[Fallarbor] Eu e uma joia partida...

  Uma lista de itens deveria ser localizada na cidade: ervas, pedras e flores. Parecia que o Sr. Haruki cobrava um preço bem... Como posso dizer, não tão caro, mas trabalhoso. Eu não poderia reclamar, claro, afinal, ele estaria doando o seu trabalho em troca de flores para sua esposa. No fim, a fofoca na rua não passava de inveja. Por mais mal encarada Nazaré fosse, a mulher facilitou o encontro com o sr. Haruki e por conta dele eu tinha a possibilidade de consertar o item que tinha recebido. Era uma oportunidade de ouro, com certeza.

Dei uma leve olhada pela casa procurando local para as flores. A priori pensei que era para enfeitar a casa, mas no fim, o sr. Haruki era bem romântico. Gostava daquilo. Aquele lar era um lugar bem tranquilo de se viver, na verdade.

Mas ainda tinha a questão da pedra ametista, que poderia ser trocada por aquela esmeralda. Eu encarei a pedra em minhas mãos, engolindo a ameaça de sumi-la. Longe de mim fazer isso! Eu a guardaria como minha vida, tal como fazia com a life orb quebrada. - Claro!- aceitava os termos, não que eu não tivesse aceitado ontem. - Mas onde eu poderia trocar esta pedra?- ficava a pergunta. Eu não era de Fallarbor, não sabia onde os principais centros de trocas ficavam, para poder localizar a troca.

No entanto, de tudo, parecia uma caça bem mais instigante e talvez difícil. Porque eu imaginava que como Life Orb era um item que não se via todo dia, a matéria prima deveria ser bem rara também, pois senão, seria mais fácil achar aquele item em Hoenn. Mas era a missão que eu aceitaria para poder consertar o item.

  “Sticks and Stones”, aparentemente, consertar o life orb estava longe de ser fácil. Já começou com as falácias sobre a vida de sr. Haruki e sua esposa. No fim, Joy estava mais certa do que as fofoqueiras da rua. Claro que a esposa dele não era alguém com feições muito simpáticas em primeira vista, mas parecia ser uma esposa dedicada, ao ponto de fazer o ríspido sr. Haruki ficar apaixonado por ela. Felizmente, o homem também estava em perfeita saúde e não poderia negar que embora fosse grosso, estava sendo muito bondoso comigo. Margaridas por um trabalho que só ele poderia fazer não era algo muito justo, mas se colocar que é para um grande amor, certamente parecia equilibrar as coisas.

- Feito!- dizia para ele, enquanto colocava o colar do Life Orb no pescoço e colocava a pedra dentro da camisa; Eu tinha lugares para ir, ambientes para explorar. Bem, eu não poderia trazer tudo se ficasse ali o dia todo. Acreditava na raridade da matéria prima de um Life Orb, pois senão, seria um item que estaria em posse de várias pessoas durante o tempo todo. Eu assenti para o homem, em posição de agradecimento. - Tentarei estar de volta até o fim do dia. Não desista de mim!- dizia para ele.

Isso era uma clara desculpa de que eu poderia demorar. Como já estava na cidade, achava que a forma mais eficiente era de trocar a esmeralda por ametista. Deixei a casa do sr. Haruki com isso em mente. Voltando para as ruas da cidade, peguei o GPS do Pokénav para saber onde ficaria aquela loja. Já julgava que a encontraria no centro daquela cidade, pois era onde se concentrava o ambiente comercial. Só depois da troca era que eu iria para as campinas ao redor da cidade, passando no Centro Pokémon antes, caso fosse necessário.

Dessa forma, eu segui para o meu destino, com o olhar na tela do Pokénav, mas com a mão repousado levemente no meu peito, onde por detrás do tecido estava a life orb partida. Mais uma vez, lembrava do presente e da situação complicada em que me foi entregue. Situação chatinha, mas, é a vida...

Minha saída apressada da casa do sr. Haruki só pode ter sido com um sorriso para dona Nazaré. Se ela corresponderia ou não, ai eu não tinha parte. Não dependia de mim. Mas não iria deixar minha esperança me esvair por nada. Tinha que agradecer com o que o narrador tinha me dado, mesmo sendo um velho, ranzinza, mas, sobretudo, amoroso e habilidoso, pois era o único que poderia resolver o meu problema. Deixei aquele bairro mais residencial com os olhos no Pokénav, primeiro, tentando me localizar, depois localizar a minha loja (aparentemente tinham duas) e depois traçando uma rota mais seguro até lá.

No caminho, percebia que a parte da cidade mais “segura” estava mudando. Ora, eu era ranger há uns bons anos, com atuação, principalmente, em cidades. Era fácil notar quando o ambiente fica fechado. Certifiquei-me mais uma vez de manter a corrente bem oculta, sem nenhuma amostra. Puxei a gola da jaqueta para mais perto do pescoço, o que parecia ocultar por completo a life orb dentro da blusa. Já a esmeralda estava no fundo do bolso. Meu olhar percorria o ambiente, bem atento, claro. Nesses momentos que mais uma vez eu me arrependia por não pego o porte e posse de arma.

Arrisquei-me olhar mais uma vez no Pokénav, para poder garantir que eu estivesse chegando ao local em que me era orientado. Tinha confiança de que ali era o lugar correto e queria resolver aquilo mais rápido, afinal, não iria ficar ali dando sopa pra bandido safado. Assim, entraria na loja e localizaria o responsável...

Quando finalmente tinha chegado até a loja, sem ninguém me abordar nas ruas, eu percebia que ali tinha vários objetos diferentes um do outro. Era quase um “tem tudo”. Como o posto Ipiranga. Claro que passei o olho por todos os objetos, do simples, aos raros. E de raro eu estava me referindo às pedras que estariam expostas ali. Bem confiante a atendente estava que não seria atacada ou roubada por ter objetos de tamanho valor ali. Volto a repetir que seria um descuido ou excesso de confiança. Talvez ela fosse o suficiente para proteger o negócio da família...

Eu pairava sobre as pedras. Tentei identificar a pedra, mas talvez ela não estivesse exposta. Mas também, tinha tanta pedra ali, que seria difícil notar a ametista ali com facilidade, a não ser se eu fosse muito bom artesão ou trabalhasse na loja. Não era nem um e nem outro. - Estou procurando uma pedra ametista.- buscava os tons roxos para saber identificar o objeto. Claro, deixaria que ela trouxesse para que eu vesse e no fim dissesse o preço. Queria saber como alguém ali tratava aquele tipo de objeto.

Não que eu fosse puxar o preço para baixo, mas não queria ser engano por um preço maior. Sr. Haruki me pediu precaução com as pessoas dali. Claro que poderia estar errado, mas ai é com o sr. Haruki e sua relação com aquela loja. Caso ela não falasse o preço de imediato, eu mesmo questionaria.

Realmente achei muito curioso a forma como a aquela vendedora agia, chamando-me de “gatinho” e finalizando com uma ameaça bem rígida que impactaria em minha beleza. :slow: Bem, não iria arriscar, embora deixasse escapar um sorrisinho de conto de boca com tal situação. Pelo menos ela revelava que tinha uma pedra; UMA! Acho que ela deu uma ênfase na quantidade limitada do item que eu estava atrás e era possível que eu teria que me dedicar a tê-lo... Principalmente na negociação.

- Sistema de trocas? Isso é novo para mim... O que você acha que eu teria que dar em troca por uma ametista? -perguntava a garota. Claro que eu sabia que tinha que negociar com a esmeralda, mas faria muito mais sentido se ela não soubesse que eu tinha algo de grande valor e cobrasse, no pensamento de não ter. Claro que não era certeza que ela aceitaria ou nomearia a esmeralda para troca. Mas iria tentar. Afinal, era uma negociação ter uma carta na manga e o oponente não saber...

Todo o tempo eu mantinha os olhos vidrados nos olhos dela. Esperava a reação. Ok que o ambiente não era o mais seguro que eu já pisei ou era o que eu mais queria estar no momento, mas eu não escolho isso por conta do que quero, mas do que preciso.