[Ayzen] Um pé de gato!

Enquanto o caminhão de sorvete seguia para o hospital, eu carregava o menino no colo, enquanto Ambipom carregava a Skitty e Vanillish só observava. O Pokémon resistiu bem, mas quem preveria que Voltorb iria soltar um kamikaze diante da situação e ferir todo mundo em volta? Bem, eu deveria prever, afinal, eu era o ranger responsável pela aquela missão, que para muitos era piada. (e como não ser?)

Enquanto seguia caminho até o hospital do local, eu logo ia vendo pulso e respiração do rapaz. Não era médico, mas primeiros socorros era algo fundamental. Até cogitei olhar no meu kit de primeiros socorros que tinha nos Ranger Tools, mas por julgar que o menino poderia ter tido uma contusão, apenas uma tomografia seria o único teste que ele precisava. Apreensivo, eu tentava ver se ele tinha algum documento, celular, algo que eu pudesse entrar em contato com os pais.

O motorista parecia ter entrado em contato com o hospital. Esperto! Eu nem pensei nisso e garanto que isso estava a alguns pés de distância de mim. Enquanto entregava o menino para o pessoal do hospital, tentava ver se Skitty estava bem depois do resgate. Será que Voltorb machucou a gatinha em uma tentativa de descer da árvore? Parecia dócil, afinal, ficou com Ambipom o tempo todo.

Quando o médico veio falar conosco, depois da equipe de Grey’s Anatomy levar o garoto, eu logo fui me apresentando, com meu distintivo. - Ayzen Kitshomo, senhor. Ranger nível cadete.- dizia para mostrar a minha patente e relevância cívica ao homem. - Estou em uma missão investigativa acerca de uma desordem pública aqui em Rutsboro. É sobre o caso de alguns Pokémons que são colocados nas árvores e por “n” motivos não conseguem descer.- sim, estava realmente falando aquilo para outra pessoa, mostrando o tanto de problemas que os rangers tinham, de um modo irônico, claro. - Parecia algo cômico, até ver um Voltorb perto do Skitty e do menino. Infelizmente, o selvagem estava bem irritado, alterado, até, e teve que ser contido. No momento, ele explodiu e lançou o garoto contra um poste... Pode ter sido uma contusão... - informava ao médico. Dava todas as informações que eu tinha, inclusive de pulso durante o caminho, frequência cardíaca e sinais vitais que eu tinha notado, para poder classificar o garoto. No fim, só me restava esperar, agradecer o condutor do veículo (meu sugar daddy) e avaliar algum documento do garoto.

- Tudo bem, doutor!- não tinha como negar a ajuda. Querendo ou não, o guri era o meu foco de conseguir pistas sobre quem estava por trás dos skittys nas árvores. Ambipom ficava ao lado de Skitty com um olhar curioso perante tudo o que acontecia, enquanto Vanillish ficava de um lado para o outro, em um badalar de movimento, sem querer se inteirar muito. Era a diferença da Pokémon que era inicial, para o Pokémon que era novo na equipe.

Entreguei a minha Pokédex e número do Pokénav para que eles entrassem em contato comigo sempre que tivesse notícias do quadro: resultado da tomografia, prognóstico e estabilização. Não sabia se era grave ou não. Crianças conseguiam se recuperar de incidentes muito mais rápido até do que adultos, mas quando se falar da caixa cerebral, tudo era incerto. Mas para concluir a minha missão, eu teria que concluir aquela pseudo, que era achar os pais e esperar o guri melhorar.

Com Ambipom, Vanillish e Skitty do lado, eu logo via mais uma vez se tinha documento. Caso tivesse qualquer pista, número, endereço, email, eu iria tentar encontrar, já que no hospital era um lugar seguro. Se também tivesse um nome, ajudaria também.

Um Skitty, uma macaca e um problema... Lily, a gatinha, era boazinha, nem mexia muito. Infelizmente não poderia deixar em um hospital, então levaria comigo. Como o sorvetinho estava ali sem problemas, eu recolhia o Ice para sua esfera e assim o guardava. Ambipom ficaria com Lily e a gente iria para o encontro da primeira pista, antes de começar a missão propriamente dita. - Obrigado!- agradecia ao enfermeiro pela dica...

- Ambipom, cuide de Skitty como sua irmã... O garoto lá dentro é nossa única testemunha de nossa missão, ok?- dizia. Achei que o caso dos skittys era apenas uma bobeira que não passou pelo centro de inteligência ranger para um filtro, mas parecia mais complicado do que pensei... Claro que não esperava um nível de dificuldade igual a minha última missão.

Deixei o hospital, indo ao Centro Pokémon. Enfermeira Joy me ajudando como sempre! Aproveitaria e pediria uma revisão em Vanillish.

Não levou muito tempo até o Centro Pokémon da cidade, até mesmo porque, eu corri um pouco. Parte mim era urgência, pois, eu não poderia ficar responsável por uma criança muito tempo, pois, tinha muitas obrigações a se fazer. Por outro lado, não poderia também abandonar o garoto. As duas vertentes eram importantes! No local, os cochichos começavam... Queria acreditar que não fosse sobre mim, até porque, seria muito delírio de perseguição achar que todo murmurinho era sobre mim, sendo que eu tinha acabado de chegar no local e conhecia poucas pessoas. No entanto, o “zum-zum-zum” começou a ficar mais frequente e não tinha como não notar ou fingir não notar...

- O acidente?!- fiquei um pouco boquiaberto, enquanto Joy falava que as pessoas começaram a falar. O uniforme ranger não era comum na cidade, então, tinha um certo destaque. - Sim, na verdade, um Voltorb machucou um garoto na rua..- meio que iniciava um diálogo, enquanto Joy me ajudava com Vanillish. Assim que a enfermeira retornou, fiquei muito aliviado por ela já ter conseguindo reconhecer Lily. Ora, um Skitty era um skitty! Não saberia dizer nem se era macho ou fêmea, mas se a Joy sabia, ela que era a especialista, não é?

- Esta é a Lili, a Pokémon do garoto que eu levei ao hospital... Ele está bem! Ótimo! Mas o médico precisava de alguns exames. Queria poder achar os pais deles, para poder conduzir o menino da melhor fora... Será que conseguiria me ajudar com alguma informação que leve aos pais do garoto?- questionava...

As informações da Joy não eram incisivas ao meu alvo, mas desmembrava em mais uma missão, que seguia até mais um local. Era como uma caça ao tesouro, em que cada local marcado gerava pistas para outro local e esperava que, no fim daquela odisseia, eu encontrasse os pais do garoto, para depois começar a procurar o bandido que estava fazendo vandalismo naquela cidade... que era o verdadeiro foco da minha missão!

- Obrigado, Joy!- dizia recebendo o meu Pokémon de volta (QUE EU PRECISAVA TREINAR) e assim deixava o Centro Pokémon da cidade. - Irei tentar alguma informação no Ginásio. Ambipom! – a macaquinha sorria em cumprimento à enfermeira e sua parceira, e assim, junto de Lili, saímos do local.

Com mais uma etapa, queria pedir informações no ginásio local. Encontrar Roxanne e tentar desvendar aquele mistério era de suma importância. Caso não fosse possível encontrar a líder, desceria para o colégio em que eu já dei uma palestra, mas claro que não iria lembrar da cara de nenhum guri de lá...