Pokémon Mythology RPG
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When the bonds are good, the rest don't matter

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when the bonds are good
the rest don't matter
Dizem as boas línguas que coragem é quando nos libertarmos das amarras e agimos com a euforia mais pura e simplória do coração. Difícil seria discordar de uma afirmação dessa quando é exatamente isso que acontecia diante do seus olhos; fugir e ignorar o passado tem suas vantagens, mas o que seria necessário para enfrentá-lo de uma vez por todas? Simples é a mecânica de jogar seus temores para debaixo do tapete e esperar que um dia não se tropece os pés no acumulado de lamúrias dentro do seu próprio consciente, mas talvez, e somente talvez, arrancar esse ornamento empoeirado e jogá-lo porta a fora de certa forma parece libertador, certo?

Talvez sim, talvez não.

Ren mergulhou somente para encontrar a mesma tonalidade embaixo d'água. Seus olhos violáceos não conseguiam enxergar um palmo à sua frente por conta do branco, nem mesmo Laylah ou seu pequeno eu. Aos poucos, como fumaça quando espalhada com as mãos, o branco diluiu-se em rosa uma vez mais, agora tão claro que se tornava quase imperceptível dentre a cristalina água. Abaixo dos seus pés haviam diversas plantas, semelhantes as encontradas embaixo de um lago, com uma profundidade não tão grande quanto se esperaria. Ao seu lado direito a canídea sorria, batendo uma de suas patas dianteiras sobre a boca, sinalizando que não era necessário prender a respiração já que conseguia respirar perfeitamente; nadou na direção do especialista, estendo a mesma pata para que o rapaz a segurasse. Do outro lado o infante translúcido roía suas unhas em nervosismo, mas ao encontrar Ren, pegou em sua mão, apontando para frente. Ali, há poucos metros de distância, estava a também lembrança de seu pai, irritado, aguardando na porta de sua antiga casa em Petalburg, uma cena que já se repetiu tantas e tantas vezes em sua infância. Os gritos ecoavam pela água de forma acústica, movimentando-a como verdadeiras ondas sonoras que criavam até uma certa corrente de água para trás. Laylah posicionou sua outra patinha sobre a mão de seu treinador, consentindo com a cabeça e com seu olhar repleto de ternura: se aproximou do rosto de Ren, encostando seu rosto no dele, mesmo dentre toda aquela instabilidade aquosa.

O "eu te amo" mais silencioso e angelical que o aprendiz veria em muito, muito tempo.

A Normal-type se afastou, voltando seu olhar para a memória de Ren, que respirava ofegantemente com o pavor estampado em seu rosto, tornando a olhar o especialista na mesma hora e abrindo um sorriso no processo. Laylah consentiu mais uma vez e com um impulso começou a nadar contra a corrente que os gritos causavam, na direção da memória do pai. A pequena batia suas patas traseiras com toda a força que conseguia, mas não parecia ser o suficiente, ainda mais se precisasse carregar Ren junto consigo. Com um cry abafado mas talvez tão alto quanto o que causava toda aquela comoção, era como se a pequenina encantasse a água, com diversos feixes rosáceos surgindo dentre as plantas no fundo do lago que começavam a dançar em volta de seu corpo. Laylah cerrou os olhos e repetiu o grito e, então, as gavelas cor-de-rosa cobriram todo o seu corpo, reluzindo todo o brilho prateado que, de repente, iluminou toda a canídea. Poucos segundos se passaram e a luz se dissipou, assim como os feixes, dando lugar a uma evoluída Laylah, agora uma bela Sylveon.

Com força suficiente a fada conseguia nadar contra a corrente, mergulhando junto com Ren e seu pequeno eu bem no meio da memória do temível pai, a qual simplesmente desaparecia. A água aos poucos retornava ao seu normal cor-de-rosa, mas não sem antes o translúcido infante olhar emocionado para o aprendiz, abraçando-o logo em seguida e desaparecendo em pequenos brilhos que se dissipavam pela água, indicando, finalmente, o encerramento daquele ciclo.

Coragem nada mais é que a resistência e o domínio do medo.

Não sua ausência.

...

Acima da linha d'água tudo permanecia da mesma maneira, a única mudança sendo a da cor da água, que mutava vez ou outra, provavelmente por conta do que acontecia embaixo. O barco, então, começou a rotacionar em seu próprio eixo uma vez mais, com Yoshiro e Sapphire agora olhando para onde originalmente haviam decidido seguir com Ren. Uma neblina tomava conta do lago, cobrindo grande parte de toda água — e alguns metros acima também — aproximando-se aos poucos do barco, convenientemente parando assim que encostava na madeira do mesmo. Nuvens escuras começavam a recobrir o céu, trazendo consigo uma chuva simples, consistindo somente de um leve chuvisco. A cor das gotas? Rosa, sem dúvidas, mas que molhavam como qualquer garoa.

Um choro poderia ser escutado à distância para dentro da neblina, assim como algumas risadas na mesma direção, essas últimas porém um pouco mais distantes que a primeira. Uma aura cor-de-rosa começou a envolver a treinadora e seu anfíbio, sem nada além disso, a não ser por um pedaço da neblina bem na frente de Yoshiro, que se afastava e mostrava uma pequena parte da linha d'água para a morena, como se indicasse para que caminhasse até o lamento dentro do nevoeiro.

Entre sobreviver e viver há um precipício...

E poucos encaram o salto.


Progresso da Rota :



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Bônus:
- Especialista II Psychic;
- Gestora Rocket:
- Skill Rocket: Queimando a Largada! (+3 Atk; +3 Sp. Atk para Pokémon em batalhas);
- Skill Rocket: Aprendizado Prático. (20% a mais de EXP em batalhas durante uma Missão Rocket);




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Os instantes se passavam em uma calmaria quase dolorosa. Nem um mísero som chegava aos nossos ouvidos, e o único sinal de que algo estava acontecendo lá embaixo era a coloração da água, cujo tom vez ou outra escurecia e clareava. Yoshiro tinha se debruçado sobre a borda da canoa para ver melhor, como se tivesse esperança de, somente observando aquela curiosa aquarela, deduzir se Ren e Laylah estavam bem. Creio que não estava conseguindo deduzir coisa nenhuma, pois tinha uma expressão bem preocupada no rosto. Por mais que ela insistisse em dizer que aquilo era parte da atração e que não havia perigo, a demora daqueles dois lá embaixo a deixava indiscutivelmente tensa.

- Sapphire, será que nós… - A humana não conseguiu nem terminar a frase, pois, nesse instante, a canoa começou a girar sozinha outra vez. Aquele súbito movimento fez Yoshiro soltar um arquejo e afastar-se bruscamente da borda, caindo sentada na superfície de madeira. Quando a embarcação parou, estávamos fitando outra vez a margem. Uma neblina densa começou a se espalhar, dificultando nossa visão ao mesmo tempo em que dava um aspecto ainda mais místico àquele ambiente… como se ele já não parecesse mágico o bastante, depois de todas aquelas loucuras.

Por alguma razão, o nevoeiro era estranhamente humilde. Ao invés de se apossar do lago inteiro, como seria o normal, ele parou de se propagar assim que tocou a canoa. Concentrava-se na parte de baixo, cobrindo a água como se fosse um tapete de nuvens. É, isso definitivamente não parece natural… mas como raios um Pokémon psíquico conseguiria, sozinho, comandar isso tudo?

Bem… eu já deveria ter aprendido que eles têm poderes assombrosos e uma imaginação fértil até demais… além de uma curiosa tendência a querer testar a sanidade alheia. Será que todo tipo psíquico é meio surtado assim?

Pensar nisso fez-me rir, mais de nervosismo do que de qualquer outra coisa. No entanto, uma sensação diferente chamou minha atenção, cortando a risada no meio e quase me fazendo engasgar. Gotas finas e rosadas mollhavam-me o corpo, como se a própria água do lago formasse aquela garoa. Olhando para cima, vi que nuvens escuras haviam se formado sobre a nossa cabeça, ocultando o firmamento cor-de-rosa. Por mais que eu gostasse de chuva, senti um desconforto no âmago… por que foi que não a senti se formando?

Porque estamos cercados por água, é claro. Deixe de paranoia, Sapphire. Repreendi-me mentalmente, dando um suspiro frustrado. Com a umidade do ar já tão elevada, seria muito difícil reparar em um chuvisco tomando forma… de certo não é nada demais.

- Eu ofereceria uma capa de chuva, mas acho que você gosta dela mais do que eu. - Yoshiro sorriu para mim, parecendo mais calma ao constatar que nenhuma figura fantasmagórica iria saltar pra fora da neblina. A garota não fez menção alguma de se proteger da garoa, muito pelo contrário, ergueu o rosto para deixar as gotas escorrerem por sua face. Uma cena tão pacífica que me fez retribuir o sorriso sem nem reparar. Que menina boba… embora ela me mate de raiva e preocupação às vezes, também consegue me acalmar de um modo que nenhum outro humano faz.

Deitei-me sobre seu colo e ela me fez cafuné, não era uma forma ruim de passar o tempo… eu poderia facilmente ficar assim até aqueles dois voltarem para nos contar sua aventura. Entretanto, parece que não era isso que estava planejado para nós… um choro alcançou nossos ouvidos, vindo de algum lugar em meio ao nevoeiro, seguido por algumas risadas ainda mais distantes. Meus olhos se encontraram com os da minha treinadora, e ela assentiu, mostrando que queria ir lá investigar.

- Vamos deixar a canoa aqui, Ren vai precisar dela quando voltar. - A menina se levantou, olhando para o tênue feixe de água que separava nosso barco do nevoeiro. Ela não teria coragem de nadar, eu sei que não teria… nem mesmo comigo. Então, como poderíamos chegar do outro lado?

A resposta veio de forma não muito discreta. Uma aura rosada nos envolveu, o que no início foi assustador, mas então percebemos que talvez aquela sacerdotisa de chapéu quisesse nos dar uma ajudinha. Até a neblina se aproximava de nós, parecendo convidar-nos para dar um passo adiante…

Yoshiro engoliu em seco, porém sentou-se na borda e esticou os pés para fora da canoa, ainda segurando-se à madeira com tanta força que os nós de seus dedos ficaram brancos. Mesmo com a promessa de segurança daquela aura mágica, ela estava com medo de cair.

Você quer mesmo fazer isso?” Olhei pra minha treinadora, preocupado. Ela não pareceu notar, sua atenção ainda fixa na água sob nossos pés. Independente de qualquer insegurança que pudesse estar sentindo, sua decisão já estava selada. O mesmo lamento ainda ecoava ao longe, não poderíamos simplesmente ignorá-lo...

- Tenha coragem e seja gentil… - Murmurou, fechando os olhos antes de enfim soltar a canoa, saltando para dentro do nevoeiro. Pulei atrás dela, torcendo para que a feiticeira não nos deixasse na mão agora.


 
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❁      houses won't fall

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National Park


Ren não estava entendendo muito bem aquilo. Ele agitou a água branca à sua frente, como que tentando ver se a coloração estranha não saía com movimentações bruscas. Não conseguia enxergar. Não sabia ao certo qual era o ponto de saltar — e confiar naquele salto — se não pudesse ver o que quer que precisasse ver. Céus, quando ele notou que não achava Laylah, começou a ficar preocupado de verdade.

Depois daquele grande pulo de fé, ele começou a reconsiderar sua ação. E justamente quando estava subindo, nadando para cima afim de pedir ajuda e recuperar o ar, as coisas pareceram mudar. Começou com a cor; que agora amenizava-se, voltando a ficar rósea novamente. Em seguida, a pequena Eevee, que nadava ao lado dele.

O jovem sorriu ao ver a pequenina. É claro que ela estaria a apenas alguns palmos de distância. Era bobagem, pensar que algo poderia ter acontecido. Laylah estaria sempre ao seu lado. Foi pensando nisso que ele se deixou levar. Aparentemente, ela conseguia... respirar? Aquilo era mais estranho que todo o resto, mas ele deu ombros. Se era ela quem indicava, Ren acreditaria cegamente.

Mesmo assim, assustou-se um pouco ao não se sufocar — tampouco ter seus pulmões invadidos por água mágica. Seria bastante complicado, dizer aos possíveis médicos por quê ele havia ingerido um líquido estranhamente colorido. Isto é, se ele chegasse até os médicos. Bem, ele deixou isso para lá, limitando-se a apenas nadar. Era relativamente tranquilizante, sentir toda aquela água envolvendo seu corpo; não ser aflingido diretamente pela gravidade.

De certa forma, libertador.

E ele confiava tal liberdade à monstrinha, dando segurando a patinha desta com a mão direita. Pouco tempo depois, voltaram a ver a forma ainda mais juvenil do coordenador, que parecia um tanto quanto nervosa. Ele entendia o motivo: logo adiante, uma lembrança manifestava-se na imensidão aquática, assolando todo o sistema auditivo do rapaz.

Não só ele; no entanto. Junto dos arrepios que lhe subiam o corpo ao ouvir aquela voz, a própria água parecia vibrar com a intensidade dos gritos. Antes que Ren pudesse recuar, a Eevee aproximou-se, amorosa, pressionando a fronte de sua face contra a de seu treinador. Um gesto que poderia ser tomado como bobo por alguns, mas que transbordava carinho e emoção naquelas tão inquietas águas.

O especialista em feéricos não tinha certeza se era possível — estando dentro de um lago —, mas suas glândulas lacrimais definitivamente estavam funcionando.

A vulpina não era a única que lhe oferecia apoio, ainda. O pequeno Ren, mesmo que provavelmente tão assustado quanto sua versão maior, conseguiu sorrir-lhe. Isto, somado ao fato de que sua pequenina agora impulsionava firmemente seus delicados membros, forçando-se a seguir em frente, motivaram o jovem a continuar também.

Bateu suas pernas com força, determinado a ir em diante. Contudo... a "correnteza" era extremamente forte. Os rugidos do pai do rapaz ecoavam e reverberavam no lago, impedindo o avanço deles. Mesmo que Ren e Laylah tentassem ir juntos, faltava-lhes força.

Não por muito tempo.

Surpreendendo seu treinador, a vulpina impulsionou seu corpo para frente mais uma vez, cerrando seus olhos. Bramia gritos determinados, como que em resposta aos do homem. E parecia que toda a mágica presente naquele tão misterioso lago respondia. Cada ação tomada por aquela pequena raposa surpreendia Ren, não apenas ali.

Lembrava-se dela nascendo na praia em Slateport, brincando alegre com seus companheiros. Era emocionante, pensar que aquela tão inocente e delicada criatura havia crescido tanto, agora enfrentando tantas coisas ao lado de seu treinador. O treinador ficou ainda mais impressionado naquele momento, em que ela não se deixou vencer pelas circunstâncias; manipulando o ambiente ao seu favor.

Traçando o seu próprio destino.

Vê-la agora, tão destemida, era realmente admirador. Laylah parecia criar um brilho único e próprio, era a dona não só de sua própria história, mas também influenciava tudo ao seu redor.

...Talvez de forma literal até demais. Antes que pudesse se dar conta do que acontecia, em um todo, Ren foi cegado por uma luz radiante. Uma confusão de plantas, ondas e água. Antes mesmo que o coordenador se desse conta, já estava em movimento outra vez, guiado pela Eevee, que parecia ter tido uma explosão de força.

...Ou melhor, a já não tão Eevee assim. Após passar pela imagem de seu pai, que se desfez com um toque, Ren voltou-se para sua companheira, sorridente. E teve uma surpresa ao ver uma bela e elegante Sylveon ao seu lado. Em meio à confusão e a vontade de fazer diferente, o coordenador não havia notado a mudança. Afinal de contas, era a mesma Laylah.

Mas ele não podia deixar de maravilhar-se com a feérica. A espécie era realmente muito graciosa; capaz de encantar com um só olhar. O treinador estava especialmente tocado pela evolução. Além do significado que tinha entre ele e a monstrinha — a forma física de seu amor e confiança, de seus laços —, a espécie também lembrava-o de sua avó.

Sim, ele tinba quase certeza de que Diana tinha um Sylveon. E que era o pokémon favorito da senhora. Sorriu, maliciosamente. Era regozijante, passar — literalmente — por cima do pai do rapaz com uma espécie que ele provavelmente odiava mais que todas as outras; uma que a avó de Ren também apreciava muito.

O aprendiz abraçou Laylah com força. Não precisava de palavras para dizer o quanto amava a monstrinha. Sem ela, o rapaz não teria sido capaz de passar por tudo aquilo. Eram mais que apenas treinador e pokémon; eram amigos verdadeiros; família.

E aparentemente, eles não eram os únicos que pensavam assim. O pequeno Ren aproximou-se, juntando-se ao abraço; sendo inclusive muito bem recebido. O coordenador sentia como se fizesse mais que apenas segurar uma forma mágica de si. Ao abraçar o pequenino, Ren Hughes tomava também nos braços tudo o que era e já fora.

As lembranças ainda eram um pouco assustadoras, e ele não iria mentir: tinha medo de pensar em um futuro próximo, encarando aquilo para valer. Mas era uma coisa que deveria ser feita, hora ou outra. Aquilo era parte dele, seu espírito e ser.

Conforme as lembranças iam desaparecendo; e o lago, voltando ao seu suposto normal, Ren sorriu para Laylah mais uma vez. Delicadamente, tomou em mãos um dos laços da canina, e começou a nadar para cima, supondo que haviam terminado ali. Ele estava orgulhoso da Sylveon.

...De si mesmo.

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Coragem, bravura, destemor... Palavras sinônimas mas que se unificam para representar em perfeição a adrenalina que subitamente fora injetada no corpo de Yoshiro para dar seu primeiro passo para fora do barco. Quiçá pela comoção do choro, pela curiosidade ou pelo mantra que tomou como seu, a treinadora firmava seus gentis pés sobre a água e caminhava, em passos lentos e cuidadosos, junto com a névoa que se dissipava aos poucos à cada centímetro que seu corpo permeava dentre o vapor atmosférico. A chuva, antes uma garoa, aumentava gradualmente como um inverso da neblina que se afastava, como dois opostos que tinham como único objetivo dramatizar ainda mais aquela atípica situação. Inclusive, o pranto ficava cada vez mais próximo, até cessar por completo, dando lugar a uma assombrosa melodia que sufocada ecoava debaixo d'água, sendo possível ouvi-la bem distante...

Assim como uma memória.

Como um abrir de cortinas o nevoeiro afastou-se em clareira diante de Yoshiro e Sapphire, revelando uma pequena criança à extrema direita que segurava em ambas mãos o que parecia ser um punhado de Maranga Berries. Seus negros e lisos cabelos de médio comprimento contrastavam sua pele alva e seu bege uniforme escolar, bem como seu completamente vermelho rosto repleto de lágrimas, as últimas rapidamente secas pelo ante-braço da pequena, que parecia querer se recompor o mais rápido possível. Ao seu lado e arremessada no chão havia uma pequena bento box aberta, provavelmente fruto de um almoço que nunca aconteceu; a infante, que tinha por volta de sete anos, soluçava ao prender o choro, mas parecia determinada em tentar esconder sua tristeza. O motivo surgia poucos segundos depois no extremo oposto de onde nossos heróis se encontravam: um grupo de diversas garotas, todas vestindo o mesmo uniforme que a criança, conversavam e caminhavam na direção da etérea memória. Atrapalhada, mas ainda assim forçando um sorriso, a criança erguia a cabeça e caminhava na direção do grupo com suas mãos abertas e esticadas diante do corpo, oferecendo o que segurava, somente para ser completamente ignorada por elas; uma, inclusive, parecia esbarrar de propósito na menina, que acabava deixando cair todas as frutinhas que segurava. O grupo ria, mas ainda assim sequer reconhecia sua presença ali, seguindo em frente sem fitarem-a uma única vez. Por fim, desapareceram com sua crueldade em meio à névoa.

A pequena caía desolada de joelhos no chão, pegando uma frutinha de cada vez, mas parando abruptamente seus movimentos após recuperar a terceira. Manteve-se estática por alguns segundos, debruçada e apoiando-se em seus braços com a cabeça abaixada. Talvez exausta e sem forças para continuar reprimindo sua profunda lamúria, a menina ergueu a cabeça e somente deixou seu pulmões gritarem em desespero, estes pedidos de socorro tão altos e constantes quanto as cascatas de lágrimas que deixavam os seus olhos e o temível temporal que instaurou-se junto com os brados. Os prantos ecoavam pela acústica do lago e simples seria dizer que Sapphire jamais havia escutado um lamento tão triste e tão...

Tão...

Solitário.

Diferente do anfíbio, aqui não havia surpresa alguma para a protagonista. E o porquê abria os olhos e erguia a coluna, fitando-a diretamente e finalmente percebendo sua presença e a de Mudkip. Os olhos marinhos da lembrança encontravam os da treinadora, mostrando para qualquer um que ainda tinha dúvida que, sim, ali estava a pequena Yoshiro que tanto sofrera diante daquele cenário. A pequena criança diminuía o ritmo de seu choro, mas logo se levantava e corria na direção de sua bento box, sentando-se ao lado dela novamente e ajeitando-a diante de si. Ainda soluçando, abriu a caixinha, esticando-a na direção de nossos heróis. Em pressa, tornava a limpar as lágrimas, tentando esconder sua fragilidade para mais uma vez, quem sabe pela primeira, conseguir alguém para comer ao seu lado.

...

Ren emergia junto com Laylah, encontrando diante de si o barco onde estavam, agora vazio. Curioso vê-lo tão perto mesmo após terem nadado tanto, mas isso talvez era o que mais seria fácil de aceitar diante do mágico e feérico lago e seus eventos fora da realidade. Do outro lado da simples embarcação havia uma enorme neblina, com um caminho a seguir, porém, assim que tentara fazê-lo, a recém-evoluída emitira um leve cry, consentindo com a cabeça com uma expressão afável estampada em seu rosto. O que quer que esteja acontecendo para lá, Laylah agora sentia que não deveriam interferir. Inclusive, sua conexão com o local era tão grande que, agora em cima do barco, a vulpina dançava junto com seus laços para a música que ecoava desde que entraram em Dreamy Lake. Sua graciosa dança era tão inocente e bela que atraía alguns dos Volbeat e Illumise que passeavam pelo lago, os quais juntavam-se com a fada para uma coreografia atrapalhada, mas muito encantadora. Assim permaneceram por alguns minutos, até que os insetos começaram a se fitar, abrindo um leve sorriso; juntos, então, formaram o que parecia ser um caminho sobre as águas, sobrevoando-a sobre a linha d'água. Quando percebeu, Laylah fitou Ren, segurando sua mão direita com uma de suas fitas e saltando para fora do barco, o que a fazia afundar, ficando somente com a cabeça para fora do lago. Era possível ver também algumas Munna e Musharna flutuando mais à distância.

O que poderia ser?


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National Park


Era estranho ver o barco ali, sozinho. Assim como a casualidade de o mesmo estar exatamente acima deles, no momento em que emergiram; quase como se não tivessem saído do lugar. Contudo, o jovem já havia entendido uma coisa naquele lugar: ele não precisava entender nada. Aliás, parecia que a sua monstrinha tinha uma sensibilidade muito maior, naquele tipo de situação, que o próprio.

Como, por exemplo, no momento em que Ren tentara aproximar-se do único caminho que via, saindo do barco; e a Sylveon dizia-lhe para não ir —  ao menos, não ainda. Apesar de um tanto quanto confuso, o rapaz não tinha motivos para não confiar na monstrinha. Laylah já havia provado repetidamente o quão precisa era sua intuição.

Ao invés disso, a feérica resolveu dar ao seu treinador um pequeno show. Se o coordenador já estava encantado com a monstrinha antes — incapaz de deixar os olhos desviarem de sua silhueta —, agora então, era simplesmente impossível não admirar a graça e beleza. Tomando a serena música que ainda ecoava ao fundo do ambiente, ela apresentou sua dança das fadas.

Movimentos leves, sem muito pensar — apenas o agir. Cada passo que a já não tão pequena assim dava, cada movimentação que suas fitas faziam, era simplesmente perfeito; mesmo sem precisar fazer sentido. Combinava bem com o lugar no qual estavam. Aliás, interessante ressaltar em como o leque de cores da própria Laylah entrava em uma grande harmonia para com o tal lago sonhador.

Era quase como se... Ele tivesse sido feito para ela.

Como que para provar a tese do rapaz; logo outros pokémon apareceram. Os vaga-lumes de outrora, que haviam ajudado na iluminação e ambientação quando o grupo adentrara o lago, surgiram mais uma vez. Pareciam estar tão encantados com a Sylveon quanto Ren, unindo-se a ela em suas próprias performances — um pouco atrapalhadas, de fato, mas definitivamente complementares.

Ao terminarem, os Volbeat e Illumise pareceram estar satisfeitos com algo. Ren não poderia julgar — como coordenador, ele estava mais que contente com o desempenho sua monstrinha. Como treinador — e mais que isso, amigo —, ele queria apenas abraçá-la, dizendo o quanto a amava. Logo mais, os insetos pareceram decidir-se por guiar o caminho de Ren e Laylah, mostrando-lhes mais um caminho.

A feérica direcionou o gentil olhar ao treinador, mais uma vez; tomando a mão deste com uma de suas fitas, e então saltou. O rapaz não estava realmente surpreso; aliás, era quase como se já esperasse algo semelhante. Ele apenas sorriu, pulando naquela estranha — mas bela — água novamente. Ao longe, conseguia definir as formas flutuantes de alguns outros pokémon.

O que poderia ser...?

Ele não fazia ideia, mas iria descobrir. E o melhor de tudo, faria isso ao lado da Sylveon. Ren tinha certeza de que, cedo ou tarde, ele tornaria a rever Yoshiro. Se precisasse chutar; diria que a menina estava passando por seu próprio momento. Sim, provavelmente, Laylah seria capaz de sentir algo do tipo. Assim sendo, ele apenas seguiu em frente... mais uma vez.

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Senti minhas patas tocarem a água, no entanto, elas não afundaram. Respirei fundo, aliviado por, pela primeira vez, ter caído na boa vontade de um Pokémon psíquico, e abri um leve sorriso para mostrar à minha treinadora que estava tudo bem. Vendo que não havia necessidade de prender o fôlego, a menina expirou todo o ar que estava segurando em seu peito e lançou um olhar grato na direção em que, escondido pela neblina, acreditava estar o templo.

Conforme andávamos, a chuva ia aos poucos aumentando. Não era problema pra mim, e nem sequer Yoshiro pareceu se incomodar com isso. Mais de uma vez vi o olhar da menina voltar-se com encanto às ondas que se formavam sobre a superfície do lago, balançando as flores de um lado a outro quase como se bailasse com elas. Tão fascinada pela beleza da cena, a garota parou de andar por um instante e ajoelhou-se, tocando a superfície da água com a ponta de seus dedos. Infelizmente, não podíamos perder muito tempo ali. Ela sabia disso, e logo se levantou, trazendo nas mãos uma das flores com as quais estava brincando.

Seguimos nosso caminho, guiados por aquele lamento que, apesar da proximidade, parecia diminuir. Em seu lugar, uma música começou a ecoar de algum ponto sob os nossos pés, abafada pela água. Era sombria ao ponto de beirar o fantasmagórico, no entanto… também era muito triste. Um som tão melancólico que fez um calafrio percorrer meu corpo. Foi o aviso de que tínhamos chegado ao nosso destino.

Grande parte do nevoeiro dispersou-se, revelando uma garotinha que lutava para conter o choro. Apesar da distância, pude ver claramente seu rosto vermelho e úmido pelas lágrimas as quais, teimando contra os esforços da criança, continuavam a cair. Aquela cena paralisou-me no lugar, eu não conseguia tirar os olhos dela. Um desespero estranho começava a impregnar-me por dentro, aquela pequena e desamparada figura despertava em meu âmago a certeza infindável de que eu já a conhecia.

Do outro lado do nevoeiro, um grupo de meninas surgiu. Caminhavam na direção da criança, sem jamais olhar para ela. Mesmo assim, aquele pequenino e atrapalhado ser caminhou até o grupo, oferecendo-lhes as frutinhas que carregava. Em uma tentativa de ocultar sua tristeza, abriu um sorriso que, mesmo forçado, ainda transmitia tanta doçura e tanta esperança. Esse sorriso… eu o conheço tão bem...

Pela primeira vez desde que entramos ali, consegui sair daquele transe por tempo suficiente para encarar minha treinadora. Ela… não parecia muito bem… a chuva estava forte, mas tenho certeza de que não era pelo frio que seu corpo tremia tanto. A respiração da garota ofegava, como se estivesse com dificuldade de puxar o ar, e seus olhos pareciam presos à cena. Assim que viu aquele grupinho se aproximando, baixou a cabeça e um ganido sofrido escapou de seus lábios, quase como um Lillipup acuado. Ela sabia o que vinha a seguir, e não queria ver.

Com um brusco esbarrão, todas as frutas foram ao solo. Segui as meninas com os olhos enquanto desapareciam em meio ao nevoeiro, sem nem olhar para a criança desolada que deixaram pra trás. Eu não entendo… minha humana não fez nada errado. Como podiam ser tão cruéis com ela?

Yoshiro… estas são as suas memórias?

Alguns dos acontecimentos de nossa jornada voltaram-me à mente, ainda mais torrenciais do que a tempestade que açoitava-me as costas. A insegurança que ela tinha em conhecer pessoas novas, temendo atrapalhar ou ser um estorvo… aquela timidez, a qual apenas recentemente começou a diminuir, e que ela nunca demonstrou frente a Pokémon nenhum. Era um cuidado exclusivo com outros humanos. E, nesse tempo todo… eu nunca me perguntei o porquê.

Olhei para a flor que minha dona trouxera, agora caída no chão. Assim como as duas meninas, sob o peso daquelas lembranças, estavam ajoelhadas sobre o chão enevoado. Uma, bradando aos céus uma súplica desesperada. A outra, sendo obrigada a reviver um passado do qual tanto tentou fugir. Minha dona se encolheu, escondendo seu rosto com os cabelos para que eu não a visse chorar. Mesmo assim, pude ouvir um lamento escapar de seus lábios, abafados pelos gritos da Yoshiro menor e pelo ruído do temporal.

Não consegui mais ver aquilo. Saltei para os braços da minha treinadora, sentindo meu próprio ser desmanchar-se por cada lágrima que escorria pela sua face, e tentei abraçá-la tão bem quanto as minhas patas curtas permitiam. Se eu pudesse fazer alguma coisa, qualquer coisa, para que ela não precisasse mais chorar…

Senti seus braços passarem ao meu redor, porém nem isso pareceu acalmá-la. Continuou tremendo e soluçando, quase tão desolada quanto a criança ainda em prantos na nossa frente. Por sorte, não durou muito tempo… a tempestade enfraqueceu ao passo que a criança notou nossa presença ali. Correu para ajeitar sua lancheira e secou as lágrimas enquanto nos estendia o recipiente, em uma silenciosa súplica para que lhe fizéssemos companhia.

Por um momento, os olhos das duas humanas se encontraram, cada orbe azul-marinha refletindo a mesma lamúria.Yoshiro andou em passos trôpegos até a garotinha, sentando ao seu lado e forçando um sorriso fraco para ela. Quando eu estava prestes a segui-la, minhas patas encontraram a mesma flor de antes. Aquilo me deu uma ideia, e acabei ficando um pouco para trás.

- P-por favor, n-não chore… - Seu tom soou tão baixo e falhado que tive dificuldade para ouvir. Notando isso, Yoshiro respirou fundo, tentando se acalmar antes de prosseguir. - Você não está mais sozinha...

Corri até as duas, entregando à minha dona um cristal de gelo que eu mesmo havia feito. A garota me olhou, confusa, mas sorriu ao notar que no interior da jóia estava a mesma flor que ela colhera no lago. Estendeu-o à sua versão menor, como um pequeno presente. Um elo entre a realidade da jovem e as esperanças da criança.

- Você vai ter amigos incríveis um dia… que vão gostar de você e farão de tudo para lhe ajudar. Eles não vão lhe deixar só. Por isso… p-por isso… - Sua voz falhou, mas ela não se permitiu chorar de novo. Ao invés disso, sorriu de novo para a garotinha, em um gesto muito mais sincero dessa vez. - Por isso, eu te prometo que vai ficar tudo bem… você confia em mim?


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when the bonds are good
the rest don't matter
Difícil era ler a expressão que tomava conta da pequena Yoshiro quando sua versão mais velha, emocionalmente abalada, decidia aceitar seu convite para sentar-se ao seu lado. Desengonçada, a infante tentava a todo custo ajeitar a comida parcialmente tombada dentro de sua lancheira, até mesmo dando alguns tapinhas nas laterais para deixá-lo esteticamente mais bonito. Quando seu olhos encontraram os da treinadora uma vez mais, suas janelas permaneciam inertes por alguns bons segundos, com seu semblante tornando-se curioso, quase como se não entendesse muito bem o que estava acontecendo. Bastou a fraca voz de Yoshiro comentar que a pequena não estava mais sozinha que, uma vez mais, lágrimas começaram a escorrer de seu rosto; agora diferentes, atribuídas a um sorriso emocionado que despontava no rosto da memória. Seus pequeninos braços, então, envolveram a cintura da treinadora, que por mais que não conseguisse sentir um contato físico de fato, sabia muito bem o significado por trás daquela ação tão simples, mas tão...

Forte.

Com a aproximação de Sapphire, a infante observava o anfíbio entregar a flor congelada para Yoshiro e seus olhos brilhavam quase que de imediato; quando a treinadora entregou o presente, o que antes era um sorriso emocionado agora se estendia de orelha-a-orelha. A lembrança pegou a flor com suas mãos, trazendo-a e apertando-a contra seu peito, cerrando os olhos momentaneamente com muita ternura. Ajeitou sua postura, cruzando ambas as pernas à frente de seu corpo e estendendo sua bento box para o Pokémon. Voltou seu olhar para a treinadora, como se quem pedisse que deixasse tudo para o Mudkip comer. Como não se tratava de nada além de uma lembrança, Sapphire de fato não conseguiria comer o que estava ali, mas seria interessante fingir, né?

As últimas palavras de Yoshiro pareciam ecoar na cabeça de sua lembrança, principalmente a última parte. O sorriso desaparecia do rosto da infante, que abaixava a cabeça, suspirando fundo logo em seguida; parecia difícil acreditar naquelas palavras, ainda mais diante do que acontecia em seu dia-a-dia. Ergueu seu braço e posicionou sua mão direita próxima do rosto de sua versão mais velha, fechando-a logo em seguida. Ergueu o rosto uma vez mais e, com um sorriso, estendeu o seu dedo mindinho para a treinadora. Um voto de confiança e um gesto que não precisava de qualquer palavra para dizer muita, muita coisa. A chuva, antes torrencial, diminuía aos poucos, até tornar-se um leve chuvisco como o que recepcionou Yoshiro e Sapphire ainda no barco. Engraçado como a garoa não parava apesar da infante estar, momentaneamente, não mais solitária — o simbolismo de que talvez, e somente talvez, a memória ainda precisaria enfrentar muitos temporais sozinha até que eventualmente parasse de chover de verdade.

Demoraria, mas a esperança de que as nubladas nuvens algum dia deixariam o céu era tudo que precisava naquele instante.

...

A natação que acontecia dentro do lago não durava muito tempo: com Laylah guiando Ren, eventualmente alcançavam os monstrinhos que viram à distância. A meia dúzia de Munna e Musharna emitiam um leve cry, quase como se desejassem boas-vindas. A fada parou de nadar, voltando sua cabeça para o especialista e dando uma leve piscadela; bastou fazer o sinal que as psíquicas flutuantes viravam suas costas para nossos heróis, envolvendo-se em uma aura cor-de-rosa. Uma barreira translúcida e gigantesca começava a se dissipar diante das orbes violáceas de Ren e o que parecia ser água e mais água do lago dava lugar a uma grande ilhota com árvores de proporções gigantescas para tudo quanto era lado.

Pode se dizer que a nova área era muito bem conservada, quase como se não tivesse sido tocada pelo homem em muitas, muitas décadas. Logo na beirada, uma vegetação alta — como a que viram no corredor antes de chegarem em Dreamy Lake — escondia o que havia na ilha, com exceção de dois púlpitos de pedra que beiravam a linha d'água, cada um contendo três Pokéball de coloração amarela cuidadosamente posicionadas em seu topo. Um deles ainda estava bloqueado por um campo de força, mas outro estava livre, sendo exatamente para onde as psíquicas flutuavam em convite para Ren. Caso o aprendiz as pegasse, veria que todas estavam vazias.

Estranho, não?


Progresso da Rota :



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Bônus:
- Especialista II Psychic;
- Gestora Rocket:
- Skill Rocket: Queimando a Largada! (+3 Atk; +3 Sp. Atk para Pokémon em batalhas);
- Skill Rocket: Aprendizado Prático. (20% a mais de EXP em batalhas durante uma Missão Rocket);




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Awards :

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❁      houses won't fall

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National Park


Ren confiava em sua monstrinha, ah sim. Ela parecia estar, por alum motivo, realmente muito sensitiva para com o mundo criado por Hatterene. Era quase como se uma força superior estivesse usando-a para passar mensagens ao rapaz. Bem, isso não está exatamente muito longe da verdade certo?

Ainda assim, estranhou um pouco quando notara a ilha simplesmente surgir do nada, com o rugido das psíquicas. O coordenador havia apenas piscado, e então, puft, um enorme pedaço de areia tropical só para ele e sua monstrinha. Por algum pequeno período de tempo, Ren até pensara estar de volta à Hoenn.

Mas não, a água ao seu redor continuava rósea. Ele ainda era capaz de ouvir a música leve, prestando um pouco mais de atenção. Além disso, haviam outros fatores também. Como as árvores: grandes daquela forma, mais lembravam Alola, o que também era uma ideia estúpida, da qual o jovem riu sozinho.

Contudo, no simples ato de um piscar, Sylveon tambén tirou todas as preocupações do aprendiz. — Ah... O que eu não faço por você? — suspirou, afagando as orelhas da monstrinha, enquanto nadava para perto da orla. — Mas se você diz que é por aqui, não serei eu quem vai chamar-lhe de mentirosa.

O rapaz acenou para as comedoras de sonhos — aliás, será que o fato de elas estarem ali não significava que tudo aquilo era um sonho...? Ele abanou a cabeça. Sonho ou não, poderia deixar para questionar os planos de sua realidade depois que saísse da imensidão rósea. Um pouco de terra firma não soava tão mal assim, afinal.

Será que as roupas dele pingariam água cor-de-rosa?


...Antes que perdesse a sanidade fazendo perguntas banais que ninguém iris responder, Ren apenas seguiu em frente, junto da Sylveon. Passaria a mão no chão assim que chegasse na tal ilha, deixando a areia escorrer por entre seus dedos. Uma praia... Fora em um ambiente como este em que Laylah nascera.

Te lembra alguma coisa? — perguntou ele, sorridente, enquanto afagava a canídea mais uma vez. As praias costumavam trazer à tona boas memórias. Mas parecia ter mais consigo que apenas memórias — o que era um pouco estranho, levando em consideração os acontecimentos que o lago parecia abordar. Lembranças.

Mas... O que fazer um três Poké Balls estranhamente amareladas; e ainda, vazias? O rapaz não tinha certeza, mas os pokémon psíquicos pareciam apressá-lo a seguir em frente. Bem, Laylah parecia confiar neles, então também tinham o voto de confiança de Ren. Ele guardou as esferas amareladas no bolso, e foi em frente.

Cerrou o cenho ao ver a grama alta, colocando a mão esquerda sobre o topo da cabeça de sua companheira. Aquilo era um pouco estranho... Mas bem, tudo ali era. O coordenador estava começando a aceitar o fato de que, quanto menos tentasse pensar na lógica, melhor. Então deu mais alguns passos.

Entretanto, o que eles encontrariam?

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O membro 'Renzinho' realizou a seguinte ação: Lançar dados


#1 '1ª Tenda' :
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#2 'Ability' :
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#3 'Egg Move' :
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#4 'Shiny' :
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A garotinha pareceu surpresa quando Yoshiro aproximou-se para sentar ao seu lado. Com seu jeito atrapalhado muito semelhante ao da mais velha, ela tentava arrumar sua lancheira, dando-lhe uns tapinhas para que a comida ficasse no lugar. Aquilo me fez lembrar de Choco, passando perfume em um esforço quase desesperado de nos agradar. Um gesto tão simples, mas que esconde um medo enorme de sofrer outra rejeição… Quando o encontramos, deduzi que Yoshiro tivesse apenas se solidarizado com a situação dele. Nunca pensei que ela própria teria passado pelo mesmo...

Durante todo esse tempo, sempre enxerguei minha treinadora apenas como uma molequinha mimada e que faz drama demais por pouca coisa. Mas, agora… como posso processar tudo o que acabei de ver? Parte de mim ainda quer acreditar que foi tudo uma mentira, apenas mais um truque desse lago ilusório… no entanto, as lágrimas que outra vez brotaram nos olhos de Yoshiro quando aquela criança a abraçou foram uma confirmação irrefutável.

No fim, eu estava errado sobre ela…

Balancei a cabeça, tentando afastar o turbilhão de pensamentos que ameaçavam dominá-la. Não era hora para isso. Talvez eu fosse um invasor naquela cena, mas, já que estava ali, queria ao menos fazer algo por elas. Mesmo que fosse algo tão simples quanto um pequeno presente.

Digo, quanto valor uma lótus congelada poderia ter? Embora fosse bonita, era pequena e leviana. A maioria das pessoas nem lhe daria atenção. Quando Yoshiro estendeu-a para a lembrança, contudo, os olhos da pequena brilharam como se aquele cristal de gelo valesse mais que o mundo. Trouxe-o para junto de seu peito e sorriu, logo em seguida entregando-me seu próprio lanche. Embora eu não pudesse comer de verdade, foi um gesto tão doce e fofo que fez meu peito se aquecer em carinho por aquela criança. Naquele momento, desejei que não fosse apenas uma memória. Desejei que, de alguma forma, ela pudesse ficar conosco, e jamais retornar para aqueles monstros em pele humana…

Por que meus maiores desejos são sempre impossíveis? Por mais que a chuva estivesse diminuindo, como um sinal de que a garotinha não estava mais tão desesperada, as gotas em momento algum cessaram. Percebi com tristeza que não estávamos dando a ela muito além de um alívio momentâneo, alguns minutos de felicidade e esperança antes que as nuvens se fechassem em outra tormenta.

Mesmo assim, Yoshiro selou sua promessa. Uniu seu mindinho ao da criança, em um juramento silencioso de que, um dia, ela encontraria amigos de verdade. Não precisaria mais ficar só. Não era muito, mas… com alguma sorte, essa esperança seria suficiente para tornar sua lamúria mais suportável, mesmo se só um pouco.

- Obrigada… - Olhei para a minha dona, que estava com seus olhos fixos em sua versão mais nova. Um sorriso triste, porém acolhedor em igual medida, enfeitava seu rosto, o qual já estava tão vermelho quanto o da lembrança. Pelo quê estava agradecendo? Pela confiança que lhe foi dada? Pode ser… no entanto, tive o pressentimento de que não era apenas a isso que ela se referia. - Seja corajosa, tá bom? E lembre-se de sempre ser gentil, também… o tempo vai cuidar do resto. Você vai conhecer pessoas e Pokémons maravilhosos… que vão se importar de verdade. - Ela suspirou, baixando os olhos por um instante, mas logo voltou a encará-la. Tentando ao máximo esconder qualquer sinal de dor, Yoshiro abriu um sorriso brincalhão para a menina e se aproximou do rosto dela, sussurrando as próximas palavras no seu ouvido. - E posso te contar um segredo? Este pequeno aqui será o maior deles.

Afastando-se um pouco, a garota me olhou com tanta ternura que senti meu rosto avermelhar-se de vergonha. Desviando minha atenção do lanche imaginário (que fiz questão de fingir que estava comendo), virei a cabeça para o lado oposto, fazendo-a rir. O som ecoou pelo lago, agradando meus ouvidos. Era tão diferente dos lamentos de antes… aqueles gritos… eu realmente não acho que vou conseguir esquecê-los...

- Aqui, são suas. - Yoshiro juntou as frutas restantes, uma a uma, e estendeu-as para a criança. Já eu, em um impulso que nem sei de onde surgiu, tentei pular em seu colo como tanto faço com a mais velha. Lembrei-me no meio do caminho que, como uma recordação, talvez não fosse tão seguro… entretanto, se ela conseguiu segurar a flor, não deve ser um problema, né? E eu estava bem disposto a correr o risco de cair com a cara no chão, se fosse preciso.


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