Off :
Eu que peço desculpas pela demora :mds:
Ao pegar as bonecas em minhas mãos, até pude admitir que elas eram bonitinhas. Meio engraçadas, também. Deixei que Ivy pegasse o dragão florido para si e guardei minha berinjela na mochila, dentro de uma necessaire e enrolada com uns três casacos, só por segurança. Mesmo que pareça inofensivo agora, quem me garante que esse negócio não vai criar vida de novo e tentar nos matar enquanto dormimos? Ninguém, né!? Eu não vou dar confiança demais para esse brinquedo, de jeito nenhum!
Apesar das minhas leves paranoias com a boneca, tudo parecia enfim estar sob controle. Não tinha mais nada nos atacando, e a enfermeira estava fazendo um ótimo trabalho impedindo que o Centro alagasse. Embora a água já tivesse avançado um pouco sobre o chão, não vi problema nisso, acho que ficou até melhor assim. Pela primeira vez desde que aquela loucura começou, pude me sentir seguro. Não sei como diabos escapamos daquilo tudo ilesos, mas deu certo! Eu estava tão, TÃO aliviado que não consegui me preocupar com mais nada, como se tudo de pior já tivesse passado. Como se aquelas paredes fossem mesmo capazes de nos proteger de todo o resto.
Não me orgulho em admitir que Yoshiro estava tendo uma reação bem mais madura que a minha. Sentada em um dos degraus, olhava pela janela com um ar solene, talvez com a cabeça ainda centrada no desastre que vimos lá fora. Sentei-me ao lado dela, embora eu francamente nem estivesse lembrando do resto do mundo. Depois de todo aquele estresse de ai-meu-Arceus-a-gente-vai-morrer, só o fato de estarmos vivos era tão bizarro que me fez começar a rir. Sério, a rir muito. Rozen me encarava como se eu fosse maluco, mas não foi ele que escapou de um tsunami, uma inundação e uns robôs assassinos - tudo isso só na última hora!
Quando a enfermeira Joy veio toda feliz e saltitante ao nosso encontro, levantei do degrau num pulo e fiz coro aos gritos de "nós conseguimos!" dela, embora minha garganta ainda estivesse seca e ardendo da corrida de antes. Ignorei o protesto das minhas pernas ao subir correndo a escada e por impulso abracei Ivy (que eu literalmente acabei de conhecer, mas essas experiências de vida ou morte fazem a gente se apegar, né!?). Nem acredito que FINALMENTE estamos a salvo! Já tava na hora!
Espera, que som foi esse…? Ou o próprio Arceus acabou de pousar lá fora, ou algo tão grande quanto… francamente, eu não estava com a menor vontade de descobrir. Eu só queria ficar mais um pouquinho na minha bolha de alegria e alívio - mas parece que é pedir demais. Minha vontade era gritar um “foi mal, a cota de quase-mortes de hoje já se esgotou, volte outro dia!” para o que quer que estivesse lá fora, mas ao invés disso apenas retornei Rozen, agarrei Yoshiro e corri para o andar de cima. Eu é que não ia ficar parado ali, esperando algo acontecer! Só ouvi o som do vidro sendo quebrado atrás de mim, mas não olhei para trás: estava confiando que Ivy e a enfermeira tinham vindo também. E de fato, uma veio. Mas a outra… não estava em nenhum lugar à vista.
Eu não vi o que aconteceu com ela, foi a cor da água que me fez entender. Isso, e o grito esganiçado que Yoshiro deu. Eu tinha deixado a anfíbia apoiada no meu ombro, então ela pôde ver o que houve lá atrás… e pela expressão aterrorizada em seu rosto, de certo não tinha sido uma cena bonita. Tive que segurá-la com mais força, pois a menina não parava de espernear - tentava pular na água, pensando que talvez ainda pudesse fazer algo para salvar a mulher… todavia, se pudesse, o vermelho não estaria tão forte, não é…?
Eu não podia deixar minha treinadora correr esse risco. Nem sequer sei o que foi que quebrou a porta, mas não quero que Yoshiro chegue perto daquela coisa! Por isso, quando notei que não conseguiria mais segurá-la, retornei a Mudkip para a Pokébola. Estaria mais segura lá. Agora só me falta garantir que o resto de nós fique em segurança também, mas isso não tá nada fácil. Nada mesmo! Até a água, que por anos foi o meu elemento, parecia totalmente distinta da que conheci. Estava corrompida, quase tóxica… Aquele cheiro impregnava na minha mente, ainda mais sufocante do que a fumaça de antes...
Não podíamos continuar ali dentro, isso é certo. E eu até tinha uma ideia de como sair, embora não fosse muito elaborada ou a prova de falhas. No entanto, considerando que as minhas outras opções eram me afogar naquela água ou esperar o gigante derrubar o resto do prédio… pareceu uma ideia boa o bastante.
- Rozen, Nêmesis! - Tive que trazer o Venusaur de volta a campo, já que, falando em força bruta, ele era o melhor para o serviço. Apontei para uma parede, a qual achei que fosse contrária à entrada do Centro, e gritei as ordens seguintes. - Use Leaf Storm, crie uma abertura pra nós! Nêmesis, segure essa guria aqui e garanta que ela chegue segura no chão, viu? Depois volte aqui e me dê uma carona também. - A situação era tão crítica que a até a Swellow concordou em ajudar, provavelmente pela primeira vez na vida. - E Ivy, segura isso aqui pra mim? Só até chegarmos lá embaixo.
Dei a Pokébola da Mudkip na mão de Ivy, porque achei que estaria mais segura com ela. No momento em que a abertura fosse feita, com certeza se formaria uma corrente de água naquela direção, como em uma cascata. Com Nêmesis perto, descer do primeiro andar não seria um problema, e Rozen era pesado o bastante para que eu me segurasse nele enquanto a ave estivesse ocupada com a outra humana.
Claro, meu plano tem uma pequena falha: a chance de aquela criatura lá fora fazer alguma coisa. Contudo, sejamos honestos… muito pior seria se ele derrubasse esse Centro em cima da gente, não acha?
Apesar das minhas leves paranoias com a boneca, tudo parecia enfim estar sob controle. Não tinha mais nada nos atacando, e a enfermeira estava fazendo um ótimo trabalho impedindo que o Centro alagasse. Embora a água já tivesse avançado um pouco sobre o chão, não vi problema nisso, acho que ficou até melhor assim. Pela primeira vez desde que aquela loucura começou, pude me sentir seguro. Não sei como diabos escapamos daquilo tudo ilesos, mas deu certo! Eu estava tão, TÃO aliviado que não consegui me preocupar com mais nada, como se tudo de pior já tivesse passado. Como se aquelas paredes fossem mesmo capazes de nos proteger de todo o resto.
Não me orgulho em admitir que Yoshiro estava tendo uma reação bem mais madura que a minha. Sentada em um dos degraus, olhava pela janela com um ar solene, talvez com a cabeça ainda centrada no desastre que vimos lá fora. Sentei-me ao lado dela, embora eu francamente nem estivesse lembrando do resto do mundo. Depois de todo aquele estresse de ai-meu-Arceus-a-gente-vai-morrer, só o fato de estarmos vivos era tão bizarro que me fez começar a rir. Sério, a rir muito. Rozen me encarava como se eu fosse maluco, mas não foi ele que escapou de um tsunami, uma inundação e uns robôs assassinos - tudo isso só na última hora!
Quando a enfermeira Joy veio toda feliz e saltitante ao nosso encontro, levantei do degrau num pulo e fiz coro aos gritos de "nós conseguimos!" dela, embora minha garganta ainda estivesse seca e ardendo da corrida de antes. Ignorei o protesto das minhas pernas ao subir correndo a escada e por impulso abracei Ivy (que eu literalmente acabei de conhecer, mas essas experiências de vida ou morte fazem a gente se apegar, né!?). Nem acredito que FINALMENTE estamos a salvo! Já tava na hora!
Espera, que som foi esse…? Ou o próprio Arceus acabou de pousar lá fora, ou algo tão grande quanto… francamente, eu não estava com a menor vontade de descobrir. Eu só queria ficar mais um pouquinho na minha bolha de alegria e alívio - mas parece que é pedir demais. Minha vontade era gritar um “foi mal, a cota de quase-mortes de hoje já se esgotou, volte outro dia!” para o que quer que estivesse lá fora, mas ao invés disso apenas retornei Rozen, agarrei Yoshiro e corri para o andar de cima. Eu é que não ia ficar parado ali, esperando algo acontecer! Só ouvi o som do vidro sendo quebrado atrás de mim, mas não olhei para trás: estava confiando que Ivy e a enfermeira tinham vindo também. E de fato, uma veio. Mas a outra… não estava em nenhum lugar à vista.
Eu não vi o que aconteceu com ela, foi a cor da água que me fez entender. Isso, e o grito esganiçado que Yoshiro deu. Eu tinha deixado a anfíbia apoiada no meu ombro, então ela pôde ver o que houve lá atrás… e pela expressão aterrorizada em seu rosto, de certo não tinha sido uma cena bonita. Tive que segurá-la com mais força, pois a menina não parava de espernear - tentava pular na água, pensando que talvez ainda pudesse fazer algo para salvar a mulher… todavia, se pudesse, o vermelho não estaria tão forte, não é…?
Eu não podia deixar minha treinadora correr esse risco. Nem sequer sei o que foi que quebrou a porta, mas não quero que Yoshiro chegue perto daquela coisa! Por isso, quando notei que não conseguiria mais segurá-la, retornei a Mudkip para a Pokébola. Estaria mais segura lá. Agora só me falta garantir que o resto de nós fique em segurança também, mas isso não tá nada fácil. Nada mesmo! Até a água, que por anos foi o meu elemento, parecia totalmente distinta da que conheci. Estava corrompida, quase tóxica… Aquele cheiro impregnava na minha mente, ainda mais sufocante do que a fumaça de antes...
Não podíamos continuar ali dentro, isso é certo. E eu até tinha uma ideia de como sair, embora não fosse muito elaborada ou a prova de falhas. No entanto, considerando que as minhas outras opções eram me afogar naquela água ou esperar o gigante derrubar o resto do prédio… pareceu uma ideia boa o bastante.
- Rozen, Nêmesis! - Tive que trazer o Venusaur de volta a campo, já que, falando em força bruta, ele era o melhor para o serviço. Apontei para uma parede, a qual achei que fosse contrária à entrada do Centro, e gritei as ordens seguintes. - Use Leaf Storm, crie uma abertura pra nós! Nêmesis, segure essa guria aqui e garanta que ela chegue segura no chão, viu? Depois volte aqui e me dê uma carona também. - A situação era tão crítica que a até a Swellow concordou em ajudar, provavelmente pela primeira vez na vida. - E Ivy, segura isso aqui pra mim? Só até chegarmos lá embaixo.
Dei a Pokébola da Mudkip na mão de Ivy, porque achei que estaria mais segura com ela. No momento em que a abertura fosse feita, com certeza se formaria uma corrente de água naquela direção, como em uma cascata. Com Nêmesis perto, descer do primeiro andar não seria um problema, e Rozen era pesado o bastante para que eu me segurasse nele enquanto a ave estivesse ocupada com a outra humana.
Claro, meu plano tem uma pequena falha: a chance de aquela criatura lá fora fazer alguma coisa. Contudo, sejamos honestos… muito pior seria se ele derrubasse esse Centro em cima da gente, não acha?