Ecoando do fim do corredor, distante, murmúrios ininteligíveis percorriam distâncias para cumprimentar o trio. Era impossível dizer quão longe seu causador estaria, mas pelo menos já era um alerta para o unoviano; Restava-lhe decidir se ainda queria permanecer naquele caminho, se arriscaria manter sua iluminação acesa ou, mais importante, se tomaria alguma precaução ao desconhecido que aguardava à frente.

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Apesar de costumar demorar bastante para tomar decisões desse tipo - e depois me martirizar por ter tomado decisões tão idiotas e ruins - dessa vez eu tentava uma coisa bastante diferente. Não pensaria demais, tentaria me guiar pelo acaso e foi com o mínimo de reflexão possível que resolvi seguir pelo caminho da direita. Nada de retornos ou desvios, nem que eu tivesse que ir eliminando todos os caminhos um por um, pelo menos que eu fizesse pelo menos conservador possível e foi exatamente o que se sucedeu. Buddy, Mey e eu tomamos a rota escolhida e fomos a passos comedidos em direção a escuridão. Apesar das luzes formadas por Buddy, havia um limite para o quanto ele podia iluminar. O túnel era escuro no horizonte e além de indicar que não havia uma saída próxima, também indicava que estávamos a mercê do que estava por ali, espreitando-nos na escuridão e observando o que fazíamos, já que éramos pontos luminosos bem evidentes para eles.

— Bem, olhos abertos... Não sei porque, mas sinto que algo vai pular na gente a qualquer momento... — Dizia para os dois Pokémon, esfregando os próprios braços de vez em quando. Será que era só pavor ou realmente o clima daquele lugar era ainda mais frio do que antes? Talvez fosse o ambiente "pesado" de um cemitério que trouxesse essas sensações, mas enfim... Tinha de encará-las... E por falar nisso, não demorou para que saletas laterais fossem surgindo, exatamente como no outro caminho, como uma daquela salas em que capturei Farfetch'd. Menores, maiores, mais fedorentas ou empoeiradas, mas enfim... Túmulos. Talvez tenha sido meu foco nessas salas estranhas que inclusive, me fez não notar que estávamos sofrendo uma mudança gradual de cenário. O lugar meio abandonado parecia dar lugar a algo mais bonito e vistoso, mais claro pela mudança de tom das paredes e mais confortável pela mudança no chão.

Apesar de tudo ser assustador antes mesmo de entrar no Mt. Pyre, o clima ainda conseguia ficar pior e mais ameaçador. Naquele corredor agora conservado, a única coisa que nos deixava "de cabelo em pé" era o que se escondia na escuridão do infinito trajeto que seguíamos. Não estávamos próximos da saída, se considerarmos os sons abafados que vinham do exterior, o que me fazia pensar que talvez estivesse me enfiando em uma enrascada cada vez maior. E se tudo desabasse? E se tivesse um buraco que nos tragasse para baixo da terra onde ninguém poderia nos ajudar? Para completar esse cenário catastrófico, ainda tinha a sensação de que algo nada normal estava no fim daquele trajeto. Eram como sussurros talvez... Sons... vozes? Lamentos? O que era real e o que era da minha cabeça, afinal? Não podia me entrega ao medo, mas estávamos em um cemitério e Fantasmas eram reais. Pensando nisso, tratei de deixar Mey ir na frente, pela sua imunidade à golpes fantasmagóricos — Mey, assuma a dianteira... Já você Buddy, aponta essa "lanterna" bem para frente, deixa o máximo do trajeto visível — Sendo assim, segui adiante na direção do suposto perigo. Seja lá o que estivesse ali.

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Não havia muito que se pudesse fazer; Independente dos murmúrios que bailavam soltos pelo corredor, as opções eram escassas ao rapaz e, por conta disso, seguir em frente talvez fosse a mais plausível para si - afinal, ainda que os calafrios subissem constantemente por sua espinha, até o momento aquele era o único lugar que havia arranjado algo mais "palpável" para se guiar, ao invés de zanzar às cegas por túneis em que cada um era mais idêntico ao outro, como se nada mais fossem que um loop infinito zombando de sanidades aprisionadas por ali. A decisão foi tomada com simplicidade, e os companheiros de Valassa obedeceram em silêncio ao tomar a dianteira e mergulhar cada vez mais fundo nas entranhas do cemitério vertical, com a pulsante Energy Ball sendo a única fonte de iluminação do lugar.

Naquela formação, seguiram por sabe-se lá quanto; Talvez tempo o suficiente para fazer com que o treinador se questionasse se os sons ouvidos já não passavam de alucinações de uma mente perturbada por inúmeras preocupações - e, bem, talvez até prenúncio se uma doença? -. Os murmúrios corriam pelas frestas dos azulejos tal como víboras prontas para o bote, mas que não planejavam fazê-lo sem antes seduzir sua presa ao coração do ninho. A escuridão poderia ser uma dica de que era exatamente isso o que estava acontecendo, afinal, por qual raios de motivos existiria alguém passeando tão fundo entre as paredes daquele maldito lugar?

...Mas, sim. Assim como os detalhes do corredor, mais coisas se transformaram com o lento passar dos segundos. Uma delas era que, muitos, muitos metros à frente, era se possível perceber que o corredor terminava em uma esquina virada para a esquerda. Em condições normais, o trio precisaria estar praticamente batendo de cara na parede para se ligar no desvio de caminho, porém, como bem pontuado, aquilo era diferente. Do caminho oculto pela curva, uma luz alaranjada era emitida, como se o que quer que se escondesse por ali detrás iluminasse fortemente o local.

Por um lado, aquilo era bom, pois poderiam chegar ao fim do mistério dos murmúrios, quem sabe.
Mas, por outro...

Alguma coisa aguardando no íntimo do monte seria realmente segura?

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Depois de andar por tanto tempo que já havia perdido a noção do tempo, que nem sabia a quanto tempo (?), duvidava de meus próprios sentidos. Em alguma parte daquele túnel que não parecia ter fim, resolvi parar e também fazer com que Buddy e Mey parassem... — Vocês também estão ouvindo esse murmúrio, não é? Uma lamentação... Talvez saibam melhor do que eu o que seja... Talvez não. Se souberem, acho que nem quero saber. Só, fiquem atentos, ok? Eu não quer morrer do coração de repente... Sei que sentem melhor do que eu essas coisas, tipo espíritos ou presenças, por isso só me deem um "toque" se estiver chegando perto, sei lá... Nem sei do que to falando...  — Comentava às prestações, enquanto tentava observar algo além da luz esverdeada da "lanterna" improvisada de Roserade. A falta de algo substancial, para o bem ou para o mal, era o que mais me fazia surtar. Contudo, sendo alucinação ou não, algo veio até mim e me chamou a atenção. Não era um fantasma, nem um ser dotado de poderes místicos ou sobrenaturais. Na verdade, não era nada... Só luz. Mas era algo, pois não era verde e sim laranja!

Bem, minha animação não fazia sentido e talvez fosse mais um sintoma de que eu não estava bem. Entretanto, eu tinha todos os motivos do mundo para não estar nada bem. Nada de Natalie, nada de Blake, nada de nada. Eu estava me enfiando mais e mais em uma Montanha Cemitério que não parecia ter uma viva alma além da minha... Se ainda fosse uma viva alma, não é mesmo? Desviei o olhar para as paredes e então sacudi a cabeça para tentar esquecer esse pensamento. Onde já se viu, seria possível isso? Buddy e Mey estavam me vendo e estávamos seguindo adiante, é claro que estávamos bem e vivos. Respirei fundo para oxigenar o cérebro e depois observei os dois Pokémon, pensando no que fazer — Ok... Ok... Temos uma curva, certo? E uma luz alaranjada. Isso não é algo terrível, podemos lidar. Só precisamos ter cautela... Venha cá Mey! — Disse para a Pokémon, puxando minha própria blusa para "polir" a moeda na cabeça da Pokémon, até ficar bem brilhante.

Mesmo com uma cor esverdeada, ainda conseguia ver meu próprio rosto refletido — Certo, você vai ser meu espelho. Divertido, não? Gostaria que fosse até ali, de frente para o corredor usando seu movimento Protect! Então, poderei olhar através de seu reflexo da moeda e ver o que tem no caminho adiante, talvez até consiga ver a fonte da luz... Já você Buddy, pode apagar essa luz verde. Seria um ALÔ ESTAMOS AQUI! E isso não acabaria bem, eu acho... Mas fique por perto, podemos precisar dar um jeito em algo bem rápido! — Comentei com os dois Pokémon "meio que traçando um plano". Se fosse um fantasma, a Meowth ainda estaria mais segura pela sua tipagem. Tinha tudo para dar certo,bastava apenas... Não dar errado, né? Enfim. Pus o plano em prática!

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Com a falta de companhia humana e o silêncio inevitável - maculado unicamente por murmúrios indecifráveis e trovões longínquos -, vinha também a paranoia. A incerteza do que era ou não real (e, pasme, até mesmo sua própria existência adentrava nesse campo) era uma preocupação que se enrolava vagarosamente no corpo do rapaz tal qual as serpentes imaginárias que rastejavam pelos vãos dos azulejos; E, independente se fruto de uma insanidade latente ou apenas obra da simples e pura realidade, um novo plano de ação foi posto em curso, volvendo em torno da estranha luz ao fim do corredor.

Roserade foi o primeiro a se beneficiar do fato, pois pôde finalmente deixar de se preocupar com a continuidade da esfera sobre suas flores e, abaixando e descansando os braços nas laterais do corpo, a dissipou, logo que seu treinador deu a permissão após lustrar a moeda na testa de Meowth. Então, pé ante pé, o trio se permitiu aproximar cada vez mais da curva ao fim do caminho e, então, os murmúrios se tornavam cada vez mais audíveis - ainda que aos poucos, por conta da distância de sua origem até o grupo -.

— ... ...é culpa sua que... ... — Foi a primeira frase solta mais compreensível. Parecia uma voz masculina, até um pouco irritada, mas aquele trecho de aparente conversa era tudo que o unoviano havia sido capaz de pescar antes que Meo-Mey, incentivada por suas ordens anteriores, se lançasse à vista, encarando seja lá o que a esperava do outro lado e instantaneamente materializando uma tela protetora diante de si. Estava pronta para atacar, de qualquer das formas, e a pose defensiva-ofensiva era uma denúncia gritante do fato.

— Que merda é essa? — Agora, sim. Mais audível, e se explicitava a presença masculina no... Cômodo? Caminho? Vai saber. Seria impossível para que Valassa se preparasse para o que o esperava, considerando que o planejamento do "espelho" havia sido completamente fracassado - o medalhão na testa da felina era pequeno, e as linhas no objeto também atrapalhavam a reflexão de sabe-se lá o quê. Então... Em realidade, tudo que se podia ver era simplesmente a luz que o objeto refletia. — Isso é um Meowth? Que porra esse bicho tá fazendo aqui?

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