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Capitulo 15 - Onde Está Phillipe Swirller? - "Um Mar de Justiça / Parte 2"

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Depois de minha rápida viagem até a região de Galar, lá estava eu de volta à Hoenn. Apesar de não ter encontrado algo que me chamou muita atenção, acabei passando por uma ótima experiência. A batalha contra um pokémon gigante, acabou sendo bastante divertida, e me deixou empolgado para descobrir coisas novas.

Ao chegar novamente em Sootopolis, voltei imediatamente ao Centro Pokémon, onde havia marcado de me encontrar com Nagisa e Glace. Quando entrei no estabelecimento, encontrei apenas Nagisa sentado em um dos sofás da sala de espera. Ele parecia bastante sério, ao contrário de sua costumeira expressão sorridente.

- Nagisa! Que saudade de vocês! – Eu disse saltando contra ele com os braços abertos. - Onde está Glace? – Perguntei em meio ao abraço.

- Allan! Também senti sua falta. E muita. – Ele dizia ao abrir novamente seu sorriso caloroso. - Glace não gosta muito de falar... Então tive que ficar mais na minha. Mas agora que você voltou, vai ficar tudo bem. – Ele se explicava mesmo sem eu ter perguntado. Como esperado. - Ela ficou lá no porto. Não é uma tarefa fácil procurar um barco para realizar uma missão. O lado bom é que o pessoal da cidade ficou bastante amigável quando dissemos que estávamos ajudando a capturar o renegado. Mas ainda assim fica difícil conseguir que alguém se envolva.

- Mas então vamos direto pra lá. Tenho que contar a vocês como foi essa última semana.

Assim, fomos andando em direção ao porto.

- Enquanto estava voltando para Hoenn, fiz algumas pesquisas e descobri que na Rota Marítima Gamma, tem muitas cavernas submersas. Além de muitas ilhas desabitadas. Acho que podemos começar a busca por ali. – Eu contava minhas descobertas enquanto andávamos em direção ao porto.

- Sim, sim. Acho que a melhor alternativa é começar pela Gamma e depois passar para a Beta se não encontrarmos nada. Mas mesmo assim deve demorar bastante só com nós três.

- Mas acho que podemos dividir um pouco para procurar melhor. Eu posso ficar a maior parte do tempo em busca de cavernas submersas, enquanto você intercala entre o fundo e a superfície, já que seus pokémon não aguentam muito tempo no fundo do mar. E Glace fica na superfície com o barco. Só temos que ter cuidado para não sermos surpreendidos por alguma coisa ruim. Temos que ficar bem atentos.

Nagisa concordava com o plano e indicava o caminho para o cais onde Glace nos esperava. - Espero que também possamos aproveitar a estada para capturar algum pokémon bem forte e legal. – Ele até brilhava os olhinhos imaginando todos os pokémon aquáticos que encontraria.

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Allan havia tido grandes aventuras em Gallar, mas agora estava de volta à Hoenn para terminar a missão de caçar um criminoso. E para isso, contaria com a ajuda de seus amigos, Nagisa e Glace.

Glace havia ficado para trás, temporariamente, mas os outros dois, conversavam sobre o tempo que passaram afastados e sobre o andamento da missão e sonhando com uma possível captura marítima.

Precisavam encontrar um navio que os levasse à alto mar, em busca do bandido. A população local parecia bastante disposta à falar abertamente com os jovens investigadores, mas não à se envolverem indo atrás do antigo ranger.

Os garotos caminhavam pelo porto, atentos à algo que lhes parecesse interessante, até que ouviram uma voz grossa e rouca, mas não viam de onde ou quem vinha:


- Psiu! Hey, garotos! Aqui, no beco...


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Enquanto eu e Nagisa andávamos em direção ao porto de Sootopolis, para finalmente nos encontrarmos com Glace e ver se já estava resolvida a situação da embarcação, acabamos sendo chamados por uma voz desconhecida. Era uma voz grossa e rouca, comum daqueles bandidos de desenho animado. E ao procurar, a voz indicou um beco próximo.

- Allan, ali! – Disse Nagisa encontrando o tal beco e apontando na direção. Não dava para ver que estava ali, mas era bastante suspeito.

- Ei, você! Apareça! – Eu dizia com um pé atrás. Mesmo tendo a simpatia do povo da cidade, ainda poderia haver capangas do renegado pela cidade, e isso não nos deixaria confiar em alguém sem ter uma indicação de uma pessoa confiável. - Queremos ver quem é você antes de irmos até aí! Você entende, não é?

- Espero que não seja uma armadilha. – Nagisa falava baixo enquanto aguardávamos a pessoa se revelar. - Nós tentamos ser o mais discretos possível enquanto estava fora. Então não chamamos muita atenção.



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O beco era pequeno e um pouco escuro, mas era dia e dava para enxergarem bem, mas ainda assim, não viam ninguém. Apenas uma caçamba de lixo...

Sim, foi dali que surgiu um homenzinho, de dentro da caçamba, com o que parecia ser algum peixe na boca, talvez restos de Magikarp. Ele puxava o peixe enquanto mordia e assim arrancava um pedaço, enquanto mastigava, falava de boca cheia:


- Incrível pensar em que as pessoas jogam fora... Bah! Tá uma delícia! Mas eu queria algum doce...
BAH! Desculpa assustá-los, não era minha intenção. Não precisam ter medo...


Enquanto falava, acabavam vendo os pedaços de peixe na boca dele e alguns pedaços minúsculos eram cuspidos acidentalmente. Era uma cena nojenta, mas ele parecia não se importar e ao terminar a fala, ele já havia acabado aquele resto de comida e jogado as espinhas quase limpas, para trás, por cima do ombro direito e de volta à caçamba. Deu um arrotão bem alto e corado, disse:

- Ops! Esse foi alto... Acho que bati meu record. Pena que não pude gravar! BAH!

Ele apoiou-se na beirada e saltou para fora da caçamba, revelando-se ser muito mais baixo do que já aparentava. Ao aproximar-se, viram que ele tinha um nariz meio torno, sua pele era pálida, quase azulada, careca e vestia roupas rubras, que lembravam um marinheiro ou coisa parecida. Conforme aproximou-se, foi possível sentir o cheiro desagradável e nauseante que ele exalava. Calçava botas longas que cobriam quase totalmente suas pernas, até quase a altura do joelho. Suas pernas eram curtas, seus braços, eram longos. Ele estendeu a mão esquerda para cumprimentá-los, então viram que era de madeira, não apenas a mão, mas o braço, pelo menos pelo que viam antes da manga cobrir e automaticamente olharam a outra mão e repararam que o outro braço era igual. E ele ia dizendo:

- Capitão Falange, ao seu dispor.
Acabei ouvindo que estão procurando um navio para explorarem a Rota Gamma, certo? Eu tenho um navio lá no porto! Que tal?


Era um sujeitinho bizarro, verdade. Mas seus olhos brilhavam ao olhar para os jovens, que era uma oportunidade de trabalho. O que eles responderiam?

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Depois que pedi ao homem para se revelar, fomos surpreendidos por um ser bastante estranho. Será que era um morador de rua? A pergunta vagou pela minha mente enquanto o homem botava a cabeça para fora da caçamba de lixo. Ele era careca, pequeno e de modos nada bonitos. Mas no fundo não parecia uma má pessoa. Nagisa como sempre, sorria para ele e acenava calorosamente, rindo ao ver que o comportamento dos dois era bastante parecido, apesar das aparências serem totalmente opostas.

- Doce? – Nagisa perguntou de forma retorica ao ouvir o homem dizer que procurava por um. - Acho que tenho um aqui! – Ele dizia animado, e começava a procurar em seus pertences. Ele não demorava a encontrar a barrinha doce, e a oferecia ao homem. - Aqui, tome. Pode comer.

Deixando Nagisa e sua animação de lado, eu esperava que o homem dissesse logo o que queria, mas antes disso, ele acabou fazendo mais uma demonstração de sua eximia educação, soltando um alto arroto. Nagisa ria, já que costumava fazer o mesmo sem querer.

Quando a figura finalmente saia de dentro da caçamba, ele conseguia me deixar ainda mais perplexo. Ele era pouco mais da metade do tamanho que aparentava, e olha que já era baixo. Além disso, seu corpo parecia todo desproporcional, além de o cheiro dele ser péssimo. Mas eu não me importava muito com aquilo, a única coisa que queria saber, era o motivo por ter nos chamado, e ele logo dizia.

- Que maravilha! – Nagisa dizia empolgado antes de qualquer coisa, e ainda estendendo o doce para o desconhecido. - Prazer em conhece-lo senhor Falange! Eu sou Nagisa.

- E eu sou Allan, prazer. – Eu também respondia retribuindo o cumprimento de mãos. - Não vou recusar sua oferta, mas uma amiga nossa veio antes para procurar. Então se ela já tiver encontrado, acho que não vamos precisar. – Era obvio que ele provavelmente estaria precisando de um trabalho, e por isso estava no oferecendo seu barco. Mas se Glace já tivesse encontrado outro, talvez não fosse prudente aceitar a oferta sem saber. - Mas podemos fazer o seguinte. Vamos ver o seu navio, e eu mando uma mensagem para nossa amiga para ver o que ela conseguiu.

- Senhor Falange, quanto o senhor cobraria para nos ajudar com a viagem? – Nagisa perguntava enquanto eu começava a digitar a mensagem para Glace.

Mensagem: Eu e Nagisa acabamos de encontrar um homem que diz que tem um navio e pode nos levar. Onde você está? Encontrou algo? Depois de digitar, eu enviava a mensagem e aguardava a resposta do estranho homem.

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Nagisa era muito entusiasmado e logo se conectava ao estranho Cap. Falange. Ofereceu um doce e quando este se aproximou, seus olhos brilharam com a oferta e perguntou:

- Sério? Posso mesmo? BAH!

Nagisa confirmou e ele arrancou da mão do garoto, sentou-se no chão e olhando pra dupla, encurvou-se e começou à mastigar ferozmente, sem nem desembrulhar. Mesmo com a cabeça baixa os olhos apontavam para cima, olhando para os garotos. Com seu corpo todo encurvado sobre o doce, até parecia um Sentret comendo um noz.

Ao terminar o doce em pouquíssimos segundos, arrotou mais uma vez e esticou as pernas, ainda sentado no chão, reclinou o corpo para trás e sorrindo enquanto babava, olhava para o céu em êxtase e agradecia:


- BAH! Obrigado, garoto. Eu estava precisando disso! BAH!
...
Prazer. Mas é CAPITÃO Falange, não SENHOR. Entendido?
Nagisa, né? Isso não é nome de mulher?
Ah, já entendi! Desculpa, achei que era um garoto... Bem que sempre me dizem para não julgar alguém pela cara... Desculpa, senhorita Nagisa!


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Imagem meramente ilustrativa.

Respondia à apresentação Nagisa, ainda sentado no chão. Ele colocava a mão direita no queixo e coçava-o sem mexer os dedos de madeira, obviamente, apenas balançava de um lado ao outro o punho, de forma pensativa. Mas sem maldade em suas palavras, por mais absurdas e indelicadas que fossem.

Deixando essa interação entre os dois estranhos amantes de doces, de lado, Allan era o mais "sóbrio" ali e se sentia um pouco incomodado com o cheiro, mas nada que revirasse seu estômago. Era um jovem bastante contido, sério e educado.

Ele tentava manter a conversa num tom sério e profissional, poderiam achar que o Cap. Falange havia ignorado Allan, mas não, ele apenas fizera duas observações sobre Nagisa, mas levantava-se e respondia agora para Allan, olhando-o diretamente:


- Allan, certo? Por mim tudo bem. Podemos ir juntos até o porto. BAH! Mas acho que ninguém vai aceitar partir hoje. Bah! Sabe, havia um ranger trambiqueiro na região e todos estão com muito medo ainda de navegarem, pois ele escapou. Bah! E hoje teremos chuva, mas não precisam ter medo. Pois o Capitão Falange é mundialmente famoso por já ter navegado pelo 7 Mil Mares do mundo todo e em péssimos climas. Bah! Anos atrás eu encontrei a Ilha de Ouro, que é protegida por uma tempestade infinita de meteoros. Bah! Até capturei um Onix de Cristal! Bah! E o vendi por 1 tonelada de doces. Bons tempos...

Ele babava um pouco ao se lembrar, depois limpava a baba com a manga direita de sua jaqueta e ia andando na frente deles. Fazia um gesto para ser seguido.

- Vamos logo para o porto, temos que achar sua amiga e o meu marujo! BAH!

Enquanto isso, Allan mandou uma mensagem para a garota e quando começaram à andar, ele recebeu uma resposta:

Mensagem de Glace escreveu:
Que bom. Porque estou no porto e até agora não encontrei ninguém que aceite ir. Todos falam que não vão se envolver e nem navegar até ele ser preso. Desejam boa sorte, mas não percebem que estão nos impedindo de prender quem eles tanto temem. Se ainda não disseram quem estamos procurando, aconselho à não dizerem. Estão todos muito assustados por aqui. E parece que já fiquei famosa, pois alguns negaram antes que eu pudesse perguntar.


Nagisa perguntava sobre o preço, o homenzinho punha a mão no queixo e coçava-o novamente, sem parar de andar e depois dizia:

- BAH! Aonde estão indo exatamente? O que querem fazer na Rota Gamma? Alguma ilha especificamente?

Respondeu o questionamento, com outra pergunta.

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O estranho homem até brilhou seus olhos quando perguntou se era verdade que Nagisa o estava oferecendo o doce. - É claro que sim! – Ele disse com um sorriso e estendendo o doce mais uma vez. O baixinho logo o arrancou de sua mão, fazendo Nagisa arregalar os olhos ao comer o doce sem mesmo retirar do pacote. E olha que era bem difícil deixar Nagisa espantado, mas ele conseguia sem muito esforço. Depois que terminou de comer, o homem olhou para Nagisa e agradeceu. - Entendido Capitão Falange! Mas eu sou um garoto mesmo. – Ele disse corando. - É um nome comumente usado para garotas, mas meus pais me batizaram assim. E tenho muito orgulho do meu nome!

Mas antes que o homem pudesse se desculpar com Nagisa pelas palavras indelicadas, ele logo veio me responder sobre o que eu tinha acabado de comentar. Ele parecia estar certo, seria bem difícil encontrar alguém disposto a navegar com um bandido à solta, e ainda mais em uma chuva forte. Mas será que tudo o que ele estava dizendo seria mesmo verdade? Era o que eu me perguntava, mas Nagisa não parecia preocupado com isso.

- Sério mesmo!? E como era o Onix? Ele brilhava? Eu nem sabia que existiam tantos mares por aí! – Era como se ele nem se lembrasse de ter sido confundido com uma garota.

- Calma... Não temos tempo para isso Nagisa. E não existem tantos mares assim, é só uma força de expressão, não é Capitão Falange? – Eu dizia meio incrédulo sobre metade do que ele tinha dito. Depois disso começamos a andar na direção do cais onde estava o navio do capitão baixinho.

Mas assim que começamos a andar, Glace respondia a mensagem. Para meu desgosto, ela confirmava metade das baboseiras ditas pelo Falange, mas era justamente a parte que eu achava que seria verdade. E para completar, o homem ainda não respondia a pergunta sobre o valor da “corrida”, e ainda vinha com outra pergunta.

- Só os idio... – Eu fazia sinal para Nagisa parar de falar.

- Nós precisamos vasculhar o máximo de ilhas, para poder encontrar alguma pista do paradeiro do Phillipe. – Eu dizia pensando que poderia me arrepender em dizer a verdade para nossa única opção. Mas tinha que confiar nele, e que ele não nos cobraria uma fortuna. Nagisa tinha até dado um doce para ele. - E Glace respondeu minha mensagem dizendo que não temos outra opção. De qualquer forma, só o sen... Capitão parece interessado. E me parece que é um grande capitão, e que conhece muito bem essas águas. – Talvez um pouco de bajulação também ajudasse. - Então, como vai ser o pagamento?

Depois que terminei de falar, mandei outra mensagem para Glace: Estamos na entrada do porto, indo para o cais. Pode nos encontrar aqui.



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Enquanto caminhavam, Nagisa dava trela pro Capitão, que ia continuando suas histórias absurdas, mesmo com Allan incrédulo:

- BAH! Não é força de expressão! Muitos não conhecem o mar que flui pra dentro do Centro da Terra e de lá conseguimos acessar o Mar do Estreito Externo. Ele leva para o exterior do planeta e você pode navegar pelos 12 mil mares. Eu já naveguei no Mar dos Doces, no Mar de Ouro, no Mar de Leite e até no Mar do Espaço Sideral! Bah! Até capturei um Deoxys e ele me deu um meteoro de 10 toneladas de doces para libertá-lo. Bons tempos...

Os três iam caminhando em direção ao cais, Allan não estava interessado e nem acreditando naquele papo, mas sentia-se sem escolhas. Ele ia trocando mensagens com a garota e ela lhe confirmava que o encontraria na entrada do cais. Enquanto isso, eles tratavam de valores:

- BAH! Ele brilhava tanto que eu fiquei cego! BAH! O cara que o comprou, sempre tem que usar Óculos de Soldador para olhar para o Onix de Cristal! BAH!
Tive que navegar até o Mar dos Milagres e encontrar a Ilha da Visão e lá, ainda fiquei 2 anos procurando pelo Rio que Cura os Olhos. Bah! Foi assim que recuperei a visão. BAH!
Mas infelizmente tinha um efeito colateral e eu fiquei careca. BAH!
Demorei tanto, porque estava cego e sozinho naquela época. BAH!
...
Vocês vão capturar aquele salafrário? Que bom! Ele arruinou meu trabalho! BAH!
...
Sim, sou mesmo um grande Capitão! O melhor que encontrarão... Não, o MELHOR QUE EXISTE!!! BAH!
E conheço todos os 20 mil mares do mundo como se fossem a palma das minhas mãos. BAH!
Que foram comidas por aquele Swampert Gigante que capturei no Trigésimo Milionésimo Mar em que naveguei. O Mar dos Swamperts Colossais! BAH!
Tinham 100 metros de altura! E eu capturei o maior deles, com 300 metros de altura! Mas tive que soltá-lo para conseguir carregar o meu navio com 8 toneladas de doces que encontrei naquela ilha... Bah!
...
Sabem, garotos... fui com a cara de vocês... BAH!
Posso fazer essa viagem por 1 saco de doces. BAH!
O que me dizem? BAH!
Afinal, não é como se eu fosse ter outro cliente tão cedo e como viram, estou falido. BAH!
Assim, ajudamos uns aos outros. Bah!
Que tal? Bah!


As histórias só ficavam cada vez mais e mais absurdas, mas não pareciam conter um intenção maligna. Afinal, eram absurdas demais e só serviam para se auto-vangloriar.


Após poucos minutos, chegarão no cais, viam vários barcos, alguns grandes, outros pequenos e alguns imensos. E não muito longe, viam Glace sentada no meio fio, levantando-se e acessando para os amigos...

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Talvez nem fosse tão necessário bajular o homem daquela forma, do jeito que ele contava os causos, ele mesmo já se bajulava o bastante. Enquanto ele falava, eu revirava os olhos a cada vez que a quantidade de mares existentes aumentava. Mas ao contrário de mim, Nagisa se empolgava ainda mais. Mas uma coisa ficava obvia com aquelas histórias. Ele só se preocupava com doces. Esperava que ele realmente tivesse um jeito de nos levar pelo mar, independente de sua capacidade como capitão.

- Você é incrível! Pena que não ficou com nenhum desses pokémon que capturou. – Nagisa parecia uma criança, acreditava em tudo.

- Uma pena mesmo, não é!? Ou muito conveniente. – Eu dizia com ironia, coisa que talvez nenhum dos dois entendesse de verdade. - Mas estamos combinados então, um saco de doces pela viagem.

Já estávamos chegando ao local onde ficavam as embarcações. E com isso, avistávamos Glace, que estava sentada no meio fio perto da entrada. Ela se levantava e acenava para chamar nossa atenção, e como de costume carregava Snorunt em seus braços, para deixar o ambiente mais fresco.

- Finalmente nos encontramos de novo! – Eu dizia indo em sua direção. - Olá Snorunt. – Eu dizia fazendo um rápido carinho na cabeça da pokémon. - Ficaram bem?

- Ficamos sim. – Ela dizia tranquilamente. - Quem é aquele ser minúsculo? – Ela perguntava em seguida, sem se preocupar em abaixar a voz para ele não ouvir.

- Esse é o Capitão Falange. Mas não ligue para o que ele diz. – A última parte eu dizia mais baixo. Já era esperado que Glace diria alguma coisa ao ver a reação de Nagisa às coisas que o homem dizia.

- Capitão Falange? Acho que gostei dele. – Ao ouvir isso, Nagisa arregalou os olhos pela segunda vez naquele dia.

- Nossa! Isso é incrível! O Capitão Falange é tão incrível, que até a Glace gostou dele. E olha que ela não costuma gostar de ninguém. – Essa última parte Nagisa dizia em tom de desafio. Ou seja, eles ainda não tinham conseguido se aproximar o bastante, o que explicava ele estar sozinho lá no Centro Pokémon quando cheguei.

- Certo! Vocês dois, não comecem. Vamos focar na missão. Este homem, vai nos levar pelo mar para que encontremos a base do Phillipe, ou alma pista de onde ela se encontra. Então vamos obedece-lo, já que ele é quem tem mais experiência no mar. – Eu tentava fazer meus amigos se focarem, ou aquilo poderia acabar saindo do controle. - Quando chegarmos no navio, vamos definir como será o plano. Então vamos logo, que aquele bandido nos espera. Se bem que eu espero que ele não esteja nos esperando, não depois do tempo que deixamos passar.

- Certo! Vamos lá então!

- Ok

Depois da resposta de Nagisa e Glace, voltamos a andar em direção onde estava o navio do Capitão Falange. Era a última surpresa que nos restava. Enquanto Nagisa esperava algo como o Titanic, o que foi descartado por não ter sido apontado de longe, eu não sabia o que esperar. Seja o que fosse, esperava que aguentasse nos levar.



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- BAH! Muito conveniente, mesmo. Imagine alimentar tantos pokémons, ainda mais um de 500 metros. Fora o Onix de Cristal que me deixou cego... Teria que morar na Ilha da Visão... BAH! Isso sim seria inconveniente!

Era difícil saber se ele havia entendido ou não a provocação, mesmo respondendo-a. Depois que a moça aproximou-se, ela sentiu o cheiro e mesmo assim o elogiou. Nagisa sentiu-se meio desprezado e surpreso. Mas o Cap. Falange parecia não se importar em ser chamado de minúsculo, ou mesmo com a aparição da garota, já que nem parou de caminhar para cumprimentá-la.

Ele passou pelo primeiro barco e foi aproximando-se do segundo, muito maior. Os olhos de Nagisa brilhavam, mas ele passou reto e Nagisa espantou-se. Mas o Capitão foi aproximando-se do terceiro, ainda maior e mais luxuoso, os olhos do garoto brilhavam ainda mais. Só que ele também passou por esse, então o quarto era, um barco simples e pequeno e Nagisa ainda via com bons olhos:


- Bem, não é um navio enorme e luxuoso, mas ainda assim é um bom barco e será bom para não chamar a atenção dos criminosos.

Mas para o espanto do garoto, o Capitão Falange continuou caminhando e deixando o quarto navio para trás. Até que ele parou no último cais e apontou para baixo e disse:

- BAH! Venham, subam à bordo!

Era um barquinho tão pequeno, que ficava escondido pela elevação do cais. Era quase como se a ponte de madeira do cais, fosse um túnel para ser passado por baixo pela pequena embarcação. A madeira estava meio lascada aqui e ali e a frase "Capitão Falange" era escrita à mão e toda torta, com diferentes tamanhos para cada letra e bem borrada. Era visivelmente uma embarcação muito velha e humilde, mas não parecia que iria afundar à qualquer instante. E o Capitão estufou o peito e disse:

- BAH! Não temam, mas foi esse navio que me levou ao redor do mundo em todos os seus 50 mil mares. Até mesmo pelo Mar de Lava, onde capturei o Heatran feito de doces quentes. Ele era uma delícia! BAH!

O capitão voltou à babar enquanto lembrava-se do que havia contado. Enquanto limpava a própria baba com a manga direita, a moça pergunta bem baixinho para Allan:

- Mas heim? E que cheiro estranho é esse?

E nesse mesmo momento, uma outra voz masculina foi ouvida, parecia vir de dentro do pequeno navio. Era mais fina e doce, parecia uma voz de menininho, bem novinho.

- Capitão Falange, é o senhor...? Hihi..

- BAH! Sim, venha aqui, Flapjack! Consegui clientes e eles vão nos ajudar à espantar aquele bandido que está arruinando os negócios! BAH!

- Mas que boa notícia Capitão Falange. Hihi..

Saía da cabine um garotinho de uns 7 anos, loiro, magrelo e vestido como marinheiro. Extremamente sorridente, olhava para o trio de clientes e se apresentava com extrema animação:


- Muito prazer, sou o Marinheiro Flapjack e vou ajudar o Capitão Falange à levá-los até o bandido. Hihi..

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Imagem meramente ilustrativa.

Glace batia a mão direita na testa, sem soltar seu Glaceon, depois encarava a dupla de amigos e dizia:

- Mas HEIM?

Ela fazia uma proposital enfase no "heim?". Como Allan e Nagisa reagiriam?

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