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Capítulo 23 - Desbravando a Tormenta [Luch]

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Neste tópico será feita a continuação do Swarm/Dungeon do Monte Pyre do senhor Valassa, vindo originalmente desta outra rota: Link.
@Luch, seu próximo post será feito aqui, e daremos prosseguimento à esta pequena odisseia até terminá-la apropriadamente.
Desejo à você uma boa sorte nesse fim de jornada. Foi um prazer narrá-lo até aqui e mais ainda será torturá-lo assistir a conclusão desse belíssimo capítulo <3


Aquele era facilmente um dos dias em que simplesmente não se é possível saber se o que está ao seu lado é a singela sorte ou o mais puro azar. Em realidade, desde o abandono da 121, os picos - altos e baixos - pareciam ser cada vez mais constantes: A captura de uma simpática baleia, seu arrastar pelo oceano e, logo após, sobrevivência; O auxílio voluntário para com uma jovem treinadora, a destruição de Lenora, assim como a captura de sua algoz e a recompensa recebida pelo apoio concedido à menina - mas, acima de tudo, todos os fatos ocorridos traziam consigo um detalhe em comum: A presença de Blake, que à todo momento se dispunha de maneira tão querida à ajudá-lo, fosse com estratégias, recursos ou simplesmente companhia. Talvez fosse por isso que a decisão súbita do criador de partir caminhos e correr atrás da exótica zebrinha ainda não houvesse sido apropriadamente assentada no âmago do aprendiz...

Ou não?

Enfim, de qualquer modo, ali estava; Tão sozinho quanto talvez não houvesse considerado que estaria, perseguindo uma sombra em meio à neblina que se intensificava mais e mais, e eventualmente dissipava um pouco. É verdade que o rapaz havia invocado seus companheiros para auxiliá-lo naquela perseguição, mas também era fato que a estranha e bizonha ave arrancara na dianteira e em vantagem, deixando todo o grupo para trás e seguindo em direção ao... Nada. Considerando a maneira como o treinador até então se mantinha confortavelmente acima de Gogoat, era de se presumir que suas pernas agora sentiriam o esforço repentino empregado para um movimento cada vez mais rápido - mas, ainda assim, que mais poderia fazer? Se já haviam se separado, o mínimo seria simplesmente conseguir alcançar o pato e capturá-lo, afinal.

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É, não dava... Aquela Ave, apesar de não voar e ter pernas de... Bem... Ave? Ou seja, apesar de não parecer ter um corpo de um maratonista, o Pokémon Selvagem havia conseguido abrir uma belíssima vantagem para mim e meus companheiros e não seria nada simples alcançá-lo, ainda mais estando completamente fora de forma. Fazia quanto tempo que eu não treinava com meus Pokémon uma corrida? Mais de dois meses? Nossa... Minha virilha e o interior das coxas doíam, QUEIMAVAM! E eu ia vendo Buddy e Syd, nesta ordem, me ultrapassarem. Além do mais, o Roserade ainda abria uma boa vantagem para o Dwebble e parecia ser o único que talvez alcançasse o Voador a tempo — Argh... Ugh... Continua Buddy! Confio em você! Segure ele... Urgh... se conseguir...  — Comentei com o Gramíneo, agitando meus braços para que ele prosseguisse, dando-lhe ânimo na perseguição. Já eu, tive de parar e apoiar as mãos nos joelhos para descansar, respirando com grande dificuldade. Eu tinha quase certeza que, mesmo sendo difícil ter precisão de altitude, eu estava subindo cada vez mais indo nesta direção. Eu precisava ser um pouco mais inteligente se quisesse chegar vivo ao topo, pois já estava claro que só correr desesperadamente não me ajudaria em nada.

— Syd... Espera! Deixe o Buddy ir na frente sozinho, vamos com mais calma... — Comentei com o Pokémon Rochoso, que surpreendeu-se com meu chamado e parou a corrida, virando-se na minha direção para observar o que eu fazia e dizia. Esperei ele chegar perto e sentei-me, fazendo uma cara de dor — Buddy é espero, ele vai tentar encurralar o tal Voador, mas... Esse Selvagem também parece bem inteligente. Talvez ele ache uma forma de escapar e é aí que temos que estar atentos para pegá-lo.... Precisamos ir com calma, agora que tomamos uma distância. Vamos sorrateiramente e quando tivermos a oportunidade, atacamos. Olhos e ouvidos atentos, Syd! Quando eu pedir, você vai precisar agir... Tudo bem? — Perguntei ao meu companheiro, fazendo uma carícia em sua cabeça e depois me levantando, quase que em um salto. Estava recuperado e, se seguisse devagar, nada de ruim aconteceria... Eu acho... Precisava ficar atento sobre a posição de Buddy e preparado para o caso daquele Ganso ou Pato, sei lá, surgisse saltando sobre nós. Desse jeito, continuaria avançando na direção que o Pokémon e que o Roserade partiram...

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Ainda que houvesse se deixado levar pelas palavras de McBride quando o veterano havia se negado a encurralar e surpreender a dupla de selvagens, aquele era um típico momento em que o arrependimento batia à porta, mesmo que a consciência fosse o suficiente para saber que o rapaz tinha razão em suas palavras de outrora. Os passos do bizarro pato eram tão esquisitos quanto o próprio, mas a disparada que o animal havia dado antes de se aproximar se provara extremamente efetivo para que ganhasse vantagem e, ao menos por enquanto, escapasse das pinças e pétalas à serviço do unoviano.

O moreno, porém, apesar da determinação e desejo de capturar a ave, tinha lá suas dificuldades; À medida que corria em direção ao cume, suas pernas ardiam e o ar se tornava cada vez mais rarefeito, além de que a névoa servia como pesadíssimo "obstáculo" que o obrigava a redobrar a atenção caso não desejasse ser arremessado para fora das curvas do monte num passo em falso, fato que apenas complicava suas chances de alcançar o exótico espécime. Graças à todas essas considerações, a exaustão o atingia com velocidade e, assim como seus membros inferiores, os próprios pulmões de Valassa ardiam em resposta à acelerada respiração.

Parou; Os músculos trêmulos denunciavam a dificuldade que o aspirante possuía em seu galgar pelo cemitério vertical e, respeitando as próprias limitações, ordenou que seu companheiro gramíneo continuasse a perseguição enquanto o ermitão descansaria junto à si - uma decisão inteligente, afinal, se Roserade não o alcançasse, o pobre Syd certamente não seria capaz de fazê-lo. A hesitação tomou conta da expressão mascarada de Buddy por alguns segundos, porém, com um rápido assentir de cabeça o venenoso volveu novamente no caminho que se dirigia ao cume e disparou, desaparecendo rapidamente em meio à névoa que dominava a área.

Passou-se algum tempo antes que o treinador criasse coragem - e forças - para se erguer outra vez, desta vez com um ritmo lento de caminhada. A cada passo que dava, a neblina parecia ficar cada vez mais densa, e a atmosfera ao redor era gélida e solitária. O jovem Dwebble mantinha-se próximo aos pés de Drac, avançando com hesitação enquanto balançava as pinças em frente ao corpo, malmente capaz de enxergar as próprias pontas das "mãozinhas" estendidas. Não se ouvia nada mais além da pesada chuva e os eventuais trovões que ribombavam pelos céus e, bem, já há algum tempo a dupla havia perdido o rastro do persistente venenoso.

Então, o primeiro problema.

Seguindo pela encosta do monte, eventualmente uma passagem se abriu em meio ao terreno: Tão escura quanto, mas nem de longe por culpa da névoa que os rodeava. Não existiria problema algum de adentrar o lugar, porém, existia uma única questão que destroçava todos os seus planos: O fato de que, naquele exato ponto, o caminho se dividia em uma bifurcação; O rapaz tanto poderia adentrar as entranhas da montanha, quanto seguir pelo lado de fora. Não existia obstáculo algum, tampouco alguma presença que os impedisse.

Só que...
Por qual dos caminhos Buddy teria ido?

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Ainda com dificuldades para respirar perfeitamente sob aquela chuva constante e névoa insistente, continuei o trajeto ao lado de Syd, repassando-lhe minhas sugestões e dicas sobre o que deveríamos fazer se por acaso fôssemos surpreendidos pelo Pato Louco de antes. Precisava colocar na balança todo o custo-benefício de cada golpe, tanto quanto ao poder deles, como pela chance de acertar os movimentos... Por exemplo, Rock Blast tinha boas chances de ser bastante poderoso contra um Pokémon supostamente Voador, mas uma vez iniciada a rajada, as rochas são lançadas em linha reta e impedem um rápido ajuste de direção que podem resultar em uma falha total... Já Poison Jab podia não ser a especialidade do Dwebble, mas além de ser razoavelmente forte, ainda possuía uma breve chance de deixar o alvo envenenado... É claro que, nenhuma das minhas escolhas seriam boas o bastante como os movimentos de Buddy e foi por isso que o mandei na frente. Ele sabia o que fazia... O que eu não pensei e começava a me incomodar agora era como iria reencontrá-lo se tivesse que correr por muitos metros atrás do Selvagem.... Ele iria voltar para onde o deixamos? Ele iria dar um sinal? Ele iria desistir em algum momento? Foram dúvidas que passaram a me assolar e me dar uma certa força para continuar em frente, apesar dos pesares...

—Essa chuva já está bem incômoda... Antes eu achava que estava refrescante, mas agora sei como você se sente Syd... "Água mole em pedra dura tanto bate até que fura" e nem minha cabeça dura anda aguentando...  — Comentei mais uma vez, passando as mãos pelos meus próprios cabelos para tirar o excesso de água. Não parava por nada, pois cada segundo de descanso agora era uma chance maior de perder Buddy e o Pokémon Selvagem de vista — OK BUDDY! PODE VOLTAR! — Dizia para o ar, com as mãos servindo de "tubo" para expandir a capacidade vocal, mas nada e nem ninguém deu as caras para me responder... Até olhei para trás, vez ou outra, esperando que visse novamente Blake e Anabell vindo em minha direção, mas depois da terceira ou quarta espiada comecei a aceitar que realmente estava por conta própria agora. Será que ao menos encontraria Natalie? Essas dúvidas foram me corroendo por dentro, me fazendo até distrair-se e não prestar atenção por onde estava indo, mas Syd tratou de me chamar, afinal havíamos encontrado algo de novo.

Diante de nós o caminho novamente sofria uma bifurcação... Dessa vez, poderíamos simplesmente continuar pela encosta do Monte ou ter a primeira chance de escapar da chuva, nem que fosse por pouco tempo. Eu sabia que era arriscado sair entrando em lugares desconhecidos, mas estava por tanto tempo molhado que a mínima possibilidade de me ver mais seco parecia pesar mais do que os riscos — Sei que Buddy não liga para a chuva, mas talvez aquele Pássaro prefira correr para um lugar seco...  — Comentei com o Dwebble, mas pensando mais comigo mesmo do que informando qualquer coisa. O próprio Pokémon de Pedra só deu de ombros, ele me seguiria aonde eu fosse, faça chuva ou não, literalmente. Sorri e sacudi afirmativamente a cabeça, olhando para o corredor novo que surgira. — Buddy... Buddy... Onde estará você... Ok, vamos entrar! Uma exploração vai er interessante! Além do mais... Naty talvez buscaria um abrigo também e não custa nada espiarmos... — Comentei mais baixo um pouco, sacudindo o excesso de água da roupa e finalmente entrando no túnel das entranhas da montanha. Seja o que tivesse que ser...

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Após uma longa jornada em que a solidão já era uma sensação alienígena, ver-se na companhia única e somente de seu pequenino Dwebble - por mais amigável que o ermitão se provasse ser - poderia facilmente ser uma das situações mais esquisitas pela qual o jovem Valassa já havia passado, pelo menos no que dizia respeito às últimas semanas. A maior prova disso eram as constantes espiadas que o moreno arriscava por sobre o ombro, na esperança de enxergar (mesmo com toda a neblina que o atrapalhava) a imagem não só de McBride, como também de sua paciente montaria - infelizmente, porém, tais presenças nunca marcaram um reencontro ao longo de sua nova caminhada em direção ao cume.

Quando o caminho se bifurcou, era compreensível a preocupação não somente pelo tipo de coisa que encontraria ali por dentro, mas também por conta do temor de não ser capaz de reencontrar seu parceiro de dança no aparente labirinto que era aquele cemitério vertical. Porém, sem se demorar - talvez por conta do desejo de escapulir da chuva -, o moreno optou por se aventurar nas entranhas do monte; E sem questionar o treinador, o alaranjado seguiu seu passo, prendendo uma de suas pinças na barra da calça de Drac para que pudesse manter a proximidade e por ele se deixar guiar.

Era escuro - ao contrário da neblina, lá dentro o breu era total, tanto ao ponto de sequer ser possível enxergar míseros três dedos em frente ao nariz. Era frio, também, e tal fator certamente era reforçado por conta dos ventos fortíssimos que escoavam para o interior da caverna. O único barulho que ecoava era o da chuva, e os únicos detalhes interessantes eram os breves momentos em que os solados do rapaz se pressionavam contra objetos (?) macios.

Mas, de qualquer jeito: Escuro. Seria difícil se guiar às cegas se sequer sabia para onde estava indo, ou se tinha direções para ir. Não haveria algum meio de iluminar seu caminho para, bem, auxiliar a si próprio, nem que fosse contando com habilidades de seus pokémons?

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Arrisquei uma entrada rápida na gruta, caverna, passagem ou sabe-se lá como aquilo poderia ser chamado... Imediatamente, fui abraçado pela escuridão, mas apesar da dificuldade em enxergar um palmo à minha frente, agradecia muito por finalmente não ter aquele gotejar insistente da chuva sobre a minha cabeça, mesmo que o frio não tivesse ido embora. Ou melhor, talvez até tivesse piorado... Por ser um caminho "encanado", o vento passava mais forte e veloz, "rasgando" a pele e obrigando-me a encolher os braços junto ao corpo para me aquecer. Syd também não parecia estar nada confortável com o novo ambiente e certamente não forçaria a barra com ele... — Vamos, melhor você se aquecer, não é? Volte para a sua Poké Bola!  — Comentei após um sorriso, pegando sua cápsula - agora gélida pela queda de temperatura - e apertando o botão central para fazê-lo retornar. Em seguida, guardei a esfera e retirei meu Pokédex e PokéNav do bolso, ligando-os para que a luz da tela iluminasse parte do caminho, ao menos para que conseguisse ver o que tinha adiante. Entretanto, sabia que isso não seria o suficiente e quando entendesse ao menos a estrutura básica do local, ou seja, onde estavam as paredes e se tinha realmente um chão à minha frente, tomaria uma atitude mais objetiva.

Retirei do bolso a Poké Ball de Meo-Mey e a deixei livre, bem diante de mim. Em seguida, guardei a cápsula e voltei a esfregar meus próprios braços para um rápido aquecimento, mesmo que inútil — Olá de novo, Mey! Vou precisar da sua ajuda... Está vendo como é escuro aqui? Que tal se você usasse o movimento Thunderbolt nas suas patas e os carregasse com a sua moeda na cabeça? Acho que isso ia gerar um clarão de luz para iluminar todo o caminho... Bem, não sei se vai dar certo, mas que tal tentarmos? — Questionei a Pokémon, esperando uma resposta, de preferência afirmativa. Em seguida, pedi um tempo para fazer mais um detalhe simples — Vai se preparando... Eu tenho algo a fazer! — Comentei, dando uma piscadela para a Meowth e retirando até a entrada da caverna. Recolhi qualquer pedra abandonada pelo chão e fui de volta à chuva, tentando "talhar" na rocha uma seta e uma palavra "BUDDY". Acreditava que se o Roserade visse isso entenderia que era para seguir por ali... E torceria para que o ambiente não apagasse a inscrição por conta própria... Em seguida, retornei até a felina e pedi que seguisse com o plano, indo bem próximo dela, de ohlo aberto em qualquer coisa que pudesse surgir diante da gente. Se o plano desse certo, é claro.

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Não foi preciso muito mais tempo para que o rapaz se desse conta de que o ambiente não era o dos melhores para seu companheiro ermitão; E foi para plena felicidade do inseto que seu treinador optou por não "forçar a barra" e concedeu-lhe o prazer de retornar para - pelo menos, era o que se podia imaginar - o interior quentinho de sua pokéball. Com um simples feixe de luz carmim, o puxão na barra da calça do moreno se esvaiu, assim como a presença do alaranjado. Os planos do aprendiz de criador, porém, não incluíam manter a solidão como acompanhante pelo resto do caminho: E, com esse pensamento, não tardou a pegar entre os dedos a esfera de sua querida inicial.

Um clarão quase ofuscante foi o que preencheu o túnel, iluminando-o quase que completamente pelos poucos segundos que perdurou. Prestando um pouco de atenção, era possível perceber que todo o piso era acimentado, em contraste com as paredes irregulares e de aspecto "amassado". O caminho seguia em constante linha reta e era difícil saber por quanto tempo, considerando que a luz não alcançava tão longe assim - mas não era só isso. Também com facilidade era possível reparar num rastro avermelhado que seguia pelo chão ao longo de todo o túnel, desde a entrada.

... ... ...

Então, veio Meo-Mey. A primeira reação da felina foi liberar um sibilo irritadíssimo ao sentir não só o vento gélido, como a umidade do local - e, sem dificuldades para enxergar na escuridão, seu protesto foi dar um empurrão sem forças contra uma das canelas de seu treinador. Porém, não demorou muito a perceber que não tinha lá muitas opções e, sendo assim e com um suspiro profundo, tratou de trabalhar a eletricidade em seu corpo para invocar um raio potente contra seu medalhão; Parte do movimento foi simplesmente refletida e ecoou ao longo do trajeto antes de desaparecer, mas uma pequena quantia de luz se acomodou no metal e o tomou como "lanterna".

O que nos leva ao rastro ao longo do túnel: Com uma inspeção mais cuidadosa, felizmente, era possível perceber que ele não era líquido. Pelo contrário! O que demarcava caminho no chão era nada mais, nada menos, que pétalas avermelhadas - o que explicava a "maciez" sentida nos solados - que seguiam uma trilha irregular em direção às entranhas do monte. E, considerando que o parceiro que há pouco havia disparado na frente era justamente um pokémon buquê...

...Bem, o resto já dá pra deduzir.

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Apesar de ser uma técnica de iluminação razoavelmente nova, Meo-Mey não parecia ter problemas em usá-la. De modo totalmente experimental, a felina usou seus raios para energizar a moeda de ouro, emitindo feixes bastante randômicos inicialmente, mas conseguindo ajustar o foco e distância, terminando por deixá-la como uma lanterna de verdade depois de algumas tentativas. Enquanto isso, eu tentava observar o que estava ao meu redor, usando o mínimo de iluminação existente, até do Clarão do Pokémon deixando a Poké Bola para tal se fosse preciso. Em um primeiro momento só consegui ver vultos e cores perdidas... Inclusive, um vermelho suspeito me deixou bastante preocupado e me fez dar uma piscadela para tentar identifica-lo, porém ele já havia "partido" com a volta da escuridão e esse sufoco só cessou quando o ambiente iluminou-se por completo e pude entender o que havia. Ou quase... Aquele local "macio" aos pés eram pétalas, um rastro de pétalas compatíveis com a forma e a cor daquelas que Buddy tinha.

Juntando as informações rapidamente cheguei a uma "bifurcação mental".... Ou o Roserade estava bem e deixou o rastro para eu seguir ou estava muito mal e o rastro era o resultado de algo nada agradável... — Mantenha os olhos bem abertos e a cabeça adiante, Mey... Vamos precisar de iluminação por aqui...  — Comentei, expressando mais preocupação com meu tom de voz do que um farol emitia luz. Deixei também uma das mãos bem próxima das Poké Bolas, caso precisasse lançar um novo companheiro, já que Mey deveria focar-se em iluminar. Um olho no rastro e outro no corredor adiante, pois é óbvio que em um Cemitério "coisas" poderiam voar na minha direção e arrancar minha alma do peito no susto. Mas tentaria manter-me calmo e com a mente aberta para qualquer aparição, afinal o medo acaba pregando peças na gente. Também não fiz questão de chamar Buddy em alto e bom som, pois poderia distraí-lo e coloca-lo em mais enrascada, além de afugentar algo importante. Sendo assim, apenas segui. Cauteloso, mas segui.

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Um temor extremamente justificável foi o sentimento imediato que correu pela espinha do unoviano ao se dar conta do que exatamente era feita a trilha que seguia em direção ao interior do Monte Pyre propriamente dito. Com um olhar mais apurado, era possível observar que a maioria das pétalas estavam úmidas, molhadas - e tal característica era a única coisa que as impedia de serem arrastadas pelo vento, colando-as ao chão -, porém, não todas; Tanto que um desfalque grande se fazia na trilha demarcada, algumas sépalas bailando pelo ar furiosamente e outras se arrastando cada vez mais em direção às entranhas do monte, embora a maioria já houvesse desaparecido.

Seguiu-se por alguns metros. O caminho dividiu-se em três eventualmente, mas as pétalas seguiam pela esquerda e a felina que tomava dianteira, embora com casuais "reclamações" e com as patas se apertando em torno do próprio corpo, acreditou que o melhor a se fazer era continuar em seu rastro. Sabe-se lá por quanto tempo caminharam naqueles túneis escuros, iluminados meramente por um feixe fraco de luz do medalhão na testa da bípede, que vez em quando se apagava e a obrigava à acender de novo antes que... Não precisasse mais.

Ao fim de uma curva, uma brilhante luz esverdeada escapava de uma sala lateral; Não se era possível ver qual era sua origem e um barulho constante de energia acumulada ecoava suavemente pelos corredores. Diante daquela visão, Meo-Mey parou: Ficava então à cargo do unoviano se desejaria investigar, e como deveria fazê-lo.

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Resistindo bravamente ao frio e seguindo uma pista fragilmente arrastada pelo vento, resolvi seguir em frente na companhia de Mey. Além de luz emitida pela sua moeda, guiava-me pelos resmungos constantes da felina, conforme nos embrenhávamos mais e mais pelo longo caminho. Até que... Oh, nada surpreendente... Uma trifurcação. Felizmente, tanto para mim como para a Meowth, não foi difícil escolher por qual caminho seguir, afinal as pétalas eram uma pista importantíssima. Foi a própria Mey que tomou a dianteira, tremendo de frio, mas decidida a chegar  logo ao "final" disso. E bem, não demorou muito até alcançarmos alguma coisa mais concreta. — Melhor parar... — Disse para a Meowth, pedindo que simplesmente parasse de andar. Era esperado que resmungasse alguma coisa, mas sabe-se lá o que tivesse à frente iria nos notar à distância, se já não tivesse feito isso e estivesse preparado para uma surpresa. — Pode desfazer essa luz, pelo menos por enquanto... Vamos de fininho, ok? — Comentei com Meo-Mey, já retirando uma segunda esfera do bolso. Dessa vez, o retorno de Dwebble. Afinal era melhor ter uma segunda opção em mãos se algo acontecesse de muito errado, ou talvez de muito certo, com o meu avanço. Entretanto, não o libertei, apenas me preparei e continuei o trajeto, espiando o ambiente fonte desse brilho esverdeado, tentando não ser visto ou acabar em uma armadilha terrível. O que estaria por ali?

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