Sine Qua Non

O caminho de volta fora tenso, apesar de seu prêmio pessoal na caverna, eles estavam longe de achar o garoto perdido. Além de Will, Katana assumira a responsabilidade, tanto que era possível ver em seu rosto a preocupação.

- Ei, Ka! – Para aliviar a tensão, o treinador tentou distrair sua parceira. – Você sabe qual o tipo de carro que o Pikachu mais gosta? – Ela olhou pra ele sem entender, como se esperasse a resposta – Pika pi! – Ela não gostou da piada, quase socara o treinador pela baboseira, mas Will riu o suficiente para esquecer o “trabalho” por algum tempo. Ele se divertiu ainda mais com a expressão facial de sua Lucario. – Eu lembro de outra, quer ouvir? – Ela negou com a cabeça, mas ele contou assim mesmo. – Um treinador perguntou ao seu Caterpie se eles podiam criar um objetivo. Mas o Bug disse que não que estava cansado demais. Então ele evoluiu e o treinador perguntou “Agora a gente pode fazer uma meta?”, ele respondeu: Metapod!

Mais leve e com uma nova injeção de ânimo o espirito do treinador melhorou ainda mais ao ver que a chuva havia passado. Lucario que ainda continuava preocupada, procurou uma forma de saírem dali, um caminho que pudessem usar. Com o nível da água mais alto, ficar atolado e morrer afogado se tornara uma possibilidade real. – Como o Tank faz falta nessas horas... Parece que teremos que sobrevoar a área. – Ele deixou que o seu Charizard saísse da pokébola e ajeitou a sela no alado. – Você ajudou o bastante, Ka. Mas agora vamos deixar o Drako assumir um pouco. – Lucario sempre fora obediente, no entanto, dessa vez ela só retornou a sua Friend ball quando Will prometeu levar a sério a busca. “Mas eu estou levando a sério”, justificou, a piada tinha sido só para distrair a mente... – Certo, Drako! Vamos voar ao redor dessa caverna em um raio de 5 km, se ver ou farejar alguma coisa, vamos checar. – Montado no Pokémon, eles levantaram voo, sobrevoando a área em círculo em uma altura baixa o suficiente para observar o solo, mas ainda segura o bastante para não se chocarem contra uma árvore.

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Voar, com o tempo, tornara-se uma experiência maravilhosa para o jovem, no início ele só faltava se “cagar de medo”, mas com o número de voos, conforme ia ganhando habilidade e confiança em seu Charizard, o trauma se tornou paixão. Hoje ele voa de olhos fechados e com a mãos atrás das costas, tamanho é o controle que tem com as pernas e a confiança de que Drako irá obedece-lo. Tal confiança era o que lhe dava coragem para voar tão baixo, próximo a linha das árvores sempre que precisavam averiguar algo suspeito. A princípio ganhar altura era necessário, com um maior campo de visão, a tarefa de procurar pelo garoto poderia ser encurtada, no entanto, mesmo com o binóculo que usava como um marinheiro na gávea vigiando o horizonte, sempre precisavam diminuir a distância do solo para entender melhor determinadas situações.

Eis que em uma dessas ele viu uma movimentação estranha – Tem alguma coisa acontecendo ali, Drako – Com um simples toque combinado no seu pescoço, Charizard já sabia para onde precisava apontar para se aproximar. – Aquilo são Exeggtuces? Eles parecem estar fugindo de alguma coisa. – Ele não podia negar que estava com sorte até agora. Primeiro dera de frente com um Croagunk, agora achara um bando de Pokémon grass. Apesar de sua cobiça gritar alto, ele estava curioso mesmo era com o causador da fuga dos Pokémon de grama. – Mas que criatura é aquela? – Estreitando os olhos sem compreender o que via, ele tomou a sua decisão. - Vamos, Drako! Vamos fazer uma visita a eles. – O Alado assim que recebeu o sinal de que Will tinha se segurado firme na sela aumentou a velocidade até o lugar, sobrevoando a área para intimidar o perseguidor em uma tentativa de interromper a caça. Seja lá quem ou o que fosse, eles iriam enfrentar de frente.

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- Dê uma boa farejada nesses Exeggcutes, garoto. Depois vamos atrás deles. – Se o monstro de lama estava ameaçando os gramíneos, talvez agindo como o salvador do bando, alguns entre eles poderiam mostrar gratidão. Entretanto, mesmo com tal pensamento, Will estava verdadeiramente curioso pra saber que “criatura” era aquela.

Assim que Drako aterrissou, o jovem saltou da sela, chegando a rolar no chão para minimizar o impacto, e começou uma perseguição atrás da criatura. – Drako, intercepte o caminho dele. – O Charizard respirou fundo e saltou para o ar, batendo as asas para ganhar altura. Agora mais leve, seria muito mais fácil para voar e monobrar, o que facilitaria o seu trabalho de interromper o caminho de fuga do alvo.

– Espera ai campeão, deixa eu dar uma olhada em você! – Brincou enquanto corria perseguindo o rastro da criatura. Finalmente um pouco de ação para fazer a sua adrenalina aumentar.

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- Pra onde ele foi? – O bicho era ligeiro, provavelmente adaptado ao território e seus atalhos. Se não fosse o rastro deixado Will já o teria perdido bem antes. No ar, Charizard rugiu em alerta, o que fez o Karateka olhar ao redor procurando o motivo do alarde. Foi por pouco, a carinha raivosa do pequeno ovo passou a centímetros do seu rosto, obrigando o jovem a se esquivar e correr em busca de abrigo, e olha que nem era o seu aniversário. "Taca a mãe pra ver se quica" pensou, mas não falou.

Na primeira oportunidade Will identificou o agressor escondido atrás de uma árvore, o Monstro do Pântano, bem menos habilidoso do que o da DC, apesar de sua habilidade incrível de tirar ovos de algum lugar. Ele não se importava nem um pouco em jogar os pobres Exeggcutes que irritados com o fato, direcionavam sua fúria para o artista marcial. – Calma aí galerinha, foi ele ali que fez vocês de bola de beisebol.

Charizard aterrissou na sua frente neste exato momento, rugindo e cuspindo fogo no ar para intimidar os anões de jardim. Will nem precisou comandar, quando o lagarto voador viu a ameaça crescente, liberou o seu Flamethrower contra o Exeggcutes, escolhendo um alvo por vez. – Tente não fritar eles, garoto.

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- Você pegou pesado, Drako. Podia ter diminuído essas chamas a nível de um Ember. – Ele agradeceu o lagarto com o seu costumeiro tapinha nas costas, sentindo com o simples toque o calor que a criatura emanava, ele jamais se cansava daquilo, era como sentir a pura energia do seu Pokémon. Apesar da covardia, o ataque fora necessário, nunca se sabe o que um pequeno furioso é capaz de fazer, além disso, eles não podiam perder tempo.

- O danado fugiu – Suspirou tirando os olhos da árvore onde a criatura estava e os direcionando aos ovinhos fritos. Depois do “estrago” que o Charizard fizera o mínimo que ele podia fazer era capturar o Exeggcute para trata-lo. – Desculpa pela dor desnecessária, galerinha. Prometo tratar vocês quando tiver um tempo, agora descansem. – Will pegou uma Pokébola vazia e tentou capturar os monstrinhos. Ato continuo, levantou-se e começou a correr para o local em que vira o arremessador de ovos, ali voltaria a seguir seus rastros, mesmo que ela tenha conquistado alguma vantagem com o contra-tempo. – Vamos, Drako, vamos continuar a perseguição!

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