Off :
Não se preocupe com a demora, espero que tenha entendido as matérias e ido bem no simulado ^^
Entendido, pode deixar ^^ nesse post eu preferi não ir além do que você descreveu, para não me alongar demais, mas quem sabe nos próximos eu dê algum toque extra. Nada que fuja do que você narrou, claro.
Entendido, pode deixar ^^ nesse post eu preferi não ir além do que você descreveu, para não me alongar demais, mas quem sabe nos próximos eu dê algum toque extra. Nada que fuja do que você narrou, claro.
Enquanto Yoshiro corria para socorrer Poochyena, que havia entrado com tudo na casa após as portas terem se aberto quando ele estava prestes a acertá-las com um Tackle, eu resolvi analisar mais de perto a entrada. Devia ter algum mecanismo para abri-las, elas não podiam ter se mexido sozinhas… não é? Àquela altura, eu já não tinha mais certeza de nada. Toda a situação era apenas surreal demais para mim, nada fazia sentido. Infelizmente, não achei nada de relevante nas portas, a característica mais chamativa delas era a presença daquelas aldravas estranhas… eram douradas, contrastando com o tom escuro da madeira, e seu formato lembrava… olhos?
- O que está olhando, Sapphire? - A menina andou até mim, trazendo Poochyena no colo. - Ah, você gostou? É o Olho de Hórus, também chamado de Udyat. Um símbolo muito comum entre um dos antigos povos do deserto, os egípcios, ele tem vários significados, mas os principais são os de poder e proteção.
Olhei para ela, surpreso. Podia jurar que Yoshiro nem sequer tinha reparado naquele símbolo… ela não comentou nada quando estava tentando abrir a portaria. Minha humana parecia prestes a continuar falando, contudo, uma súbita queda na temperatura a fez estremecer por inteiro. Ela se encolheu contra o cãozinho em seus braços, desesperada por qualquer fonte de calor, e este ganiu de surpresa pelo súbito aperto, mas felizmente não tentou mordê-la. O clima lá fora estava ameno, de onde raios todo esse frio estava vindo? Eu tinha que tirar Yoshiro dali…
Corri até minha treinadora tentei empurrá-la com a cabeça rumo à porta. Claro, eu não usei força suficiente para de fato arrastá-la, mas esperava que ela entendesse o recado. E realmente entendeu. Tentamos sair daquele lugar congelante, no entanto, as portas se fecharam de forma tão súbita como haviam se aberto, prendendo-nos lá dentro. Com isso, os raios solares que entravam foram bloqueados, mergulhado o ambiente no mais profundo breu. Eu não conseguia enxergar um palmo à minha frente, só sabia que Yohiro ainda estava do meu lado porque conseguia ouvir a respiração dela, que de novo tinha se tornado mais pesada, e o bater dos dentes causado pelo frio. Senti meu coração apertar - o que aconteceria com minha dona agora? Precisava tirá-la dali… Meu Arceus, um pouco de calor é pedir demais!?
Como Arceus realmente tivesse me ouvido, as lâmpadas do local se acenderam, revelando um luxuoso salão, de paredes e chão cobertos por mármore branco, além de um extenso tapete vermelho com detalhes e bordas dourados. Honestamente, não era o meu estilo, mas pelo menos o lugar parecia muito limpo e organizado. Junto com a luz, veio uma confortável onda de calor. Notei que Yoshiro relaxou, deixando de apertar Poochyena tão forte e de tremer tanto. Suspirei, aliviado por pelo menos uma das maluquices daquele lugar ter sido boa para nós. A menina olhou para um lustre de cristais, a última coisa que tinha acendido, com certo saudosismo.
- Parece com o que tem lá em casa… - Ela é rica a esse ponto? Pensei que humanos se importassem com dinheiro mais do que tudo… então por que aquela menina tinha aberto mão de uma vida luxuosa para ter a vida tão inconstante de uma treinadora? - Sapphire… biscoitos!
Franzi a testa, percebendo que ela estava certa. O cheiro de biscoitos assando tomou conta do ambiente, era de dar água na boca. Principalmente para Yoshiro, que um tempo atrás estava quase chorando pelos biscoitos arruinados. Mas de onde exatamente esse cheiro vinha? Era difícil dizer… eu não via nenhum forno ali perto, e todas as portas daquele cômodo estavam fechadas. Um aroma tão forte teoricamente não deveria chegar até ali… mas, depois de tudo, quem ainda se importa com a teoria? Minha humana com certeza não. Ela nem se atentou a isso, apenas se deixou guiar pelo aroma e começou a subir as escadarias, que pareciam ser o único caminho viável.
- Se abriram a porta pra nós, é porque podemos entrar, certo? - Eu não estava tão certo disso… contudo, uma coisa era certa: aquela mansão estava muito bem cuidada, não havia chance de ela ser abandonada. Tinha que ter alguém lá dentro… alguém com um péssimo senso de humor, aliás. Poochyena saltou dos braços da menina e começou a correr, sendo o primeiro que chegou ao topo. Ele latiu alto, parecendo satisfeito, e ficou sentado esperando que a garota terminasse de subir também.
“Pelo amor de Arceus, não saiam desse tapete!” Fiquei tão nervoso que esqueci que Yoshiro não conseguia me ouvir. Ver minha humana, desajeitada como era, subindo uma escadaria de mármore liso e escorregadio… aquilo era pedir por tragédia! Corri atrás dela, na esperança de poder pelo menos dar uma cabeçada nela se ameaçasse perder o equilíbrio. Melhor cair pra frente que rolar escada abaixo, não? Por sorte, não foi necessário. Ela subiu tranquilamente, tagarelando sobre aquele símbolo estranho nas aldravas.
- Como a maioria das divindades egípcias, Hórus é um deus antropozoomórfico, ou seja, uma mistura de humano e Pokémon. Essa segunda parte é retratada com traços de um Pokémon falcão, mas não se sabe ao certo que espécie é essa, se ela realmente existiu ou se era apenas superstição. Pelas imagens encontradas, lembra um pouco um Talonflame… o que com certeza não passa de coincidência, porque essa espécie é endêmica de Kalos. - Eu a segui de perto, fingindo que estava entendendo. Para alguém que parecia tão tola, não esperava que essa menina fosse saber desse tipo de coisa… Poochyena, por outro lado, nem tentou disfarçar a confusão em seu rosto enquanto encarava a humana. - Ah, eu gostava das aulas de história.
Ela abriu um sorriso amarelo, parecendo envergonhada por enfim ter notado que ninguém ali estava entendendo o que dizia. Acho que Daisuke me mencionou que Yoshiro era a melhor da sala… a humana chegou no topo da escada, sem reparar meu olhar admirado sobre ela, e aproximou-se da porta do meio, tentando abri-la. Por que especificamente a do meio? Eu não fazia ideia, todavia, dessa vez eu estava disposto a dar um voto de confiança à minha humana. Quem sabe, talvez… ela de fato soubesse o que estava fazendo?
Esquece, com certeza ela não sabia. No entanto, como as três portas pareciam iguais, não fazia mal deixar que ela escolhesse por qual queria seguir.