Pokémon Mythology RPG
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(010) — hidden springs/call it what you want

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O membro 'Cunha' realizou a seguinte ação: Lançar dados


'Caixa 3' :
(010) — hidden springs/call it what you want - Página 13 Moonball

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Felizmente, além de apaixonados, ambos os treinadores também eram deveras espertos e claramente aperceberam-se sozinhos, sem que ninguém empurrasse ou sugerisse coisa alguma, que talvez poderia ser uma boa ideia verificar o som que haviam ouvido logo após as capturas. Inclusive, necessário mencionar também os tesourinhos que os aguardavam dentro das caixas que pareciam ter capturado a atenção do simpático (e arredio) esquilinho elétrico: A que se havia aberto durante a queda, deixada displicentemente para Daisuke, continha três pequenas esferas bicolores com uma lua desenhada em seu centro; Já a de Karinna, por outro lado, guardava uma pequena caixa com um tipo de disquete róseo que sabe-se lá qual era a serventia.

Ambas as caixas, porém, tinham uma coisa em comum: Uma pequena faixa de tecido amarrada por algumas longas linhas descansava no fundo do objeto, escondendo uma camada de espuma. O conjunto era organizado o suficiente para não estar ali à toa, mas aleatório o bastante para que não se fizesse óbvia a sua serventia; Quem sabe poderiam descobrir ou perguntar depois? De qualquer jeito, não era agora que o fariam - e logo se foram, caminhando pacientemente pelas árvores, tentando alcançar o som de algum tempo atrás.

Durante essa andança, não encontraram nada; Nem bicho, nem gente, nem coisa. Casualmente, alguns barulhos de folhagens sacudiam aqui, ali, algum grito distante, outro ressoar mais longe mas, além disso, nada; O lugar era vazio, oco, solitário, como se há muito tempo não houvesse qualquer pessoa desbravando suas entranhas daquela maneira - o que, bem, obviamente não era verdade, considerando toda a fila do lado de fora da atração, e isso só pra começar. Sei que essa não é a parte que vos interessa, então, vamos diante.

Apesar de alguns minutos serem necessários, eventualmente o caminho fechado se abriu numa pequena clareira - e, souberam imediatamente, foi dali que veio o sonoro barulho instrumental. Um palco de pedra improvisado se apresentava no meio do lugar e, ali, alguns objetos existiam, da esquerda para a direita, nessa ordem: Um violão largado no chão despretensiosamente, um par de chocalhos, um xilofone, a bendita da corneta, um tambor, uma flauta e uma harpa. Todos os sete instrumentos, de alguma maneira, estavam presos à rocha, fossem por correntes blindadas ou por algum tipo de forte grude que impedia sua retirada.

À frente do palco, existia uma cadeira encostada em uma pequena mesa com uma grande rocha retangular, um suporte de partitura à frente, que aprisionava um fino livreto fechado e, além disso, nada - puro silêncio, puro vazio. Sabe-se lá quem estava ali antes, pois não estava mais; Posta essa cena em campo, o que fariam os treinadores?

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O amanhã é efeito de seus atos. Se você se arrepender de tudo que fez hoje, como viverá o amanhã?
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— Tudo bem, parece que não temos escolha. — ora, melhor seguir o som do que perdermos algo importante por estarmos distraídos, né? — Ah, nem precisa... Simba. Seus apelidos são suficientes. — provoquei, caminhando e tirando o boné de Daisuke e colocando-o na minha cabeça — Está... quieto, né?

Precisei comentar, afinal de contas, para um lugar tão lotado como essa barraca era de se esperar que houvessem pequenos e mais pequenos correndo por aí, certo? Provavelmente toda aquela comoção que causei com o Ranger assustou bastante os monstrinhos, mas agora não havia muito o que fazer. Enquanto caminhávamos limpei um pouco do meu vestido, mas a cada esfregada parecia que ele só sujava mais e mais de terra. Voltei meu olhar para Daisuke, fuzilando-o com os olhos:

— Vamos sair daqui e vão achar que eu estava aqui dentro pedindo esmola. — revirei-os, agachando disfarçadamente para pegar mais um pouco de terra e tacar no ruivo; não sei se eu era péssima de mira ou se Daisuke desviou, mas acabei errando — Aff. — bufei, sorrindo sem graça logo em seguida — EU NÃO ACERTEI ENTÃO NÃO INVENTA DE SE VINGAR, OK? — corri na direção do Ranger, abraçando-o enquanto continuávamos nossa caminhada — Por favorzinho.

Por favorZINHO? Às vezes acho que a adolescente que aflora em mim quando estou com Daisuke já está ficando meio debiloide. De qualquer maneira, continuamos andando até o caminho fechado se tornar uma clareira; ali, diversos instrumentos musicais estavam dispostos e, bom, não preciso dizer que aquilo me fez engolir seco assim que meus olhos encontraram aquela cena. Suspirei, apertando a cintura do ruivo com ambas as mãos, mesmo que a esquerda doesse ao fazê-lo: aparentemente gostavam de música e, ah, como eu queria poder mostrar meu talento a quem-quer-que-seja... Não para me exibir, mas pela simples falta que a melodia do violino me faz.

— Tá tudo bem. — cocei a garganta, soltando do abraço e caminhando despretensiosamente até os instrumentos — Eles tem até uma harpa... Que graça. — abri um leve sorriso, fitando o suporte de partitura por alguns segundos — ... — é claro, né? eu estava feliz demais e algo tinha que me colocar para baixo — Mais um ponto pra ele. — sussurrei; sequer sabia se o que havia no livro eram partituras de fato, mas conhecendo o sadismo do ser não-tão-superior-assim, era o mínimo a se esperar — ... — caminhei em passos curtos e lentos até o livreto, abrindo-o logo em seguida; no caminho, desci a aba da case do violino, arrastando a mochila de leve no chão conforme andava — Acho que... Vou ter que tentar.

Poderia estar enganada e ser somente um livro vazio sem qualquer coisa escrita, mas seria bem difícil diante de todo esse cenário, né?


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Bônus:
- Especialista II Psychic;
- Gestora Rocket:
- Skill Rocket: Queimando a Largada! (+3 Atk; +3 Sp. Atk para Pokémon em batalhas);
- Skill Rocket: Aprendizado Prático. (20% a mais de EXP em batalhas durante uma Missão Rocket);




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Karinna me apelidar de implicantezinho era quase como se ela se olhasse no espelho toda vez que o falava! Admito que sou perturbado, mas ela era tão perturbada quanto! Talvez por isso tava dando certo, né? Quando eu falava sobre arranjar apelidos para Karinna, ela me chamava novamente de Simba, então não pude perder a oportunidade de rebater. - Ah, mas eu gosto de dar apelido aos outros, Rafiki. - E ria, imaginando que ela fosse ficar invocada diante a provocação, mas sendo bem honesto, não fosse a falta de tato que o momento passava, eu realmente ficava pensando se deveria dar algum tipo de apelido pra Karinna? Tipo, sei lá, né... ela me chama de implicantezinho e eu acho até fofo. Eu deveria retribuir esse tipo de carinho? Argh! Que inferno, Daisuke. Para de pensar essas bobagens.

Enquanto eu estava no meu breve devaneio, Brave nos acompanhava saltitando e olhava curioso para a forma de Teriyaki, em um dado momento, enquanto caminhavam, o gramíneo acabava questionando o psíquico se Karinna voava em cima dele, e começou a tentar convencer o Sigilyph a deixa-lo subir em suas costas. Eu não pude reparar no desfecho, mas logo Bley comentava sobre o silêncio. - Bem, tirando aqueles dois ali atrás até que sim. - A respondia. - É muito estranho não ter tanto Pokémon a nossa volta. - Falava, meio desconfiado olhando a nossa volta a medida que caminhávamos, mas algo mais me chamou a atenção: a loira se queixava sobre a sujeira em seu vestido, e eu ria dela, em especial do último comentário, e bem, eu ria tanto que fiquei distraído, nem vi que a garota havia tentado tacar um bolo de terra em mim. - Ei, sua tepig. Vai com calma, eu só me joguei em cima de você, não te sujei de propósito. - Protestava comicamente antes de ser abraçado. - Quer saber, acho que posso me acostumar com você tentando fazer besteira e vindo me abraçar pra se desculpar. - Falava, enquanto passava meu braço pelos seus ombros e continuava a caminhar, até que finalmente chegávamos a uma clareira.

E bem, a porra da clareira podia ser batizada como gatilho. Inferno. Eu sabia que Bley estava ansiosa com relação a tocar o instrumento de novo, e ver todos aqueles instrumentos bem na nossa frente, impactou até mesmo a mim. Eu encarei a loira por um tempo, antes dela dizer que estava tudo bem. Mas eu sabia que não estava. Não queria que ela achasse que eu estava com pena, não era isso. Eu simpatizava com sua dor, de certa forma. E observava, meio distante, a jovem encarar os instrumentos musicais. Quase como se estivesse hipnotizada, Karinna caminhava até um livro, onde imaginava ter algumas partituras e até tirava o case do violino das costas, se aprontando para pegar ele. Naquele momento, eu senti necessidade de intervir.

Não a impedi de abrir o livro, mas virei seu rosto na direção do meu. - Ei, calma. - Falava com a voz amena. - Tem hora pra tudo, mas você ta com a mão machucada. Prosseguir dessa forma é imprudente, ainda mais se forçar tanto. - Dizia enquanto a olhava nos olhos. - Eu sei que você sente falta de tocar, mas poxa. São... alguns momentos. Insistir tão ferrenhamente agora pode te prejudicar pra sempre e bem... - Eu ria de canto de rosto. - ...quero que saiba que sou um público exigente. Não me contento em ouvir só uma música. - Falava e observava sua reação.


Aventura no parque ft. Karinna

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Acaso, implicância ou castigo - independente do motivo, era inevitável a necessidade de encarar o breve cenário de projeto de orquestra que parecia aguardar pacientemente por seus participantes musicistas. O caos atingia forte o coração atormentado da criminosa nativa de Olivine e, naquele momento, o desejo quis se sobressair sobre a própria saúde, latente, mas longe de ser inócuo; Ora, se não fosse pela presença do ruivo ao lado, sabe-se lá que tipo de piora poderia ocorrer no punho já machucado da idônea - hah - garota.

Mas, ao que importa, vamos ao tal livreto aprisionado no suporte de partitura - que, incrivelmente, apesar de onde repousava, não o era. Em realidade, as entranhas do caderno guardavam em si um pequeno texto corrido cuidadosamente datilografado, simples, que não parecia ter nada exatamente especial - exceto pelo fato de que algumas palavras estavam erradas e outras possuíam um estranho destaque em caixa alta.

Livreto escreveu:
Não fáz frio na selva, apesar do SOL não brilhar através das copas das árvorés.

A dór nos músculos é cada vez mais explícita a cada giro dós ponteiros do rélógio - por mais incrível que possa parecer, as sílabas de tua SIngela declaração é tudo que me RÉsta nesse mórbido momento de desespero.

Quando foi a última vez que MInha garganta pôde emitir palavras para um outro alguém, que não as paredes amadeiradas dessa florésta sem fim? Lá no alto dos galhos, enxergo movimentos que, suponho, não deveriam estar ali - e me questiono por quanto tempo mais serei capaz de manter a sanidade nesse baile desengonçado em que a natureza optou por me aprisionar.

A SOLidão é amarga.
Uma pena que tanto tempo demorei para percebê-la.


O que fariam, então, os jovens?

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Acho difícil descrever, por mais que tente, o tamanho da frustração que eu sentia tomando conta do meu corpo. Era como se toda aquela felicidade que sentia desde que entrei no parque fosse gentilmente empurrada para baixo do tapete, dando lugar à tristeza iminente de não poder tocar o que quer que esteja dentro desse livreto. Assim que o abri, para minha surpresa, não havia nada além de um único papel, com o que parecia ser um poema escrito. Antes que pudesse lê-lo, Daisuke virou meu rosto na direção do seu.

— Eu sei, mas... — suspirei, tentando esconder as lágrimas que por algum motivo tentavam saltar dos meus olhos lacrimejantes — Eu sinto muita falta. De verdade. — dei um beijo na mão de Daisuke e ergui a cabeça para tentar disfarçar o choro; acabou que peguei Teriyaki e Brave no flagra voando no alto sem qualquer proteção — ... QUE MERDA EU NÃO POSSO TER UM MOMENTO DELICADO EM PAZ! DESCE DAÍ VOCÊS DOIS! — bufei, limpando os olhos com o dorso da mão direita — O BRAVE CAI DAS SUAS COSTAS E SE MACHUCA E AÍ EU QUERO VER, TERIYAKI! — balancei a cabeça negativamente — Podem brincar assim, mas baixinho pra ninguém se machucar. — tornei a olhar para o Ranger — Obrigada. Acho que se você não tivesse aqui eu só ia surtar... — dei uma risada sem graça — Como sempre.

Então, voltei meu olhar para o livreto. A princípio parecia ser somente uma entrada de diário de algum explorador, mas conforme o reli algumas vezes pude perceber o erro ortográfico em algumas palavras, assim como outras pareciam estar em caixa-alta. Quando parei para juntá-las, percebi serem notas musicais, as quais provavelmente juntas formavam uma melodia.

— Sabia.
— suspirei, balançando a cabeça negativamente uma única vez — Desculpa, implicantezinho. Mas vou ter que fazer isso. — dei um meio sorriso para Daisuke, engolindo seco no processo — Tenho sempre que me ferrar mesmo. — reclamei, levando o dedo indicador direito até a página do livreto, seguindo as palavras com meus dígitos — Fá, sol, ré, dó, dó, ré, si, ré, mi, ré, lá, sol — repeti mais uma vez para mim mesma, erguendo a case do instrumento e sinalizando com a cabeça para que o ruivo estendesse os braços — Sabe um defeito muito grande meu? — abri o zíper, tirando o violino de dentro da mochila que Daisuke segurava — Sou muito teimosa. — tornei a olhar o Ranger nos olhos, permanecendo em silêncio por alguns segundos — Só... Vou precisar de você depois, tá bom?

Com um suspiro, posicionei a queixeira do instrumento em seu devido lugar; os dedos da mão esquerda doíam até mesmo para segurar a escala, mas engoli seco, suportando o incômodo. Posicionei o arco sobre as cordas e tentei...

Uma.

Duas.

Três vezes.

Todas falhando quando chegava na metade da melodia. Conseguia sentir a vergonha e a humilhação se juntarem à tristeza e destruírem meu orgulho como se não fosse absolutamente nada. Meus olhos marejaram, mas meu olhar, que brevemente se voltava para Daisuke, dizia para ele não intervir. Precisava fazer isso sozinha, eu precisava... Conseguir. Nem que fosse uma única vez.

Respirei fundo e, então, mesmo com certa dificuldade, consegui tocar todas as notas, uma seguida da outra. Abaixei o instrumento e, com os olhos cheios d'água, corri para afundar meu rosto no peito de Daisuke, vocalizando alguns pedidos de desculpa que, honestamente, não sabia se eram para ele ou para mim mesma.

— ... Desculpa. — finalizei, após falar a mesma coisa umas quatro ou cinco vezes; as mãos soltavam o instrumento e seu arco no ar, os quais eram gentilmente impedidos de chegarem no chão pelo Psychic de Teriyaki — ... — as lágrimas já encharcavam a blusa de Daisuke, mas eu pressionava tanto minha cabeça contra seu peito e apertava tanto suas costas com as mãos que sequer notei — ...

Se tivesse funcionado ou não, tinha certeza de que não conseguiria fazer aquilo uma vez mais.

Esse é o problema de achar ser mais forte que tudo, né?

Eventualmente somente orgulho não basta.


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Bônus:
- Especialista II Psychic;
- Gestora Rocket:
- Skill Rocket: Queimando a Largada! (+3 Atk; +3 Sp. Atk para Pokémon em batalhas);
- Skill Rocket: Aprendizado Prático. (20% a mais de EXP em batalhas durante uma Missão Rocket);




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OFF: Ordem que Daisuke tocou nos instrumentos: Corneta, tambor, chocalhos, violão, violão, chocalhos, harpa, chocalhos, xilofone, chocalhos, flauta, e tambor.

Eu ouvia Karinna se queixar timidamente, mas todo aquele nosso momento era subitamente interrompido por Brave e Teriyaki, que apesar de se darem bem, estavam trazendo preocupação a loira. Eu nem tive oportunidade de repreendê-los verbalmente, só assisti Bley lhes dar esporro e olhar pra eles com uma interrogação na testa, como se perguntasse "Mano, pra que?!". ENFIM! - Eu to aqui pro que precisar. - A abraçava, preocupado.

Mas é claro que a garota não ia ouvir o que eu tinha dito. Karinna era teimosa por natureza, e antes mesmo que eu pudesse pensar no que fazer com o que eu rapidamente via no livre, ela puxava o violino e tentava tocar. - Ah não. Nem ouse fazer as notas com a mão machucada. - Falava, interrompendo da forma que conseguia, e sugeria pra que ela tentasse trocar. Não sei o nome das partes do violino, mas fazer os acordes com as mãos boas poderia amenizar a situação...

...ou ganhar tempo antes dela se auto-sabotar a níveis estratosféricos. Entenda, não é como se eu pudesse de fato impedir Karinna de fazer algo, não temos intimidade pra que eu simplesmente arrancasse o violino das mãos dela e a tirasse de perto do instrumento. Eu precisava de tempo, e pude ouvir ela dizer as notas. - Fá, sol, ré, dó, dó, ré, si, ré, mi, ré, lá, sol... - Copiava, e em seguida, olhava rapidamente pra frente, tentando observar algo no palco que fizesse sentido.

Rápido Daisuke, rápido. Veja os instrumentos de novo, quais são? Um violão, um par de chocalhos, um xilofone, uma corneta, um tambor, uma flauta e uma harpa.  Eu podia checar a afinação deles? Droga, eu não sei dizer como as cordas ficam dependendo da afinação, e chocalho não se afina, né? Tem que ter mais alguma coisa... a escala de notas? Dó, ré, mi, fá, sol, lá, si... São sete notas... sete instrumentos...

- ESPERA, KARINNA! - Bradava, esperando que ainda fosse capaz de a impedir de tocar e chegava até mesmo a assustar Brave em cima de Teriyaki, que pousavam para ver o que estava acontecendo.

...mas não foi a tempo. No exato momento em que eu me virava para a loira, ela vinha correndo em minha direção, aos prantos e desolada. - Calma. Vai ficar tudo bem... - Eu falava com ela, mesmo sem ter qualquer certeza disso. Por que ela se forçava tanto com aquilo? Eu sei que é importante, mas não é como se estivéssemos numa situação de vida ou morte tocar o instrumento daquele jeito era imprudente, e eu não sei dizer quantas vezes ela o fez. E nem como. Pelo visto, meu conselho não havia dado certo? Ou ela apenas havia se frustrado? De qualquer forma, eu precisava dizer o que havia descoberto, ou pensava ter descoberto.

Fiquei um tempo abraçado com ela até que se acalmasse. Não foi rápido, mas mantive meus braços envolto do corpo dela, e pude sentir que a camisa começava a ficar mais molhada do que o esperado, mas não tinha problema... depois que se acalmou, pude finalmente contar a ela o que descobri. - Eu... quero te mostrar uma coisa, espera. - Falava, e a puxava para mais perto dos instrumentos grudados. - Acho que pode ser algo do tipo... temos sete instrumentos e sete notas musicais. - Tocando sua mão boa, eu a guiava para o quarto instrumento. - Fá. - Dizia ao tocar a corneta. - Sol. - Dizia, tocando nossos dedos, agora entrelaçados, o quinto instrumento, no caso, um tambor, e o fui fazendo ate que completasse as notas ditas antes pela loira. - Mas não sei bem o que fazer com isso... é só minha hipótese. - Falava, como se eu me sentisse meio encurralado.

Aventura no parque ft. Karinna

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Oh, pobre criança.

Não é de se surpreender a frustração n'alma; Se te arrancam o poder de executar o único bem que o corpo e a maestria te oferecem, como pode desenhar nos gestos o coração pulsante que deseja nada mais, nada menos, que a própria liberdade? Quão sofrível é a percepção da própria inutilidade diante de um alvoroço que corrói, sórdido, as lembranças de outrora?

...Sabe-se lá, não é?

O fato é que, entre sofrências por sofredores, há também uma luz que rasteja por todo o caos: A simples e singela chama que cintila, serena, na mente enviesada de um lutador atormentado por motivos que aqui não cabem mencionar - ela foi a responsável por terminar de aperceber-se do conjunto da obra do curto enigma que ali despontava e, passo a passo, iniciou sua jornada por tocar um por um os instrumentos eternamente aprisionados naquele pequeno e vazio palco improvisado, para uma plateia de ninguém.

Corneta, tambor, chocalhos, violão, violão, chocalhos, harpa, chocalhos, xilofone, chocalhos, flauta, e tambor.

Fá - Sol - Ré - Dó - Dó - Ré - Si - Ré - Mi - Ré - Lá - Sol.

A melodia repetiu-se, automática, vinda de lugar nenhum e de todo. Discreta como a brisa e gradualmente intensificando-se, a pedra retangular sobre a mesa atrás do suporte da partitura cintilou, num brilho que passava a ser ofuscante quando partiu-se em duas metades, revelando ali um compartimento interno que resguardava dois pequenos objetos enrolados num velho tecido amarronzado.

O que seriam?
Teriam de descobrir.

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Assim que terminava de tocar os instrumentos, uma estranha melodia, que tocava com o instrumentos na ordem que eu os tocava, era sonorizada no ar. Sem saber ao certo do que se tratava eu apreciava a música que ecoava no ar, ignorando momentaneamente tudo a minha volta, enquanto ainda segurava de leva a mão de Karinna junto da minha. Eu queria dizer alguma coisa mas eu só conseguia sentir, e antes que eu pudesse, uma luz atrás de mim cintilou. Não me pergunte como, ou quando, mas aconteceu. Um brilho partiu a pedra retangular que repousava por cima da mesa, revelando duas partes que guardavam algo dentro delas. De início, as ignorei, queria saber como Karinna estava, mas não sabia como perguntar. Não tinha jeito de perguntar. A memória viva de uma música quase como se todo o universo dançasse diante de sua fraqueza a deixava extremamente melancólica.

- ... desculpa. Não sabia que isso ia acontecer. - Dizia sobre toda a melodia que acabava de ressoar devido a minha última ação. Vagarosamente, eu soltei sua mão e me mostrava um pouco sem graça com tudo que aconteceu. - Er... a pedra ali... quer dar uma olhada nela? Talvez aquele brilho seja pra sugerir que ela é um tesouro? - Sugeria, para tentar quebrar um pouco do clima triste que havia ficado. Eu precisava pensar em uma forma de trazer a esquentadinha a tona de novo, e eu acho que ainda não conhecia um jeito melhor do que, bem, achando um tesouro grandão.

Ao tempo de Bley, caminhei junto dela até a pedra, onde o conteúdo da parte direita para nós, a que eu pegava para ver, se revelava.

Aventura no parque ft. Karinna

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'Arqueologia' :
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