#003? - Na trilha do ouro.

Kathryne achava o dia estranho antes mesmo dele ter sequer 'começado', se é que me entende. Acabara de acordar e já via doppelgangers invertidos por ai; o que diabos isso significaria? Havia como ficar pior que isso? Pois bem, é bem provável que não. Ainda assim, a tela de seu celular vibrava com uma mensagem ainda simpática de Winnie:

Winnie escreveu:

Estou sim! Quando quiser, só vir ao Centro Pokémon. Eu não vou demorar muito, tenho que encontrar Nicholas, mas se eu não estiver aqui mais, um mono dragon de cabelo rosa e uma moça alta que batalhei no Battle Tower estarão. Os papeis estão com eles! Se chamam Robin e Katakuri.

Pois bem, cura para lá, cura para cá, certa interação amigável e uma rivalidade saudável. Logo mais a batalha começava e, como esperado, era inaugurado pelo rápido Alakazam. As ordens de Kathryne eram diretas! Duplo Psychic! Sem nem fazer um charme antes; Zen foi à frente e sem nem pensar duas vezes, deu um Psychic bem dado até demais... numa sorte um tanto quanto pavorosa, Alakazam dera um crítico (-42) em Hope, a jogando para os limites do campo. Mal havia pisado na batalha e já via que Zen não vinha para brincadeira! Logo tratou de comer a frutinha que seu treinador lhe dera (+10) e tentou "firmar" o pé no campo.

Com a energia revigorada, se tornava um pouco mais fácil um Mud Slap. Sabe-se lá com qual mão, a lagartinha tratou de correr contra o psíquico e esbofetá-lo com uma mão cheia de lama. Que mão? Não sei. Mas tinha uma, e repleta de lama, embaçando a visão do pokemon de Kathryne (-1 de ACC) e causando danos até moderados (-4) pra fraqueza do golpe.

Apesar da visão borrada, Alakazam não deixou de acertar um breve Psychic, mais fraco que o último (-28). Hope dava graças a deus por resistir de pé! Isso lhe dera a oportunidade de uma mastigada super efetiva que, com toda a força do ódio, também se mostrava crítica (-38) e para o azar de Kathryne duplo, ainda minava suas defesas (-1 Def).

Digamos que o poder do RNG tem apimentado essa disputa... como? Não sei. A calculadora anda dando críticos aleatórios... talvez Kathryne esteja certa e o dia esteja realmente estranho.


Campo: Campo de Futsal. Plateia em torno, porém afastada.

Assim que a luta começava, eu via Hope receber um crítico e começava a suar frio. Com 4% de chance de me ferrar, eles não só apareciam para me ferrar como cuspiam na minha cara e chutavam meu saco. Suava frio em frente ao resultado e ver Hope apenas bater o Mud Slap nos olhos de Zen não era exatamente tranquilizador, e a ansiedade tomava conta de mim. Só agora que começava a entender porque o treinador gritava tanto comigo do lado de fora do ringue: As vezes, era sufocante assistir uma luta.

Eu camuflava a respiração pesada com o mesmo sorriso e expressão desafiadoras no rosto. Me era instintivo mantê-las no rosto, não importava o quão desesperadora fossa a situação que me encontrava, e, quando o segundo Psychic veio, eu suspirei fundo e, quando vi Hope morder Zen com tanto fervor, eu senti instantaneamente o nó na garganta: Um crítico! Com um bônus de redução de defesa. Isso era tão improvável de acontecer que sequer me passava pela cabeça que poderia acontecer.

Eu revia as probabilidades e tentava estudar rapidamente todas as opções possíveis para o combate, e, assim que o fazia, via Kath tecer seu próximo comando, enquanto, hesitante sobre as probabilidades, me vinha a lucidez: Eu teria mais chances de ganhar agora se arriscasse na ofensiva total. Rezava para a sorte enquanto segurava o cordão com a foto de meu irmão com a mão esquerda e mantinha a Pokédex na mão direita, revendo a vitalidade e fazendo uma última revisão rápida na cabeça enquanto respondia o comentário de Kath.

- É... Nunca é possível dizer de fato que rumo que uma batalha pode tomar. - E ria de canto de rosto. Alakazam tinha mais ou menos 93% de chance de acertar o seu próximo ataque, graças a redução de precisão. Eu tinha 7% de chance de fazer algo no próximo turno, fora os 4% de chance de conseguir derrubar Zen com um crítico ou 7% de Kath errar de novo o próximo Psychic. Dessa vez, eu não tinha muito o que fazer, então, tomava a ofensiva e lançava os dados para a sorte. - Hope, vamos lá, cara! Ataque com uma sequência de Crunch no Zen! Não desanime! Se movimente pelos pontos cegos dele. Você sabe ao menos uma rota pela qual não deve atacar, tente outras. - Dava uma última instrução antes de observar os resultados.

Estranho... realmente muito estranho. Não há como definir a diferença de projeção daqueles dois se não por estranho. Kathryne dessa vez parecia estranhamente confortável; a menina conhecida por se aborrecer e surtar parecia bem, enquanto Daisuke? Definitivamente 'bem' não seria uma palavra boa. O garoto parecia surtado, levemente irritado e bastante pressionado. Seu suor frio tomava conta do canto de seu rosto e via a batalha com bastante apreensão.

Para Thiago? Kathryne levava. Para a plateia? Kathryne já levou. Para Cadu e Daniel? Provavelmente era de Kathryne. Para Kathryne e Daisuke? Estavam aquém da sorte. Reféns, talvez. Ambos tinham uma mentalidade exemplar em admitir que não podiam cantar vitória. Pois be, acabaria ali? Temo que sim. Zen limpou a lama da cara e emitiu uma última onda, finalizando o Charjabug que não tinha sorte nenhuma mais.

Era o fim; um tão rápido fim. Agora Thiago corria atrás de Kathryne para apresentá-la como campeã e a plateia separada e mixuruca gritava seu nome. Podia não ser o Battle Tower, podia não ser uma Copa Hoenn. Podia não ser um Battle Factory. Ainda assim a garota iria carregar dali por diante um título de campeã; isso podia ser realmente motivador.

OFF: Progressos Atualizados. Próximo post meu com os prêmios. Sabendo que falta só mais dois posts meus para que Eevee e Magnemite choquem, se vocês forem interagir, Sleepy já pode adiantar e chocar os dois na narração.


Campo: Campo de Futsal. Plateia em torno, porém afastada.

Assim que Hope caía eu suspirava. É, realmente, não da pra ganhar todas, mas, de fato, estava muito orgulhoso de Charjabug. Assim que ele era nocauteado e Kath era sagrada vencedora, eu corria até meu Pokémon para ampará-lo. Sentava de joelhos e o colocava sob meu colo, que emitia um cry fraco, lamentando a derrota, e, em resposta, eu balançava a cabeça negativamente.

- Está tudo bem. Você foi incrível. - Dizia para o pequeno que sorria de canto, em seguida, eu o retornava para sua esfera bicolorida. - Agora merece um bom descanso. Aproveite. - Dizia, com um sorriso orgulhoso para o Pokémon. Em seguida, eu levantava e cumprimentava a loira a distância. - É, parabéns campeã. Você e o Zen foram sensacionais. - Falava para ela, em seguida, ouviria sua resposta e aguardaria Thiago fazer as premiações, bem como olharia o celular para ver se recebia alguma mensagem a respeito do vírus.

Talvez o calor do momento não permitiu nossos protagonistas (e alguns NPCs) repararam em algo simples, um pequeno "beep" e vibração nos próprios celulares. Já eram nove e tanta; o horário prometido do resultado. Talvez por isso a maioria parara de gritar e fora recolher suas coisas. Cadu e Daniel era um desses que ainda não havia percebido o resultado até então; acompanharam os dois finalistas até a saída do campo e esperaram com eles os prêmios.

E que prêmios, diga-se de passagem! Parece até escolhido a dedo! Thiago logo mais surgia com uma caixa grande, de um metro sessenta centímetros de altura e base 40 por 40. A caixotinha era azul, enfeitada com uma grande fita vermelha! Sim; por incrível que pareça era uma caixona de presentes, daquela que só podia vir com um urso de pelúcia dentro! Daisuke? Bem, este ganhara uma caixa menor; mas ainda tão grandiosa quanto. A do rapaz já era vermelha; rodeado por alguns confetes amarelos e fitas brancas. Quando abrissem? Bem, provaria meu ponto anterior; eles eram úteis para ambos e nem precisariam trocar para se satisfazerem. Kathryne encontraria uma Meditite fêmea, de level mediano, de Pure Power. A pokémon estava um pouco incomodada por aquele flour-flour todo, ainda assim se sentava na caixinha comportada, sem fazer lá muito alarde. Ao lado dela? Uma esfera bicolor, que permitira Kathryne a guardar quando quisesse.

A Daisuke? Bem, este tivera um presente também especial; ganhou para si uma Thunder Stone. Podia não ser um pokémon mas... para que? Já tem tantos! Ao menos agora poderia focar em deixar sua Hope ainda mais poderosa... ainda mais forte... ainda mais incrível! A Pedra evolutiva estava ali, dentro daquela caixinha.
O prêmio até então era para os finalistas; o prêmio de fato final, que coroava Kathryne como vencedora era um TM de uso único. Pegou um catálogo de Technical Machines e dele escolheu o óbvio, o Focus Blast. Daisuke por muito pouco perdeu a oportunidade de escolher um para si; mas não deveria se abalar por isso.

Cadu? Completamente eufórico pela nova companheira de Kathryne. Daniel? Bem, este olhava seu celular animado, esquecendo por completo da premiação e anunciando:
- ESTAMOS LIVRES!!! - Gritou aos sete ventos, chamando Cadu para ir arrumar suas coisas e saírem logo dali. Sabiam que Daisuke e Kathryne ainda demorariam porquê... bem, porque são enrolados. Justamente por isso aproveitou o resultado negativo e se ofereceu para dar um abraço em todos os colegas e quarto e, se possível, um beijo na bochecha de cada um. O sorriso em sua face era de orelha-a-orelha e nunca esteve tão feliz em receber uma SMS antes.

No visor de nossos protagonistas? Bem, seu eu dissesse que a mensagem era a mesma, eu estaria mentindo, mas era bem provável que não soubessem disso:

Celular de Daisuke escreveu:

Não encontrado nenhum sinal do vírus
Chance de contaminação pelo Quarto 04 = Nenhuma.
Resultado Final: Paciente está livre do vírus e não corre risco de ter se contaminado durante a quarentena.

Celular de Kathryne escreveu:

Resultado = Encontrado Anti-Corpos de COVID-19
Chance de contaminação pelo Quarto 04 = Nenhuma.
Resultado Final: Paiente está livre do vírus e imunizado. Entrou em contato com o vírus a cerca de duas semanas atrás e já foi curada, não apresentando mais nenhuma carga viral ou risco de contágio e contaminação.

OFF: Tô evoluindo o Charjabug nesse post :>

Assim que os prêmios vinham por termos chegado a final, eu ficava admirado. Fiquei tão distraído com a questão de não estar infectado que mal prestava atenção que eu ganharia um prêmio também. Ao ver na tela do meu celular que não estava infectado, eu dei um suspiro longo de alívio, e, quando chegavam os presentes, eu ficava contente. Abria o mais modesto e meus olhos se encheram no momento que os via: Era uma Thunderstone. Eu retirava a pedra do embrulho e quase que instantaneamente rodava o pátio para jogar o embrulho fora.

Passava álcool em gel nas mãos e na pedra, e, em seguida, eu chamava Hope para fora da Pokéball novamente. Por ter sido nocauteado na última batalha, o Charjabug estava meio lesado, mas ainda assim vinha até mim, e eu me ajoelhava para falar com ele.

- Ei. Você tem sido um Pokémon incrível, desde que eu te capturei. Sei que tenho pecado com você em alguns aspectos, mas eu gostaria de te presentear com algo. - E, em seguida, lhe mostrava a Thunderstone. De início, o Pokémon ficou meio chocado ao ver a pedra ali em minha mão. Ele não sabia como reagir, mas, depois de dois segundos, o Charjabug abocanhava a pedra e pulava na minha direção.

Assim que ele engolia a Thunderstone, sua carcaça verde estourava como um balão, revelando um inseto ainda menor em seu interior que começava a emitir um brilho azul. Seus ganchos frontais cresciam até ficarem enormes enquanto sua forma lembrava a de uma tomada, ele criava asas e suas patas pequenas cresciam e ganhavam pernas ao seu encontro, e, ao pular em mim, sua cabeça ficava ao lado da minha, quase como se sinalizasse um abraço. Ao terminar de emitir seu brilho, suas asas estavam fechadas e o Pokémon em cima de mim, finalizando a evolução. Em resposta, o abraçava também e agradecia por todo o seu esforço contínuo, depois o retornava para a Pokéball, bem a tempo de ouvir Marconi gritar sobre estarmos livres.

Nesse momento, eu corri até Kath bem a tempo de ler por detrás dela o resultado de seu exame, vendo que ela estava imunizada. Daí em diante, minha mente maquinou um susto diabólico. Com um sorriso malicioso, só faltavam meus olhos emitirem um brilho vermelho demoníaco para terminar de sinalizar minha intenção. Dei uma rasteira na loira e a peguei em meus braços enquanto ficava de pé, em seguida, eu a olhava com a mesma expressão que fazia quando estava atrás dela e lhe dizia da forma mais sinistra que podia quase como se imitasse uma voz endiabrada também.

- Agora, os prêmios da vencedora! - Em seguida, a jogava para o alto uma vez e a pegava em meus braços uma vez enquanto gargalhava alto, e repetia a ação mais duas vezes, em seguida, a colocaria no chão e esperaria sua reação.

Eu juro que tentei ficar sério quando Kath ficou brava comigo, mas eu gargalhei muito. E gargalhei alto. Depois de algum tempo, não muito, eu começava a respirar melhor e conseguia respondê-la. Ainda que o semblante não estivesse sério.

- Desculpa. Foi só uma brincadeirinha de mal gosto pra comemorar sua vitória. - E dava alguns risos. Esperando que ela não ficasse furiosa o suficiente para se emburrar comigo de novo, eu mudava de assunto enquanto ainda mantinha um sorriso no rosto. - Ah, parece que você ganhou um Meditite, né? Ele vai ser excelente para você! Você ainda não tinha atacantes físico no time, né? - Lhe perguntava em tom amistoso.