— A menos que você saiba como localizar e desativar todas as máquinas sozinha e também tenha informações da situação por lá... Temos, sim. — Ergueu a sobrancelha diante do protesto birrado da loira, balançando a cabeça em negação. Não era como se estivesse feliz de ter que carregar um Rainbow pra lá e pra cá, mas aquilo era uma necessidade que, infelizmente, não tinha como simplesmente evitar. Sinto muito por desapontá-la, senhorita!
...aliás...
Eu não sei se eu já cheguei a mencionar (também não acho que seja estritamente necessário, mas vamos lá)...
Sabe, dona Bley de vez em quando podia se passar por uma bela de uma criatura desmiolada - do tipo que pode surpreender até os mais lerdinhos do rolê, independentemente se por sua fúria incontrolável ou simplesmente displicência de atenção (o que era incrível, considerando que também era capaz de "matar mosca com palito de dente" de vez em quando, se é que você me entende).
...então, eu admito que, quando a bonita começou a teorizar sobre o retorno dos Rainbows e a inversão de toda a situação da realidade deles... Veja bem, podia até ser uma hipótese ótima - se tivessem alguma pista sobre isso.
...o que não era o caso, então fica aquele clima de que você tem que encarar sua companheira enquanto tenta entender de que cu de burro ela tirou aquela ideia, porque até onde sabia, o único Mudbray que tinha estava bem longe, bonitinho, lá no Storage.
— ...Terra chamando Karinna. — Foi o que disse, bem devagar, após alguns momentos de silêncio, inclinando-se na direção da loira.
— ...responda, Karinna. — Insistiu, aproximando a mão e... Dando um peteleco no meio da testa da bonita.
— De onde que você tirou isso, doida? — Oh, aliás, acho que sabia de onde.
— ...tu tá falando do- — ...outro peteleco.
— ...eu sei que você tava ocupada aterrorizada com a revolta das máquinas, mas são os Rockets que tão tentando programar a volta deles. Ou você encontrou algum buraco de minhoca indo buscar os oxigênios e não me contou, hein? — Provocou em um deboche discreto, um sorriso torto brincando pelo canto dos lábios enquanto espiava a monotreinadora.
Ora, não era todo dia que via ela surtar de um jeito engraçado, sabe?
INCLUSIVE, sim, senhora narradora, é dessa mesmo que estávamos falando. Ou que eu pretendia falar. Eu achei que tinha mencionado, mas aparentemente eram tudo vozes da minha cabeça. Mas acho que você não pode me julgar tanto - afinal, quando a gente sobe sobe sobe e sobe sem parar um monte irritante cheio de Rainbows pra todo lado, acho que é normal que uns parafusos acabem fora do lugar, principalmente quando a gente já não tá com eles muito certos. É também aqui que eu tenho que te dizer que ninguém é de ferro (além do Steelix e da Sashimi, mas aí é detalhe), então é claro que tiveram que descansar um pouquinho aqui e ali (até porque não só as pernas não iam aguentar, mas a cabeça também não se ficasse ouvindo dona Bley reclamando o tempo todo que não aguentava mais), distribuir ração que com toda a certeza não foi extorquida do Centro Pokémon, águinha, essas coisas aí que todo mundo sabe que precisa mas ninguém vai atrás porque tem um CP em toda esquina - menos no meio de um bioma, o que é uma pura de uma sacanagem, mas vamo seguir em frente.
...aliás, sabe o lance de matar mosca com palito de dente?
Digamos que essa é a parte que isso entra - ou não matar, no caso. O que importa é que... Existia um encontro prédestinado a ocorrer naquele lugar, entre uma dupla e um singular que, embora tivesse consciência da existência, não havia tido esperteza o suficiente para se rpecaver para quando ele ocorresse.
E isso me faz concluir que agora estamos nas mãos de Karinna - e do que diabos poderia ter acontecido com sua "versão colorida", pois esse "detalhe" poderia ditar tudo o que aconteceria a partir dali.
...e afinal, nosso maior inimigo somos nós mesmos, não?
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O amanhã é efeito de seus atos. Se você se arrepender de tudo que fez hoje, como viverá o amanhã?