Seek & Destroy_Metallica 150bpm Feat Mc Hariel

Ah, mas foi muito bom o que Freya fez. Eu segurei o riso com certo empenho e meu cenho franzido era muito mais um 'esforço físico para não rir' do que de fato curiosidade... ainda assim enganei bem. Virei a cara ora ou outra, peguei ar, bufei e quando possível, bati no fliperama fingindo indignação. No meu terceiro tapa, Jellicent aproveitou a tela de Game Over para reiniciar o jogo. Reproduziu-se o suficiente para escrever na tela em letras pontilhadas por fantasminhas azuis: Cuzão.

Ai eu precisei ser uma bela de uma atriz, meus queridos. Sai de perto da máquina e indaguei estupefata: "que estranho isso!", contornei o objeto e numa atitude quase que esdruxula, puxei a máquina da tomada. O curioso é que... bem, a máquina não desligou. Curioso não para mim, é claro! Para o tal do Punk. Freya fez um esforço próprio para fornecer energia àquela engenhoca. Quando voltei para a frente do brinquedo, carreguei comigo o fio da tomada e disse (ainda estupefata):
- Mas que engraçado isso menino! - Minha boca em 'o' e sobrancelha arqueada formavam o conjunto - Talvez tenha um gerador ai dentro... ou talvez algum fantasma feminista possuiu o troço - Ri, fingindo que a segunda opção era apenas uma piada.

Sabe o que também era piada? Aquela ameaça do recreador. Gliscor só não jogou mais bolas porquê não tinha mais! Terminou com uma bela de uma língua pra fora e logo voltou-se para Alakazam. O psíquico falou tanta besteira que até Hati decidiu sair do salto: mostrou um dos seus chifres e latiu enraivecida: e ai? Quer que eu enfie isso no seu c*? Perguntou a cadela.

Pois bem... parece que a Hati agressiva voltara a tona. A Houndoom não só ofendera o Alakazam, como estava PRONTA para segurá-lo com força, deixando Gliscor sozinho no circuito. Tudo isso fora parado (pasmem) pelo próprio morcego. Jormungand pegara o rabo de Hati com sua pinça e a arrastara para fora do circuito... porquê ele fez isso? Bem, porquê o tempo limite estava se esgotando... se continuassem assim... a brincadeira acabaria e ele não poderia competir.

Antes de um novo circuito começar, Gliscor pensou com seus (poucos) miolos que talvez um tratado de paz fosse interessante. Como já esperado, descartou essa hipótese em instantes e logo recomeçou tudo do mesmo jeito que antes... andando embolado à frente, sem querer saber muito da eficácia do processo.

Num outro polo... a eficácia sumia. Com Protects seguidos, Claydol se sentia completamente inútil e nada que fazia parecia lhe dar o mínimo de retorno. Irritado com isso, saiu do carrinho. Largou o objeto-magnético de lado, rodopiou pelo campo e usou seu Power Trick para enfraquecer suas defesas... já que não poderia causar impactos fortes com os outros, a ideia era se tornar vulnerável o suficiente para poder bater no cenário e machucar-se por consequência.

A ideia não era só absurda: era danosa para o próprio cenário. Tentando evitar que o pior acontecesse, Togekiss e Ursaring saíram de seus carros e correram até o pokémon, tentando puxá-lo para fora do bate-bate...

Quando um saquinho caiu de seu bolso, eu cogitei gritar seu nome, mas se tem uma coisa que eu aprendi nessa vida, é que a justiça é feita nos pequenos acasos. Ele só ta pagando as horas de sono que me tirou... né?! Peguei do chão e abri, se fosse algo de fato valioso, eu correria atrás dele para devolver, se fosse algo inútil eu provavelmente guardaria de recordação...

Recordar o ódio que eu tava dele. Pode ser hipócrita da minha parte, mas foi bom ver ele se fuder. Quando ele deu as costas, chamei Jellicent para fora da máquina e tentei orientá-la com uma nova ideia:
- Acho que essa máquina já deu né, vamos pra outra coisa? - Retórico. A fantasma saiu da máquina de fininho, procurando algum olhar bobo que poderia descobrir seu 'roubo' e me botar em problemas - Agora que eu descobri que você pode fazer isso, a gente podia jogar outra coisa... um Need for Speed... um Taxi Driver... um jogo de corrida ai. Acho que com você dentro da máquina e eu guiando o volante a gente consegue destruir os obstáculos e bater algum recorde....

Isso é roubo? Provavelmente... mas isso não me incomodava muito. Sabe o que realmente me incomodava? Dinheiro. Quando Jellicent saiu da máquina, me toquei que não paguei um centavo das rodadas de Pac Man e ainda desconfigurei a máquina. Botar isso em claras me ruborizou e me fez tomar a decisão mais (ou menos) sensata que poderia tomar: deixar a máquina desligada para demorarem perceber isso. Larguei a tomada em qualquer lugar, peguei meu cartão e fui até algum jogo de corrida concorrido. Fiz questão de passar o cartão antes de Jellicent entrar, porquê ao menos devendo eu não estaria...

... ser try harder em joguinho de video-game ok. Deixar de pagar um serviço para grandes patrões descontarem em seus funcionários que são oprimidos pelo capital? De jeito nenhum.

A questão é que no caminho eu avistei Loki, Claydol e Togekiss saindo do bate-bate. Preciso admitir que isso me tranquilizou: eles pareciam calmos e cansados... o que me fazia pensar que a experiência deles fora bem tranquila. O que eu não sabia é que quando só restaram os três no brinquedo, Fafnir fizera um caos, e isso fez com que os outros dois se olhassem e concordassem: já deu de carrinho de bate-bate por hoje. Órfãos de brinquedo, os três caminhavam pelo playground tentando achar algum tipo de atração que lhe fossem útil.

Bem... não foi difícil. Logo Togekiss apontou para a barca-viking e os três toparam a ideia de entrar nela. A questão é que nenhum dos três sabiam como aquilo funcionava, afinal de contas... eles nunca viram uma. Imaginando que fosse como um balanço, Loki logo sinalizou para que Bragui e Fafnir entrassem no brinquedo enquanto ele tentaria empurrar no braço os dois....

É claro que isso daria merda... mas eu fui para o outro lado, o que me fazia não ver, não saber, não ouvir... em suma, não opinar.

Mas sabe quem estava perto o suficiente para ver? Isso mesmo, Hati e Gliscor. A questão é que mesmo próximos, aquela seria a quarta volta da dupla, o que fazia com que eles prestassem mais atenção no desempenho do que no entorno. Tentando agora uma competição realista com o tempo recorde, ambos adentraram a rede de forma individual. Sem sabotagem, sem maus-costumes, sem dedo no olho, sem gritaria e nem dedo no cu. Na verdade eles estavam tão concentrados que nem repararam que o Punk Rock da noite passada estava por ali... na verdade, acho que esses dois aqui nem chegaram a ver ele essa noite.

Só tem um porém: depois de certa onda de stress, Hati entrou num modo agressivo, então tudo que ela fazia era com 'ódio'. Subiu as redes mordiscando os fios, jogou-se sem pena de suas articulações e tentou superar-se em relação ao brinquedo. Apesar disso tudo, Jormun não parecia impactar muito nessa sua aura auto-destrutiva.

A multiplicação das penas. Dei uma à Jormungand e ganhei três: bingo! Guardei o item no bolso no shorts enquanto andava ao que eu tanto queria. Freya caminhara ao meu lado, me viu passar o cartão completamente muda e decidiu se meter apenas quando eu fosse escolher o boneco... ah, ok, ok, o boneco eu poderia escolher, mas o carrinho? De jeito nenhum. A fantasma logo entrou dentro do fliperama e deixou que eu escolhesse a Peach. Eu não preciso nem falar o porquê né?! Rosa. Bem rosa. Bastante rosa. Pisquei um dos olhos à tela, tentando referenciar Jellicent. Em resposta a fantasma piscou um dos olhos da minha personagem.

Quando fui cogitar escolher o carrinho... a tela apenas passou automático. Em geral eu acreditaria que aquela era uma espécie bug, mas vendo no que eu sentava... só podia ser responsabilidade de Jellicent. Minha Peach estava sentada num... jardim? Uma espécie de carro verde com flores vermelhas. Olhei-o por alguns instantes até entender que aquela era uma referência ao Gin. Arqueei uma das minhas sobrancelhas e lembrei-me do óbvio:
- Faz tempo que não vê ele, né? - A Peach do outro lado da tela confirmou com a cabeça - Depois eu movimento pra vocês duas ficarem juntas... desculpa por isso, tenho te usado demais.

De fato, Jellicent não tem um descanso a muito tempo. Eu nem sequer lembro a última vez que ela não estava comigo no time principal... por outro lado eu não lembro quando tirei Gin do laboratório, o que faz os dois não se verem a muito tempo. Estou certa disso... arg, eu sou um monstro, né?! Bem, eu acabei ficando pensativa demais, perdi o tempo de largada e quando me toquei, era tarde demais para 'arrancar'.

Talvez eu devesse aprender com Gliscor e Houndoom como roubar. Jô aproveitou os nãos-olhos do recreador e começou a usar seu voo para planar pelo brinquedo. Hati decidiu que o prêmio era mais importante que a diversão e correu até o campo do recreador e tentou apertar o botão para parar a contagem quando estivesse bem próximo do recorde do Alakazam. Eles tinham duas voltas para fazerem isso: se conseguissem em qualquer uma das duas, já seria suficiente.... eu acho.

O que não era suficiente era a barca ao trio. Loki, Claydol e Togekiss acharam aquilo tão sem graça e fraco que... bem, decidiram ficar em pé e pular, tentando dar força para o brinquedo e o fazendo ir mais rápido. Eu tenho certeza que algumas crianças ficarão traumatizadas e sonhando com três pokémons.... mas veja bem, Togekiss voa, aquilo não era nada comparado a uma tempestade. Loki já enfrentou um Dynamax Inteleon e o solou no braço e Claydol.... Claydol não acha nada que não doa muito interessante....