Por que será que eu tinha certeza que ia dar merda?! Assim que o Gloom se jogava no botão, o brutamontes vinha zombar de mim, dizendo que Karinna vestia as calças na relação. Revirei os olhos. É claro que ia vir uma piadinha escrota do brutamontes, né? Não bastava só trombar comigo, levar a loira aos picos da sua raiva, bater no ombro dela, e...
...apoiar seu braço, nos ombros dela. Ta, okay. ELE AINDA TINHA QUE ZOMBAR DO MEU POKÉMON. Eu exalava impaciência, mas Brave? Ele só deu língua pra mim e fez cara de desajeitado. O que me fez rir instantaneamente.
- O que cê tava pensando, ein? - Dizia, me agachando pra falar com o Pokémon semente, que só deu de ombros e riu em resposta.
- Tudo bem, camarada. A gente tenta depois. Por hora, retorne. Obrigado pelo suporte. - Dizia, buscando a esfera pintada do Pokémon, que posava como a Superxandinha antes de ser envolvido no raio vermelho de sua esfera-recipiente.
Voltando-me a ficar de pé, a Smoochum de Xandão vinha até mim, trazendo uma fruta e um presente, eu agradecia a ela pegando o conteúdo da caixa e guardando na mochila junto da minha fruta, antes de ver o brutamontes quase deslocar de novo o ombro de Karinna. Sério, esse cara ta me estressando. Bufei.
- Ô imbecil. Não ta vendo que esse tapa ta machucando ela não? - Dizia, expressando o stress no mesmo momento, e logo em seguida Karinna vinha até mim, mas antes que ela pudesse dizer algo, eu expressava minha insatisfação com o senhor uma vez mais.
- Ae Xandão, você pode até ser simpático e brincalhão. Mas você ta forçando. Seja um pouco mais natural e educado que a galera vai curtir mais a tua abordagem. - Dizia calmamente, antes de me virar para frente e prosseguir caminho com Karinna.
Assim que a menina abria a boca, ela respondia de uma pergunta passada, dizendo que apenas havia se incomodado com o homem ter gritado comigo, e até se desculpava por ter gritado comigo.
- Ta tudo bem. - E ria de leve.
- Eu também cheguei perto de perder a compostura com o camarada ali. Em especial no final... - E assim que eu terminava de falar, me deparava com a garota me olhando nos olhos, em seguida, nos beijamos, um beijo demorado, como se expressasse parte do afeto e da preocupação que havíamos sentido naquele momento. Fora até fofo enquanto durou, uma pena que Karinna o interrompia justamente pra zoar com a minha cara antes de me roubar um selinho.
- Ah, qual foi! - Eu ria enquanto protestava.
- Como se Xandão fosse parâmetro pra avaliar alguma coisa, né esquentadinha? - Falava aos risos.
E eu já tinha me arrependido pelo chamado do sorvete, mas a cada menção ao bendito, eu me arrependia um pouco mais, e a cada vez que ele era mencionado, ela fazia questão de frisar que eu interrompi um beijo só pra falar sobre isso. Eu até pensei em descarregar a culpa dos meus ombros e colocar parte nos dela. Já que a própria Bley havia me chamado pra tomar um no parque, mas desisti. Aquela culpa era só minha.
- Se for o caso a gente também pode deixar o sorvete pra depois... - Dizia como quem não queria nada, enquanto respondia afirmativamente com a cabeça para seguirmos em frente.
- Quer dizer, não sei né... tem bastante coisa no parque, mas nada que me interesse tanto quanto você... - Dizia, envolvendo no meu braço direito uma vez mais e sorrindo, mas logo o assunto era cortado, para a questão dos treinos, e eu ficava vermelho como nunca novamente. Assim que ela falava sobre pagar os treinos com algo mais minha expressão congelava completamente, no entanto, a loira logo mudava de assunto, fazendo meu rubor desaparecer aos poucos enquanto eu a justificava meu comportamento.
- Não é bem um código. Os mestres só chamam de bom senso, e um bom senso que você se arrepende de não seguir. - Dizia, com uma expressão meio melancólica no rosto.
- Geralmente as pessoas procuram lutar ou por esporte, ou pra aprender a se defender. No caso, nenhuma das duas alternativas serve pra ataque. Eu não tinha conseguido sondar as intenções do cara, não ia atacar ele por nada... - Falava, dando de ombros.
- Claro que isso mudou quando você tomou a frente, eu me coloquei na frente pra evitar que você se machucasse. - Disse me justificando.
- Mas enfim... o importante é saber que a luta não é um instrumento de combate. Ter força e conhecimento é ter responsabilidade com isso também, necessita que você tenha um estilo de vida que comporte isso. - Falava e finalmente sorria para a garota.
- Entendeu? Não é pra sair batendo em todo mundo, esquentadinha. - E balançava os ombros da menina de leve em seguida, provocando-a.
Aventura no parque ft. Karinna