Aos poucos, Natalie foi abrindo o coração sobre toda a situação que ocorreu após nossa "separação". Ela estava se sentindo perdida, provavelmente com um vazio no coração que infelizmente não conseguia preencher com nada, nem comigo, mas não por culpa de alguém. Na real, ela nem conseguia contato comigo... Algo completamente compreensível, afinal eu também não tinha sinal para contatá-la. Inclusive, a cada palavra da ruiva eu conseguia sentir mais o seu sofrimento e meu próprio coração reverberava com suas emoções. Eu conseguia ter empatia pelos seus momentos passados e inevitavelmente sofria também com suas histórias, mesmo já tendo ocorrido há bastante tempo.
Passada a explicação sobre o Pyre e a minha explicação sobre também ter obtido uma Stone, ouvi o que Naty tinha a dizer sobre o fenômeno da Mega Evolução e seu conhecimento adquirido por Nicholas, um antigo membro da Virtuum, quando esta na verdade se chamava Circulus Virturtum... Ou algo parecido. Ela havia recebido de terceiros a informação importante sobre a pedra, assim como eu, mas ia além pois também havia descoberto que o "caminho" era procurar a Devon Corporation e aprender mais sobre aquele artefato — Bom saber sobre onde ir! Iremos juntos, com certeza, né? Se depender de mim vamos ficar coladinhos por muito e muito tempo, hein? — Comentei com Natalie, aproximando-me mais e segurando seu braço livre para dar-lhe um beijo nas "costas" da mão, antes de voltar para minha escavação, que contava com uma bela ajuda de Mey — Apesar do sofrimento e da angústia que foi estarmos separados, o importante é que isso ficou no passado! — Disse, bastante empolgado, retirando algo encrustado nas rochas do cercadinho... Era uma... Cápsula? Uma Ability Capstule?
Mey observava o objeto um tanto pensativa, afinal... O que aquilo tinha relação com arqueologia? Mas enfim, presente era presente, não é mesmo? — Ok... Prêmio é prêmio! E parece que eu consegui uma Ability Capsule. Hahahaha! Vamos ao próximo... — Indiquei, trocando de lado da escavação, escolhendo um cercadinho novo na posição diametralmente oposta à anterior, enquanto continuava a ouvir os relatos das desventuras de Chase. Comecei com batidinhas da picareta para quebrar a parte mais dura das rochas e transformá-las em cascalho que pudesse ser "varrido". Enquanto isso, a ruiva contava sobre o que ocorreu depois do Zapdos. Ela estava ainda mais perdida e preocupada, procurando afeto e carinho e... familiaridade em algum lugar. Por isso acabou voltando ao passado, para os braços de uma amiga que há muito não via, Karinna. A mesma da mensagem de PokéNav, aparentemente.
— Se estava com Karinna, certamente estava em boas mãos! Mas isso não impediu de irem se metendo em cada vez mais encrencas, né? — Disse, enquanto afastava as pedras maiores, já quebradas, deixando apenas areia e "farelinho" de pedra para trás, o que iria ser retirado com o escovão e a escovinha de escavação. Já Naty, falava sobre seus encontros... Psicodélicos com algumas figuras divinas, como Arceus. Admito que isso me fez arquear a sobrancelha. Não porque duvidasse dela, mas porque o rumo da conversa ficava cada vez mais sobrenatural, se é que podemos chamar assim... — Eu não acho que ele te odeie. Se ele te odiar é porque odeia todos nós, afinal o que você fez de tão errado para o mundo? Eu na verdade, nem sei se consigo acreditar numa figura de Criador. Se ele de fato existe, é necessário uma figura de Destruidor. E eu acredito que os dois devem ser venerados, pois só juntos formam o equilíbrio. Não há sombra sem luz, não é? As duas são importantes, sem entrar na questão dos juízos de valor... — Expressei-me, enquanto varria o cascalho e liberava a visão da próxima recompensa, contando com o assopro forte de Mey, que afastou as partículas menores. O que seria aquilo?
Resumo escreveu:
> Segunda ESVACAÇÃO da Arqueologia