Pokémon Mythology RPG
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[Mahogany] Memórias

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Quando Max Lycan parou de falar Thomas não demorou muito para ir até um dos helicópteros que já preparava voo. Perguntou ao piloto para onde iam e ao ouvir que o destino era Mahogany Town abriu a porta e se sentou em um dos bancos. O jovem afivelava os cintos e preparava o equipamento, já se sentindo pronto para o que estava por vir, mas será que ele estava mesmo pronto?

Naquela manhã Thomas acordara no Centro Pokémon da Sienna Co, tomara banho e fora direto tomar café no restaurante do pequeno hospital/dormitório/cantina que tinha no local. Comer ali trazia a ele um conforto fora do comum, todos os Centros Pokémon tinham arquitetura igual, pinturas iguais e até mesmo enfermeiras Joys iguais, o que trazia a ele uma sensação de familiaridade sempre que estava em um. Não era familiar entretanto comer sem Paula, sua irmã adotiva que estava sempre no seu pé. A garota podia ser tagarela demais, porém o treinador havia se acostumado com sua companhia e fazer aquilo sem ela era triste, mesmo que ele soubesse que a jovem estava segura dormindo na casa de sua amiga Ivana. Seu únicos companheiros naquele momento eram seu grupo de monstrinhos.

Néftis e Sadie comiam juntas, como as duas boas companheiras que eram. As Pokémon foram algumas das primeiras integrantes do time do treinador, inclusive sendo capturadas no primeiro dia de sua jornada na cidade de New Bark. Agora após tanto tempo ter se passado voltar para casa era algo que as duas deveriam ansiar muito (ou talvez não, afinal elas eram Pokémon e sabe-se lá o que passava na cabeça delas).  Já Bonnie e Clyde (os fantasmas, não os pistoleiros) não pareciam precisar muito de comida, os Pokémon sempre se recusavam a comer e Thomas imaginava que a dupla se alimentasse de alguma outra forma. Clyde aproveitava o momento para surgir de baixo da mesa das outras pessoas que comiam próximas e assustá-las, enquanto Bonnie continuava ao lado de seu treinador dando boas gargalhadas do que via. A Shuppet inclusive parecia próxima demais do treinador naquele dia, flutuando ao redor do garoto como se esperasse uma atitude diferente dele. Talvez alguma reação, pois o moreno sempre orientava para que a dupla não fizesse aquilo, menos hoje.  Abel repousava tirando um cochilo no colo de seu dono, era ainda uma filhote e sempre comia pouco e descansava logo em seguida. O jovem ainda não sabia quase nada sobre o monstrinho e trazer ele para aquela aventura era para aprender sobre isso também. Por último Margot, que comia distante e afastada da mesa, porém sempre de olho na cauda do elétrico que se mexia constantemente. É, teria que trabalhar aquilo também, antes que um desastre acontecesse.

Quando deu por si o helicóptero já preparava a aterrissagem em meio a cidadezinha. Thomas estava voltando para sua terra natal após alguns anos distante, sua vida já havia dado tantas voltas desde que saíra dali que sequer podia contar. Entretanto algo no fundo do treinador o intrigava, sua cidade provavelmente teria passado por grandes mudanças, afinal fora inundada e possivelmente destruída, porém o quanto ele mudara? Era óbvio que no seu caminho como treinador Pokémon ele havia capturado monstrinhos, lutado batalhas (e até ganhado algumas) e passado por poucas e boas com Rockets, Aquas, pássaros lendários e homens malucos que se vestiam como o Doutor Destino (não queira saber), mas havia tido alguma conquista real em sua jornada? Era um treinador, mas quem ele era no fundo disso? As insígnias que havia ganho era provenientes de desafios não oficiais a ginásios ou a uma apresentação no teatro, ele mesmo nunca havia desafiado um ginásio em Hoenn e agora com Johto possivelmente se reerguendo novamente nem sabia se gostaria. Se sentia um pouco como se tivesse falhado consigo mesmo e com todos que acreditarem em seus sonhos, acreditava ser uma farsa que mentia muito bem. Thomas talvez não soubesse nem mesmo quem ele era mais, porém estava prestes a descobrir.

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The yesterday is today
Mahogany Town


A transição Tohjo-Hoenn não fora nem um pouco fácil, na época das inundações, e algo me dizia que o contrário não seria diferente. O anúncio da Sienna Co. pegara todos de surpresa. Quem imaginaria, afinal, que as regiões voltariam? Quase ninguém, no máximo. Mas voltaram. E com ela, todo um sentimento nacionalista dos nativos das regiões, além da vontade empática de trazer de volta à vida lugares que estariam, provavelmente, mortos.

Assim sendo, não foi um fato tão impressionante assim saber que, assim que anunciaram a necessidade de voluntários, navios, aviões e helicópteros lotaram-se com pessoas indo auxiliar na reconstrução de Johto e Kanto. Dentre elas, uma destacava-se por motivos de protagonismo narrativo: Thomas Wilkerson. Nascido em Mahogany, uma pequena e calma cidade no interior de Johto, o garoto não vinha passando por tantas calmarias desde que saíra de casa.

Nada mais justo que voltasse para seu lar sem calma e tranquilidade, também.

Kyogre não fora gentil com as regiões. As Sanders deram seu melhor, e fizeram bem, claramente. Mas precisavam de ajuda, de uma força, uma união na reestruturação de Tohjo. Tarefas, em sua maioria pesadas, ocupariam os treinadores e seus pokémon. Entretanto, não era apenas isso. Outras coisas também ocupavam Thomas, que perdia-se em seus pensamentos.

Qual é o sentido da vida? Por que estamos aqui? Será que minha mísera existência consegue, de alguma maneira, afetar o funcionamento do mundo como um todo? Isso vale a pena? Estas podem não ser as perguntas na cabeça do treinador, apesar de passarem pela minha às vezes, mas o jovem estava um tanto quanto reflexivo também.

Bem, talvez aquele não fosse o melhor momento para ter uma crise existencial. Afinal, haviam chegado. Lar, doce e destruído lar. Não foi uma cena bonita, e provavelmente doía o coração de quem via. Ainda mais quando este alguém costumava morar ali. Quase nenhuma árvore era vista em pé. Caídas ao longo de toda a cidade e estradas, com raízes expostas. O chão no qual outrora estiveram estava destruído, com uma grande quantidade de terra faltando, provavelmente levada pela água.

E terra não fora a única coisa carregada pela inundação. Rochas e pedregulhos foram depositados em todo que era lugar. As casas, destruídas. Paredes a faltar, tetos quase que caindo sobre suas frágeis estruturas. As ruas e calçadas estavam em um estado bastante desgastado, também. Inclusive, em alguns pontos nem havia o pavimento, criando ainda mais irregularidades e ambientes propícios para mais desastres.

O antigo viaduto da cidade havia sido inundado e destruído, barrando mais uma rota de acesso à Mahogany Town. E o ginásio. Céus, o campo de batalha de Pryce... Parecia até que havia sido virado de cabeça para baixo. Por um milagre não voltara aos oceanos junto d'água. Lamentável. Ainda assim, havia uma movimentação moderada de pessoas e pokémon, aparentemente, outros voluntários.

Machokes era bastantes comuns. Afinal, força bruta era mais que necessária ali. Entretanto, algumas escolhas um tanto quanto... Peculiares eram vistas. Um Phantump parecia checar as plantas com uma Lilligant, que estavam aparentemente tristes com a situação da vegetação, mas a gramínea parecia decidida a manter o otimismo. Um treinador parecia pedir para seus Drilbur e Stunfisk tentarem dar um jeito no solo e calçadas.

Finalmente, alguém pareceu notar Thomas. Uma jovem de coloridos cabelos na altura do pescoço aproximou-se, secando o suor de sua testa enquanto sorria. Um Bronzor e uma Ralts aproximaram-se junto dela. — Olá! — disse ela, simpaticamente. — Você veio ajudar na reconstrução também? Ótimo, estávamos mesmo precisando de alguém!

Garota :


Sou Illíada! Pediram para eu dar um jeito nas coisas que estão jogadas no chão, mas não temos muita gente ainda, então só eu estou fazendo isso, e sinceramente? A gente não está conseguindo dar conta... — apresentou-se, lamentando logo em seguida. Ralts levantou uma mão, como que cumprimentando o treinador, enquanto Bronzor escondeu-se atrás da amiga, aparentemente embaraçado com algo. A garota entregou um papel para Thomas.

Papel escreveu:

Objetivo: Desobstruir as vias de acesso da cidade!
Descrição: Devido as tempestades e enchentes, diversos deslizamentos e quedas de árvores aconteceram. O acesso para Mahogany Town foi prejudicado e os meios de transporte terrestes possuem dificuldades de acesso, o que dificulta a distribuição de suprimentos essenciais. Com o auxílio de seus pokémons, desloque o entulho para a central de descarte e viabilize novamente o acesso!


Acha que pode ajudar? — perguntou ela, um tanto quanto incerta. É, parece que Thomas tinha trabalho a fazer, senhoras e senhores.





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Ao descer do helicóptero e enxergar o cenário de destruição à sua frente foi como se uma tomada tivesse sido puxada da cabeça do jovem Wilkerson. "Pare de pensar em você mesmo e olha para cá otário" era o que dizia a voz em sua cabeça. Se tivesse sido levado para aquele lugar sem saber onde estava ele nunca conseguiria imaginar que aquele era uma das ruas de sua tão amada Mahogany. A cidade tão pacífica na qual crescera, estudara, fizera amizade e brincara com seus irmãos estava destruída.

Se fosse pedido para que Thomas fosse até sua casa o jovem sequer seria capaz de fazer isso, não por falta de vontade ou sentimentalismo, mas simplesmente porque o local estava tão destruído que o treinador não conseguiria se localizar ali. As árvores que decoravam a cidade haviam sido totalmente arrancadas, enquanto pedras de todo os tipos de tamanho se espalharam pelas ruas junto de terra revirada e restos de entulho, porém o mais  triste mesmo foi ver o que havia acontecido com o ginásio do velho Pryce. O líder provavelmente fora o que havia inspirado a maioria dos treinadores da cidadezinha a seguir tal carreira e agora sua casa e local de batalhas havia sido virada do avesso. Thomas olhou de longe aquele cenário e sentiu naquele momento que uma parte de seu ser havia sido levada pela inundação junto da cidade.

Entretanto se havia uma parte positiva naquilo tudo era que coisas ruins juntam pessoas boas. Qualquer um que passasse por ali enxergaria vários Machokes trabalhando e levantando coisas pesadas, mas além deles outros Pokémon também ajudavam. Thomas vira um Phantump e uma Lilligant ajudando com a vegetação, enquanto um treinador pedia para que um Drilbur e um Stunfisk tentassem arrumar o solo. Era um alívio para o jovem de Johto enxergar aquilo, podia até ser que o passado havia sido destruído, mas ao menos as pessoas de Mahogany teriam um futuro.

O treinador foi mais uma vez tirado de seus pensamentos por uma jovem. A moça de cabelos coloridos era linda e seguia acompanhada de um Bronzor e uma Ralts, sua fala indicava que ela deveria ser quem estava no comando ali. A ajuda de Thomas logo era solicitada e sem mais delongas o rapaz aceitou, claro depois de ficar uns dois segundos com cara de pateta olhando para a moça.

- Ah sim, claro claro. Estou aqui pra ajudar. Muito prazer Ilíada, sou Thomas Wilkerson

Wilkerson observava a pequena Ralts levantando a mãozinha para o cumprimentar e se abaixava na altura da psíquica apenas para fazer um "fist bump" em sua mão. Notou também que o Bronzor da garota era um pouco mais tímido, mas não fez nenhum comentário. O treinador ganhava um pedaço de papel com sua missão especial desobstruir as vias de acesso da cidade. Digo aquilo não parecia muito dificil certo? O treinador guardou o papel no bolso e olhou mais uma vez para o cenário a sua volta.

- Eu sabia de tudo o que havia acontecido com essa cidade, mas ver ao vivo é outra coisa. É triste ver isso depois de tanto tempo passado aqui.

Ao notar que estava se alongando o moreno se despediu da mulher e se afastou um pouco, buscando um lugar onde pudesse liberar seus monstrinhos. Logo o sexteto fora liberado e formava um semi-círculo a sua frente.

- Bom, bem vindos a Mahogany galera - falou com a voz embargada. - Não se assustem com o cenário, nosso trabalho é justamente mudar ele. Fomos atribuídos de retirar o entulho daqui. Néftis, Clyde, Margot e Abel tratem de juntar tudo que é pequeno em um canto da rua. Usem suas patas ou boca para fazer isso, mas cuidado para não se machucarem. Sadie e Bonnie conto com vocês para trabalharem em equipe, vocês podem usar o movimento Psychic então juntem as pedras e objetos maiores nesse monte, quando tivermos um relativamente alto largaremos ele na central de descarte. Coisas grandes como árvores caídas nós deixamos por último. Agora mão na massa.

O treinador arremangava sua camiseta e começava a trabalhar junto com os Pokémon, pegava uma pedra de tamanho mediano e largava em um canto onde não havia pessoas passando, indicando que ali seria o local onde faria o monte.

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The yesterday is today
Mahogany Town


Era bom ver que, mesmo com tanta destruição e tristeza, a esperança dentro dos corações de pokémon e treinadores ainda estava acesa, e todos estavam trabalhando juntos para reconstruir o que um dia fora o lar de muitos. Mahogany não era uma cidade muito grande, e assim sendo, precisava de menos voluntários do que cidade como Goldenrod ou Saffron.

Entretanto, isso não significava que a vila em Johto estava com uma quantidade de pessoas que fosse... Ideal. Sim, estavam todos ajudando, mas notava-se também que não estavam dando conta. Por isso que Illíada pedira a ajuda de Thomas. É... Parece que houve um problema na comunicação, no qual o treinador confundira a garota como sendo a comandante da reestruturação local.

Ledo engano. Era apenas uma outra treinadora comum, a quem havia sido dada a tarefa de, sozinha, retirar o entulho. E mesmo possuindo pokémon psíquicos (seria ela uma mono treinadora?), parecia estar tendo certa dificuldade para lidar com isso sem a ajuda de outra pessoa. E olha só, havia encontrado um Thomas largado aí, para ajudar. Iupi!

Pois é. Mas bem, tenho certeza de que, unidos, conseguiremos fazer a diferença! — disse a jovem, quando o nativo lamentou sobre o estado de sua cidade. Havia alguém feliz no meio disso, no entanto. Era Ralts. A pokémon parecera ficar extremamente animada quando Thomas cumprimentou-a. Será que ela enfim havia achado um bro fist? A ideia enchia seu rosto de deleite.

De qualquer forma, eles realmente não estavam ali de brincadeira, e o jovem parecia ansioso para ver seu lar reconstruído. Assim sendo, arregaçou suas mangas, pronto para todo e qualquer tipo de trabalho pesado que viesse por aí. Bolou um plano estratégico: a fantasminha e a voadora utilizariam poderes mentais para levantar objetos maiores, os demais pokémon juntariam bugigangas em um canto, e o próprio Wilkerson tomaria conta das coisas de tamanho médio.

Deu certo. No começo. Os quatro monstrinhos cumpriam com sucesso sua tarefa de pegar coisas pequenas. Talvez até demais. Enquanto Clyde, Margot e Abel empurravam pedrinhas, galhos e outros objetos variados como bonecas, pelotas de terra e algumas algas perdidas por aí, despejando no lugar indicado pelo treinador, Néftis parecia empolgada com outra coisa.

"Oh, uma pedra perfeitamente redonda aqui, e oh, aquela concha também é redonda!"
poderiam ser coisas que passavam por sua cabeça. Não sei. O fato era que ela acabou por empolgar-se com as maravilhas da redondeza, por assim dizer, esquecendo-se brevemente do motivo de estar ali. Tirava alguns itens da montanha que os demais monstrinhos lutavam para construir, admirava um colar de pérolas falsas ali...

Sim, eu sei que ela é extremamente inteligente e ama muito seu treinador, mas cada um com suas manias, certo? Afinal, quem pode dizer que o que ela fazia não tinha uma explicação muito racional e compreensível? Bem, eu que não sou. Enquanto isso, Sadie e Bonnie esforçavam-se para tirar um grande pedregulho do caminho. Suaram bastante, mas conseguiram, colocando em um canto que não atrapalharia. Ótimo, faltavam apenas mais uma dúzia naquela região!

Faziam um progresso, de fato, mas não era o mais rápido possível. Estavam limpando, por enquanto, a estrada principal da cidade, seu interior. Mas ainda havia muito mais, na estrada, que também precisava ser arrumada. Uma coisa de cada vez, de qualquer forma. Precisavam terminar aquilo primeiro.





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O que será que se passava na cabeça de Thomas ao ver Ilíada? Certamente ficara extremamente encantando com a treinadora, porém também deveria acreditar que essa era a coordenadora da missão de recuperação da vila. Ledo engano meu caro, pois aparentemente era apenas uma treinadora comum desesperada demais por ajuda. Mahogany obviamente não precisaria de tanta gente trabalhando como em cidades grandes, tipo Goldenrod, mas quem ajudava na reconstrução do local provavelmente teria que se esforçar tanto quanto fosse na metrópole.

A jovem dava uma mensagem de encorajamento que, de certa forma, ajudava um pouco na moral do moreno. Porém o que o deixava feliz mesmo era ver como Ralts ficara animada com o cumprimento, era algo simples, mas que significava muito para ele.

A limpeza da rua com a ajuda dos Pokémon ia bem, até mais rápido do que ele imaginava que poderia ir. Todos faziam sua parte e principalmente a dupla mais forte conseguia tirar uma grande rocha do caminho, enquanto os outros juntavam pequenos pedaços de coisas em um monte ao lado da rua. Bom, por vezes Néftis parava e se encantava com alguma coisa redonda, a observando e voltando ao trabalho apenas quando alguém chamasse sua atenção. Algumas pedras e outros itens como um velho colar de pérolas tiravam a concentração da aquática, dificultando um pouco seu trabalho. Thomas olhou ao redor e notou que a rua estava quase limpa, porém haviam outras que precisariam de seu trabalho. O treinador caminhou até Quagsire e começou a fazer um carinho em sua cabeça.

- Ei garota bom trabalho, mas cuidado para não se concentrar muito em outras coisas tá? Ainda tem vários lugares precisando da nossa ajuda. Por que você não dá um jeito no solo e deixa que eu e os outros juntamos o resto do entulho?

Ao pensar em usar os poderes da Water/Ground para uma tarefa mais útil Thomas se lembrou do treinador que havia visto pedindo para que seu Drilbur e seu Stunfisk dessem um jeito no solo. Bom, aquele não era o objetivo inicial de sua missão, mas por que não? O solo das ruas não estava muito bonito e fazendo isso Néftis não se distrairia com mais nada. Além disso ele e os outros cinco monstrinhos continuaram limpando o que faltava na rua.

- Certo gente, rodada final de limpeza. Quando terminarmos aqui vamos para a próxima rua.

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The yesterday is today
Mahogany Town


Bem, como já disse, as coisas iam bem, apesar de alguns poucos, mas simples, contratempos. O jovem chegou a divagar de maneira breve sobre a pequena Ralts e em como ele ficava feliz pela felicidade dela peraq. Além disso, parecia estar fazendo um bom trabalho. Se continuasse assim, Mahogany estaria transformada (novamente) em pouco tempo.

Thomas decidiu também dar uma outra tarefa para sua Quagsire, que havia acabado por distrair-se com sua grande simpatia pelas redondezas mundanas. Para não haver o risco de a aquática atrapalhar os demais monstrinhos, Néftis agora tentaria arrumar o solo. Bem, ela parecia ser a pessoa — ou pokémon —  ideal para isso, com suas ambas tipagens sendo mais que adequadas.

Bem, tinham terminado aquela pequena parte, agora precisavam ir para outra. Fariam uma pequena mini limpeza na região que estavam, para retirar as últimas coisas, e por fim poderiam prosseguir. Na próxima rua, não seria nada muito diferente, diga-se de passagem. Novamente, os monstrinhos menores pegavam dejetos pequenos, Thomas lidava com os de tamanho médio e Sadie e Bonnie usavam o Psychic para levantar coisas maiores.

Néftis havia encontrado uma maneira interessante, por assim dizer, para tentar arrumar o solo local. Ela umedecia a região que iria lidar, e então colocava alguns detritos rochosos ou torrões de terra ali, batendo com sua cauda para assentar. Não era perfeito, mas certamente já ajudava bastante. Às vezes, Phantump e Lilligant chegavam perto, analisavam o trabalho da aquática, e quando aprovado, os gramíneos plantavam algumas mudas ou sementes na região.

Continuaram assim por bastante tempo, apesar de eu não saber se Thomas vira o tempo passar. Afinal, o sol logo já estava indo embora, e o pessoal arrumava as coisas para passar a noite. —  Ei, rapaz! —  alguém gritara, ao longe, chamando o treinador. —  Imagino que deva estar ansioso para reconstruir Mahogany logo, mas já está bom por hoje. —  era um homem grisalho, alto e de porte físico trabalhado, apesar de não exagerado. Deveria estar na casa dos cinquenta anos, mas estava em ótima forma.

Estamos preparando o jantar, por que não para por enquanto? Garanto que amanhã vai ter bastante trabalho para ser feito. — disse por fim, dando uma gargalhada estrondosa. É, ainda tinham muito a fazer, e desgastar-se desacerbadamente não ajudaria muito. Thomas provavelmente já conseguiria sentir algumas pontadas nas costas, de permanecer levantando pesos o dia todo. O que ele faria, no entanto?





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A mudança na organização da tarefa de Néftis parecia funcionar melhor que a encomenda, pois enquanto o resto do grupo dava conta de desobstruir a rua e juntar todos os "cacarecos" que encontrasse a aquática fazia um belo trabalho na reconstrução do solo. Obviamente não era perfeito, mas era bom o suficiente para chamar a atenção de outros Pokémon. O Phantump e a Lilligant que Thomas havia visto mais cedo se juntavam a Quagsire e quando aprovavam plantavam uma semente ou planta no local.

Após limpar aquela rua e mais algumas Thomas nem viu o tempo passar, apenas notou quando via o pôr do sol chegando. Um homem com certa idade chamava a atenção do jovem e indicava que faria o jantar logo, era hora de descansar e continuar o trabalho amanhã. Thomas largou os últimos dejetos em um canto e pediu que os Pokémon parassem, a maioria deles claramente cansados e tanto Snubbull quanto Mareep se jogavam no chão para recuperar o fôlego.

O treinador seguiu o homem até o local onde jantariam, já pensando se teriam que montar acampamento ou havia alguma estrutura para tal. Lembrou também de Ilíada, será que encontraria a garota? Pensou em falar com ela e convidá-la para assistir o pôr do sol no Lake of Rage, uma imagem linda e que o moreno sempre aproveitava para curtir quando morava na cidade.

Enquanto seguia o homem junto de seus Pokémon o treinado aproveitou para ver se precisariam de alguma ajuda.

- Querem uma mão para preparar o jantar?

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The yesterday is today
Mahogany Town


O dia fora produtivo, imagino eu. Eles trabalharam sem parar, talvez com algumas poucas pausas ocasionais para ir ao banheiro ou beber água. Suponho que Thomas e toda sua equipe estejam famintos. Assim sendo, a notícia de que poderiam (ou talvez deveriam) parar por ali e ir descansar um pouco era mais que bem-vinda. Os voluntários não queriam nenhum dos recrutas incapaz de ajudar mais logo no segundo dia, certo?

Felizmente, a "base de operações" da cidade já havia sido montada, então o treinador não teria que se preocupar em arrumar mais nada. Provavelmente, fora isso que os primeiros voluntários fizeram: determinaram um ponto para ser a região comunitária, onde dormiriam, comeriam, e ficariam juntos, basicamente. Isso explicaria também por que havia tanto trabalho nas ruas ainda, os primeiros estavam ocupados com outras coisas.

E bem, nada melhor que o Centro Pokémon, certo? Ainda não havia nenhuma Enfermeira Joy ou Chansey, tampouco os equipamentos de alta tecnologia usuais, mas os treinadores haviam feito da estrutura sua base. O edifício estava em condições razoavelmente boas, o solo em seu redor parecia assentado, o interior havia sido limpo e organizado de maneria fácil para os voluntários.

Seu interior não lembrava muito o de um Cento Pokémon. Havia sido adaptado às necessidades locais e momentâneas. De qualquer forma, um cheiro delicioso saia de lá, como que dizendo que o jantar estava quase pronto. — Ah, não será necessário, rapaz. Luzia e seu Farfetch'd já devem estar terminando, e não gostam de outras pessoas dentro de sua cozinha. Mas se quiser, pode ajudar a pegar os pratos.

O homem apontou para uma porta subindo as escadas. — Sou Eddard, aliás. Fez um bom trabalho hoje, rapaz. — pareceu sorrir, como que aprovando Thomas. O garoto também pensara na treinadora que conhecera mais cedo. Tal como Eddard, ela também tinha seu modo de impor-se, apesar de diferente. O homem emitia uma aura de respeito e responsabilidade. Illíada parecia decidida e segura de si. Infelizmente, a mocinha não era vista em lugar algum. Talvez em algum outro momento...





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Não havia lugar melhor para descansar do que um Centro Pokémon e, talvez pensando nisso, seria exatamente ali onde os voluntários passariam suas horas ociosas. O local parecia bem ajeitado para Thomas, que apesar de não parecer um centro médico como estava acostumado tinha o mesmo sentimento aconchegante de sempre.

O homem que havia chamado o treinador para a janta se apresenta Eddard e indicava que não era necessário se preocupar com a janta, pois uma dupla já cuidava disso. O voluntário inclusive parecia exalar a mesma aura de respeito que Ilíada, jovem a qual não era encontrada no momento.

- Muito prazer Eddard, me chamo Thomas.

O homem sugeria que Thomas ajudasse com os pratos e sem muitas delongas o treinador concordou com aquilo, chamando um dos membros do grupo para ajudá-lo.

- Bonnie, vem comigo pra me ajudar. O resto aguarda aqui, Sadie toma conta deles.

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The yesterday is today
Mahogany Town


Eddard sorriu e balançou a cabeça, em resposta ao cumprimento do treinador. Então pediu licença e retirou-se. Aparentemente, iria pegar uma mesa para que Thomas pudesse ter onde colocar os prato sobre. Trabalho em equipe era tudo naquele período de reconstrução, e aparentemente, não apenas entre treinador e sua equipe de monstrinhos de bolso.

E por falar neles, os pokémon do moreno permaneceram ali no lugar, aparentemente contentes por poderem comer em breve. Apenas Bonnie, escolhida para ajudar com a louça, e Sadie, a "responsável pelas crianças" tinham deveres a cumprir, por enquanto. Dito isso, o rapaz e a fantasminha podiam ir pegar os pratos e colocá-los na mesa. Com o movimento psíquico da Shuppet, não deveria ser difícil.

Algumas idas e voltas deram conta do recado. Do lado de fora, as pessoas começavam a fazer uma fila para enfim comer. Risadas podiam ser ouvidas em todos os cantos, o povo parecia alegre por ter concluído mais um dia de trabalho, e anseiavam por um breve momento de descontração antes de dormirem e então, voltarem a colocar a mão na massa.

Na última leva de pratos, no entanto, as coisas quase deram errado. Enquanto Thomas carregava sua última pilha de louças, ele acabou por tropeçar em algo, alheio ao que lhe cercava por conta da demanda de sua tarefa. Ou devo dizer alguém? Pois é. Enquanto os pratos caíam em direção ao chão e guardanapos voavam ao ar, pôde-se notar que tudo fora causado por um esbarrão entre Thomas e Illíada.

É, ele acabou por encontrá-la, apesar de não nas melhores circunstâncias. Felizmente, Ralts conseguiu pensar rápido, e conseguiu controlar a queda dos pratos. Com a ajuda de Bronzor, devolveu eles aos braços do rapaz, e então recolheram e dobraram os guardanapos que sua treinadora havia deixado cair, mais uma vez usando do Psychic. Este golpe era bastante útil, até.

Thomas! Desculpe, eu não tinha te visto aí. Estava levando estes guardanapos para a mesa... — lamnetou ela, curvando-se brevemente para enfatizar suas desculpas. Levantou a cabeça e olhou para o moreno, como quem está com medo de ter feito algo errado, e então perguntou: — Você está bem?





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