Capitulo 15 - Onde Está Phillipe Swirller? - "Um Mar de Justiça / Parte 2"

Já estávamos quase chegando ao barco, e Glace parecia confortável com o nosso capitão. Eu parecia o único descrente com aquilo tudo, mas talvez desse para entender um pouco seu sentimento, já que ela costumava ser a esquisita de onde veio, e provavelmente não conseguiria tratar mal alguém na mesma situação.

Nagisa ficava cada vez mais esperançoso com os navios no caminho, e a cada um deles ele pensava que seria ele. Até que chegou no último, que quase nem era visto, por causa de seu tamanho pequeno. Ele ficou um pouco decepcionado, mas quando Falange começou a dizer as façanhas do barco, ele novamente acreditou em tudo.

As lembranças de Falange, acabaram fazendo-o abrir sua boca e babar mais uma vez, mas aquilo fez seu cheirinho subir e Glace perguntar de onde vinha. - É o nosso amigo aí... estava dentro de uma caçamba de lixo. – Eu respondia discretamente.

Por mais incrível que parecesse, eu não estava espantado com o barco. Mas o que me espantou foi a criança que saiu de dentro da cabine. Ele lembrava muito Nagisa com sua animação e inocência. - Prazer em conhece-lo Flapjack. Me chamo Allan, e esses são Nagisa e Glace. – Eu dizia apontando para os dois. - Espero que possam nos levar com agilidade e segurança.

Glace parecia não suportar aquela chuva de más notícias, e logo batia sua mão na testa como se quisesse se acordar de um pesadelo.

- É nossa única opção. E eles vão cobrar apenas um grande saco de doces, não é mesmo Capitão Falange? – Eu dizia sem acreditar que estava dizendo. Mas realmente não tínhamos coisa melhor, e nem tempo para procurar. - Mas se conseguirmos sobreviver a isso tudo, acho que posso até pagar dois sacos de doce! Mas vamos ver como terminará. - Como tínhamos que seguir de qualquer forma, estava na hora de definir o plano.

Nagisa tentava admirar o barco de sua própria maneira, enquanto Glace tentava entender o que estava acontecendo. Flapjack parecia uma criança comum, e Falange um cara comum com mania de mentir. Mas eu estava até satisfeito com aquilo tudo.

- Pessoal, venham todos aqui. Vamos repassar o plano antes de sair. – Eu fazia sinal chamando a todos. - Nagisa, você e eu seremos os principais agentes nessa busca. Como temos o equipamento para mergulho, podemos mergulhar sempre que necessário. Glace, você vai garantir nossa cobertura na superfície, e se precisarmos de uma ajuda para batalhas em mar aberto, preciso que tente nos providenciar um local solido para isso. Você também vai nos dar suporte para uma fuga segura, se necessário. Mas vamos tomar cuidado, eles provavelmente sabem que estamos indo, então não podemos contar muito com o elemento surpresa. Capitão, Jack, confiamos em vocês para nos levarem. E espero que o conhecimento de vocês possam no ajudar a encontrar o bandido. – Eu não estava mentindo, por mais que eles pareciam ser uma farsa, só de terem o barco já era o bastante para mim. - Então, vamos lá!

Nagisa e Glace confirmavam o entendimento do plano, e ficavam sérios. Agora só precisávamos partir. Estava na hora. Sem dizer mais nada, seguimos em direção a embarcação.

Ao finalmente embarcarmos no navio, percebemos que ele era mais firme do que parecia, o que me deixou mais confortável. O estranho era o jeito com que Falange fazia o navio se mover, ao invés de usar o timão, ele apenas batia o pé na madeira. Além disso, quando ele puxou a corda da ancora, não havia nenhuma. E quando achei que já parava por ali as estranhezas, Glace questionava sobre um ralo no navio.

- Capitão Falange! O que é aquilo? – Nagisa não tardou a perguntar apontando para o tal ralo.

Uma coisa rapidamente me passou pela cabeça. Rapidamente fui até a beirada, e olhei para baixo. Será que isso é mesmo um barco comum? EU me perguntava tentando ver por baixo da água.

Apesar das dúvidas, estávamos em movimento, e nos afastando aos poucos de Sootopolis. Eu não via a hora de chegar do lado de fora das grandes muralhas de pedra que cercavam a cidade, para finalmente estarmos em mar aberto.

Eu não entendia muito bem sobre barcos, mas sabia que um ralo não era uma coisa tão normal quanto Falange fazia parecer. Nagisa apenas concordou, imaginando que o homem do mar deveria estar certo, e era uma coisa comum. Porém, quando estávamos a uma distância bastante razoável da costa, uma distância a qual não poderíamos percorrer sem a ajuda de um barco ou um pokémon, o ralo finalmente se mostrou para que servia. Uma chafariz brotou do nada de onde estava o ralo, jorrando água para o alto com bastante pressão.

Momentos antes do disparo de água, percebi que a coloração do mar parecia diferente ao redor do barco, e aquilo junto com o jato de água fazia eu perceber o que estava acontecendo, e já era tarde. Fui pego totalmente de surpresa quando a criatura saltou de dentro do mar. Tentei me segurar mas já era tarde, e fui arremessado para o alto caindo mais lentamente que o navio, acertando a madeira com bastante força. - Ai! – Eu disse ao acertar o barco. - Isso é um Wailord!? – Eu estava perplexo.

- Isso é incrível! Por isso você é conseguiu explorar tantos lugares! Que Wailord lindo. Ele é enorme. – Nagisa dizia maravilhado.

- Legal. – Glace dizia enquanto observava ao redor.

- Confesso que isso é realmente incrível. – Eu dizia ao entrar mancando na cabine. Mas estava menos preocupado de até onde poderíamos ir com aquele barco. - Capitão, você tem um mapa? – Eu perguntava procurando um lugar para me sentar até a dor passar.

- Flapjack, quantos anos tem o Bolha? Ou, a Bolha? – Nagisa perguntava curioso. Ele amava os pokémon de água, e depois disso provavelmente iria querer capturar um desses.

Por mais que fosse óbvio que o navio era na verdade um pokémon imenso, Falange ainda insistia em negar o fato. Sendo assim eu decidia ignorar aquilo. Sobre a minha pergunta a respeito de um mapa, ele acabava dizendo que não possuía um, usando apenas suas memorias como guia. Pelo menos ele pedia para Flapjack buscar uma bússola.

Enquanto o garotinho descia de forma assustadora pelo buraco por onde saia a água expelida pela baleia, Nagisa ia até lá e se abaixava na beira do buraco para ver o que tinha lá dentro. Ele sabia que se tratava de uma Wailord, pelo menos dessa vez não acreditava em tudo, porém ainda assim era bastante curioso o fato de ter uma bússola lá dentro.

- Capitão Falange, então nos guie até a ilha mais próxima, ou uma área que dê para mergulhar, por favor. Precisamos começar a procurar por pistas. – Eu pedia, já que não tinha outra opção. Aquela viagem parecia que seria bem longa.

- Allan, como foi a viagem para galar? – Glace perguntava.

- É mesmo, ainda nem contei a vocês. Nagisa!

- Já estou indo!

Quando ele chegou, eu comecei a contar um resumo do que tinha acontecido. Contei sobre a evolução dos meus pokémon, sobre os pokémon que conheci por lá, e também sobre a batalha Dynamax. Os dois ficaram bastante impressionados. E continuamos o pato até que acontecesse algo novo.

Como estávamos ali naquele “navio” sem muito o que fazer até chegar em algum lugar, aproveitei para contar um pouco dos acontecimentos recentes. Nagisa comentava sobre o interior da baleia, dizendo que haviam moveis lá dentro. Era tudo muito estranho, mas tentamos ignorar para nossas cabeças não explodirem.

Em algum momento, um Wingull acabou aparecendo por ali, e acabou chamando nossa atenção a bater as asas quando pousou na janela. - Vejam, temos um convidado. Acho que vou aproveitar para fazer uma batalha. – Eu dizia pegando uma esfera. - Aracne, está pronta para uma batalha de aquecimento? – Eu dizia liberando a pequena aranha. - Ataque-o com um duplo Electroweb. - Com o ataque, provavelmente o Wingull cairia para fora da cabine, assim eu já me preparava para sair e continuar a batalha do lado de fora.

Seria bom uma batalha para passar o tempo.