Pokémon Mythology RPG
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[Skies (were) blue] – Mt. Silver –

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Era um pouco cômico como a Natalie Rainbow se sentia mais confortável com a nossa Natalie do que com a Karina. Quer dizer, entenda bem: feliz e confortável são sentimentos que nós correlacionamos, mas não necessariamente há uma correlação. Com Karinna, ela sentia saudades. Era uma nostalgia acalentadora que lhe ninava, mas nada muito feliz... se é que me entende. Isso explica todas as lágrimas espalhadas naquele rosto pútrido enquanto nossa Rocket-maluca a ninava.

Por outro lado, Natalie se mostrava alguém muito parecida com si, porém com a dádiva da inocência. Certamente não passou por tudo que a Rainbow passou, afinal de contas, não havia tido seu mundo destruído, destroçado e desintegrado por coisa alguma. Ainda assim, havia uma semelhança alegre que despertava um certo sorriso na moça-de-rosto-incinerado.

As semelhanças? Bem, esse qualquer um poderia lhes dar. A primeira delas era o apreço por Karinna, que mesmo em outra dimensão, não mudou em nada. O ciúmes? Também ta ali, vivo e forte; tão vivo que desperta na Rainbow uma pontada de ciúmes responsivo também. O segundo ponto semelhante era a desconfiança zelada. Ela sabia...

... eu também sabia...
... Karinna sabia...
... e obviamente a Rainbow sabia...

que Natalie sabia menos que uma pedra sobre o que diabos estava acontecendo ali, mas ainda assim ela não cedia tão fácil. Seria cômico, se não fosse trágico. Já nossa Rainbow já não tinha a quem chamar e apostou todas as fichas nesta dupla de amigas, então não podia nem sequer duvidar delas.

E era apenas por isso que ela não questionava, batia pé ou demorava para falar. Em toda a sua cabeça confusa, não achou plano algum melhor que contar com Karinna e Natalie para lhe ajudarem, afinal de contas, quem entenderia melhor seu desespero além de si mesmo e, obviamente, a pessoa que mais lhe ama?!

A empatia, por incrível que pareça, parecia ser sua melhor arma...
... e ela sabia que, por mais sádicas que Karinna e Natalie pudessem ser, havia muita ética e humanidade na forma como as duas resolviam seus conflitos.

Por esta aposta, não tinha dúvidas que deveria responder Natalie com sinceridade, porém tinha medo de lhe assustar demais, então foi "comendo pelas beiradas":
- Não... morreu não - Seu sorriso frouxo e uma lágrima perdida se juntaram - Ela só... ela foi engolida? Eu não tenho essa certeza pra te dar, mas eu sinto que ela ta viva - Suspirou - Na verdade, eu preciso que ela esteja viva...

Um balançar de cabeças lhe veio como um tic, resquício de alguma obsessão ou compulsão que ganhara durante a vida. Todas as vezes que balançava a cabeça com força, um sentimento terrível é mandado embora e ela esquecia completamente o que pensara a pouco; como um imediato 'reset', que afasta as más lembranças e péssimos pressentimentos.

Graças a esse 'super poder' psíquico, a ruiva demorou um pouco recompor sua linha de raciocínio e lembrar sobre o que diabos estava falando. Seu semblante aéreo parecia até mesmo ter esquecido da queimadura horrenda, que graças ao vento frio, já estava ganhando um aspecto mais ressecado... o que não era muito agradável à moçoila, mas era muito menos feio de se ver.
- Ah... - Olhou para cima com os dois orbes abertos, num raro momento em que conseguiu mover a pálpebra queimada - Ela foi absorvida por um pokémon. Eu não sei se vocês querem detalhes dessa história... mas em algum momento vocês vão entender - Seu rosto voltou a altura normal, com o pescoço neutro e uno-olho focado em Karinna - Mas tu é forte. Teu corpo ainda ta com a gente...

Um sorriso tão tosco quanto o anterior se formou. Diferente do raro-momento em que abriu o olho, desta vez Natalie Rainbow não conseguiu mover seus lábios tostados. Toda essa paralização lhe deixava cansada de falar; li-te-ral-men-te cansada. Era um esforço desigual! Ainda mais difícil era ser compreensiva, então precisava de longas pausas para descansar:
- Mas a história que eu vou contar é da minha Margo. Ela veio aqui pra resolver isso... e a sua... bem, foi ela quem matou - Levara sua mascara de Oxigênio ao nariz e dera uma boa fungada antes de continuar. Seu tom só não era completamente frio por manter-se cautelosa ao falar as palavras mágicas - Na verdade, a Margo te ama. Talvez mais que eu... ou diferente. Mas ela veio aqui resolver sua abdução - Uma nova lágrima caiu, desta vez enfileirando-se com outras. A água salgada entrou em contato com a pele ferida, fazendo a menina chiar de dor por um instante, mas se recompondo logo em seguida - Lá na nossa terra, não tem mais lendário pra rezar. Todos foram mortos ou capturados e quando a Rainbow começou a projetar viagens no tempo, ela não pensou duas vezes em vir pra cá. A gente sempre ouviu dos tempos que os lendários podiam fazer milagres, mas nunca vimos. Ela tomou frente de tudo e veio, primeiro que qualquer um, sem medo. Ela fez isso tudo pra salvar você... mas não deu certo.

Seu olho fincara em Karinna desde aquela hora e não soltou mais. Era como se Natalie se preenchesse só de vê-la de pé. Reparando a obsessão estranha, balançou a cabeça mais uma vez e puxou mais um bocado de ar:
- A base tem oxigênio... mas não da pra só entrar lá e é por isso que eu preciso de ajuda - Tentando parecer mais normal do que segundo antes, revirou o olho-bom e passou a olhar para sua sósia - Margo fez de tudo pra vir até aqui e resolver isso. Na verdade, acho que tudo deu errado por isso... nesse universo... as pessoas parecem ser muito mais punidas do que no nosso... pelo menos quando vão contra os deuses... e o que Margo fez talvez seja imperdoável... nem por amor... matar a si mesmo não é uma coisa aceitável, muito menos quando você organiza tudo pra fazer isso - Suas pausas era mais curtas, porque Natalie já estava cansada de perder o fio da história simplesmente por não conseguir falar direito. Tentou forçosamente manter-se coerente e direta, porém parava de quando em quando para que sua face não desmanchasse em dor - Talvez seja karma isso tudo... porque desde que nos descobriram... tudo que fazem é nos caçar... Eu tava com Margo quando nos atacaram... A gente pisou na base e o cheiro de morte veio, sabe? Não demos nem dois passos e vimos um amontoado de Grunts no chão... eu não vi como aconteceu direito, só ouvi o grito dela e corri pra parede... não sei porque... mas isso me salvou. Ácido, simplesmente um pokémon jogou ácido em mim. Eles não tentaram me capturar, eles tentaram me matar e pronto...

Numa tentativa de ilustrar melhor os efeitos ÓBVIOS do acontecido, Natalie virou seu machucado para a outra Natalie, que ainda não havia se aproximado o suficiente para sentir aquele cheiro horroroso. Quando terminou de delimitá-lo com o dedo, abriu a boca para ser mais clara:
- Eu acho que sei quem nos atacou... eu tenho quase certeza que foi a Flare e... se eu estiver certa... eu consigo trazer Margo e Karinna de volta se vocês me ajudarem... - Deu um suspiro longe - E eu sei que vocês precisam chegar ao topo pra fazer a missão de vocês... então não é como se fosse uma ideia muito ruim... né?


MAPA

Natalie :


Karinna :


▼PAUSA PRA MISSÃO ROCKET▲

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O Mahiro é o melhor do mundo <3

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A terceira semelhança, é aqui que eu posso dizer, se trata exatamente do tique silencioso quanto ao balanço de cabeça para que espantasse todos os pensamentos que se amontoavam pouco a pouco, mas de maneira sórdida, em um canto sombrio da consciência. Quiçá sequer Arceus sabe quantas vezes já o fizera ao longo de toda uma jornada, então não seria com estranheza que observaria a compulsão de sua existência espelhada.

...Sabe, há um ponto positivo em se autoquestionar - literalmente. Apesar de todos os pesares, aquela era uma situação onde era capaz de reconhecer em si própria (ou talvez não tanto!) os tiques, manias, desvios. Era o tipo de situação em que podia não só pressentir, mas ter certeza, de cada uma das mentiras, verdades, ocultações - mesmo que não pudesse ter certeza de quais partes o eram, é verdade - e, se podia se dar ao luxo de ficar contente por algo naquela situação patética, imagino que possa dizer que se trata exatamente do fato de não precisar sapatear em cima de ovos para que pudesse ter uma noção de onde se situavam naquele tipo de ambientação.

Acho que foi por isso que, diante da revelação da "situação" de Margo, a primeira reação instantânea foi a de não só mover a mão para o ombro da monotreinadora, mas também apertá-lo com uma certa firmeza de âncora para tentar impedir qualquer deslize de pensamento que pudesse chegar a acontecer. Não tinha certeza se Bley perderia completamente as estribeiras em uma situação que seu próprio ser estivesse espelhado em outrem, mas sua própria experiência já a havia ensinado que, de vez em quando, uma imagem não é suficiente para parar fúria, revolta ou, bem, mágoa.

Assim como os dígitos em seu ombro, os da mão livre vieram escapando pelo braço da especialista, forçando com cautela o romper daquele projeto de acolher/aproximação entre as duas. Foi Balthazar quem também intercedeu naquela situação, aproximando-se pelas sombras do lado oposto da loira e enrolando sua mangueira pelo outro braço, recuando para que pudesse fazê-la retroceder e, eu admito, cuidar da possibilidade de desabamento que as pernas de Karinna pudessem tentar protagonizar.

Já haviam visto os surtos, os baixos, os altos. Já puderam observar a maneira simplória com a qual a donzela de madeixas douradas reduzira a presença de um Throh à uma massa confusa e visceral de carne ao utilizar os próprios punhos. Com isso, meus senhores, eu posso te dizer que esse é exatamente o tipo de situação em que não poderiam se dar ao luxo de permitir a sorte ao azar - e talvez os braços gordos de Ivy e a presença do elétrico alaranjado fossem suficientes para resolver essa situação, principalmente se levasse em consideração que eles deveriam ser suficientes para segurar e manter contida qualquer tipo de fúria cleptomaníaca que pudesse emergir daquele belo ser de luz.

...então, teria que lidar por si só consigo mesma.

— ...Ainda sobrou? — Apontou com o queixo para o tanquinho de oxigênio utilizado para fazer a fogueira, uma das mãos se movimentando para que pudesse chamar com o indicador a presença egípcia fantasmagórica, que veio se rastejando daquela maneira asquerosa e meio torta, as mãos se esfregando para materializar um fogo fátuo que, eu imagino, não deva ter tantos problemas de se manter. Quanto ao oxigênio, caso a resposta seja negativa, imagino que sobre para essa cabeçola ruiva o trabalho de dividir o seu. — ...Você... — Um balançar de cabeça, o corpo se inclinando com suavidade para que pudesse encarar, olho no olho, sua cópia não-tão-bem-feita que podia creditar ao ácido escorrido. — ...Suas opções realmente acabaram, huh? — Um murmúrio contra sua presença infame, os orbes acinzentados percorrendo vagarosamente cada um dos traços deformados - ou não - da semelhante, tomando o tempo que julgou necessário para que pudesse fazê-lo.

— ...Qual a sua certeza de que foi certa que morreu? — E essa foi a primeira questão utilizada, sobretudo, para pingar a semente da dúvida na situação de Margo. Ela poderia não exatamente ter alguma, mas a ideia não era algo ruim de se soprar em uma situação caótica como aquela. — Qual a situação na base, como se procedeu quando você saiu, e como você saiu? — Afinal, esses detalhes técnicos da situação, querendo ou não, eram importantíssimos de se colocar na mesa antes que decidissem qualquer outro detalhe da operação.

...Suave, a coluna se endireitou.

— ...Além disso... — Pausa. — Você disse que a Karinna foi absorvida. — Pontuou, os braços se cruzando com certa suavidade à frente do peito, os dedos tamborilando devagar pela curva da articulação do cotovelo enquanto ponderava as cartas que tinha em mesa. — ...Você tá falando daquele bicho esquisito? — Outra pausa. — ...tem gente que chama de Gilatina. — Comentou, analisando em silêncio a reação da ruiva oposta. — ...Você tem algo pra dizer sobre ele? — Porque, sim, esse acabava sendo um assunto necessário e inevitável, querendo ou não. — Inclusive, acho bom você ficar logo sabendo... — Um sorriso torto se desenrolou pelo canto dos lábios, quase debochado. — Não é tanto questão de punição. Os bonitos lá de cima podem fazer qualquer coisa, se você fizer algo ou se eles simplesmente não forem com a sua cara. — Deixou escapar um riso curto, sem emoção, balançando a cabeça com suavidade quase inquietante.

...e aí...
Vinham as coisas um pouquinho mais pessoais.
Quer dizer, mais ou menos.

— ....Seus pokémons. Onde estão? — Será que ia ter um bando de cópias de seus bichinhos, também? Kelsier ali não deixava mentir... Aliás, quanto tempo será que a senhorita ali ia demorar pra perceber a presença dele? Não que eu julgue, afinal... Fazer o quê. — ...O que você ainda tem de recurso aí? Se você tá numa situação que dependa da gente, imagino que não deva ter muita coisa. — ...afinal, quantas as vezes já tinha tido que se virar nos trinta, entende? Uma versão pós-apocalíptica sua não deveria estar tão longe do mesmo patamar.

E precisava saber quanto podia contar ou não com ela.

— ...Toma. — Foi o que deixou escapar nos últimos segundos dos acréscimos do segundo tempo, tirando do bolso exterior da mochila um tubo de pomada de ervas, revirando-o entre o dedos e o largando no colo da sósia. Devia ajudar em alguma coisa - de qualquer jeito, não era como se a culpasse por, pelo menos aparentemente, não ter nada consigo para aliviar a própria situação.

...ela própria só a tinha porque Shion recentemente a havia obrigado a levar, afinal.

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O amanhã é efeito de seus atos. Se você se arrepender de tudo que fez hoje, como viverá o amanhã?
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Skies were Blue


A história era longa e, conforme progredia, conseguia sentir um misto de emoções que, bom, acredito ser uma característica já intrínseca minha. Assim que sou, infelizmente: um caleidoscópio de emoções, muitas das vezes incapazes de serem controladas pelo meu próprio pobre-coitado consciente. Era informação demais para se organizar dentro da minha cabeça e, em resposta, minhas unhas começaram lentamente a fincar na carne da Natalie viajante do tempo, principalmente após sentir a mão da minha Chase no ombro para tentar me acolher. Em situação alguma eu machucaria Wooper, mas... Era mais forte do que eu. Margo estava morta, ceifada em nome do "amor" que supostamente a outra Margo sente por mim; ou melhor, uma versão de mim. Mas desde quando? A que estava comigo quando salvamos os Altaria certamente era a minha.

Não pude nem me despedir direito da mulher que salvou minha vida diversas vezes.

Minha amiga.

Cada questionamento interno fazia a ponta afiada das unhas cortarem cada vez mais a epiderme de consistência mole — a essa altura, sequer sei se a Chase de outro mundo está fingindo não sentir a dor ou simplesmente não consegue senti-la por conta do receptores mortos pelo ácido, mas não me importo. Meus olhos, atônitos, focados em uma única pedrinha que dançava no chão por conta do vento, com os lábios lentamente abrindo as poucos para tentar emitir um som que as cordas vocais não conseguiam produzir.

"Mentirosa".

Era disso que eu chamaria a Natalie do outro mundo, de mentirosa, se tivesse forças. Margo não pode estar morta. Isso tudo não pode ser uma saga feita somente para me salvar. Não importa e jamais importará de qual Karinna e de qual universo estamos falando: em todo eles eu serei a mesma porcaria. Uma merda. Um lixo. Uma órfã descompensada que teve mais chances na vida do que realmente merecia. Sou uma ninguém, que tive uma única amiga na vida, Wooper, até encontrar uma outra pessoa que me aturasse pelo que eu sou. Margo me ensinou que eu não precisava ser tão "Karinna" e, por isso, fez com que eu abrisse meu coração praquele Ranger babão que por algum motivo louco gosta de mim mesmo com todos esses defeitos. Foi ela que deu o pontapé inicial para eu ser um... Ser humano. Viver como um. Aceitar que eu valia de alguma coisa.

Como assim não pude me despedir dela?

Como eu dou um jeito de estragar tudo? Mesmo de outro universo?

A porra do universo tá colapsando por causa de uma INÚTIL que nem eu?

...

Não.

Não.

— Tudo isso... P-por minha culpa? — dei uma última respirada no oxigênio e minha expressão fechou — ... — rangi os dentes por alguns segundos quando finalmente a outra Natalie terminou de falar — Não pode ser verdADE NÃO PODE! — o braço direito soltou da ruiva e o punho encontrou o chão quase de imediato; foi por pouco que não quebrei os dedos novamente — COMO VOCÊ DEIXOU ISSO ACONTECER? NOSSO TRATO É CUIDAR UMA DA OUTRA SEMPRE EU TENHO CERTEZA QUE EM QUALQUER UNIVERSO.... DESCULPA, É TUDO CULPA MINHA EU TENHO QUE ESTRAGAR TUDO EM QUALQUER LUG-

Minha cabeça não funcionava direito. Queria atribuir a culpa à ruiva, mas não é do meu feitio isso. Nunca, em circunstância alguma, eu culparia Wooper de alguma coisa. Essa ou a minha ou a de qualquer multiverso.

— Não.. Não . NÃO NÃO!

Foi com sucesso que Balthazar e Ivy conseguiram me segurar de desferir o segundo soco no chão. As lágrimas, então, começaram a surgir nos meus pobres orbes cerúleos; as unhas agora buscavam a pele dos monstrinhos para tentar me libertar, mas nada machucavam, afinal, Rotom é um fantasma e Dragonite tem escamas tão duras que mitigam até ataques Pokémon. Não que isso importe: continuei, esperneando diversos "ME SOLTA!" e uma quantidade tão exorbitante de palavrões que assustariam qualquer ser humano, com uma unha ou outra quebrada que pintaram ambos meus anelares de rubro.

Eu queria me punir. Punir minha existência, aqui ou em qualquer outro plano. A expressão estampada no meu rosto era unicamente de tristeza, de dor, como se algo tivesse sido arrancado de mim à força, mais uma vez. Ivy e Bombril olhavam pra mim com tanta compaixão que pude ver a dracônica não mais conseguir segurar e desabar em choro junto comigo. Não por entender perfeitamente o porquê de eu estar assim, mas por ver que um pedaço da minha alma estava desesperada, em prantos, fragmentada. Era uma ferida tão profunda que tocava no maior trauma da minha vida...

Eu perdi Margo como perdi minha família: sem despedida, em pressa, sem um "obrigado" ou um "valeu por tudo" ou "eu te amo".

E aí, meus amigos...

Aí sim eu chorei algumas das lágrimas mais tristes que esse ou qualquer universo já viu.

A força se esvaiu, com o corpo ficando unicamente pendurado pela força dos pequenos, pendendo no ar como um pedaço de carne no açougue. Estava entregue completamente à tristeza, ao luto imediato, a dor física que ouvir aquelas palavras me causaram. As lágrimas escorriam e atingiam a superfície terrosa de maneira que parecia haver uma torneira mal fechada ali, criando até mesmo um pequeno caminho aquático de gravidade que parava na fogueira e se extinguia no ar. As madeixas caíram, cobrindo a face e impedindo que as Natalies e qualquer outro ser presente conseguisse ver minha expressão. Deixa eu me corrigir... Expressões, no plural. Raiva e tristeza. Era entre essas duas emoções que meu rosto transitava em questão de segundos.

Minutos passaram-se em silêncio. Natalie pôde perguntar tudo que queria à outra, mas não escutei, tampouco conseguiria entender. Não me importava mais. A cabeça estava pesada, os olhos inchados, o corpo entregue a tristeza e ao luto. A falta de oxigênio começava a fazer efeito e eu só... deixei.

— Mais uma vez... — meu tom de voz era baixo, grave; a dificuldade de respirar começava a incomodar mais — A dor de ver alguém que amo ir embora sem poder se despedir. — busquei por ar, enchendo meus pulmões; mesmo pendurada, ergui a cabeça para os céus, com as madeixas cobrindo parte do rosto, mas deixando o suficiente livre para verem perfeitamente minha expressão — Seu filho da puta. Ar-arceus... Eu vou te matar.

E...

— Vou matar... — deixei a cabeça pender mais uma vez — Eu vou matar as duas.

Prometo que vou.

Day Care

Spiritomb: 252 posts;
Galar Ponyta: 122 posts;



The water filled my lungs... I screamed so loud but no one heard a thing.

_________________
Bônus:
- Especialista II Psychic;
- Gestora Rocket:
- Skill Rocket: Queimando a Largada! (+3 Atk; +3 Sp. Atk para Pokémon em batalhas);
- Skill Rocket: Aprendizado Prático. (20% a mais de EXP em batalhas durante uma Missão Rocket);




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Havia algo bastante incômodo no semblante de Natalie, que aos poucos foi se revelando como dor. Não digo a dor da unha-fincada-na-carne, digo na dor de tentar manter o fôlego, a confiança e, ao mesmo tempo, falar sobre tudo aquilo. Ela sabia do mais óbvio: se rezasse um terço da missa de vez, não iriam acreditar.

Ainda assim, Natalie - pelo pouco que viveu aqui - achou que esta Karinna não ia se importar tanto com a morte de Margo. Claro, ela não sabia dos momentos tão íntimos que tiveram lá atrás, mas por não serem tão próximas quanto no seu mundo, estava certa de que aquilo não passaria muito de um "bandeide puxado rápido demais".

Pois é... ledo engano.

Talvez neste aspecto tenhamos a quarta semelhança entre estas Natalies: apesar de conhecerem bem Karinna, nenhuma conseguiu prever aquele tipo de reação. Quer dizer, era possível? Era, mas nenhuma tinha certeza se isso viria ou não a acontecer.

Talvez por isso, todos ali deixaram que o surto ocorresse em uma orquestra moribunda de silêncio. Só o assobio do vento gelado vibrou os tímpanos com som. Isso e, é claro, os berros ecoantes de Karinna.

A lágrima caiu e, se não fosse o fogo fátuo da sua Natalie, certamente teria sido apagado pela sua natureza frágil. A minha Natalie começava a se sentir mal pela pouca sensibilidade que teve ao por na mesa tais notícias, mas ela realmente não esperava que aquilo fosse acontecer. Pegou seu oxigênio, acenou positivamente para a outra Natalie e deixou evidente: ela ainda tinha uma certa quantidade de oxigênio. Quanto? Não sabia ao certo, mas uma caminhada até a base não iria usar muito mais que aquilo.

Estavam perto... perto demais.

Talvez fosse isso que assustava nossa Rainbow, por que ao ver a resposta de Karinna, ela começa a cogitar que esta aqui não fosse a melhor de suas apostas, mas foi como a Rocket-black lembrou: não tinha mais opção alguma. Engoliu a seco, passou a mão no rosto-sadio e tentou se aproximar de Karinna. De início, pensou ser uma péssima ideia, mas quando a viu se culpar muito mais que culpá-la, achou que isso não lhe causaria danos permanentes, então se atreveu a alcançá-la com a palma da mão, enquanto ela estava presa nos braços de seu Dragonite.

Inclusive, Natalie estava impressionada com o quão forte esta Karinna era... mas não o suficiente para comentar.

Quando viu que a calmaria de Karinna viria com o tempo de luto, desistiu da interação por um tempo e fez aquilo que deveria ser feito: conversar consigo mesmo sobre as possibilidades. Ali, Natalie encarou uma outra Natalie curiosa, investigativa e pragmática, que tinha a mesma decisão de dar um tempo à Karinna sem deixá-la completamente a deriva.

Com o aval da Natalie-Rocket, a Rainbow entendeu que sua escolha era a melhor e caminhou de volta para perto da fogueira, aquecendo suas mãos e ouvindo todas as perguntas com atenção. Ela não queria responder uma a uma, preferia fazer um compilado para não se perder...

... afinal, ainda era difícil falar:
- Eu esqueço que vocês não sabem nada sobre o outro universo e fui eu quem vivi aqui por meses... - Suspirou, soltando os dois ombros e vendo uma pomada cair de imediato no seu colo. Não agradeceu, apenas tirou a tampa e começou a sentir a textura do remédio - Sendo bem sincera, eu não conheci a Margo muito bem... e... na verdade, nem somos próximas ou amigas, a gente trabalha juntas e pronto. Entramos nós duas na Rainbow por mediação dela e... bem, ela 'treinou' a Karinna muito bem, enquanto eu nunca fui muito bem vinda nessa relação... - Mais uma vez um suspirou soltou seus ombros do trapézio, lhe trazendo mobilidade para pegar um tico da pomada e começar a aplicar - Pra ser bem sincera... eu sempre tive ciúmes - Abriu um sorriso amarelado de apenas um lado, porém a expressão sumiu assim que o remédio tocou sua pele, causando uma ardência imediata - Iiiih

Fechando os dois orbes com força e mostrando os dentes, a ruiva demonstrou uma ardência péssima. Talvez Shion não soubesse, mas aquele remédio, ao menos no início, não anestesiava em nada. Quando o ardor foi passando, sua face foi se adormecendo e ela respirou fundo mais uma vez, desta vez sem o oxigênio, e acabou tossindo um pouco:
- Então eu não conheço ela o suficiente pra te dar certeza de que foi uma ou outra que morreu... mas ela conhece o suficiente do meu mundo pra eu ter bastante confiança em dizer que ela é a minha Margo - reiterou o minha com aspas-no-ar - A gente vem de um contexto muito diferente. Primeiro que a Rocket Rainbow não é clandestina e sim institucionalizada, segundo que os Rangers são uma divisão da Rainbow e terceiro que... arg, depois de um desses casos de comoção nacional, onde um pirralho se incinerou ao tentar apagar incêndios na Ilex Forest, é proibido qualquer tipo de missão em rota sozinho, a menos que você tenha toda as insígnias de um continente. Isso obrigada nós a andarmos em dupla, então a dependência de outra pessoa era muito maior... e... bem, só depois que a Karinna se foi que eu fui me importar com tudo isso o tanto que merecia... entende?

Com um pouco de mal jeito, Natalie tentou virar seu corpo quase 180º, caçando sua bolsa. Depois de alguns longos segundos tentando, conseguiu alcançar a alça e catar seu celular do bolso-da-frente, sem muito esforço. Dali, digitou algumas coisitas, desbloqueou a tela e pressionou algumas coisas. Após isso, abriu a galeria do celular e separou quatro fotos específicas, mostrando-as para Natalie.

A primeira - tanto tirada quanto mostrada - era de Karinna e Margo, sentadas no banco da praça de LaRousse. Atrás, onde deveria ser a Adventurer Store, um prédio-sem-fim, cujo o teto era impossível ver naquela foto. Apesar da impossibilidade, era muito evidente o enorme logo da Rainbow Rocket em um arco emoldurando a entrada da construção.

No primeiro plano, ainda no banco, Margo sentava de pernas levemente abertas, estava de calça preta e uma blusa branca mais solta, que camuflava seu cabelo e a deixava um tanto ridícula na foto. Karinna, ao seu lado, olhava para um pacote de batata frita do MC Ronalds meio frustrada, visto que ele parecia ter acabado-de-acabar. Embaixo do pacote, uma Umbreon cutucava e furava (mais) o pacotinho, provavelmente a denunciando como ladra. Logo ao lado, ainda no banco, o Zorua de Margo dava um jeito de sentar e logo atrás um Pangoro ilustrava a paradoxal a calmaria, junto do plano-da-frente. Logo no chão deitado - e bem comportado -, um Absol ao pé de Karinna.
- Esse é o Sushi, aquela a Manju - Apontou respectivamente para o Absol e o Umbreon - Mochi - Apontou ao Pangoro e deu um sorriso - E essa é a Margo - por fim sinalizou a moça platinada, não tendo certeza se Natalie a conhecia, afinal de contas, nada falou - Eu tirei a foto, essa foi nossa primeira semana na Rainbow.

Eu preciso dizer algo importante e que Natalie claramente ia perceber logo de cara: Karinna estava muito mais nova do que quando realmente entrou aos Rockets. MUITO MAIS NOVA. Não era coisa de alguns meses, mas provavelmente três ou quatro anos a menos. Além disso, ela tinha uma face saudável, bochechas vermelhas e um bocadinho de peso a mais que a sua Karinna. Isso poderia, sem dúvidas, assustar.

Sem saber ao certo se já podia passar, passou para a segunda foto, que respondia ao menos um dos questionamentos de Natalie: o Gilatina. Nesta imagem, a gente tinha o exato mesmo formato do monstro que atacou nosso mundo, porém em projeções muito maiores. Como comparar? Bem, não era preciso. Na foto que Margo mostrara, a cara abobada do monstro não estava em terra ou mar: estava no céu.

Sim, no céu.

A foto era de um enorme rosto abobalhado, que surgia da linha do horizonte e apoiava seu narizinho em alguns prédios de Lilycove. Só seu nariz ocupava grande parte do cenário, e sua testa cinzenta, somada aos dois chifrezinhos roxos, tocavam o limite do céu. Não era possível ver seu corpo abestalhado, mas subtende-se que ele estava extraterrestre, como que pisando fora de órbita em alguns cometas para pegar equilíbrio. Quando teve oportunidade de falar, explicou:
- Essa foto foi tirada por um jornalista de Lilycove instantes antes de ser engolido. O que salvou foi a conexão via satélite, que mostrou a foto pro mundo rápido o suficiente... - Aqui ela sentiu um pouco de dor de cabeça e decidiu fungar um pouco mais do oxigênio que restava - Isso foi instantes antes do Gilatina que vocês conhecem comer Lilycove inteira. Literalmente comer. Eu vi as notícias sobre o que vocês chamam de Gilatina e, vai por mim... foi fichinha. Não tinha o que fazer, ele simplesmente veio, abocanhou três cidades e foi embora e desde então nós vivemos o eterno medo dele voltar - Abaixou a cabeça um pouco chateada com a situação - Não foi assim que Karinna foi, graças a deus. Se fosse, seria muito pior. Ela estava com Margo em Violet, em missão. Mas muita gente acha que, o que você chama de Gilatina, é Arceus. Dai em diante, eu não preciso nem falar do medo que os lendários começaram a causar, né?!

Estava implícito. Já agoniada de ver a segunda foto, foi até a terceira: um print de uma reportagem qualquer de um ano atrás. Na manchete? "LÍDERES DO MUNDO INTEIRO ESTUDAM COMO DOMAR LENDÁRIOS E DEUSES". Na imagem de divulgação, um homem de cabelos alaranjados em formato de juba, um segundo de cabelos vermelhos lambidos para trás e um terceiro com a bandana da equipe Aqua. Na legenda, cada um estava nomeado: Lysandre, Maxie e Archer.

O restante da notícia gritava intervenção humana em espaços que não deveriam, anunciando que todos aqueles haviam capturado lendários únicos, mas que isso não bastava. Após o primeiro, o objetivo era o segundo, até que nenhum Lendário mais estivesse solto no mundo. Um-depois-o-outro. Sem descanso!

Mas Natalie era bem mais sincera que a mídia sobre isso:
- Isso aqui é mentira. Eu não preciso nem dizer o quanto a imprensa é manipulada no meu mundo, né? Acho que você já entendeu quando eu disse que a Rainbow é uma instituição... então a gente TEM APOIO POPULAR. Todo o adolescente quer ser um Rainbow até virar... - Deu uma estremecida só de lembrar desse horror - Pois é, eles já estavam capturando lendários muito antes desse movimento popular todo, só usaram o ataque de Arceus - pausa para dizer que é assim que é chamado - Pra revelar isso e ter apoio de todos. Ai começaram a usar a gente pra coletar informação. Karinna, como todos nós, estava bem em dívida com a Rainbow e pegou uma missão no deserto Shimmer pra tentar saber mais da localização dos Regis, porque eram os mais difíceis de achar. Muita gente tava pagando alto por essa informação e ela decidiu ir nessa... Ela e Margo estavam meio brigadas e por isso ela me chamou, mas fazia ANOS que eu não via ela e por ela sempre fazer as missões com Margo, eu estava atrás das 8 insignias pra poder fazer tudo sozinha... e eu fui uma imbecil - Pegou bastante ar e encheu o peito, prendendo-o e deixando um tempo lá, só soltaria para contar a verdade - Eu assinei como acompanhante mas não fui. Fui para o Juan... achei que não fosse nada demais. Eu nem pensei que estaria Deus e o mundo pela Shimmer fazendo a mesma missão. Uma briga começou naquela região... e ninguém poupou recurso nenhum. Todo mundo tinha a ideia de que ter os quatro Regis era poder construir outro mundo do seu jeito, sem contar os doidos que acreditavam que os Regis invocavam Arceus...

... e foi aqui que Natalie parou. Ela não sabia se devia continuar, tinha medo do surto de sua sósia, mas não sentia que ele iria vir. Apesar do território conhecido, o receio gerava respeito mas, ainda assim, continuou:
- Cyrus, da equipe Galatic, entrou em confronto direto com Lysander, da Flare. O Cyrus capturou Palkia e Dialga, enquanto Flare tem um Xerneas e um Yveltal... - Ela não sabia se nossa Natalie sabia o que isso significava, por isso, decidiu esclarecer - Todas as vezes que a batalha terminava com Cyrus perdendo, ele retornava no tempo. Todas as vezes que a batalha terminava com a derrota de Flare, ele ressucitava seus pokémons e sugava as almas locais para fortalecer Yveltal. Um paradoxo temporal se formou na Shimmer e a batalha durou vinte e cinco dias inteiros... - parou abruptamente, segurando com força o cilindro de oxigênio para dispertar uma outra emoção. Raiva surgiu no seu semblante, mas seu auto-controle era maior e ela retornou a si bem rápido - Quando isso virou notícia, ninguém podia entrar nas ruínas de Shimmer, porque todos ali foram dados como sugados por Yveltal. No fim disso, uma busca achou cerca de mil recrutas com o corpo vivo, porém sem alma... Karinna foi encontrada no quarto dia de busca e desde então nunca acordou.

O que levou a próxima foto: uma retrato de grupo. Nicholas, Winnie, Natalie, Ayzen, Margo e Natalie. Nenhum parecia feliz, mas também não estavam tristes. Era como se o tom-mórbido tivesse se tornado uma enorme expressão inanimada na face dos nossos sócios.
- Não sei se conheceu Kiki, mas ela era casada com esse aqui - Apontou para Ayzen - Ela estava grávida e, quando ela morreu, uma sociedade chamada Requiem começou a questionar a existência de lendários. Era como se... se eles quisessem matar todos eles. Era um caminho contrário de capturar, algo muito mais... definitivo. Eles fizeram essa missão na Ilex Forest, atrás do Celebi, mas a incapacidade de lidar com as linhas do tempo os fizeram procurar uma solução em outros mundos. Quando isso aconteceu com a Karinna, Margo entrou em contato com Nicholas e eles começaram a procurar uma forma de alcançar um outro Xerneas. Margo entrou na Requiem com esse plano maluco e eu, ainda bem transtornada de culpa fui junto... ela me convenceu de que era impossível confrontar Lysandre direto e que a melhor forma era entrar no plano de Giovanni... - Sim, o chefe da Rainbow. Margo guardou o celular e continuou - As instituições de Tohjo e Hoenn estavam muito mais fracas então Giovanni começou a bolar um plano estúpido de capturar os lendários de outros universos e dimensões dominando um Celebi....

E foi assim que Margo, Natalie, Nicholas e Ayzen foram parar nessa dimensão como Rainbows Rockets, mas isso ainda não respondia a principal pergunta de Natalie... na verdade, isso respondia muito pouco o que ela perguntava e dava mais um parametro geral para tal:
- E esse é o motivo de eu ser mais fraca que você. No meu mundo não temos esses recursos abertos, não temos Potions e muito menos criadores em universidades. É tudo monopólio dos líderes, variando do oligarca de continente pra continente. Você deve ter reparado o quão fraco são os Grunts, mas eu vim pra cá despreparada. Eu treinei e cresci muito mais aqui do que lá, mas eu ainda sou fraca. Só para subir aqui, todos os meus pokémons foram nocauteados e eu tenho três ou quatro Potions comigo e só. Eu já estava convencendo Margo de que o plano tinha dado errado e nós só queríamos voltar para casa, principalmente depois de começar essa caça as bruxas em cima da gente... mas quando entramos na base com o teletransporte... isso aconteceu - Ela apontou para o machucado e voltou a falar - E eu realmente não vi muita coisa, mas eu sai por sorte. Quando um bicho me tacou ácido, parte da coluna de pedra desmoronou e o acesso ao lado de fora ficou exposto. Eles provavelmente acharam que eu morri soterrada, mas eu só escalei pelo buraco e saí correndo. Nem olhei pra trás. To com o mesmo cilindro da ida.


MAPA

Natalie :


Karinna :


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Não se engane; não era como se aquilo fosse uma situação fácil.

Se por um lado precisava prestar atenção nas informações oferecidas pelo seu clone que agora se declarava mais patético do que talvez deveria ser (e eu não disse em quai(s) visõe(s), mas vamos lá), por outro era complicado quando o coração apertava no peito em resposta ao desespero lânguido gradual que se explicitava na compostura de Bley. Não creio que preciso mencionar que a situação era suficiente para comprometer pelo menos (e digo isso como mínimo!) parte de seu foco em relação aos testemunhos de... uh, Chase.

...mas também foi por isso que, mais uma vez, pôde se inclinar na direção da ruiva, a mão segurando seu queixo e os dedos apertando a pele derretida e nojenta sem oferecer muita importância à viscosidade que se apoderava das pontas dos dígitos. O rosto se aproximou bem do seu, o olhar acinzentado saboreando a expressão por alguns milésimos e, então, como uma brisa, soprou ao seu rosto:

— ...Pra alguém em toda essa situação, você parece ter certa dificuldade de saber quando segurar a língua. — Sibilou em um sussurro não exatamente feliz; as unhas ameaçando oferecer um pouco mais de dor às feridas do projeto de gêmea. ...Não é porque fodeu o lance com a sua que pode fazer o mesmo com a minha. — Um chiado baixo formulou as palavras, e essas foram feitas para jogar sal em uma cicatriz aberta bem mais íntima que a facial. Não foi exatamente com cuidado que largou o queixo da doppelganger, mas sim com certa brutalidade, endireitando a coluna e passando a ponta da língua pelo próprio lábio inferior. — Te ajeita e me dá tuas poções, já que é pra tu ser carregada, mesmo. A gente vai logo resolver essa palhaçada. — Não sei se você percebeu, mas também não foi um pedido. Quer dizer, não era como se já estivesse lá com o melhor dos humores, né?

Enfim, tudo isso pra dizer que tinham que seguir em frente e pra poder voltar a atenção para seu pobre nenémzinho abalado.

— ...Karinna, olha pra mim. — Pediu, suave, ao se aproximar. Não encontrou resposta, porém, e foi nesse momento que a discrepância entre os toques se mostrou presente, as mãos acolhendo o rosto da outra em uma concha delicada, cujos polegares afagaram-lhe as bochechas bem devagar. — ...Shuckle. — Chamou, mais uma vez. — Olha pra mim. Me escuta. — Aumentou o tom de voz, liberando uma das mãos para que pudesse ajeitar a máscara de oxigênio da especialista sobre seu nariz. — ...Você conhece a Margo, não conhece? — Pausa. — ...Se a minha réplica é mais fraca, você acha que a dela também não ia ser? — Aquela era uma situação difícil, levando em consideração que não exatamente conhecia a dita cuja... Então, precisava se agarrar aos fatos e à lógica para que pudesse tentar estabilizar a companheira. — ...Pensando nisso, você acha que ela ia morrer pra alguém mais fraca que ela? — Julgou que aquela era a melhor opção; Afirmar que poderia estar tudo bem era um ponto bem mais furado que fazer com que a irmã chegasse à própria conclusão.

— ...Nós somos Rockets, Shuckle. — Outra breve elevação de voz. — ...e em uma situação dessas, se passar por agente duplo do lado de lá é bem mais vantajoso que se livrar da falsa e dizer que tá tudo bem. — ...ora, até que a lógica não era ruim, vai, você não pode me dizer isso! — ...mas, se você quer encontrar a Margo, você precisa se recompor. — Disse, devagar, a suavidade mais uma vez se fazendo de luva para a voz. — ...Eu também preciso da sua ajuda.

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Skies were Blue


A questão que apertava meu coração e destruía meu âmago era profundamente intrínseca, quase como se você pudesse sentir alguém espetando seu emocional com algo afiado ao ponto de já não haver mais superfície saudável para continuar fazendo-o. Eram feridas que às vezes eu esquecia que estavam ali, mas que bastava o mínimo de ameaça que causavam o que causou no meu comportamento. Uma metáfora esquisita, eu sei, mas é exatamente assim que me sinto. Perder Margo dói, machuca, mas o como é a pior parte. Tinha que ser da mesma forma que eu perdi minha família, Arceus?

Quando Wooper se aproximou, acho que busquei todo o resto da força que tinha — desoxigenada, né? — para cair em prantos, igual um bebê. Era aquele choro alto, magoado, doído que faz você soluçar e mal conseguir respirar. Quando senti suas mãos pegando meu rosto e focando em meus olhos, mesmo com aquele monte de cabelo loiro molhado que me deixava com aspecto de maluca, parei. Foquei ali, no que realmente importava: minha irmã.

Ah, e ainda bem que a ruiva trouxe um pouquinho de oxigênio pra mim.

— ... Woop... — os monstrinhos me soltaram aos poucos; sabiam que com Natalie ali as coisas ficariam mais calmas — Eu si-sinto muito. — deitei a cabeça sobre o ombro da ruiva após respirar o oxigênio, com os braços entrelaçando nas suas costas — É tu-tudo culpa minha, até em outro universo eu só fa-faço merda.

Uma pausa repentina na voz anasalada e no choro se deu quase de imediato. Wooper tinha razão: seria burrice de Margo não agir dessa maneira e enganar a outra Natalie para continuar viva. O problema é que a ruiva aqui e bom, acredito que em qualquer outro universo, não é exatamente fácil de se enganar, né? O que interfere um pouco nessa teoria de Chase, mas que ainda continua aceitável.

— ... Você acha? — ergui a cabeça de novo, ajeitando as madeixas molhadas e embaralhadas para trás dos ombros e das orelhas — ... — encostei minha testa na sua, ainda deixando algumas lágrimas escaparem e o soluço terminar aos poucos — Obrigada, Wooper. Você sabe como essas coisas mexem comigo... Não poder se despedir. — suspirei, aproveitando para respirar um pouquinho do oxigênio — Agora. Por que não matamos todos eles? Olha o que estão fazendo no nosso mundo. — óbvio que falei sussurrando, mas não me importava exatamente se a Natalie do outro mundo conseguisse escutar — E quem nos garante que não vão tentar tomar nosso lugar depois? Igual... — me afastei, soluçando uma última vez e tornando a prender o cabelo em um rabo-de-cavalo — Igual supostamente fizeram com a Margo.

Algo a se pensar, né?

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Bônus:
- Especialista II Psychic;
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- Skill Rocket: Aprendizado Prático. (20% a mais de EXP em batalhas durante uma Missão Rocket);




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...era difícil de saber se seria capaz de manter a compostura de Karinna por muito tempo, mas eu admito que foi com certo alívio que apercebeu-se das engrenagens girando na cabeça da loira enquanto ela processava a ideia da sugestão que, com tanta suavidade, havia imposto no seu frágil cérebrozinho. Quer dizer; Sim, tinha plena consciência de que aquilo era uma situação perigosa - afinal, fazer com que a especialista se agarrasse à uma esperança que podia ser vã era, bem, não exatamente algo muito inteligente de se fazer naquelas circunstâncias.

...Mas...
Também não era como se pudesse lidar, naquele momento, com a companheira em um projeto de estado entre o escândalo e o catatônico. Aquela era uma missão que, querendo ou não, poderia acabar custando bem mais que só o tempo de ambas, então se pudesse se dar ao luxo de soprar nem que fosse um pouco de confiança em seus ouvidos...

Era uma situação de perder-perder e uma aposta de algo que poderia fazer com que ganhasse.
Então... Acho que não tinha muito mais a perder, é verdade.

— ...Acho. — Sussurrou, suave, a testa encostando na da moça e o polegar afagando sua fronte com gentileza singular. — ...e não é culpa sua, Shuckle. — Reafirmou, mansa, os orbes acinzentados mergulhados nas poças d'água oceânica tão próximas, que tão bem conhecia. — ...Não é. — Suspirou, recuado alguns centímetros para que pudesse depositar um beijo demorado em sua testa. — ...e a gente vai resolver essa patifaria.

Como sempre.

— ....Bem, eu não tô te impedindo. Aproveita e desconta sua raiva em quem a gente encontrar aí pelo caminho, por mim, não me importo. — Balançou os ombros, apertando de leve a bochecha da moça com as pontas dos dedos... — Tomar nosso lugar? — Uma pausa, e o olhar frio se redirecionou na direção da sua réplica, com o perdão da palavra, fracassada. — ...Por algum motivo, eu não acredito que tenha sido falta de tentativa. — O olhar se estreitou, discreto, em sua direção - mas não comentou mais nada a respeito.

— ...Enfim... Pronta, madame? Dá pra guiar o caminho, já que você tá tão feliz de ir com a gente? — Um sorriso torto, forçado e sem emoção na direção de Chase.

...VAMO!!!!

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Um barulho de garganta-coçando surge de dentro do sarcófago, relatando um incômodo do cientista que sentira a parada. Lá dentro, Navi dava os repasses ao cientista sentindo um certo apreço a sua preza. Deveria? Acredito que não, ainda mais sabendo que Karinna deve matá-lo assim que possível.

De qualquer forma, um resumo fora passado ao homem que basicamente gritava: "vamos logo!". Ele tinha em mente algo muito claro: Natalie e Karianna estão muito mais preparadas que o restante dos Grunts e se ficasse de enrolação, perderiam para o tempo.

Mas é aquilo, nada falou, só coçou a garganta.

No mais, Natalie-Rainbow, que chamarei de RNatalie a partir de agora, olhou aquela ameaça com um olhar meio... vergonhoso?! Ouvira sua sósia lhe ameaçar e pensara 'o que diabos esta menina está fazendo?'. Sem responder nem A e nem B, abriu sua mochila e jogou desleixada, ao chão, suas potions, como quem dizia 'toma essa merda' sem precisar abrir a boca.
- Que desnecessário... - Suspirou e jogou os ombros para trás - Eu lhe daria só pelo seu argumento...

Oh, por favor, não culpem muito a RNatalie por falar demais: em qualquer situação normal, ela soltaria isto aos poucos, mas nesta situação temos uma Narradora extremamente porta por dentro, que para não atrasá-las, não está compondo a história muito bem e está jogando tudo vomitado. Por favor, culpem mais esta narradora do que a pobre RNatalie: nos seus imaginários, pensem que foi uma conversa investigativa mais interessante.

E é isso... cebo nas canelas?! Cebo nas canelas. O Houdini já ta enchendo o ouvido de Navi, em?!


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Karinna :


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Acho que, pelo menos aqui, não tem muito mais a se dizer. Quer dizer, minhas respostas ainda não foram respondidas e acho que a melhor coisa a se fazer é guardar fôlego ao invés de ficar tagarelando - afinal, nós precisamos ainda andar um bocado e quebrar a cara de uns Magma por aí, nénão?! Enfim, acho que é aqui que eu digo que não foi bem uma ameaça... Sabe aquelas ameaças que não ameaçam nada? Pois é, acho que esse que é o lance por aqui. DE QUALQUER JEITO, vamo lá, que os capítulos tão ficando grandões (já são mais de 13!!!), o Houdini tá perturbando e a gente quer surrar uns Boss.

VamoBORAAAAAAAA

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Skies were Blue


— Promete que não é culpa minha?

Sabe criança quando precisa daquela afirmação bem assertiva dos pais de que nada do que aconteceu foi por sua causa? Fosse um objeto quebrado, alguma bagunça feita ou somente manha mesmo? Pois é. Era nessa situação que meu psicológico se encontrava. A ferida era tão intrínseca e tão mais profunda que "só" a perda de uma pessoa amada que por alguns minutos Natalie era a figura de maior autoridade ali, minha base, minha... responsável. Ouvir tudo que ela tinha a dizer acalmou meu coração aos poucos, aceitando o afago recebido em meio ao caos.

Que sina que deve ser ser minha irmã, viu.

— Tá bom, vou descontar, então. Vou chegar já com o pé na porta. — Wooper arrancou um sorriso quando apertou minhas bochechas — Esses invasores vão ver só.

Respirei fundo, semi cerrando os olhos e enchendo os pulmões de ar pelo máximo que conseguia para tentar me acalmar e colocar a cabeça no lugar. Até que lutar e treinar com o Simba ajudou nesse aspecto; para alguém tão imediatista quanto euzinha, essa técnica já me salvou de algumas situações bem problemáticas.

— Não vou falar mais com ela, se não se importa, Wooper. — se a RNatalie ouvisse ou não, foda-se... sinceramente — Não em um sentido infantil ou pedante, mas... Sei lá. Pra não estressar mais minha cabeça. Só quero que essa merda acabe e a gente tenha nossas vidas de volta. — apertei o rostinho de Ivy, que se aproximava com o rostinho inchado de chorar — Mamãe tá bem, filha. Te amo. — por outro lado, estiquei o punho fechado para o fantasminha camarada que também ajudou a controlar a situação — Toca aqui, Bombril. Obrigada, meu sobrinho preferido. — a última palavra foi sussurrada, né? — ...

Vai que o Ariel escuta.

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