Edição especial: Steven Stone, cadê você?

PEEEEN!!!! PAUSA DE INTERVENÇÃO!! Ayzen até podia ter chamado o Uber e ele até podia ter chegado. Assim como os ovos até poderiam ter chocado lá, mas não sem antes o garoto ser interceptado por um pequeno-grande garoto.

Sim, um pequeno-grande garoto.

Ele era bem magricela, tinha no máximo 1,60 de altura, pele alva e cheia de espinhas. Não tinha pelos na cara, usava um óculos fundo-de-garrafa e sorria com os dentes (e o aparelho azul) a mostra. Numa dessas caras meio sem graça, ele emitiu um "psiu" tentando chamar atenção de Ayzen, até chegar ao lado do rapaz - no meio da passarela - e tocá-lo o ombro:
- Ei, ei, posso falar com você um instante? - Conclamou o Nerd - É sobre um projeto de pesquisa nosso, posso deixar um folheto com você?! - Insistiu, já lhe dando um folheto.

Depois disso... AI SIM O UBER PODERIA CHEGAR E AYZEN PODERIA IR EMBORA. Ou ainda, ele poderia conversar um pouco mais com o rapaz sobre isso; se assim fizesse, talvez descobrisse que ainda não era hora de ir.

Egg Chinchar / Egg Snivy: PODE CHOCAR!!!
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Ah, Ayzen de fato parou e conversou com o menino que lhe abordara; o que pareceu surpreender o rapaz. Eu não sei se o loiro é o primeiro do mundo a dar bola ao folheto do nerd, mas ainda que não fosse o primeiro, a inexperiência estava ESTAMPADA em sua face. Ali, diante daquela pergunta, o garoto espinhento deu tela azul.

Sim, ele levou alguns milésimos para reiniciar. Era como se ele nunca tivesse saído da primeira parte da conversa, e seu folheto entregue fosse respondido NO MÁXIMO com um "obrigado, boa tarde". Uma pergunta sobre o que diabos era aquilo demonstrava duas coisas que Wilson (recém batizado) não sabia lidar: (1) Curiosidade e (2) Diálogo.

A primeira ele até entendia, mas sentia que lhe demandava uma enorme apresentação. A segunda ele já não entendia porra nenhuma.

Ali, enquanto seu cérebro reiniciava, ele inventou um bocado de falas dahora, um bocado de interações incríveis, encenou uma peça absurdista sobre aquilo e até relembrou o Guia dos Mochileiros da Galaxia, para ver se ele poderia lhe ajudar numa hora dessas. Pensou, pensou, pensou e pensou. Já tinha todo o enredo da conversa em sua mente, porém quando abriu a boca, apenas tremelicou e falou o que dava:
- É um estudo meu...

AAAAAAH, como eu amo o abismo entre a imaginação e a fala. Você pensa, pensa, pensa para argumentar e sai só onomatopeias de "cérebro pifando" no seu discurso. Que seja, ele até tava juntando forças para falar uma frase depois da outra, mas seria mais rápido de Ayzen olhasse o folheto e lesse. Depender de Wilson não era lá uma boa ideia.

Deixe-me descrever o folheto para você: ele é dobrável, muito bem feito e de design exemplar. Tem o nome de Wilson (e um desenho em Cartoon, para reconhecê-lo) e mais outros quatro nerds. A temática do design é laboratório do Dexter e quase todo o folheto é temático: fontes, fundos, traços, desenhos... mas vamos ao que importa?!

Bem, Wilson aparentemente é do Programa de Pós Graduação em Programação, participando do núcleo sustentável da instituição. Programação-Sustentável é o nome do grupo deles; e eu nem sei se isso pode existir. Ele e mais três amigos estão fazendo um estudo sobre novas fontes de energia sustentável: golpes Pokémons.

Para o próximo passo do projeto, eles precisam de treinadores cobaias, que entrem em suas salas e joguem um jogo. Sim, um jogo. O jogo é baseado no próprio Battle Factory - de anos atrás - e procura captar, armazenar e transformar a energia dos pokémons atuantes em energia renovável. O jogo é uma realidade virtual, onde o Treinador e seu Pokémon terá que passar por fases.

Ao fim do jogo - E SE ZERAR O JOGO - será possível desbloquear um "prêmio secreto", que (dã) não é revelado. O Jogo usa óculos de realidade virtual, tanto no Player quanto no(s) Pokémon(s) do Player, é permitido o modo Single ou Double e também é vendido como um bom método de treino. Ele pede que usem pokémons fortes - pois os desafios não são fáceis.

O folheto promete uma imersão completa e um desafio de qualidade, pensado pelos maiores engenheiros de jogos de Pewter... o que não é mentira, já que Pewter nem sequer tem muitos engenheiros de jogos.

OFF: Desculpa não falar nada sobre seus ovos eclodindo, é que já falei demais em um post só QQQQQQQQQ

Egg Tepig: 28 Post

Chega! Chinchar já podia parar de ficar abrindo zípers e querendo sair para o enorme mundo lá fora. Snivy deveria parar de acompanhá-lo! A verdade é que eles só deviam quebrar uma barreira: a casca dos ovos. Ficar sambando em direção a liberdade plena não era uma boa ideia. Com um pequeno sermão explicativo - que eles não entenderam nada, afinal de contas, acabaram de nascer -, foram capturados pela primeira vez.

Ayzen não ouvia, mas o trauma tremendo que ele botou naqueles dois pokémons ecoava dentro das esferas. Ambos choravam com a garganta toda aberta; mas fazer o quê?! O papel do pai é dar trauma mesmo, se a vida fosse boa, não teria porque dizer tantos "nãos".

Que seja: folheto.

Obrigada pelos elogios, mas é o Wilson que deveria ouvir eles. O garoto ouvia a afirmação monótona de Ayzen ("Pô, muito massa") com uma certa cara de frustração. Quase conseguiu iscar uma cobaia, mas depois dessa afirmação, tivera certeza que fora EXTREMAMENTE PATÉTICO e ele não iria aceitar. Seus ombros caíram, sua cara ficou - ainda mais - murcha. Seus olhinhos caíram e seu óculos escorregou para a ponta do nariz.

Ele já estava pronto para dar meia volta quando o Ranger abriu a boca mais uma vez. Ai mais uma transformação: olhos brilhantes, sorriso-de-dentes, respiração ofegante e mãos bem rentes ao rosto:
- VOCÊ VAI??? - Disse, alto demais. Parecia que usara toda a voz que guardou de uma vez só - Tem Storage sim! O que não falta é computador lá, moço. Qual seu nome? Qual seu nome? Ah, pera eu acabei de perguntar isso. Eu sou Wilson, posso te levar até lá?

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E foram. COm o nervosismo nas pontas dos pés de Wilson e um bocado de esperança nos olhos. Caminharam alguns canteiros até um pequenino casebre que ficava entre um bocado de prédios. Num gramado seco, entre vários campus, havia uma pequena construção de um andar só, com uma janela-francesa e uma mesinha na varanda; até aconchegante demais. Foi exatamente ali que Wilson entrou: numa casinha muito mais bonita que o restante dos prédios da Universidade de Pewter.

... arrisco dizer que o sucateamento das instâncias públicas não chegava nos pés - e muito menos batia na bunda - da pós de programação. Provavelmente, havia injeção de capital privado em vários dos projetos; fazendo esse maldito-lindo-casebre destoar na maldita universidade.

Pois bem, entraram pela janela francesa. Ali, logo na sala de estar, algumas cafeteiras a mercê. Um ou outro Notebook e um ou outro Nerd que deixara Ayzen passar por detrás de suas costas sem falar nada.

Muitas mesas; muito balcões; muito frigobars. Dali saíra alguns sites importantes, produtos basicos de Rotom Phone e outras coisas; além de um bocado de meninos com fone de ouvido preto e completamente sugados pelas telas de suas máquinas. Wilson, sem falar com ninguém, passou pela sala de estar e foi até um corredor.

No fundo do corredor, uma placa de "não entre", alinhada com outra de "cuidado, frágil". Ali haveria alguns processamentos de servidores; não mexeremos com isso. Depois disso, virou a esquerda em uma sala com porta-de-correr. Wilson puxara meio molenga, tendo certa dificuldade para abrir:
- Ei, ei! - Anunciou o garoto que acompanhava Ayzen - Trouxe um voluntário! Ta tudo pronto??

Assim que a porta abriu, Ayzen viu de relance uma sala completamente branca. Ela tinha três (TRÊS) lances, separados por gesso. O primeiro era ali onde estava, o segundo era a área do jogo, a terceira era um câmera, onde ficariam os jogadores e seus pokémons. Ainda estava no primeiro "nível", vendo uma mocinha sentada numa poltrona bem acolchoada e bebendo um café cheio de açucar:
- ... oi?! - Disse ela, esperando que Wilson lhes cumprimentasse
- Ah! Esse é Ayzen! - Disse o garoto - Ayzen, essa é Camila!

E foi assim que Ayzen conheceu a professora dos quatro nerds; uma moça de cabelo castanho-com-loiro, com um pequenino sobrepeso mas com uma elegância que só o dinheiro e a inteligência pode trazer.

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Eu já lhe adianto: quando Ayzen passasse por aquela primeira parede de gesso, veria que ela era provisória. Ela só existia para separar a equipagem das demais coisas; protegendo-a de toques mecânicos. Nada além disso! Não havia mistério ou coisa do tipo; apesar da quantidade de gesso & branco dar um tom meio "Santorini" no design local.

No mais, Camila levantou-se e ficou bem ereta, apertando a mão de Ayzen e chacoalhando bem. Só após isso deu a falar:
- Oi Ayzen! Prazer! Eu conheço a Bullock, apesar de não sermos muito próximos, ela sempre me indica contatos para discutir algumas coisas sobre energia pokémon. Inclusive, ela já ajudou um bocado nesse trabalho indiretamente! - Disse, com um tom animado na voz; que poderia ser um pouco forçado... ou não - Vem comigo, a gente sempre deixa o PC próximo da câmara de jogo, porque o jogo não é lá muito fácil e os jogadores acabam querendo trocar seus pokémons o tempo todo para passar de fase... faz assim, usa ele, monta uma equipe e eu te explico o joguinho, ok?! É importante você sabe que precisará de até dois pokémons online com você simultaneamente, para que a fase seja passada. Só que você pode revezar entre eles o tempo todo, então ter uma equipe com três ou quatro pokémons fortes pode te ajudar um bocado. Ah é, os Pokémons não tomam danos reais, os danos são estimados, então não precisa se preocupar com Potion. Se você perder, é só dar Play Again!

E levou Ayzen até lá. Ali foi o momento que o Ranger finalmente passou as paredes de de gesso e viu (em primeiro momento) um grandíssimo computador e uma máquina de conversão. Ao lado, uma mesa com acessórios que ele não entendia; mas que ele não precisava entender. Ali não era sua parada: sua parada era o terceiro setor.

No terceiro setor, o branco mudava um pouco. Aquela última divisão era muito mais profunda (quantitativamente falando) que todas as outras, tendo quase o tamanho da sala do Ricardinho. Ao fundo dela, havia 1 (UMA) câmara completamente fechada e sem nenhum tipo de janela, vidro ou transparência, e uma salinha de plástico transparente-preto bem ao lado. A câmara parecia (ou talvez fosse) uma câmara fria; daquelas de frigorífico. A segunda sala parecia uma sala de espera transparente; comuns em empresas e tudo mais.

No espaço que não dizia respeito a nenhuma das 'divisórias", havia uma TV para acompanhar o progresso dos jogadores e alguns cabos, além de um PC com acesso ao Storage, idêntico aos do centro pokémon.

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