Um aceno de cabeça era a confirmação de Camila para o pedido final de Karen. Assim, puderam seguir de volta para o corredor e dali para as escadas, onde passaram do primeiro lance para o segundo, que as levaria até o subsolo. Naquela parte da delegacia ainda haviam outras salas de propósitos diversos, mas o ponto principal era mesmo o estacionamento, onde veículos oficiais ou não eram guardados.
– Pronta?! Vamos lá. Valeu, Camila. Vamos nos falando. – Zayne falava pondo a cabeça para fora de um carro comum (não oficial), de duas portas, na tradicional e discreta cor cinza chumbo. Tomaria a iniciativa de abrir a porta do carona para Karen e, depois que a garota estivesse com o cinto colocado, ele daria partida para sair do prédio, na rua dos fundos.
No caminho, Zayne faria um discurso tranquilizador para Karen, muito parecido com o de Camila só que sem a dócil gentileza na voz. Importante é que causasse o efeito de esclarecer que não iriam se expor a nenhum grande risco. Nesse meio tempo, através das janelas de película escura, Karen veria a transição acontecer na paisagem da cidade.
Primeiro, deixavam a parte movimentada para trás. Depois, eram os traços mais urbanos que se dissipavam, dando lugar a uma área mais residencial, até que as próprias casas começassem a ficar mais espaçadas uma das outras e o verde se tornasse um pouco mais frequente. De repente, a estrada perdia boa parte do asfalto, ou até ele por completo em alguns trechos.
– Estamos nos aproximando. Vou precisar deixar o carro um pouco antes, pra não sermos vistos. – avisava o investigador, já reduzindo a velocidade e saindo da estrada com seu veículo, entrando num trecho discreto da mata onde a vegetação aparentemente ajudaria a ocultar um pouco o carro – Vamos lá... Tome, ponha no ouvido. – entrega à Ranger um único fone sem fio para que ela usasse.
Dali em diante, Zayne liderou o caminho pelo mata, cauteloso e calado, o mais silencioso possível. Aquela não era uma área tão fechada, então não chegava a ser propriamente uma floresta, mas as árvores e os arbustos altos eram o suficiente para protegê-los das vistas. Em algum lugar não muito longe, era possível ouvir ruídos intensos de motor de motocicletas; pelo menos duas, que se moviam na direção para onde os investigadores estavam indo.
Quando alcançavam a próxima margem da mata, onde uma nova estrada a cortava, puderam ver algumas propriedades abandonadas. Pareciam galpões. Zayne correu até o mais próximo, que estava bem acabado e sem o teto, se escondendo atrás de uma das paredes e indicando outra para que Karen fizesse o mesmo. [imagem ilustrativa] Metros longe dali, um galpão mais inteiro podia ser avistado. Aquele tinha uma movimentação que dava para ver de longe. Pequena, no máximo umas quatro pessoas, mas tinha gente mesmo!
– Hora de trabalhar minha amiga. – Zayne podia estar falando com Karen, mas não. Na palma de uma mão, uma Pokébola se abria. Na outra palma, um minúsculo Joltik surgiria, carregando entre seu pelo amarelo um dispositivo redondinho: um microfone – Sabe o que fazer. Cuidado. – o investigador apenas largava seu inseto no chão e o bichinho corria rápido na direção da aglomeração, sumindo de vista entre o mato.
Star City – Manhã | 28ºC – Food
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Hiro ♡