Era difícil afirmar com certeza o tipo de pensamentos que bailaram por sua consciência quando os olhos foram bem alimentados pelo mar colorido das infinitas tendas que se espalhavam pelo andar inferior daqueles em que estavam - mas, é óbvio que o "detalhe" mais gritante e que mais tornava necessitada sua sede de agitação (que sequer lembrava direito de ter, para ser sincera) eram os gigantescos portões bem decorados que se estampavam no lado oposto do salão e, felizmente, também foi ali que descobriu o responsável pelas tempestades de areia que, soube, provavelmente seriam frequentes enquanto estivessem no subterrâneo das ruínas de Oirar't.
— ...Não devia te surpreender. — Comentou, em baixo tom, após se recuperar do novo açoite de poeira causado pelo mecanismo logo acima da gigantesca passagem oposta, que funcionava sabe-se lá como e escondia sabe-se lá o quê. — Esse lugar é enorme, deve precisar de bastante gente pra ver tudo... E talvez tenham descoberto algo ainda maior lá pra dentro. — Sussurrou, apoiando-se na parede do fim do corredor, usando-a para se ocultar do grupo ao redor da fogueira, após dar um breve olhar de canto para se certificar de que nenhum deles seria o homem que haviam visto do lado de fora.
Diante da pergunta de Karinna, então, as pálpebras se fecharam por um momento, o peito subindo e descendo, vagaroso, em sincronia com a profunda respiração. À primeira instância, parecia óbvio para si que teriam de atravessar os portões para que pudessem ter uma aventura de verdade e, embora não houvessem problema algum com as roupas (considerando que não eram muito diferentes das dos outros, visto a aventura necessária através do deserto), seria difícil descobrir como abri-los sem que fossem abordadas por sabe-se lá quantas pessoas e, vamos combinar, não tinha muita vontade de descobrir se toda aquela cambada seria amigável com duas garotas que só foram, uh, xeretar.
— ...Se liga. — Pediu, em baixo tom, empurrando as costas para longe da parede e ajeitando mais ou menos as roupas, batendo a poeira que se acumulou sobre elas por conta da nova ventania que as havia atingido. — Vem na minha. — Disse, antes que a loira bancasse a doida e fosse deslizando estrada abaixo. Então, em passos sem pressa, endireitou a coluna e se aproximou com certo cuidado do grupo ao redor da fogueira, para tentar pescar alguma coisa do que eles diziam antes da inevitável interação que deveria iniciar.
— Ei, e aí, pessoal? — Cumprimentou ao chegar perto o suficiente - mas não demais -, com um aceno tímido de dedos - e logo colocou a mão atrás das costas, brincando com a esfera bicolor de seu elétrico entre as palmas. — Desculpa interromper, mas será que vocês conhecem e sabem dizer onde que tá o Professor Roberto? — Perguntou, com um tom manso, quase submisso - uma calmaria invejável, até. Era fato que estava jogando todas as suas fichas na mesa naquele exato momento, mas era tudo que conseguia pensar para aquela rápida improvisação. — De novo, desculpa atrapalhar vocês. Eu sou a Lia, essa é a Sara... — Se "apresentou", indicando a monotreinadora com a cabeça. — Sabe como é, acabamos de chegar, queríamos aproveitar pra tomar um fôlego e relaxar nas tendas... — Então, o rosto se desviou na direção dos portões, os orbes acinzentados explorando-os antes de volver novamente para o grupo. — ...Mas, pra ser sincera, acho que vai ser difícil fazer isso com esses portões encarando a gente! — Riu, com um breve dar de ombros. — Essas tempestades acontecem o tempo todo, por aqui? — Quis conferir, mordendo com discrição a parte interna das bochechas. — Será que algum de vocês pode atualizar a gente sobre como funciona, e tudo o mais? — Arriscou, oferecendo um sorriso tímido para o quinteto.
Se não desse certo, bem...
Seria hora do Plano B!
(Que deveria começar a montar, inclusive...)
— ...Não devia te surpreender. — Comentou, em baixo tom, após se recuperar do novo açoite de poeira causado pelo mecanismo logo acima da gigantesca passagem oposta, que funcionava sabe-se lá como e escondia sabe-se lá o quê. — Esse lugar é enorme, deve precisar de bastante gente pra ver tudo... E talvez tenham descoberto algo ainda maior lá pra dentro. — Sussurrou, apoiando-se na parede do fim do corredor, usando-a para se ocultar do grupo ao redor da fogueira, após dar um breve olhar de canto para se certificar de que nenhum deles seria o homem que haviam visto do lado de fora.
Diante da pergunta de Karinna, então, as pálpebras se fecharam por um momento, o peito subindo e descendo, vagaroso, em sincronia com a profunda respiração. À primeira instância, parecia óbvio para si que teriam de atravessar os portões para que pudessem ter uma aventura de verdade e, embora não houvessem problema algum com as roupas (considerando que não eram muito diferentes das dos outros, visto a aventura necessária através do deserto), seria difícil descobrir como abri-los sem que fossem abordadas por sabe-se lá quantas pessoas e, vamos combinar, não tinha muita vontade de descobrir se toda aquela cambada seria amigável com duas garotas que só foram, uh, xeretar.
— ...Se liga. — Pediu, em baixo tom, empurrando as costas para longe da parede e ajeitando mais ou menos as roupas, batendo a poeira que se acumulou sobre elas por conta da nova ventania que as havia atingido. — Vem na minha. — Disse, antes que a loira bancasse a doida e fosse deslizando estrada abaixo. Então, em passos sem pressa, endireitou a coluna e se aproximou com certo cuidado do grupo ao redor da fogueira, para tentar pescar alguma coisa do que eles diziam antes da inevitável interação que deveria iniciar.
— Ei, e aí, pessoal? — Cumprimentou ao chegar perto o suficiente - mas não demais -, com um aceno tímido de dedos - e logo colocou a mão atrás das costas, brincando com a esfera bicolor de seu elétrico entre as palmas. — Desculpa interromper, mas será que vocês conhecem e sabem dizer onde que tá o Professor Roberto? — Perguntou, com um tom manso, quase submisso - uma calmaria invejável, até. Era fato que estava jogando todas as suas fichas na mesa naquele exato momento, mas era tudo que conseguia pensar para aquela rápida improvisação. — De novo, desculpa atrapalhar vocês. Eu sou a Lia, essa é a Sara... — Se "apresentou", indicando a monotreinadora com a cabeça. — Sabe como é, acabamos de chegar, queríamos aproveitar pra tomar um fôlego e relaxar nas tendas... — Então, o rosto se desviou na direção dos portões, os orbes acinzentados explorando-os antes de volver novamente para o grupo. — ...Mas, pra ser sincera, acho que vai ser difícil fazer isso com esses portões encarando a gente! — Riu, com um breve dar de ombros. — Essas tempestades acontecem o tempo todo, por aqui? — Quis conferir, mordendo com discrição a parte interna das bochechas. — Será que algum de vocês pode atualizar a gente sobre como funciona, e tudo o mais? — Arriscou, oferecendo um sorriso tímido para o quinteto.
Se não desse certo, bem...
Seria hora do Plano B!
(Que deveria começar a montar, inclusive...)