E minha dúvida ficava; o que diabos está acontecendo aqui?! Sabe, eu nunca achei que eles nos fariam carinho, mas admito um certo alívio ao ouvir a moça em frente a mim. Ao menos ela parecia ter os dois rins e passar bem... fisicamente falando, claro. Numa análise simples concluí algumas poucas coisas com a situação. A primeira delas era que os criminosos em questão não pareciam querer nossos órgãos. Também não parecia se tratar de algum fetichismo por torturas prolongadas... nem físicas nem emocionais. Se fossem físicas, a moça à frente estaria flagelada o que... não era o caso, não é?! E caso fosse uma tortura prolongada emocional, certamente não nos deixariam em celas com mais duas companhias.
Claro, tudo isso podia cair por terra logo mais; com uma ou outra exceção. O relato dela era curto e, apesar disso, se mostrara riquíssimo. A filmagem parecia ser acerca de conteúdo explícito e ilegal. A obrigação era referente a um... estupro?! Provável que sim. Em minha cabeça, a máfia ficara clara; era um grupo que filmava ilegalmente estupros explícitos e revendia como pornografia para algum mercado negro. Só podia ser isso! Lembro de ter lido uma matéria sobre isso a um tempo atrás; em alguma viagem mais delongada.
Pois bem, fora ai que talvez eu me tornara inútil; o insight me tornara introspectiva por um momento relativamente grande. Foram alguns minutos tentando imaginar o que diabos era um estupro. Eu não fazia ideia! Vejam bem; eu não tenho nem sequer experiência com sexo. Há quem diga que são completamente paralelos e distintos mas, ainda assim, ambos os conceitos-atos partem de noções em torno de poder e sexualidade. A questão principal era que nem o puro ato consentido é imaginável para mim! Não há condições de eu entender a magnitude que é um estupro; eu só sei que a palavra é uma palavra de ordem e, junto dela, um soco bastante forte me vem no estômago.
E junto do soco, a vontade de vomitar e a falta de ar características de quem fora vítima de agressão na boca-do-estômago.
Apesar de não saber, a noção me causara ansiedade por si só. O medo de ter medo era maior que o temor do próprio estupro. Meu medo não era de ser violentada em um ato, ou ser filmada por ai. Meu medo era de descobrir o que essa palavra tão pesada significava. Um arrepio me tomara por inteira e, num ato quase que reflexivo, me vi obrigada a me afastar. Sai de perto da moça machucada e, sem falar muito, sentei na cama. Meu semblante era completamente neutro; eu não estava triste e muito menos aparentava desespero, eu estava pensativa.
Pior que isso, eu estava imaginando.
Fora com um sacolejo só que tentei mandar embora ao menos parte das sensações ruins. Isso fora de quase ineficaz mas gastar meu tempo projetando as piores situações não me parecia em nada saudável. Dei-me liberdade para voltar a mim aos poucos e, quando enfim realoquei a alma à carne, consegui ter voz. Ela não estava trêmula, até porque, eu não estava triste. Ela não pigarreava, até porque, eu não tinha medo. Ela só atropelava mesmo, porque antes de tudo eu tinha angústia e muita, mas muita, ansiedade:
- Precisamos resolver isso logo - E falei à moça na cama. Aquela mesmo, que falara uma frase completamente aquém da realidade instantes antes de eu tocar a vítima. Ela deve ter algum tipo de disfunção da realidade... só pode - Vem cá, me ajuda, quem tem a chave disso?! Você teve alguma ideia no tempo que estava aqui?!
Era irritante o quanto o narrador não me dera informação nenhuma para me tirar daquela cela. Ele não me falou com quem estava a chave, nem se os tais homens (que falaram uma ou duas frases em todo o enredo) apareciam de quando em quando. Não me falou nada sobre o corredor e nem da ambientação. Como eu parecia estar completamente cega à situação, eu precisei recorrer ao único elemento que ele me dera; a menina chata ali. Pois bem, se é isso que tu quer, é isso que tu terá:
- Certamente alguém apareceu para trazer ela de volta, tu sabe ao menos como funciona a tranca desse lugar? Eles andam encapuzados? São quantos? Você viu pessoas diferentes? Eles tem pokemons?! Na verdade, você tem pokemons?! Tu também ta com sua bolsa?! - E a bombardeei de perguntas, muito disso característico da minha angústia e ansiedade que não me fazia parar de pensar um segundo que só. Antes pensar em resoluções que pensar na própria conceituação de estupro... não é?!
Claro, tudo isso podia cair por terra logo mais; com uma ou outra exceção. O relato dela era curto e, apesar disso, se mostrara riquíssimo. A filmagem parecia ser acerca de conteúdo explícito e ilegal. A obrigação era referente a um... estupro?! Provável que sim. Em minha cabeça, a máfia ficara clara; era um grupo que filmava ilegalmente estupros explícitos e revendia como pornografia para algum mercado negro. Só podia ser isso! Lembro de ter lido uma matéria sobre isso a um tempo atrás; em alguma viagem mais delongada.
Pois bem, fora ai que talvez eu me tornara inútil; o insight me tornara introspectiva por um momento relativamente grande. Foram alguns minutos tentando imaginar o que diabos era um estupro. Eu não fazia ideia! Vejam bem; eu não tenho nem sequer experiência com sexo. Há quem diga que são completamente paralelos e distintos mas, ainda assim, ambos os conceitos-atos partem de noções em torno de poder e sexualidade. A questão principal era que nem o puro ato consentido é imaginável para mim! Não há condições de eu entender a magnitude que é um estupro; eu só sei que a palavra é uma palavra de ordem e, junto dela, um soco bastante forte me vem no estômago.
E junto do soco, a vontade de vomitar e a falta de ar características de quem fora vítima de agressão na boca-do-estômago.
Apesar de não saber, a noção me causara ansiedade por si só. O medo de ter medo era maior que o temor do próprio estupro. Meu medo não era de ser violentada em um ato, ou ser filmada por ai. Meu medo era de descobrir o que essa palavra tão pesada significava. Um arrepio me tomara por inteira e, num ato quase que reflexivo, me vi obrigada a me afastar. Sai de perto da moça machucada e, sem falar muito, sentei na cama. Meu semblante era completamente neutro; eu não estava triste e muito menos aparentava desespero, eu estava pensativa.
Pior que isso, eu estava imaginando.
Fora com um sacolejo só que tentei mandar embora ao menos parte das sensações ruins. Isso fora de quase ineficaz mas gastar meu tempo projetando as piores situações não me parecia em nada saudável. Dei-me liberdade para voltar a mim aos poucos e, quando enfim realoquei a alma à carne, consegui ter voz. Ela não estava trêmula, até porque, eu não estava triste. Ela não pigarreava, até porque, eu não tinha medo. Ela só atropelava mesmo, porque antes de tudo eu tinha angústia e muita, mas muita, ansiedade:
- Precisamos resolver isso logo - E falei à moça na cama. Aquela mesmo, que falara uma frase completamente aquém da realidade instantes antes de eu tocar a vítima. Ela deve ter algum tipo de disfunção da realidade... só pode - Vem cá, me ajuda, quem tem a chave disso?! Você teve alguma ideia no tempo que estava aqui?!
Era irritante o quanto o narrador não me dera informação nenhuma para me tirar daquela cela. Ele não me falou com quem estava a chave, nem se os tais homens (que falaram uma ou duas frases em todo o enredo) apareciam de quando em quando. Não me falou nada sobre o corredor e nem da ambientação. Como eu parecia estar completamente cega à situação, eu precisei recorrer ao único elemento que ele me dera; a menina chata ali. Pois bem, se é isso que tu quer, é isso que tu terá:
- Certamente alguém apareceu para trazer ela de volta, tu sabe ao menos como funciona a tranca desse lugar? Eles andam encapuzados? São quantos? Você viu pessoas diferentes? Eles tem pokemons?! Na verdade, você tem pokemons?! Tu também ta com sua bolsa?! - E a bombardeei de perguntas, muito disso característico da minha angústia e ansiedade que não me fazia parar de pensar um segundo que só. Antes pensar em resoluções que pensar na própria conceituação de estupro... não é?!
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O Mahiro é o melhor do mundo <3