Pokémon Mythology RPG
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05 - O primeiro dia como um Ranger... ou quase isso!

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Cara, era muito bom estar novamente naquela situação! E que cenário! Acho que nunca tinha descido uma encosta próxima do mar, era totalmente diferente da encosta do Mt. Chimney e seus arredores, até a formação rochosa! Aquilo foi mais um exercício de relaxamento que um teste para mim e minha parceira. Alcancei a areia rapidamente e me permiti tirar o calçado que estava e sentir o toque da areia entre meus dedos e a água do mar nos meus pés. Uma breve sensação de paz, diria.

Alguns minutos depois Rukia chegava. Exausta, toda suja e um tanto descabelada. Em um momento, antes da descida, me inclinei para oferecer ajuda, mas depois do acontecido na sala de provas, isso talvez soasse não como gentileza, e sim como menosprezo. E eu jamais faria isso, mesmo depois do “ataque de pelanca” ao saber da escalada. Aos poucos aqueles olhos me revelavam mais nuances, e as coisas só ficavam mais interessantes.

Enfim Hasgard chegava em sua Swanna, nos parabenizando. E sim, suas palavras sobre minha habilidade de escalada me deixou sem graça! Ponto para Billy, ficarei devendo um bolo doce para o grandalhão. Em seguida, o instrutor nos indicou a próxima etapa do teste, bem propícia na verdade: natação. Novamente saudei o novo Pokémon que Hasgard liberava, uma alegre Dewgong! Não havia roupas de banho, mas obviamente nossas roupas comuns poderiam ser uma dificuldade. Bom, talvez não as minhas, já as de Rukia…

Novamente poderíamos usar um Pokémon para nos auxiliar, e a garota dessa vez saía na minha frente e sacava um Pokémon aquático. Soltei um leve “tsc” ao ver aquela situação, já que ainda não tinha capturado um parceiro daquele tipo. Deveria improvisar. Já estava descalço, então apenas retirei o colete, que pelo fato de estar meio velho e sem o fecho, poderia me atrasar. - Garota, hora de voltar! Cassidy, é a sua vez! - voltei Kinney para sua pokébola e liberei meu Meditite - Parceiro, quero que use seus poderes psíquicos para levitar sobre a água e me acompanhe. Assim que uma onda estiver próxima, me avise com cry. - dei as orientações para meu adorado preguiçoso e lhe entreguei meu calçado envolvido no colete. Imediatamente Cassidy assumiu posição de meditação e atingiu quase que minha altura do chão, envolvido em uma energia bem distinta. Usaria essa “vantagem” para passar por debaixo das ondas, mergulhando brevemente, para evitar ser arrastado de volta para a costa com a força da maré. Rukia já estava dentro d'água, começando seu exercício, mas eu preferi me aquecer um pouco mais, nunca se sabe quanto uma cãibra pode colocar tudo a perder. Um ou dois minutos depois, procurei uma área onde a quebra d'água não fosse tão forte e acenei para Cassidy, pulando no mar em seguida.                         

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O lobinho ranger!


Rukia poderia não ser a melhor das pessoas, mas com certeza veio preparada para aquela bateria de provas a fim de se tornar Ranger. Ela era baixinha e mirrada, mas era veloz também e ágil, conseguindo passar pelas rochas molhadas e cheias de coral com perfeição, mesmo diminuindo seu ritmo. Na água, Mantine era bem eficiente em não deixar as ondas atrapalharem a garota que usava o nado comum para seguir em frente sem problemas.
 
Galvanis, por outro lado, não tinha um pokemon aquático...mas soubesse escolher bem um parceiro para lhe ajudar. Hasgard observava tudo aquilo na calmaria...possivelmente fruto de seu chá de cânhamo. Deixando seu casaco surrado de lado, o jovem nadava  com Meditate não apenas avisando das ondas, mas as quebrando com seus poderes de lutador e psíquicos...mas aquilo tinha um preço e o pokemon ficava cada vez mais cansado.
 
Sem saber como, Galvanis via Rukia bem na sua frente...ela parecia muito rápida e a única explicação possível era a correnteza! Isso mesmo, a garota tinha um pokemon de água que a ajudava com isso e o rapaz apenas conseguia deter as ondas, mas a maré o puxava. Depois de quase meia hora nadando, o jovem conseguia ver o local bem perto, uns 100 metros de distância. Rukia já estava lá, sentada no pequeno sinalizador flutuante, respirando bastante e descansando. Quando Galvanis estava para chegar, ela pulava de volta no mar.
 
A fadiga do projeto de Ranger era considerável, seus braços doíam e sua respiração estava pesada. Além disso, Meditate estava muito cansado e provavelmente não conseguiria ajudar o rapaz novamente. Galvanis tinha que escolher agora como iria fazer para lidar com aquilo. De onde estava, em cima do local, podia ver que as ondas ficavam mais fortes e provavelmente a correnteza também!
Valeu Ranzito!

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Vou dizer, não tinha calculado muito bem a distância nem a carga de energia aplicada para aquela tarefa. Realmente ter uma equipe diversificada faz toda a diferença, já que há situações de todos os tipos e de todas as formas. Um Pokémon aquático dominaria completamente aquela situação, mas Cassidy estava dando o seu melhor para suprir essa necessidade, fazendo além do que havia instruído. Rukia saía na minha frente, mais uma vez. Se escalada foi fácil pra mim, essa parte foi fácil para ela. Eu já devia ter imaginado que provas desse tipo iriam acontecer, mas na minha vaga ideia elas seriam executadas em um ambiente artificial. Nadar em uma piscina é completamente diferente de nadar no mar aberto. Ali estava um desafio, e eu tinha de superá-lo.

Mal consegui ver Rukia passando por mim novamente, para completar a volta. Apenas alcancei a boia laranja, exausto e já com os membros dormentes. Cassidy mal conseguia se manter suspenso. - Obrigado, garoto… agora descanse… - retirei a esfera bicolor de Cassidy e apontei para ele, e o lutador imediatamente protestou, mas não havia outra forma. Eu não tinha muitas escolhas. Kinney era ágil, mas nada adaptada à água. Lucy era esperta, mas não para esse tipo de situação. Elune era nova, e seu tipo Rock não é nem pouco familiarizado com água. Já Logan era forte, mas suas chances eram tão grandes quanto as minhas enfrentando correntezas. Sasha, a Dewgong de Hasgard se aproximou, visivelmente preocupada. - Não se preocupe… vou terminar a prova… - disse para ela, com um sorriso forçado. Não havia tempo para descansos, o sol já estava se pondo e a maré ficaria mais violenta. Tinha que voltar. Mas antes de dar a primeira braçada, sem nenhum dos meus parceiros, quando senti um tremor em meu cinto. Uma luz avermelhada surgiu, revelando Leona, a Ralts confiada em mim pela Sra. Ellie. Ela estava nervosa, preocupada, gesticulando muito. - Leona… você…? - esbaforido e confuso, não sabia ao certo o que ela queria, mas imediatamente se envolveu em uma energia semelhante a de Cassidy e flutuou sobre a água. - Certo… obrigado garota… - sorri, entendendo finalmente o que ela queria - Me avise quando as ondas… quando eles chegarem. Vou tentar passar por baixo… para nossa sorte, estamos indo... a favor da corrente dessa vez… - dei breves instruções para Leona, e pretendia seguir o mesmo plano de antes, visto que minhas opções não eram até piores que do começo. Mas definitivamente não desistiria! É bem provável que todo esse cansaço me esgotasse, e eu não tivesse mais energia para as próximas tarefas, mas não me daria por vencido. Pelo menos, não consciente.                          

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O lobinho ranger!


Enquanto Galvanis descansava onde outrora estava Rukia, o jovem refletia sobre aquela prova complicada. Imaginou que iria fazer um nado em ambiente controlado, como uma piscina... mal sabia ele que com os Guardas Nacionais, era tudo mais difícil. Foi avisado várias vezes sobre isso e mesmo assim quis e quer continuar. Sofra as consequências então.
 
Agora, estava descansado, mas sem pokemons para ajudá-lo. Enquanto isso, Rukia estava na metade do percurso quase. Sem ter tempo para perder, seguiu sozinho, com Dewgong ao seu lado para ver se daria conta. Durante o trajeto, Ralts saia da pokebola, sem ser chamada, para ajudar seu treinador! Infelizmente, as ondas estava muito fortes e a fadinha estava com dificuldades...até que uma onda grande que ela não conseguia deter a afundava no mar. Dewgond logo ia atrás da pokemon...e uma outra onda forte atingia o esforçado Galvanis fazendo o rapaz rodopiar pelo fundo do mar. Quando emergia para poder sugar o ar que lhe dava a vida, conseguia por pouco até que outra onda o pegava de jeito.
 
Enquanto o ar ia lhe faltando, assim como as forças para brigar contra a correnteza e as ondas poderosas, memórias iam passando pela sua mente como flashs, os diversos momentos de sua vida, os melhores, pareciam que estavam sendo “deletados” pouco a pouco...seria isso a iminência da morte?
 
Galvanis, felizmente, não saberia a resposta dessa pergunta, pois de repente acordava de supetão, levantando seu tronco e o resto dos membros superiores que estavam deitados na areia. Sugava tanto o ar que parecia um aspirador. Ao seu lado, a jovem, toda molhada, respirava pesado também enquanto Hasgard apenas olhava. A garota parecia ter...salvado Galvanis? Mas isso a deixava puta por algum motivo – Quer morrer? Nadando sozinho contra a correnteza e as ondas? Devia ter desistido! Existe um ponto em que a bravura se torna estupidez e você passou bastante desse ponto!
 
Enquanto Rukia se levantava rapidamente e ia para longe, se secar, o gigante se aproximava, olhando sério para o projeto de Ranger – Você foi displicente e quase custou a vida de seu pokemon e a sua...se estivesse em uma missão, iria esperar ajuda ou nadar sozinho, se achando o pica das galáxias? A sua resposta vai dizer se você merece ou não ser um Ranger. Nós trabalhamos em equipe e ninguém se expõem dessa forma. Não há vergonha em pedir ajuda...e você não pode continuar um Ranger se estiver morto...
Valeu Ranzito!

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Erro de cálculo, um fator evitado ao máximo por todas as ferramentas logísticas executadas em operações de resgate. Análise de terreno, clima, bioma, contexto, incidente… todas incógnitas complexas e imensamente variáveis em uma equação diária e constante. Prever possíveis resultados não garante o sucesso da missão, no entanto sair despreparado garante seu fracasso.

Não havia tempo para descansar, e a situação se agravava ainda mais. A maré subiu, as ondas ficaram muito mais fortes. Leona se esforçou ao máximo, mas era inexperiente, assim como eu, e as ondas a venceram. Ainda tentei alcançá-la, mas não consegui. Senti o gosto salgado na boca, sabia que estava me afogando, e não dava mais tempo de pedir ajuda. Em minha mente, momentos e lembranças me vinham à mente. Meu pai, os membros da corporação, as pessoas que deram suporte até. Eu realmente mereci esse suporte? Meus Pokémon que confiaram em mim, fracessie com eles. Tudo parecia apagar na imensidão do mar, quando a visão de uma mulher surgiu em minha mente. Seus longos cabelos castanhos, sorriso aberto e voz melodiosa eram inconfundíveis. Era a figura de minha mãe à minha frente, cantarolando algo que remete à infância. Fechei meus olhos, já não havia pelo o que lutar...

Se aquela era a sensação da morte, ela era bem real. Tanto que conseguia sentir o toque da areia, o cheiro do mar, ouvir as ondas. É, não estava morto, mas foi quase. Senti o ar arrombando meus pulmões, invadindo-os com tamanha violência que projetou meu tronco para frente, para cima, para logo cair na areia, tossindo muito. Ergui a cabeça, Rukia estava do meu lado, exausta e bem irritada, jogando pra cima de mim uma série de “verdades” que ela achava proeminentes. Obviamente não entendi nada, mas Hasgard deu um passo à frente, e foi a sua vez de falar.

Ouvi todas àquelas palavras, e sinceramente minha vontade foi enfiar um belo soco na sua cara cicatrizada. Mas não havia forças e nem… vontade, em si, para fazer isso. Errei, e errei feio, e não havia desculpas para isso. - Leona… onde está Leona? - ignorei completamente a presença do gigante naquele momento e olhei em volta, em busca de minha Ralts. Ela já estava acordada também, mas fraca, próxima a mim. Abri os braço e a envolvi em um abraço. - Graças a Arceus você está bem. Me desculpe, falhei com você! - minha voz começou a ficar embargada, e senti um leve toque mais gélido no rosto, era alguma forma de beijo? Leona sorria para mim, segurando meu rosto com suas mãozinhas. Talvez ela também se sentisse como eu, tendo falhado com quem confiava. Levaríamos isso conosco, para nos tornarmos mais fortes.

Agora, enfim, restava encarar o gigante à minhas frente. - Em um missão, senhor, eu teria chamado reforços… - respondi a questão - Faria uma análise melhor do terreno, do clima e das circunstâncias, e se houvesse a menor chance de falha, abortaria a ação e pediria ajuda. - abaixei os olhos e me levantei, para logo depois erguer os olhos e encarar o gigante - E é pra isso que existe a Academia, certo? Para errar aqui, aprender com os erros e se aprimorar, para que em uma missão real isso não aconteça. Não, isso não é uma desculpa, porque não há desculpas pelo o que aconteceu. Fui sim inconsequente, e por pouco não teria volta. Mas aqui estou e devo lidar com essa falha, aprender com ela. Se devo ou não ser um Ranger, é sua jurisdição enquanto instrutor, senhor. E não, não me sinto a pica de nenhuma galáxia. - continuei encarando o homem até que ele terminasse de dizer o que quisesse, e ali estabeleceria meu destino. Se continuaria naquela prova ou não, agora restava a Hasgard dizer. Por minha parte, pegaria aquele momento de fracasso e o lapidaria até que ele se tornasse uma ferramenta para o sucesso. Assim é a vida, experiências, por mais que as consequências possam ser irreversíveis, o que fazemos a partir desse ponto é o que realmente importa.

Em algum momento consegui contato com Rukia. Caminhei até sua direção e a encarei, com o rosto em uma expressão neutra, talvez vazia. - Obrigado pela ajuda. - comecei - Quer saber porquê não desisti? Porque para a maioria das pessoas que não tiveram tudo de mão beijada na vida, essa opção não existe. Ou você faz por você mesmo ou não acontece. Talvez você não entenda isso, e nem quero que entenda. Só me responda: o tempo todo você me tratou com desdém e indiferença, por que diabos ficou tão irritada? - questionei, não conseguindo conter uma expressão mais raivosa no rosto. Eu realmente não entendia o motivo daquela irritação, e queria muito saber.                              

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O lobinho ranger!


Galvanis ficava furioso com as palavras de Hasgard, mas não tinha forças para agir, ainda mais querendo apenas saber de sua Ralts. Olhava ao redor e não a via de forma alguma. A preocupação tomava de conta do rapaz...teria acontecido algo mais sério? Felizmente, Hasgard logo respondia – Sua pokemon está bem, mas está desacordada e foi levada para nosso Centro de Cuidados. Quando acabar sua prova, passe lá para busca-la.
 
Diante daquela informação que a Ralts estava a salvo, Galvanis poderia se “defender” do grande instrutor que estava de braços cruzados a sua frente e com um semblante de poucos amigos. Não tinha chá no mundo que mudaria aquela aparência naquele momento. A cicatriz horrível em seu lado do rosto contribuía ainda mais para dar um aspecto mais sombrio para o Instrutor. As palavras do candidato eram no sentido de que estava aprendendo e era melhor errar ali do que erra em uma missão.
 
Hasgard permanecia sério, mas descruzava os braços, parecendo mais leve – Você tem um pouco de razão em suas palavras...mas o que você fez não foi um erro. Erro é perder um caminho e depois ter que voltar, é escolher um golpe que não era o ideal. O que você fez eu chamaria de tentativa de suicídio não programada. Estava muito mais cansado do que a Rukia, pois você não tinha como lidar com a correnteza como ela o fez. Não tinha pokemons à disposição para voltar o percurso que claramente estava mais difícil do que na ida. Ou você quis se matar ou quis provar que conseguia o mesmo que sua colega de prova, mesmo em condições muito piores e isso pode ser chamado de vaidade ou algum senso de competitividade distorcido em que você tem que morrer. Enfim, a prova ainda não acabou, falta a última parte. Descanse ai e seguiremos. Vocês dois vão escalar esse planalto de volta ao topo. – Hasgard subia em Sasha e voava para o local onde esperaria a dupla.
 
Entretanto, ao invés de descansar, Galvanis foi atrás de Rukia para tirar algumas satisfações após agradecê-la. A jovem ria do papo de “meritocracia” de nosso protagonista, parecendo ignorar o resto – Garoto. É o seguinte... ninguém que quer se tornar Ranger aceita coisas de mão beijada, principalmente ser Guarda Nacional, então me poupe desse papinho, beleza? Eu treinei e estudei 10x mais do que você para estar aqui...tanto que eu não quase morri para passar em uma prova. Você deve ser só mais um emocionado que vem aqui achando que vai ser o maioral. Ser Ranger é minha vida e meu sonho desde criança. Meus pais são Rangers e eu sempre quis seguir a carreira deles pois via a beleza nela. Quanto ao resto...te salvei porque se você morresse ia ser encerrada essa prova e eu ia ter que remarcar outra para virar Ranger...uma mera questão de praticidade – depois de debochar do jovem e mostrar sua visão de mundo um tanto quanto distorcida, Rukia chamava Graveler novamente e começava a dar os nós, se preparando para subir.
Valeu Ranzito!

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Ouvir todo aquele papinho de menininha mimada que me fez revirar os olhos. Estava lidando com uma pessoa que desconsidera todo o mundo à sua volta e pensa só em si mesmo. - Que seja, garota. Imagino o orgulho que seus pais sentiriam em ouvir você chamar uma vida de "simples praticidade". - ergui os braços e desisti. Era o que sempre imaginei e pensei, estava ali por mim mesmo, contando minha história da forma que sei, construindo os parágrafos, linhas e entrelinhas com minhas experiências.

Fui até um local mais afastado, sentei e comecei a meditar, somando o descanso a um momento de limpeza mental. Tudo que Hasgard e Rukia me disseram foi escoado para fora da minha mente, como um grande redemoinho turbulento. Não poderia dizer mais nada, mas também não aceitaria tudo aquilo como verdade. Usando as próprias palavras do gigante, "há um pouco de razão nas suas palavras". Respirei fundo e foquei no caminho à minha frente, nada mais.

Algum momento depois, já não me importava com mais nada. Soltei Kinney da Pokebola. - Vamos voltar a escalar, garota. Use seu Metal Claw para perfurar a Rocha a cada 2m metros para fixar os pinos. Não é nada diferente do que sempre fazemos não é? - sorri e fiz um leve cafuné na cabeça de minha Weavile. Vesti a cadeirinha e voltei a fazer todos os nós que sabia, inclusive um a mais, o Nó do Frade, já que estávamos subindo desta vez. Depois de verificar o freio, comecei a escalada, com uma boa quantidade de talco nas mãos, já que os resquícios de água salgada poderiam ser um empecilho.                      

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O lobinho ranger!


Hasgard era severo, isso Galvanis aprendia cada vez mais. Os mínimos erros eram corrigidos com...ênfase, por assim dizer. Todavia, como ele havia dito, os Rangers que queria ser Guardas Nacionais tinham que ser os melhores e seu rosto era a prova viva do que poderia acontecer. Rukia, por outro lado, era apenas uma babaquinha que ignorava aqueles que julgava inferiores, como era o caso de Galvanis.
 
Nosso protagonista fez bem em ignorar a jovem...mas acabou levando Hasgard no trajeto. Sentando-se para espairecer e se livrar dos pensamentos que não o beneficiariam. De espirito renovado, assim como seu foco, Galvanis começava a subir a parede rochosa com ajuda de sua Weavile. Mesmo com Rukia estando quase na metade do trajeto quando Galvanis iniciou, o rapaz ainda conseguiu chegar ao mesmo tempo que ela!
 
Quando chegaram lá, Hasgard estava acariciando e conversando com dois pokemons, um Braviary e um Skarmory. Virando-se para ver a dupla – Finalmente! Espero que tenham lidado com seus problemas e não seja difícil trabalharem em equipe...agora nós vamos até um local aqui perto, o Vale de Forina... se não o conhecem, irão conhecer agora! Subam nos voadores aqui... não se preocupem, são mansos e vão me seguir
 
Rukia já subia no Braviary e deixa o pequeno Skarmory para Galvanis...ele poderia brigar para subir no outro, mas será que valeria o esforço? Com briga ou sem briga, a dupla seguia Swanna em um voo de algumas horas observando o vasto oceano e a noite chegar. Logo chegavam em um local recheado de vegetação e quase nenhum traço de influência humana fora algumas trilhas e construções Rangers.
 
Pousavam em uma das “torres” de pedra que haviam. Altas e cheia de mato no topo, onde estavam, poderiam ver que embaixo era floresta e mais floresta. Hasgard voltava a falar com a dupla – Essa é a ultima missão! Landmarks são os locais especiais de Hoen em que vocês terão que trabalhar...por isso, é bom se acostumarem. A missão de vocês é simples. Nessa floresta ai, em algum lugar, um colega meu está esperando vocês. Quem conseguir acha-lo e pegar uma das duas esferas vermelhas que ele tem, terá passado na prova. Por óbvio, como estamos pela noite, vão precisar de equipamos de visibilidade. O aparato de escalar já está aqui na rocha, como podem ver...então é so descer. Apenas lembrem-se que são 32 metros até o solo, mais demorado que na outra prova – Hasgard dava para cada um capacete de EPI Ranger com uma lanterna no centro, além d eoutra lanterna de mão para guardarem na mochila.
 
Se trabalharem em equipe, vão se sair bem e até rápido...se quiserem ir cada um por si, correm grande risco de não terminarem...eu vou estar sobrevoando vocês à distância...mas nesse Vale os perigos são muitos, então, tomem cuidado redobrado. Boa sorte! Está liberado o uso de pokemons à vontade
 
Rukia olhava para Galvanis com um semblante de pouca vontade de trabalhar em equipe...provavelmente achando que ele seria um peso. Começava a colocar seus nós para tentar descer.
Valeu Ranzito!

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O combo meditação mais terapia de escalada me fez muito bem. Ainda sentia um pouco de dor nos braços, por isso interrompia a escalada de tempos em tempo, até mesmo para apreciar o pôr-do-sol na encosta. Que vista, meus amigos! Meio metro de cada vez, em poucos minutos já estava no topo da colina. Nem me preocupei com o desempenho de Rukia ou com seu estado, naquele momento ela era carta fora do caralho. Havia algo dentro de mim que almejava provar algo para Hasgard, como se quisesse sua aprovação para além da função de instrutor. Aquele era meu orgulho ferido, provavelmente, arranhando as paredes e querendo saltar para fora. Me desculpe, caro ego, mas você ficará ai dentro, afinal não há ganho algum deixá-lo florescer.

Assim que cheguei o gigante estava ao lado de dois Pokémons voadores, um grande Braviary e um Skarmory um pouco menor. Parte de seu sermão depois de meu quase afogamento ressoou pelo ar quando ele mencionou, por alto, trabalhar com Rukia. “Se já não fosse o bastante, ainda isso…” suspirei fundo, já prevendo para onde iríamos logo mais. Assim que o homem nos deu o comando, rapidamente a garota foi na direção da ave maior. Nota mental: tenho que treinar o autocontrole com revirada nos olhos. Caminhei na direção do Skarmory. Muitos os consideram agressivos e traiçoeiros, mas aquele ali era bem manso. - Vai com calma comigo, certo rapaz? Voei poucas vezes em Pokémon! - acariciei o metálico, que me devolveu um grunhido bem alegre. Subi em sua cela e atei as presilhas de segurança, para logo seguir Hasgard em sua Swanna.

O Vale de Forina era conhecido como selvagem e desafiador, nunca estive por lá. Seria uma desafio ainda maior nessas circunstâncias. Ao menos a visão do anoitecer sobre o oceano era recompensador em níveis altíssimos! Durante a viagem, tentei processar tudo o que havia passado naquele dia. Na verdade, minha maior preocupação era com Leona. Jurava que ela estava ao meu lado na praia, será que estava delirando? Entre o sim e entre o não, a coloquei em risco, e isso jamais faria novamente. Sem uma de minhas importantes e queridas companheiras de equipe, estava enfim chegando ao local destinado.

Chegamos em um tipo de penhasco característico da região. Formações rochosas em ponta de gume, cercada por milhares de hectares de mata fechada. Fiz uma última carícia no Skarmory e agradeci a carona e o cuidado durante a viagem. Ao iniciar a explanação sobre a próxima etapa, meu semblante se tornou o habitual: sério, fechado, atento aos fatos. Landmarks, locais inóspitos cheios de perigos e possibilidades, principal local de atuação da Guarda Nacional. Acostumar em estar na natureza, Hasgard? É, acho que nasci pra isso. Cruzei os braços e passei a ouvi-lo atentamente. Mesmo não estando na mesma sintonia, ele ainda era meu superior, e seguir suas instruções é o limiar entre sucesso e fracasso, vida ou morte. Bem, ele não deu muitas instruções até aqui, mas ainda assim.

O objetivo da missão era encontrar esse amigo dele dentro da floresta com duas esferas vermelhas, quem pegasse uma delas passaria. “Do jeito que a minha sorte anda, aposto que Richard estará esperando por nós”, pensei, já deixando minha mente trabalhar nas possibilidades. Essa era uma implicância, de fato, mas na verdade ela trabalhava em outros pontos. Mesmo tendo EPIs com luz, a visão seria limitada. A julgar pelos detalhes do terreno, a floresta teria um dossel de pouco mais de 20 metros… 15, na melhor das hipóteses. De três a quatro tipos de camadas dentro da mesma região, sem contar o terreno acidentado. Possivelmente há trilhas feitas pelos próprios Rangers, mas na pior das hipóteses, uma vez na floresta, não há garantia de entrada ou saída. Teríamos lanternas, mas faltava uma coisa. - Senhor, um kit de primeiros socorros está incluso na missão? - ergui a mão e questionei assim que surgiu a oportunidade. Independente da resposta, trabalharia sempre pensando no pior cenário.

Por fim, aquilo que já esperava: trabalhar com Rukia. Por já prever essa chegando, acabei não demonstrando reação alguma. Assim que Hasgard levantou vôo, percebi o olhar frio de desprezo da garota, mas apenas a encarei com um semblante vazio. Aquele seria meu verdadeiro desafio nessa missão, trabalhar com uma pessoa como aquela. Mas tinha que ser feito. Observei ela indo na direção das cordas, começando a fazer seus nós. Respirei fundo, contei até dez. - Ei. - me aproximei - Como está seu cantil? - perguntei, também verificando o meu, estava cheio. Compartilharia de minha água com ela, caso fosse preciso. Independente da reação dela, tentaria manter a calma e terminar rapidamente com isso - Vou verificar as cordas. - me adiantei para a ponta do penhasco. Por padrão, cordas possuem de trinta a quarenta metros, metragens abaixo dessas requerem uma emenda realizada com um nó específico. Todo cuidado era pouco. Ficaria de olho na preparação de Rukia, para tentar ajudar com alguma dificuldade que ela estivesse tendo. Mesmo se ela negasse minha ajuda, insistiria. Ali eu estava trabalhando pelo sucesso da missão, e deixaria isso claro para ela, verbalizando, se fosse necessário. Faria o nó Azelha de Nove, uma variação do Azelha de Oito, nó padrão para escalada por hobbie, mas o padrão das equipes de resgate era o primeiro, por ser mais estável e não desgastar demais a corda. Verificaria duas vezes meu freio, junto dos demais nós que usei previamente. - Eu e Kinney vamos na frente. Ela é tipo noturno e temos mais experiência em escaladas. Sem discussão. - acendi a lanterna do capacete e dei as mesmas instruções de antes para minha Weavile, reforçando a parte para ter cuidado, e que pulasse nas minhas costas caso ficasse cansada. É, voltei a agir como meu pai, mas dessa vez estava fazendo de forma consciente. Os nós reforçados de ancoragem eram para isso, suportar o meu peso e de mais duas pessoas com o mesmo físico que eu. Independente da harmonia da “nossa equipe”, começaria a descer a encosta do penhasco, aproveitando da minha agilidade na preparação para tomar à frente. Não, não era o caso de uma competição. Se algo acontecesse com Rukia, mesmo ela tendo seu Greveler, eu estaria entre ela e uma possível queda fatal. Quem estaria entre eu e essa mesma queda? Minha preparação reforçada e pinos de ancoragem a cada metro, com a ajuda de um Metal Claw bem aplicado. Os mais experientes sempre ficam mais perto do chão em uma escalada, isso já estou mais do que acostumado, e assim como um dia fui um iniciante, minha descida acompanharia a velocidade de Rukia.                            

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O lobinho ranger!


Galvanis queria provar para Hasgard que ele era apto para aquele desafio, apesar de não concordar 100% com o instrutor. Por outro lado, Rukia mostrava toda sua “maturidade” ao pegar o Braviary. Felizmente o jovem estava evitando qualquer tipo de confusão com a garota...para o bem das tarefas. Quando chegavam no local, logo eram instruídos de tudo e Galvanis ia se adaptando às informações, já tentando traçar algumas estratégias e fazer suposições de como seria o terreno em que iriam.
 
Quando perguntou sobre o kit de primeiros socorros, Hasgard coçou de leve a têmpora, olhando para o rapaz meio constrangido – Então...sabia que estava esquecendo algo...esse algo eram os kits! Na vida de um Ranger, nem sempre você terá acesso a tudo...usem seus pokemons e trabalhem em equipe que vai dar tudo certo – o instrutor tentava tirar uma lição de seu erro para amenizar sua culpa...quem iria ousar discordar?
 
Tendo que ser obrigado a lidar com Rukia, Galvanis tentava mais uma vez ser gentil e agradável...mas a garota era um tanto quanto intransigente – Garoto...vai ser o seguinte. Você vai cuidar dessa parte de escalada e eu do resto, beleza? So me segue que vai dar tudo certo. Eu me preparei para essa prova por muito tempo...apesar de ser proibido vir aqui durante provas, ainda mais deixados sozinhos...já vi que o Hasgard deve ta ficando biruta!
 
Galvanis fazia seus nós e ajeitava o equipamento dele e de Rukia para que ambos pudesse descer em segurança. Graveler e Waevile faziam um trabalho primoroso de suporte para evitar que a dupla se acidentasse, ajudando quando escorregavam ou pisavam/pegavam em falso...principalmente Rukia que pisava errado com uma certa frequência. Todavia, apesar do cansaço de descer 30 metros, o quarteto chegava vivo!
 
A floresta era realmente densa com grandes galhos e folhas tampando a visão de cima quase completamente. Por sorte, uma lua bem cheia aparecia no céu e iluminava infimamente...mas com as lanternas nos capacetes, a dupla conseguiria se virar bem. Se limpando, a garota abria seu pokenav que mostrava um mapa e algumas marcações – Eu já vim aqui com meus pais algumas vezes...tem um posto Ranger antigo a nordeste daqui. Vamos usar de porto seguro e ponto de referência – Rukia pegava sua terceira e última pokebola, revelando um Grotle – Byakuia, conto com você! Você vai na frente, espalhando odores que mantém os pokemons afastados. Graveler, você vai atrás para proteger a retaguarda – sem se importar com a opinião de Galvanis, Rukia seguia para o nordeste. Nosso protagonista poderia pensar diferente...mas para onde olhasse, o caminho era o mesmo: mato, mato, mato e mais mato, sem trilha alguma...por enquanto.
Valeu Ranzito!

description05 - O primeiro dia como um Ranger... ou quase isso! - Página 3 EmptyRe: 05 - O primeiro dia como um Ranger... ou quase isso!

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