Pokémon Mythology RPG
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[01] Após a tormenta

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Enquanto Yoshiro corria para socorrer Poochyena, que havia entrado com tudo na casa após as portas terem se aberto quando ele estava prestes a acertá-las com um Tackle, eu resolvi analisar mais de perto a entrada. Devia ter algum mecanismo para abri-las, elas não podiam ter se mexido sozinhas… não é? Àquela altura, eu já não tinha mais certeza de nada. Toda a situação era apenas surreal demais para mim, nada fazia sentido. Infelizmente, não achei nada de relevante nas portas, a característica mais chamativa delas era a presença daquelas aldravas estranhas… eram douradas, contrastando com o tom escuro da madeira, e seu formato lembrava… olhos?

- O que está olhando, Sapphire? - A menina andou até mim, trazendo Poochyena no colo. - Ah, você gostou? É o Olho de Hórus, também chamado de Udyat. Um símbolo muito comum entre um dos antigos povos do deserto, os egípcios, ele tem vários significados, mas os principais são os de poder e proteção.

Olhei para ela, surpreso. Podia jurar que Yoshiro nem sequer tinha reparado naquele símbolo… ela não comentou nada quando estava tentando abrir a portaria. Minha humana parecia prestes a continuar falando, contudo, uma súbita queda na temperatura a fez estremecer por inteiro. Ela se encolheu contra o cãozinho em seus braços, desesperada por qualquer fonte de calor, e este ganiu de surpresa pelo súbito aperto, mas felizmente não tentou mordê-la. O clima lá fora estava ameno, de onde raios todo esse frio estava vindo? Eu tinha que tirar Yoshiro dali…

Corri até minha treinadora tentei empurrá-la com a cabeça rumo à porta. Claro, eu não usei força suficiente para de fato arrastá-la, mas esperava que ela entendesse o recado. E realmente entendeu. Tentamos sair daquele lugar congelante, no entanto, as portas se fecharam de forma tão súbita como haviam se aberto, prendendo-nos lá dentro. Com isso, os raios solares que entravam foram bloqueados, mergulhado o ambiente no mais profundo breu. Eu não conseguia enxergar um palmo à minha frente, só sabia que Yohiro ainda estava do meu lado porque conseguia ouvir a respiração dela, que de novo tinha se tornado mais pesada, e o bater dos dentes causado pelo frio. Senti meu coração apertar - o que aconteceria com minha dona agora? Precisava tirá-la dali… Meu Arceus, um pouco de calor é pedir demais!?

Como Arceus realmente tivesse me ouvido, as lâmpadas do local se acenderam, revelando um luxuoso salão, de paredes e chão cobertos por mármore branco, além de um extenso tapete vermelho com detalhes e bordas dourados. Honestamente, não era o meu estilo, mas pelo menos o lugar parecia muito limpo e organizado. Junto com a luz, veio uma confortável onda de calor. Notei que Yoshiro relaxou, deixando de apertar Poochyena tão forte e de tremer tanto. Suspirei, aliviado por pelo menos uma das maluquices daquele lugar ter sido boa para nós. A menina olhou para um lustre de cristais, a última coisa que tinha acendido, com certo saudosismo.

- Parece com o que tem lá em casa… - Ela é rica a esse ponto? Pensei que humanos se importassem com dinheiro mais do que tudo… então por que aquela menina tinha aberto mão de uma vida luxuosa para ter a vida tão inconstante de uma treinadora? - Sapphire… biscoitos!

Franzi a testa, percebendo que ela estava certa. O cheiro de biscoitos assando tomou conta do ambiente, era de dar água na boca. Principalmente para Yoshiro, que um tempo atrás estava quase chorando pelos biscoitos arruinados. Mas de onde exatamente esse cheiro vinha? Era difícil dizer… eu não via nenhum forno ali perto, e todas as portas daquele cômodo estavam fechadas. Um aroma tão forte teoricamente não deveria chegar até ali… mas, depois de tudo, quem ainda se importa com a teoria? Minha humana com certeza não. Ela nem se atentou a isso, apenas se deixou guiar pelo aroma e começou a subir as escadarias, que pareciam ser o único caminho viável.

- Se abriram a porta pra nós, é porque podemos entrar, certo? - Eu não estava tão certo disso… contudo, uma coisa era certa: aquela mansão estava muito bem cuidada, não havia chance de ela ser abandonada. Tinha que ter alguém lá dentro… alguém com um péssimo senso de humor, aliás. Poochyena saltou dos braços da menina e começou a correr, sendo o primeiro que chegou ao topo. Ele latiu alto, parecendo satisfeito, e ficou sentado esperando que a garota terminasse de subir também.

Pelo amor de Arceus, não saiam desse tapete!” Fiquei tão nervoso que esqueci que Yoshiro não conseguia me ouvir. Ver minha humana, desajeitada como era, subindo uma escadaria de mármore liso e escorregadio… aquilo era pedir por tragédia! Corri atrás dela, na esperança de poder pelo menos dar uma cabeçada nela se ameaçasse perder o equilíbrio. Melhor cair pra frente que rolar escada abaixo, não? Por sorte, não foi necessário. Ela subiu tranquilamente, tagarelando sobre aquele símbolo estranho nas aldravas.

- Como a maioria das divindades egípcias, Hórus é um deus antropozoomórfico, ou seja, uma mistura de humano e Pokémon. Essa segunda parte é retratada com traços de um Pokémon falcão, mas não se sabe ao certo que espécie é essa, se ela realmente existiu ou se era apenas superstição. Pelas imagens encontradas, lembra um pouco um Talonflame… o que com certeza não passa de coincidência, porque essa espécie é endêmica de Kalos. - Eu a segui de perto, fingindo que estava entendendo. Para alguém que parecia tão tola, não esperava que essa menina fosse saber desse tipo de coisa… Poochyena, por outro lado, nem tentou disfarçar a confusão em seu rosto enquanto encarava a humana. - Ah, eu gostava das aulas de história.

Ela abriu um sorriso amarelo, parecendo envergonhada por enfim ter notado que ninguém ali estava entendendo o que dizia. Acho que Daisuke me mencionou que Yoshiro era a melhor da sala… a humana chegou no topo da escada, sem reparar meu olhar admirado sobre ela, e aproximou-se da porta do meio, tentando abri-la. Por que especificamente a do meio? Eu não fazia ideia, todavia, dessa vez eu estava disposto a dar um voto de confiança à minha humana. Quem sabe, talvez… ela de fato soubesse o que estava fazendo?

Esquece, com certeza ela não sabia. No entanto, como as três portas pareciam iguais, não fazia mal deixar que ela escolhesse por qual queria seguir.

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A waterful start
Route 110


Ao passo que Sapphire não fazia ideia do que aqueles olhos dourados significavam, Yoshiro tinha mais que uma noção. A jovem parecia saber muito bem o que era aquele símbolo, mas antes que pudesse dar informações mais detalhadas, a onda de frio chegou. Foi instantâneo. A treinadora logo caiu de joelhos no chão, abraçando o pokémon selvagem ao seu lado, à procura de qualquer calor que seu corpo e pelo poderiam oferecer. O aquático tivera a genial ideia de sair da casa, voltar para a amenidade do exterior, mas a mansão parecia ter outros planos, trancando-os lá dentro.

Felizmente, não durou muito, e na mesma velocidade que viera, o frio também se fora. Em seu lugar, luz e calor. Bom. Seria horrível percorrer por aquela casa se as luzes estivessem apagadas. O que não era bom eram todas aquelas alterações climáticas súbitas. Com certeza não era saudável para ninguém (talvez Sapphire não sentisse tanta diferença, tendo sangue frio, mas sua treinadora e o cãozinho pareciam sentir). Tendo o lugar iluminado, e um ambiente mais agradável, Yoshiro pôde até mesmo identificar algumas semelhanças com coisas que tinha em sua própria casa (será que os lustres estavam em promoção no site de artigos de decoração ricos.com.hn?) e inclusive, voltar para as histórias de Hórus.

De fato, impressionante. Apesar de avoada, a menina era muito inteligente — sendo inclusive considerada a melhor de sua sala. Definiu com exatidão os conceitos primários do deus, utilizando conceitos básicos de explicação para leigos. É, se aqueles eram os conceitos básicos, Poochyena e Sapphire provavelmente não iriam querer saber do aprofundamento. A teoria de Talonflame, no entanto, até que poderia fazer algum sentido. Afinal, Talonflame é um pokémon ígneo, que provavelmente não teria muitas dificuldades em um ambiente árido como o deserto, além de ser a última evolução de sua linha — mais forte e rara que as demais. Bem, acho que já basta de falar sobre pokémon Egito version.

É, talvez não. Seguindo o rastro aéreo dos biscoitos, Yoshiro subia as escadas, acompanhada pelo Mudkip, tendo Poochyena a correr na frente. Sapphire parecia preocupado com a possibilidade de sua treinadora cair desastrosamente das escadas. Não aconteceu. Eles chegaram seguros e plenos até o segundo andar, deparando-se com três portas. A jovem, obviamente, decidiu abrir a do meio, como qualquer um faria, por motivos de por que sim. A porta abriu-se na primeira tentativa, para dentro.

E assim, Yoshiro caiu.

Uma cena digna de Alice caindo na toca. Parecia um buraco sem fim, que ia para baixo infinitamente. Como? Não poderia explicar-se. O fato era que, por detrás daquela porta, havia apenas um grande vazio escuro, pelo qual a jovem caiu assim que abriu a porta, tal como Poochyena, que a seguiu em um pulo alegre. Típico. Quando as coisas pareciam começar a melhorar, uma maluquice daquelas acontecia. Onde ela iria parar? Não sabiam. O fato era que caíam, e apenas caíam.




PROGRESSO — HANAKKO :

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Quando Yoshiro chegou ao topo da escada em segurança, não pude conter um suspiro aliviado, crente de que o maior perigo já havia passado. Fiquei sentado, esperando-a abrir a porta e tentando ignorar os latidos animados de Poochyena. Como ele conseguia parecer tão alegre em uma situação daquelas? Ficava abanando o rabo e chamando minha humana para brincar, como se não tivesse nada fora do comum acontecendo. Por que sinto que sou o único com bom senso aqui?

Enfim, quando a garota abriu a porta (quem deixa as portas destrancadas com três invasores na casa?), notei que o dono daquele lugar provavelmente gostava de viver como um Zubat. Não dava para ver nada lá dentro, apenas a mais completa escuridão. Será que teríamos que entrar para as luzes se acenderem, de novo? Yoshiro provavelmente estava pensando nisso quando deu um passo para dentro de lá. Contudo, no fim, ela não encontrou luz. Na verdade, não encontrou nem mesmo chão.

Yoshiro!” Corri até a beirada da porta, mas era tarde - minha humana caiu naquele poço escuro, sendo seguida por Poochyena, que alegremente jogou-se atrás dela. Ele era louco!? Andei de um lado para o outro, abismado demais para processar o que tinha acontecido ali. Minha treinadora tinha simplesmente… caído pra dentro do nada? Não, aquilo era absurdo demais, até para os níveis daquele lugar… “Ok, é nessa hora que eu acordo… foi tudo só um sonho ruim…

Tentei respirar fundo, por mais que sentisse meu coração disparado como se estivesse no meio de uma maratona. Um, dois três… Por que eu não estou acordando!? Não era possível que aquilo tivesse mesmo acontecido… no entanto… e se tivesse? Eu estava mesmo disposto a pular num buraco sem fim por uma humana que eu tinha conhecido naquele mesmo dia? Valia a pena arriscar minha vida por isso?

A dúvida estava me atormentando, fazia minha cabeça doer. Lembranças do navio, onde conheci Yoshiro, invadiam minha mente. Memórias tão vívidas que mais pareciam um flashback - a alegria dela ao me conhecer, a forma como tentou me acalmar quando fiquei angustiado pela vinda da tempestade, o sorriso tão doce e inocente que tinha me feito confiar naquela menina. Como eu poderia simplesmente deixá-la à própria sorte? Ela precisava de mim! Yoshiro é a minha treinadora, protegê-la é o meu dever. E eu vou cumpri-lo… custe o que custar.

Tomei algum impulso e saltei para dentro da fronteira que a porta estabelecia. Como o esperado, meus pés não encontraram o chão.

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A waterful start
Route 110


O sol escaldante queimava a nuca de Yoshiro. Caída no chão, ela provavelmente estava confusa, tentado entender o que estava acontecendo. Ao seu lado, Poochyena e Sapphire, também esparramados no chão. O cãozinho parecia cansado, com sua língua para fora, como se tentasse umidecê-la. É, não que fosse dar certo. A terra vermelho-amarelada, ressecada, e o forte sol indicavam que não havia muita umidade naquele ar. Eles estavam caindo em um mar de escuridão... Como foram parar no meio de um deserto?!

Deserto :


Não era exatamente aquele estilo de deserto arenoso, mas sim rochoso. Ao longe, no céu, um pássaro passava pelo trio, liberando um grasnado majestoso. Parecia ter penas vermelhas e cinzas, mas como Yoshiro poderia ter certeza, tão distante? Além disso, não era como se um Talonflame fosse passar acima deles só por que a jovem havia citado o pokémon mais cedo. O lobinho espirrou, interrompendo qualquer pensamento mundano que a treinadora ou o aquático pudessem estar tendo. Provavelmente, as súbitas mudanças climáticas não estavam sendo boas para a saúde dele, mas ele não se importava muito. Isso por que ele não estivera encharcado com água salgada.

Estranhamente, o cheiro de biscoitos parecia ainda mais forte ali. Quase como se viesse de algum lugar daquele deserto. Mas é claro, isso é muito improvável. Como ela poderia ter sido levada da luxuosa mansão até um escaldante deserto que cheirava como biscoitos? Pois é, não olhe para mim, não é como se eu tivesse culpa (okay, talvez um pouquinho). O deserto parecia interminável em todas as direções, mas o odor parecia vir de uma direção específica. Qual? Ah, não sei. É um deserto, e não há nada que, aparentemente, possa ser utilizado como um guia.

De qualquer forma, era muita coisa para se processar. Banho de mar, cansaço, caminhada pela pradaria, mansão que surge do nada, portas que se abrem sozinhas, quartos sem chão e de pura escuridão, desertos sem fim e sem sentido para mim. Como Yoshiro reagiria com toda essa loucura? Será que tentaria algo inesperado? Talvez houvesse algo de importante ali que ela deveria fazer, mas... Quem iria saber?




PROGRESSO — HANAKKO :

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O calor era indescritível. Não dava para acreditar que apenas alguns minutos atrás estávamos quase congelando. A luz também incomodava bastante… forte demais, meus olhos demoraram a se acostumar. Alguém faz o favor de me explicar como fomos parar no meio de um deserto!? Se fosse a pradaria (e sua maldita grama) ou a floresta, que ficavam ali perto, tudo bem, daria pra aceitar. Ainda seria estranho, contudo, ao menos seria possível. Mas um deserto… Como raios aquele buraco nos trouxe pra cá? Nada disso faz sentido, não tem o mínimo sentido!

Ao meu lado, Yoshiro parecia igualmente confusa. Ela olhou ao redor e depois começou a beliscar o próprio braço, como se tentasse acordar de um sonho. Não funciona, Yoshiro, já tentei. Poochyena também parecia desanimado pela primeira vez. Com a língua pra fora, ele tentava inutilmente umidecê-la. Ao nosso redor, nada além de pedras, um sol escaldante e um pássaro que passou voando sobre nós. Estava longe, não pude identificar qual era, aquela coloração vermelha e cinza não me lembrava nenhuma espécie que eu conhecesse.

- Um Talonflame…? - Minha treinadora sussurrou, incrédula. Aquele não era o pássaro que ela mencionou quando estava falando daquele olho na porta? Só faltava a casa ser mesmo de Hórus e ele ter nos trazido pra cá como punição por termos invadido. Não que eu já estivesse louco a ponto de acreditar em divindades mitológicas. Todavia, as insanidades daquele lugar com certeza estavam me levando rumo a isso.

O cheiro de biscoitos ali estava ainda mais forte do que na mansão. Um deserto que cheira a biscoitos? Isso só pode ser perseguição por eu ter desdenhado daquele pacote… meus pensamentos foram contados por Poochyena, que espirrou. Todas aquelas mudanças de tempo não faziam bem pra ninguém… olhei pra minha dona, preocupado. Se aquele cachorrinho estava ameaçando ficar doente, imagine quem tinha passado tanto tempo molhada. Ela não notou meu olhar, apenas se levantou e foi fazer um carinho em Poochyena para consolá-lo, claramente mais preocupada com ele do que consigo. Por que será que não estou surpreso?

- Pelo menos não tem chance de o meu cabelo não secar agora… - Ela soltou uma risadinha fraca, sem muito humor. Talvez só estivesse tentando elevar nossos ânimos? Se fosse o caso, ela não era muito boa nisso, mas ganhava um ponto pela intenção. - Não podemos ficar aqui pra sempre, então vamos atrás desses biscoitos. Onde tem biscoito, tem alguém para comê-los, não é?

Nisso ela tinha razão. Mas se a pessoa que iria comer os biscoitos era a mesma que tinha nos colocado naquela situação, eu não sabia se queria conhecê-la. De qualquer forma, minha treinadora pediu para que Poochyena liderasse o caminho, já que ele era quem tinha o melhor olfato. Mesmo cansado, o lobinho pareceu mais que feliz em atender ao pedido dela. Andamos por alguns minutos, sob aquele sol escaldante que sugava todas as minhas forças. Não consegui acompanhar o ritmo daqueles dois, andando alguns metros atrás deles. Sentia minha pele perder a umidade para aquele clima árido, e respirar ficava cada vez mais difícil. Eu não entendia porque estava tão fraco… não fazia muito tempo que havíamos chegado aqui.

- Sapphire…? - A menina notou que havia algo errado e andou até mim, sendo seguida pelo lobo. Ela me fitou com preocupação e colocou a mão sobre mim, parecendo assustada ao ver o quão seca minha pele estava. - Meu Arceus, eu sou uma tola… desculpe, Sapphire…

Yoshiro tirou da mochila um objeto que eu conhecia muito bem. Minha Pokébola? Ela não podia estar falando sério… depois de eu tê-la seguido até ali, não deixaria que ela me retornasse. Eu não podia deixar minha dona só com aquele cãozinho no meio do deserto. A menina deve ter notado meu descontentamento, pois começou a explicar.

- Sapphire, você é um anfíbio… seus pulmões são saculiformes e parte considerável da sua respiração é cutânea, que depende de uma boa umidade. - Notando que eu não estava entendendo, ela suspirou e explicou em uma linguagem normal. - Seus pulmões não são bons, você precisa manter sua pele úmida para respirar direito. Eu devia ter te retornado para a Pokébola quando chegamos aqui, mas não achei que desidrataria tão rápido… desculpe...

Yoshiro… eu não vou te deixar aqui. Pode esquecer.” Bati o pé no chão, minha postura estava tão firme que fez minha dona vacilar. Ela hesitou por alguns instantes, pensando sobre o que fazer.

- Isso é para o seu bem. - Decidiu, e a próxima coisa que vi foi um raio rubro tomar conta da minha visão.


***



- Não se preocupe, Poochy, ele vai ficar bem agora. As Pokébolas são feitas para proteger a homeostase do Pokémon que está dentro dela. Então… vamos continuar?

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A waterful start
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É, embora não agradável para a maioria das espécies, provavelmente um aquático como Mudkip seria um dos que mais sofreria em  um terreno árido como aquele. Após alguns comentários e percepções, fossem eles de questionamento, para levantar o astral ou sobre questões urgentes e perigosas. Yoshiro identificou o Talonflame que voava alto no céu, o que não fazia o menor sentido. Como ela mesmo falara, esta era uma espécie endêmica de Kalos. E Kalos era longe, não era? Bem, ao menos a treinadora conseguira encontrar um ponto positivo em meio à tudo isso: agora ela com certeza ficaria seca. Como eu adoro pessoas otimistas.

Contudo, nem tudo era rosas e alegria. Poochyena parecia prestes a ficar gripado (e claro, Yoshiro não, afinal, ela era imune a qualquer tipo de doença, ou ao menos era o que deixava a parecer), e Sapphire estava extremamente desidratado. O anfíbio não conseguira nem mesmo andar para ir na caça aos biscoitos! Tomando uma difícil decisão, a jovem recolhia seu inicial para a Poké Ball, não muito contente, chamando o pokémon noturno para seguir em frente com ela. Tinha a ótima teoria de que, se haviam biscoitos, logo havia uma pessoa ou pokémon por ali também, que poderiam ser úteis para descobrir o que estava acontecendo.

Ao menos se as coisas realmente funcionassem assim...

Àquela altura, Yoshiro já deveria ter percebido que nada ali fazia algum sentido aparente. Tudo era uma grande interrogação que assombrava a mente de quem quer que ousasse entrar na mansão. E para a infelicidade da treinadora, esse alguém era ela, no momento. Com seu aquático dentro da Poké Ball, após o que poderia-se chamar de uma leve discussão, a jovem foi até onde Poochyena indicava estarem os biscoitos. Demorou o que pareceu uma eternidade, sob aquela luz e calor intensos, além da paisagem inquietamente idêntica para todos os lados, mas enfim chegaram.

Só havia um problema. Não tinha biscoito, pessoa ou pokémon algum. Aliás, o simples fato de Yoshiro não ter visto um único pokémon durante o trajeto inteiro já era muito estranho. Tudo bem, deserto, condições extremas. Mas mesmo assim, haviam monstrinhos capazes de suportar tais condições, principalmente os de tipagem terrestre. Nada (quer dizer, até tinha um cacto que lembrava muito uma Maractus, mas era apenas um cacto comum mesmo). O que havia no lugar que o cãozinho indicava como origem do odor era apenas uma estatueta de madeira quebrada, que estava inserida no chão rachado em algum tipo de mecanismo antigo. De fato o cheiro ali parecia ser muito mais forte, mas era apenas uma estátua quebrada, sem cabeça, sobre alguns equipamentos lígneos circulares estranhos. Não parecia ser nada demais.

Contudo, por que Poochyena parecia olhar fixamente para a estatueta, lambendo o focinho, como se estivesse pronto para abocanhá-la? Era madeira, e não biscoito. Quando percebeu isso (após uma mordida seca e nada saborosa), o pequenino começou a latir desapontado. A maneira com a qual apontava para a cabeça inexistente era quase que alarmante. O que havia de tão especial no fato de o item ser deficiente? Mas Poochyena não deu à jovem muito tempo para pensar nisso, parando subitamente tudo que fazia para olhar, atento, à sua direita. Começou a latir, com o que se poderia chamar de hostilidade, e então correu para a direção. E agora?



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Caçar biscoitos em um deserto escaldante não era exatamente a forma como eu esperava passar o dia. No entanto, fugir do internato, ver um ataque da Equipe Aqua, quase me afogar e entrar em uma mansão mal assombrada também não estavam nos planos… não conseguia acreditar em como minha vida tinha dado uma guinada tão brusca. Três dias atrás, eu jamais imaginaria que algo assim poderia acontecer… e, mesmo agora que estava acontecendo, parte de mim ainda tinha dúvidas da veracidade de tudo. Será que bati minha cabeça forte demais naquela placa?

Todas aquelas maluquices ocorrendo uma após a outra não me ajudavam a acreditar que os acontecimentos eram reais. Como algo tão sem lógica poderia acontecer? Eu só podia esperar que fosse alguma pegadinha de mau gosto. Mas uma pegadinha feita por quem? Não ter achado nenhum sinal de ser vivo durante todo aquele tempo era preocupante. Exceto o Talonflame, claro, mas esse eu prefiro acreditar que era uma miragem. Meu professor de geografia teria uma síncope se eu lhe dissesse que vi um desses em Hoenn.

Não sei dizer por quanto tempo ficamos andando. Algumas horas, talvez? Para mim pareceram anos. Malditas as vezes em que matei as aulas de educação física… não estava preparada para uma caminhada tão longa, principalmente no meio de um deserto. Antes da metade do caminho, já estava com a garganta seca e com os pés doendo. Por mais que caminhássemos, o cenário ao nosso redor continuava angustiantemente idêntico, dando a impressão de que nunca chegaríamos a lugar nenhum. Tudo parecia tão vazio e desolado… Aquilo me dava um pressentimento ruim. Que tipo de deserto não tinha um mísero Pokémon terrestre?

Poochyena seguia à minha frente, motivado pelo aroma de biscoitos. Devia estar com fome, tadinho… eu também estava, já que nosso almoço tinha sido arruinado pela água. Mal podia esperar para encontrar esses biscoitos… um pouco de água também cairia muito bem, pena que não era algo fácil de se achar em uma região árida assim. Aos poucos o cheiro dos biscoitos foi ficando mais forte, era o nosso único consolo em meio àquele sol forte e àquele ambiente hostil. Chegava a ser inebriante… quando eu fechava os olhos, quase podia vê-los. E, a cada vez que me ludibriava com essa doce ilusão,  sentia meus olhos pesarem mais, ficava mais difícil de abri-los. Mesmo naquela situação, estava ficando meio sonolenta. Pelo cansaço da caminhada, talvez?

- Poochy, vá com calma… - Pedi para ele diminuir o passo, não estava fácil acompanhá-lo. Mesmo no início de uma gripe, como ele ainda tinha tanta energia? Eu só queria achar logo esses biscoitos, depois me deitar na primeira sombra que aparecesse. Para o meu azar, no percurso inteiro não achei nenhuma, fomos obrigados a andar sob aquele sol abrasador. Por causa dele, não estranhei quando senti meu corpo bem mais quente que o normal. Achei que devia ser apenas o calor do deserto… no entanto, logo notei que havia algo muito errado.  Aquele mal-estar não era normal… e minha garganta, que antes só parecia seca, estava ficando dolorida e irritada. Era só o que me faltava…

Quando achei que não aguentaria mais andar, chegamos a alguma coisa. Não eram biscoitos, nem tinha qualquer ser vivo por perto, não passava de um estátua de madeira quebrada, junto a algumas engrenagens estranhas. Poochy tentou mordê-la, confirmando que não era nada apetitosa. E eu achando que depois de todo o esforço teríamos um lanche, e, talvez, alguém que nos explicasse o que estava acontecendo... A decepção foi tão forte que deixei-me cair de joelhos sobre o chão, exausta e arrependida por ter ido até ali. Não acreditava que tinha andado doente no meio de um deserto pra não ganhar absolutamente nada em troca.

- É sério…? Depois de tudo que passamos… é isso que recebemos? - Meu tom saiu choroso, mas não me importei O quão injusto era aquilo!? Fechei a mão em um punho e acertei-o repetidas vezes contra o chão, frustrada demais para me importar se estava sendo infantil. Estava apenas com tanta raiva daquele deserto, daquela situação, e de quem quer que estivesse por trás disso. Minha vontade era de jogar a estatueta longe, não queria mais vê-la na minha frente. E provavelmente teria feito isso, se Poochyena não tivesse começado a latir. Olhei pra ele, confusa, e vi-o sair correndo em alguma direção.

Uma corrida não… Não queria correr por aí, não tinha mais energia para isso. Contudo, que escolha tinha? Não podia deixar Poochy vagar por aí sozinho… precisei reunir o resto da minha força e ao menos tentar acompanhá-lo. Meus passos estavam um pouco trôpegos, mas tentei me equilibrar, rezando para não cair.  Afinal, eu não queria perder aquele cachorrinho de vista… Antes de sair, olhei com raiva para a estátua, jurando que voltaria para acertar as contas com ela depois. Ah, ela não perde por esperar...

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OFF escreveu:
Desculpa pela demoraa




A waterful start
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É, não estava sendo fácil. Mas quem disse que seria? Bem, talvez ela tivesse se esquecido de ler o passo a passo de "Sua primeira aventura muito doida". Talvez fizesse parte do processo, afinal. Estava sendo tudo muito estranho e improvável, e ninguém parecia ser capaz de explicar tantas loucuras (inclusive, professores de geografia). Yoshiro começava a sentir os efeitos colaterais de toda essa aventura.

Fosse a sede, a fome, o cansaço físico ou então os sintomas iniciais de algum resfriado, a garota não estava se sentindo bem. O inebriante odor de biscoitos era forte, e parecia criar na garota ilusões tão fortes quanto àquelas que ela vinha tendo contato. Como seria bom sentar, comer e beber algo, para então descansar. Uma pena que não era algo para se fazer tão usualmente em um deserto. Poochyena, no entanto, não precisava tão cansado, e era ele quem liderava o caminho.

...Decepção.

Claro, provavelmente não se esperava muito naquele ambiente, mas ainda assim, qualquer coisa parecia melhor do que aquela maldita estatueta destruidora de sonhos e esperança. Sim, até mesmo seguir um cão pelo deserto, com suas pernas mal aguentando seu próprio peso. Puxa vida, como o olhar observador de Sapphire podia fazer falta, às vezes! Yoshiro precisaria confiar nos instintos do canino, então. Seria uma boa ideia? Aparentemente, a melhor que tinha.

Então lá foi a jovem. Desta vez, não demorou muito. Decerto, não houve mais mudanças na paisagem, nenhuma outra estatueta inútil, quebrada ou não. Mas algo mudara, no entanto. Após um breve tempo indo atrás de Poochyena, a treinadora viu o cãozinho parar, rosnando em uma posição ofensiva. Teria achado algo? Talvez, alguém fosse um objetivo direto mais adequado. Sim. Finalmente, uma forma de vida naquele deserto infindável! Exceto pelo fato de que Yoshiro não via nada além de uma movimentação estranha na terra. Ah, fala sério!

Então apareceu. Sinistramente, uma cabeça emergiu da terra. Uma única, nariguda e marrom cabeça. Bizarro. Parecia determinada a algo, embora a jovem talvez não fosse capaz de dizer a que. Mostrava alguns poucos traços de hostilidade, como quem diz irritado: “Se me atacar, eu vou atacar! Se não, vou atacar ainda assim por que preciso!”. Certo, talvez isso fora específico demais, mas quem pode julgar? O fato era que Poochyena rosnava sem parar, como se quisesse dizer que havia algo de errado com aquele ser. E de fato. Parecia estar fazendo algum esforço para se manter sobre a terra, como se carregasse algo abaixo dela, e essa tarefa não parecia tão fácil.

[01] Após a tormenta - Página 2 Diglett

Havia um certo clima de batalha iminente. Mas será que tinha como Yoshiro confiar em Poochyena? Poderia ser meio arriscado, depender tanto assim de um pokémon selvagem. Talvez trazer Sapphire de volta ao jogo? Também tinha seus riscos... Mas ainda assim, era estranho Diglett ser a única criatura viva vista no deserto todo (ao menos que parecia ser verdade). E era ainda mais peculiar o fato de estar parecendo carregar algo. Será que era por isso que o cãozinho conseguira rastreá-lo? Por qualquer que fosse a coisa que o terrestre segurava? Vai saber... As decisões estavam nas mãos da treinadora, mas ela daria conta?



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Dessa vez, tive sorte, a corrida não durou muito. Com certeza o suficiente para me tirar o fôlego, mas qualquer exercício faz isso, principalmente um feito no meio do deserto. Será que todas as jornadas começam assim…? Daisuke não me disse nada sobre isso… nunca me avisou que uma organização criminosa poderia atacar o barco, nem que eu encontraria uma mansão maluca, nem que um buraco no chão me levaria para o meio do deserto, e muito menos que eu teria que seguir um cachorrinho até um monte de… nada? Isso é sério?

Antes que eu pudesse esbravejar, um montinho de areia começou a se mexer. Dele, uma toupeira pequena e de nariz rosado saiu. Por um lado, era um alívio ver outro ser vivo ali. Por outro, ele não parecia muito amigável… eu não sabia ao certo dizer o que havia errado com aquele Diglett, mas com certeza ele parecia bem descontente. Será que tínhamos invadido o território dele? Mas com essa imensidão de areia e pedra pra todo canto, quem raios poderia se importar com território? Outra coisa que parecia estranha era o esforço que o Pokémon terrestre parecia fazer para manter-se sobre a terra, como se estivesse segurando algo. Essa espécie sequer tem mãos para segurar qualquer coisa?

Pelo que eu me lembrava das minhas aulas de biologia, esse pequenino consegue cavar túneis subterrâneos muito extensos e causar terremotos bem fortes. Provavelmente não seria uma boa ideia chegar perto demais dele… talvez fosse melhor apenas sair de fininho? É possível, no entanto, ele não parecia disposto a nos deixar sair dali. O modo como Diglett e Poochyena se encaravam era agressivo, a tensão que se formava entre eles era quase palpável. Àquela altura, até pra mim estava claro que um confronto seria inevitável.

Em outra situação, a iminência da minha primeira batalha me deixaria muito entusiasmada. No entanto, aqueles acontecimentos tinham sugado tanto da minha energia, não estava com disposição nem sequer para o rito de passagem de um treinador. Infelizmente, eu não podia mandar o Diglett voltar outra hora. Não vi escolha, saquei a Pokébola de Sapphire. Mesmo não querendo convocá-lo novamente no deserto, eu não achava que seria uma boa ideia confiar isso a Poochyena. Afinal, o cachorrinho era um atacante físico, e se aproximar de um Pokémon terrestre em seu habitat natural não seria tarefa fácil. Além disso, Poochy era selvagem, eu não teria como controlá-lo se ele fizesse besteira.

Com o típico flash vermelho, liberei Sapphire. Foi um alívio ver que ele estava melhor, passar aquele tempo descansando na Pokébola realmente tinha ajudado. Mesmo assim, ele parecia bravo comigo, assim que me viu começou a falar em um tom irritado, como se tentasse me dar um sermão por eu tê-lo recolhido naquela hora. Apesar de tudo, não pude conter um sorriso, era tão bom vê-lo de novo. Andar tanto tempo sem ter Mudkip ao meu lado tinha sido muito estranho, me sentia mais confortável e segura com aquele baixinho por perto.

- Desculpe por aquilo, Sapphire… mas agora precisamos ser rápidos, ok? - Não podia permitir que ele passasse muito tempo naquele ambiente seco, ou começaria a desidratar de novo. Mudkip olhou para o Diglett, parecendo meio confuso com a presença dele ali, porém, logo entendeu a situação. Vi o pequeno colocar-se em posição ofensiva e ficar parado, parecia esperar por alguma coisa. Estava aguardando comandos? De mim? Eu nem sabia quais ataques ele tinha! - Uhn… você com certeza tem algum ataque de água, não tem? Pode usá-lo no Diglett, por favor?

Melhor iniciarmos a batalha do que esperar que o oponente faça isso por nós, não é? Afinal, não tínhamos tempo para esperar Diglett decidir o melhor momento de atacar. Quanto menos Sapphire ficasse em um clima tão árido, melhor. Precisaríamos encerrar aquela batalha o mais depressa possível.

- Poochy, essa luta vai ser dele, ok? Vem cá, se ficar muito perto você pode se machucar. - Tentei chamar o lobinho, se possível o pegaria no colo. Deixar um Pokémon tão hiperativo no meio de um campo de combate com certeza não seria bom. - E Sapphire… tome cuidado, tá?

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OFF :




A waterful start
Route 110


Embora preocupada com seu pokémon, Yoshiro não via alternativa senão chamá-lo para a batalha que se apresentava diante de seus olhos. Era bom ver Sapphire, sim, mas também arriscado. A jovem não queria deixar seu pokémon naquele deserto mais tempo do que este necessitava. Aparentemente, estar dentro da Poké Ball já havia ajudado bastante, mas de nada adiantaria se ele voltasse a ficar muito tempo por ali. Antes que o aquático pudesse brigar ferozmente com sua treinadora, no entanto, a garota mostrou a situação em que se encontravam, pedindo ajuda ao anfíbio.

Yoshiro já havia provado sua inteligência antes. Claro, era um pouco "boba" às vezes, mas inocência não é algo diretamente atrelado à inteligência. E ela voltou a ressaltar essa sua característica com uma análise de seu adversário. Diglett são pokémon terrestres, conhecidos por terem controle sobre os tremores da terra. Provavelmente não era uma boa ideia ficar muito próximo deles. Além disso, não podia contar com o cãozinho, por completo. Pois bem, que viesse Sapphire para mais uma vez salvar o dia.

O Mudkip rapidamente entendeu a situação, e resolveu ajudar sua treinadora. Enquanto Poochyena corria para o colo de Yoshiro, o aquático preparava para expelir um jato d'água de sua garganta. Yoshiro não sabia muito sobre os golpes dos pokémon (afinal, para que servia a Pokédex?), mas fora muito específica em seu pedido: água, afastado, tome cuidado. Só havia um problema: mesmo parecendo carregar algo, Diglett era muito, muito mais veloz. Assim sendo, agiu primeiro, ao notar o aparecimento de Mudkip. Ora bolas, um pokémon aquático, em posição hostil, após sua treinadora falar a palavra "ataque"... Não poderia esperar menos, certo?

Então resolveu dar um grito de alerta, evidenciando que não pegaria leve também. Isso fez com que Sapphire hesitasse um pouco, talvez até afetando sua ofensiva, mas não durou muito. Motivado a proteger sua treinadora, logo expeliu o tal ataque de água, em um potente jato que acertou Diglett em cheio (-5). E é claro que o terrestre não deixou isso barato. Novamente abusando de sua velocidade, cavou um buraco para ir abaixo de Sapphire, e sabe-se lá como, deu um forte arranhão e logo recuou, voltando para a superfície com certo esforço (-2). O Mudkip, sendo o mais lerdo, limitou-se a projetar mais um de seus jatos d'água (-5).

A primeira batalha de Yoshiro, então. Definitivamente não era o cenário dos sonhos ou qualquer outra coisa que a garota tivesse imaginado. Mas bem, era sua primeira batalha, ainda assim. Será que ela gostaria? Como reagiria? Diglett já parecia um tanto quanto debilitado... Provavelmente, com mais alguns ataques, Sapphire seria capaz de nocauteá-lo. Mas afinal, qual era o significado de tudo aquilo...?





Diglett:
~x~
Hold Item:
~x~
Trait:
Arena Trap

lv06 Diglett


07/17
[01] Após a tormenta - Página 2 Diglett
[01] Após a tormenta - Página 2 Mudkip
lv05 Sapphire


18/20
Trait:
Torrent
Hold Item:
~x~
Sapphire:
-1 Attack

Campo: Um deserto mais "rochoso", de chão rachado. Não há nada por perto, a não ser algumas poucas elevações irregulares do terreno. O sol é forte, mas não chega a influenciar diretamente o campo de batalha.


PROGRESSO — HANAKKO :

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