Agora que haviam parado, a dor e a tristeza pareciam finalmente bater na dupla. Até agora foi tudo uma verdadeira loucura. As coisas que presenciaram, que fizeram e estavam ali, dentro de uma caverna iluminada por cristais. Matthew tentava se evadir desses sentimentos tratando a ferida de Daisuke. Ele possuía uma mochila mágica da Hermione onde cabia tudo e mais um pouco. Tirando uma farmácia de lá, usava seus conhecimentos adquiridos em Greys Anatomy, House MD, Good Doctor e afins para cuidar de seu amigo e não deixar a ferida dele infeccionar. Não conseguia suturar ou fazer algo mais profissional, mas seu serviço era um exemplo e deixaria todos os fãs de séries médicas com inveja!
As pedras luminosas e os desenhos nas paredes chamavam a atenção da dupla. Entretanto, Matthew queria era ir embora dali antes que morresse ou visse algo ainda mais pesado do que massacres! Ele tinha até medo, apesar da curiosidade, de explorar aqueles minerais. Daisuke, por outro lado, era firme e bem realista: Não poderiam ir embora nem que quisessem! O único caminho para os deixar viver era seguir adiante, acreditando nas palavras de Moana. A dupla comia algumas barras de cereais bem molhadas enquanto debatia o melhor caminho a seguir.
A resposta nem precisava ser exprimida. Matthew, mesmo receoso, tentava ver o que significavam aqueles desenhos que tinham pessoas, barcos, carbinks, desenhados de forma bem arcaica, sem instrumentos atuais de trabalho com pedras. Se fosse para chutar, devia ter centenas de anos! Daisuke, vendo aqueles cristais e os carbinks desenhados, logo chamava o seu para fora...talvez ele pudesse ajudar em algo.
Por ser Shiny, Bink possuía uma tonalidade de azul diferente da presente na parede...sendo mais parecida com a tonalidade presente nas estátuas de face humana do lado de fora. Porém, a ideia de Daisuke era mais que acertada e os cristais de seu pokemon pareciam ressoar com os da parede e de repente, tudo ficava branco, como se o trio estivesse “cego”!
De uma vez, as cores voltavam...mas tudo estava diferente. O trio agora se encontrava em um litoral de alguma ilha que era bem diferente da que haviam chegado, com a vegetação morta ou quase isso, além de diversas rachaduras nas pedras. O Sol forte, a brisa marítima, o som das ondas, a maciez da areia fofa...tudo parecia real, apesar de ser impossível! O que se apresentava diante deles era uma frota de embarcações feitas de madeira e de uma engenharia incrível! Homens e mulheres de corpo forte e atlético, com tatuagens e pulseiras de cipós estavam em cima dos diversos barcos, além, é claro, de Carbinks! Muitos carbinks, alguns Sableye e pouquíssimos Gabite e Gible.
Na areia, a alguns metros deles, um trio composto de um homem bem forte e duas mulheres de lanças, vestidas em vermelho, se ajoelhava diante de pessoas idosas que pareciam lhes conceder uma espécie de benção ou oração. Os ajoelhados estavam bem tristes, com o homem até chorando ao abraçar a anciã que o havia abençoado. Ao final, o trio subia nos navios e zarpavam, com todos se despedindo dos velhos com cantos e coros.
Como um quebra cabeça, aquela cena se desmontava e logo tudo ficava escuro novamente. Aos poucos, as “peças” iam se organizando novamente e davam lugar a uma nova narrativa. Dessa vez o trio estava em cima de um dos barcos, sentindo a água do mar batendo em seus corpos. Acompanharam as aventuras daquele povo em busca de um novo lar para si e seus filhos e filhas, além de pokemons. Atracavam em vários locais, mas todos pareciam ter problemas, seja povos que já habitavam e não queriam compartilhar, seja o ambiente hostil do local ou mesmo a pouca oferta de alimentos. Pescadores natos, não sofreram tanto com falta de comida ou mesmo de água, possuindo métodos de dessalinizar o que vinha do mar. Depois do que pareciam anos, com o “quebra-cabeça” se montando e se desmontando, o grupo parecia ter chegado até a ilha que Daisuke e Matthew haviam acordado e sido capturados. A grande cachoeira estava lá, além das rochas que cercavam a ilha, dificultando o acesso externo.
Animado, o que parecia ser o líder do local, junto com sua esposa, resolveram desafiar as rochas...mas esse não foi o único perigo! Enquanto estavam avançando, redemoinhos marítimos e tornados mudavam o cenário completamente. Como se já não bastasse isso, um “sonar” que parecia um cry bem alto de pokemon era ouvido por todos. Uma grande sombra navegava por baixo daquela frota. A maioria deles queria recuar e mesmo com o líder dizendo que não, eles fizeram. Restaram apenas 5 barcos dos fieis ao grande capitão. Com grande habilidade, eles desviavam dos redemoinhos e furacões...quase todos pelo menos. Agora restavam 4. 3, com o que havia se acidentado nas rochas. Quando o trio restante achava que iria passar e entrar na calmaria da ilha, um redemoinho surgia embaixo deles...mas esse possuía um “olhar” azul feroz. Tudo ficava escuro novamente e as peças do jogo se desmontavam, pairando no “ar” enquanto trio estava ali, sendo sugado junto do grupo principal.
Quando tudo era remontado, todas as famílias dos 5 barcos estavam na beira da praia e pareciam não acreditar que estavam vivos. Comemoravam muito, se abraçando, beijando e “festejando” apesar de terem perdido tudo. Um outro sonar, mas agora vindo dos céus, interrompia tudo aquilo. Uma grande mancha branca de olhos azuis sobrevoava o local e pousava perto das famílias. Como um gesto de boa fé e gratidão, o líder se ajoelhava e se prostrava diante do ser, seguido pelo resto das pessoas e dos pokemons. Como um T-Rex que era o “deus” daquele lugar, o ser aumentou ainda mais seu cry que podia ser ouvido a muitos quilômetros dali. A mancha branca se aproximava e...se curvava também e foi quando se iniciou a grande aliança...as peças mais uma vez se desmontavam e o grande clarão deixava o trio cego. Quando as cores voltavam, estavam no meio do rio, ainda dentro da gruta...aquilo tinha sido real???