Sine Qua Non

Outro Pokémon? Will deu um passo atrás colocando a mão no bolso, pronto para sacar uma nova Pokébola e liberar mais um Pokémon em campo para encarar a nova ameaça. Mas felizmente, o homem desistiu, preferiu fugir a arriscar, provavelmente, o seu último “comparsa” na luta. – E vê se não volta! – Ele queria lançar mais ameaças, no entanto, o homem era rápido em fugir, preferiu então poupar saliva.

- Eu ouvi Sckar? – Perguntou para o Thorin que fez que sim com a cabeça. Mundo pequeno aquele. Lembrar do jovem amigo o fez se virar para a rede onde ele podia ver Blank e dois Pokémon ainda brigando para sair. A cena o fez rir, mas logo se recriminou por tal atitude, pimenta nos olhos dos outros é refresco.

- Bom trabalho, amigo! – Passou pelo Chesnaught dando um tapinha em seu ombro e caminhou até a rede, sendo acompanhado pelo Gramíneo que parou como um segurança ao seu lado de braços cruzados. – Tudo firmeza aí, garoto? – Agachou-se para fingir ajudar, afinal, ele o tinha preso em uma rede: se Blank se mostrasse arredio, iria leva-lo preso ali mesmo. – Sua família está preocupada com você, principalmente o seu tio. Estou aqui para levá-lo de volta. Mas antes de te tirar daí, quero saber se vai colaborar. Não estou a fim de levar ovada. – Sempre sorrindo, sempre simpático, ele tentou não parecer muito sarcástico. Apesar de estar achando graça daquilo, ele estava em uma missão séria.

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- Yoshi? – Ele torceu o nariz ao perceber a situação lastimável do garoto. Selvagem como estava, soltá-lo seria o mesmo que deixá-lo fugir. – Blank, meu garoto. Essa vida de doidão não leva ninguém a lugar algum... – Seriam os cogumelos? Sua primeira aposta foi os alucinógenos que ele poderia ter comido. – Me ajude aqui, Thorin.

O Chesnaught ajoelhou ao seu lado segurando o corpo do garoto enquanto Will pegou o pequeno rosto com a mão esquerda, deslocando o maxilar e obrigando o jovenzinho a manter a boca aberta. Com a mão livre, o Karateka pegou um frasco de Antidote e virou o líquido na boca do menino, obrigando-o a ingerir tudo. Ele o soltou e se afastou, sentindo a febre nas mãos. – Na última vez funcionou em um homem envenenado, vamos esperar pra saber se vai fazer algum efeito em você. – Ele não esperava um milagre, mas se aquilo não funcionasse, sua única opção seria desacordar o garoto e correr com ele para o hospital mais próximo.

Desse modo, a dupla decidiu deixar o garoto se acalmar e o antidote fazer efeito para uma avaliação posterior. Optou então por separar os Pokémon selvagens do garoto, deixando-os sair da rede, mas mantendo Blank preso. Um, dois, três... tinham bastante ovos ali, se a sua conta estava certa, eram 2 exeggcutes.

- Desculpa a demora, galerinha. Mas precisava ver a situação do garoto primeiro... – Eles deviam estar irritados com a situação, mas tinham visto que Will estava ajudando, por isso resolveu arriscar um contato imediato de 4º Grau. Se a circunstância exigisse, partiria para o 5º Grau sem pensar duas vezes. - Vocês gostariam de vir comigo? Estou precisando de Pokémon Grass para cuidar de um sítio, em troca vocês teriam conforto e segurança. Nunca mais alguém ficaria jogando redes em vocês.

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- Ótimo! Fico feliz que tenham aceitado. – Sorrindo ele pegou duas Pokébolas e ofereceu aos Pokémon enquanto conversava com eles. - ...assim que possível os levarei ao seu novo lar. Agora podem descansar. – Por um momento Will pensou em acariciar as criaturinhas invocadas, tentar colocar um sorriso nos diabinhos, mas pegaria mal fazer isso em eggs alheios.

Após conseguir a sua mais recente captura, ele voltou até Blank que dormia feito o príncipe encantado. – Parece que funcionou. Esses remédios de Pokémon são muito úteis, não vejo a hora de curarem o câncer... – Chesnaught farejou o garoto e o ergueu no colo enquanto Will o desembolava da rede. – Vamos voltar a Caverna e descansar um pouco, esperamos ele acordar. Quero falar com o garoto antes de levá-lo ao Mestre Chuck. – Como Thorin não reclamou do peso, eles refizeram o caminho até a caverna que dava entrada para o antigo lar do Croagunk que abduziu da selva. Ali deixaria o garoto descansar enquanto prepararia uma refeição improvisada com os mantimentos que trouxera. Nessa altura, Drako, Thorin, Katana e Shiva estavam fora de suas Pokébolas vigiando o garoto e aguardando a refeição, macarrão instantâneo com vegetais secos.

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- Vejam só quem acordou! – Ele sugou o macarrão e arrotou, recebendo um olhar atravessado de Katana pela má educação. Sorrindo, Will voltou a se virar para a criança que despertava atordoada. – Acho que aqui era o seu “acampamento”. Encontrou um ótimo lugar, só vacilou por dormir na porta de um Pokémon venenoso. Você deu uma baita sorte do Croagunk que vivia lá dentro não te botar daqui pra fora.

O quarteto observava Blank com curiosidade, mas nenhum deles deixou de continuar a sua refeição: Thorin já estava na terceira tigela enquanto Drako mantinha-se logo atrás com a segunda, só as meninas eram comportadas. Will pegou uma tigela limpa da mochila e serviu o pouco que ainda restava, oferecendo ao garoto. – Toma, tente comer. Não é muito saudável, mas dá sustância e sabe-se lá o que você andou comendo por aqui.

Provavelmente ele não teria fome, mas o Karateka insistiu que ele comesse ou ao menos tentasse. Durante esse tempo contou ao garoto como ele o encontrou, resumindo a história da perseguição e da luta. – Você estava bem alucinado, mas o Antidote que te dei parece que fez o trabalho... – Will levou a história com humor, deixando claro que apesar da situação, tudo para ele não passou de diversão. - É admirável a atitude que tomou vindo “sobreviver” no pântano, poucos Mestres fazem isso. Porra cara, eu tenho 17 e ainda não tive essa coragem.  Mas devemos conhecer os nossos limites.

Com um ar de surpresa ele se lembrou que ainda não tinha se apresentado, tratando logo de fazê-lo. – Esse aqui com cara de mal, mas com coração mole é o Drako, o guloso ali é o Thorin – Ele deu uma colherada na mão do Chesnaught impedindo-o de tentar raspar a panela – E essas duas são as minhas garotas, Katana e Shiva. Elas são bem sérias, então é melhor não contar piada para elas. – Mais uma vez ele foi fulminado pelo olhar feminino. – E esse que vos fala se chama Will Allstar, o mais novo discípulo do Chuck! – O faixa preta parou por um momento para observar a reação do Blank e prosseguiu após tirar suas conclusões. – Essa deve ter sido uma aventura e tanto, mas você ainda não está pronto para ela. Por isso estou aqui, para levá-lo para casa. Sua família está preocupada com você. – O seu tom jocoso mudou completamente para uma atitude séria e imperativa.

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- Termine de comer e descanse. Assim que você estiver melhor vamos voar para Cianwood. – Will começou a recolher as tigelas e a guardar tudo, entretanto, durante a tarefa, sua curiosidade o obrigou a perguntar ao garoto. – Porque escolheu vir ao Pântano? Existem tantos lugares melhores... Onde estão os Pokémon que Sensei Chuck lhe deu? - Terminou empurrando uma garrafinha d'água para ajudar Blank a digerir a refeição que já era quase uma sopa de macarrão.

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