Sine Qua Non

- Parece que encontramos o refúgio dele. – Os sinais eram óbvios, não era preciso procurar muito. Se fosse Will na selva faria o mesmo, encontraria um bom local para montar acampamento, uma caverna sempre era uma boa opção, o problema seria se ela já tivesse dono.

Com o Rotom Phone na mão, o aplicativo apitou quando ele apontou para um canto do ambiente, curioso, o faixa preta ajoelhou ao lado do que seria um Tiny Mushroom. O cogumelo poderia ser útil então não perdeu tempo em recolhe-lo. No entanto, outra coisa chamou sua atenção. – O garoto anda comendo cogumelos – Deduziu ainda com dúvida sobre aquilo. – Eu procuraria por berries, mas... tem pessoas que usam esses cogumelos nas refeições. – Levantou-se limpando a mão na calça e virando-se para Lucario que parecia concentrada em outras coisas. Se o cogumelo fosse venenoso ou alucinógeno o garoto poderia ficar bem doente, mas talvez aquilo explicasse o porquê dele ter esquecido a cueca. Pensando nisso, Will se virou procurando por outras peças de roupa ou suprimentos. – Vamos revirar esse lugar, Ka. Talvez tenha outro caminho além desse que viemos. – A urgência de encontrar Blank só aumentava, parecia que o garoto tinha o dom para ir atrás de problemas.

Off: Eggs de Happiny – 06 post

- Uouuu – Assobiou impressionado deixando que o eco se propagasse naquele habitat completamente novo. Quem imaginaria que aquela caverna o levaria a um “mundo subterrâneo”. – “O garoto encontrou algo incrível” – Se por um lado ele estava anestesiado pela beleza e pela estrutura do lugar, por outro ele começou a se preocupar com toda aquela água lá em cima. E se ela desmoronasse e o pântano invadisse ali embaixo? Ele afastou o pensamento junto com o calafrio, Blank provavelmente estava por ali ou no mínimo frequentou o lugar. Precisavam explorar.

- Você fez um grande achado, Ka. – Sua mão posou no ombro da lutadora apertando-a com afeto, ela que parecia tão encantada quanto Will, sorriu antes de apontar para uma parte mais profunda daquele mundo. – Sim, vamos procurar por aqui. Algo me diz que o garoto frequenta esse lugar, além do mais, não estou nenhum pouco a fim de voltar a encarar aquela chuva.

Ele deu um empurrãozinho de incentivo na sua Pokémon e a seguiu, avançando mais para dentro para explorar o lugar. Não precisou ir muito longe para sentir que estava sendo vigiado, aparentemente, Pokémon viviam ali. Curioso, ele usou o seu Rotom Phone para iluminar os cantos escuros e identificar possíveis presenças.

Off: Eggs de Happiny – 07 post

O lugar era imenso, praticamente um ecossistema isolado. Quase 20 minutos em movimento e nada de encontrar viva alma ou o fundo da caverna. Por um instante Will imaginou se alguma criatura viveria de fato ali ou todos os habitantes conseguiam se esconder antes de serem vistos. As condições básicas para a vida estavam ali, mas porque não encontravam nada? A sensação de vazio o consumia. Além destas dúvidas outra se remexia em sua mente, aqueles cristais poderiam ser “shards” em sua matéria bruta? Talvez se conseguisse quebrar alguns pedaços poderia levar para testes. Bem, na volta poderia tentar...

- Acho melhor fazermos uma pausa, Ka! – Will colocou as mãos na cintura aborrecido, olhando ao redor cansado. Depois de um bom tempo andando, eles não encontraram nenhum Pokémon ou pista de Blank. O garoto teria entrado ali ou apenas acampava no início da caverna onde Lucario o farejou? Confuso, ele massageou a têmpora estudando as possibilidades. E quando percebeu, Katana saiu correndo enquanto o chamava para segui-la. Ele não queria, mas se viu correndo atrás dela para não perdê-la de vista, começando a se empolgar com a ideia de ela ter encontrado o garoto. – “Você merece uns cascudos, pirralho!”

Assim que dobrou a curva a frente quase se chocou contra a Lucario que estava parada no caminho. Will precisou usar o seu reflexo duas vezes, uma para evitar o choque e outra para se esquivar do veneno. – Eiiiiiii, tá maluco? A gente não fez nada com você... – A princípio ele se irritou com o ataque, mas ao ver que se tratava de um Croagunk, seu olhar duro deu lugar a um brilho alegre. - Você quer confusão, né carinha? Pois você me poupou o trabalho... Prepare-se para ser meu Pokémon... Ka! – Mal ele chamou por ela e a Lucario saltou ao seu lado, correndo para atacar o sapo venenoso. – Não pega leve, Ka. Não podemos nos dar ao luxo de nos machucar. Ataque com duplo Psychic! – Ele esfregou a mão satisfeito. Demorou mais encontrou um grande achado.

Off: Eggs de Happiny – 08 post

- É uma droga ter fraqueza dupla para golpes psíquicos, né camarada? – Disse com um ar malicioso, sorrindo enquanto se aproximava do Pokémon desmaiado com uma Great Ball na mão. O venenoso não podia culpar ninguém, somente a mãe natureza (GF) que escolheu aquela combinação de tipos para sua espécie. – Foi mal te tirar do conforto, mas você vem comigo. Prometo evitar ao máximo te colocar frente a frente contra Psíquicos. – De pé ao lado do Croagunk, ele jogou a esfera na criatura para realizar a captura.

- Bom trabalho, Ka! Mas ainda precisamos explorar o lugar. Vamos ver se o Croagunk tem alguma coisa de valor por aqui. – Já estava tirando o Pokémon a força de sua casa, se deixassem algum objeto sentimental para trás, ele talvez nunca se recuperasse. Will não estava a fim de voltar ali só para reaver um ursinho perdido.

O Karateka aguardou a captura, usando outra pokébola se fosse necessário. Só então se juntou a Lucario na busca. Se aquela era a casa do sapo, Blank talvez não frequentasse o lugar como pensou anteriormente. Talvez a atitude agressiva do lutador selvagem fosse culpa até do garoto. Caso não encontrassem nada relevante por ali, só restaria voltar para a entrada da Caverna ou ir mais fundo se existisse essa opção.

Off: Eggs de Happiny – 09 post

- Vamos voltar para entrada, Ka! O garoto não está aqui. – Parece que tinham chegado ao fim da linha, confirmando a suspeita recente de que aquele espaço era o lar do Croagunk. Blank apesar de ter encontrado a caverna aparentemente não a explorou, fosse por medo, fosse pela presença do sapo venenoso. Se Will não tivesse achado um Pokémon raro do seu interesse estaria chateado com toda aquela andança, mas felizmente ele não desperdiçou o seu tempo ali embaixo. Agora precisavam retornar a entrada para esperarem a chuva passar, só então poderiam voltar a busca.

- Está com fome, Ka? – Antes mesmo de ouvir uma resposta, ele abriu a mochila para pegar alguns biscoitos, aproveitando para verificar o estado dos Eggs que trazia consigo. Lucario a princípio hesitou, mas ao ver o lanchinho estendeu a mão e pegou dois biscoitos, mordiscando-os durante todo caminho de volta para fazê-los render, assim como Will que para distrair a mente, colocava o maxilar para trabalhar.

Off: Eggs de Happiny – 10 post