[Skies (were) blue] – Mt. Silver –

E não era. Ta tudo bem, não é Shimmer. Eu nem pensei nisso, pra ser sincera, porque seria sensacionalmente tiltante, mas não farei isso com vocês.

Vocês estavam em - nada mais nada menos que - um lugar completamente novo (para vocês). Se formos usar uma métrica nossa, chamaríamos aquilo de Geosenge, mas se já a viram na TV, reparariam que tudo está um pouco... diferente?! É, um tico diferente.

Não é como se estivesse TUDO PELOS AVESSOS, como uma utopia completa e inimaginável, mas os pontos de referência pareciam ser... outras coisas, sabem?!

Primeiro de tudo é que foram parar EXATAMENTE no centro das três-pedras-antigas, que nesta versão eram feitas de carvão. A segunda diferença era o tom do céu, que não tinha um azulado típico, e sim um alaranjado-de-poluição, que persistia FORTÍSSIMO mesmo com o sol a pino. A terceira diferença, que certamente fora uma das primeiras a serem notadas, porém uma das últimas a ser ENTENDIDA, era o efeito estufa absurdo daquele ambiente.

Não era apenas QUENTE, o clima era ABAFADO. A sensação térmica?! Algo semelhante ao inferno... talvez aqui até tenha espaço para lembrar da Shimmer.

Por fim, mas não menos importante, era possível ver que ao redor as casas (que deveriam ser casas) eram, quase todas, prédios cinzentos com logos enormes da Equipe Flare... como um centro coorporativo enorme, sabe?! Mas não necessariamente era esse o caso... a dúvida que ficava era se a cidade era mesmo uma cidade ou se estavam apenas no pátio da sede da Equipe Flare.

Ah, é... detalhe importante, vocês ainda não haviam visto o logo da Equipe Flare, né?! Pois olhem para seus pés. Vocês pousaram bem em cima de um... e descobririam fácil ao ver que, ao redor da ilustração, havia escrito TEAM FLARE, em letras garrafais.

No mais, as outras diferenças eram apenas esperadas: moda esquisita, vários uniformes com óculos estranhos, celulares em formatos diferentes, pouquíssimas pessoas na rua, os carros eram quadrado e não tinham aerodinâmica, as ruas-de-asfalto eram curvilíneas e havia mais gente sorrindo do que imaginavam que iam ver.

E sobre os carros e as ruas, já adianto que é porque eles tentam ATRASAR os veículos automotores comuns, foi uma política pública para diminuir a quantidade e a velocidade dos carros, porque a gasolina está escassa e também porque havia muitos acidentes com morte. Dois coelhos numa cajadada só: você diminui o uso de gasolina e também desafoga o sistema de saúde. Uhul!

Só tem um problema nisso... vai ser mais rápido se forem a pé.


Mas ta, ta, ta, essa parte descritiva não é lá muito relevante. O que é de fato relevante é a pergunta: "O que nos trouxe aqui?". Bem, o Galvanis, numa dessas rotas malucas que não-sei-quem-faz, criou uma teoria de que um objeto do passado pode ser uma "âncora" em viagens do tempo. Aqui eu me aproprio disso (e eu sei que isso não vem dele e sim de algum filme, mas que se dane, darei meus créditos a ele) para dizer que pessoas de outros universos servem como âncoras para viagens transniversais.

E foi Celósia que lhes trouxe aqui, no Centro da Flare. Inclusive, ela estava tão tonta quanto vocês e demorou um pouco falar:
- Tsk, eu nunca vou me acostumar com o calor daqui - Resmungou, já levando seu braço até a testa e eliminando algumas gotas de suor - Enfim, vocês querem a Margo, não é?! A gente encontrou ela quando invadiu o QG Rainbow a alguns dias atrás...

... Faz sentido, né?! Se a Flare entrou no Portal Dimensional da Rainbow Rocket, eles deviam ter feito algo do tipo. Bem, o Andros não explicou muito bem como isso foi acontecer, mas então eu explico eu mesma, né?! NÉ?!

ENFIM...
- Eu não vou acompanhar vocês, porque depois vocês fazem alguma merda e eu fico de traidora, então boa sorte - Dera uma piscadinha e um tapinha no ombro de Natalie, logo mais dando as costas e caminhando para longe - Se ela ta nessa dimensão, muito provavelmente ela ta aqui em algum lugar...


... onde?! Não sei. Na verdade, a única coisa que poderia fazer Natalie e Karinna terem CERTEZA que a Margo original não estava na dimensão original, era o rastreamento Rocket, que apontou que havia apenas UMA MARGO RECONHECIDA NO SISTEMA. E essa única Margo está morta... né?! Então, pela conta, 1-1=0. Sendo assim, por lógica simples, não tem Margo no universo Original...

... então ela deve ta aqui.

Não sei... SERÁ?! Enfim, comecem por onde quiserem. Só saibam que há um bocado de prédios e essa cidade é tipo Brasília, ou seja, andar aqui é como andar em um aeroporto. Tem placa pra tudo, sinalização pra tudo, as duas são enumeradas e os blocos tem letras como referência.

Dificilmente vocês vão se perder, caso ocorra, só ler as placas e lembrar de qual número saiu, contar um pouco e voltar um tico, e ai se acharão de novo.

O ponto 0 é exatamente onde estão.

E os prédios tem suas funções bem escritas e delimitadas, tal qual ADMINISTRAÇÃO, CONDOMÍNIO RESIDÊNCIAL, HOSPITAL, PRISÃO, e por ai vai. Escolham pra onde ir que eu continuo a fan fic dai.

... mas vão a pé, por favor, se pedirem um REBU (UBER AO CONTRÁRIO, ENTENDEU????) vai demorar muito. Ah é, nem sinal de internet vocês tem, né?! Essa noção de que ondas eletromagnéticas são a forma de comunicação-universal não ta com nada, em?!

OFF: VAMOS AO POSTE JUSCELINO KUBISTCHKEUDY92Q8E: 15 DIAS EM 1 POST.

Os motivos de Celósia? Vários. Não é tão diferente de vocês, malucas, escolherem um continente para si ao invés de saírem por ai desbravando outros. Não é tão diferente de amar sempre a mesma pessoa, mesmo ela sendo toda errada. Não é tão diferente de... optar sempre pelo desconforto consciente, e nunca pelo conforto burro.

Além disso, vocês sabem melhor que eu: o nosso mundo não é flor que se cheire. Vocês mesmas quase morreram 10x só nesse monte. Um mundo com uma abertura dimensional não é, em nenhuma hipótese, um mundo seguro e confortável. Nunca se sabe quando uma nave enorme vai chegar e dominar você completamente...

... e convenhamos, Doppelgangers são ASSUSTADORES.

No mais, ela falou isso com poucas palavras, mas o arco dela acabou, por isso, se satisfaçam com isso. Tchau Celosia! Nos vemos em outra aventura maluca, por hora vamos seguindo até a prisão.

Mas antes de chegar lá, paro um instante para descrever os maiores problemas de vocês. Ta olhando bem em volta?! Todos, absolutamente TODOS se vestiam diferente de vocês e... ok, isso é esperado. O que não era esperado era que, a medida que avançavam em direção à prisão, as pessoas que surgiam tinham o MESMO ESTILO DE ROUPA ESQUISITA, como se fosse um bendito de um uniforme.

E essa roupa era bem parecida com a de Celosia, mudando apenas o tom de cabelo e o "óculos", que aparentemente poderia ser alterado para uma máscara que tampe completamente a face.

Quando todos são esquisitos, as esquisitas se tornam vocês, então todo mundo que passava na rua olhavam com receio e curiosidade. Em certo ponto, vocês se sentiram em um Safari, principalmente porque todos olharam de longe e ninguém veio "intervir". O caminho foi sem interrupções ou intervenções. Se tentassem pedir informação, provavelmente a pessoa evitaria sua pergunta, diria que não sabia e iria embora...

... por isso sigam as placas.

Mais cedo ou mais tarde, chegaram lá.

E quando chegaram, eu gostaria de dizer que foi uma entrada tranquila, mas não foi. Um homem, COMPLETAMENTE BRANCO (tipo, ele não era begezinho ou branquelo, ele era, realmente, sem cor. Não havia uma molécula de melanina neste homem) e rechonchudo parara bem na frente da porta, com seu imenso traje vermelho e seus 1,90 metros. Seu óculos era pequeno-demais-pro-seu-rosto, mas isso não era culpa do óculos, e sim da cara enorme que ele tinha.

Ele abaixou as vistas, olhou para as duas baixinhas e foi bem incisivo em seu tom:
- Obviamente não são daqui - Disse, ainda de queixo baixo, olhando rigidamente as duas moçoilas - Mas esse é um prédio restrito e não há como entrarem aqui. O que querem?

Sabe aquela sensação de SE CORRER O BICHO PEGA SE FICAR O BICHO COME? Pois é, era essa a exatíssima sensação que o doutor estranho estava. Eu poderia dizer que era um pouco pior: ao menos correr há uns míseros segundos a mais de vida que você consegue, porque até o bicho pegar e comer, você tem um bônus, assim sendo, a escolha não é tão difícil quanto essa aqui...

E que escolha, em?! Ele podia jurar que era esquisitíssimo uma "superior" que ele não conhecia. Mais estranho ainda é olhar o rosto de Karinna e perceber que já a viu em algum lugar... mas não lembra muito bem aonde. Isso sim, meus queridos, era estranho.

Porém levar em consideração que aquelas duas moçoilas de fato não são daqui levava duas hipóteses em consideração: elas vieram da outra dimensão recém descoberta pela Rainbow Rocket e que está com a entrada guardada por Aliana e Celósia (improvável) ou estão invadindo esta dimensão vindo de outra COMPLETAMENTE DISTINTA e DO NADA (improvável também).

Percebendo que suas duas amigas dificilmente perderiam uma batalha (ainda mais levando em conta que acabaram de ir para lá) e o pouco tempo decorrente do início da expedição até este exato momento, descartou a primeira hipótese. Aliana e Celósia podiam até falhar em proteger o perímetro, mas provavelmente levaria um ou dois dias para sentirem o impacto.

O que lhe fez descartar a segunda foi uma coisa muito mais "idiota" do que deveria ser: ele realmente achou improvável que, de todos os lugares do mundo, uma invasão interdimensional repentina parasse ali, bem na sua frente. Sabe? Tantos lugares melhores, porque diabos entrariam numa prisão da Flare.

Claro, há muita coisa a se ver ali e se você souber andar por lá, encontra coisas incríveis, mas em geral... não me parece a melhor das estratégias, sabe?Ao menos que estivessem procurando uma pessoa em específico,  o que parecia ser bem o caso, mas se assim fosse, porque pessoas de outras dimensões nunca exploradas estariam procurando alguém muito específico?

Pois é... im-pro-vá-vel. Por isso, quando Natalie passou a mão pelo tecido de sua blusa e puxou com certa indelicadeza, ele já havia botado a mão no topo de sua cabeça e apalpado num gesto (irônico) de carinho. A permissão estava dada! Ele saíra da frente da porta e as deixou passar.
- E o que vocês querem aqui, posso saber? - Apesar da permissividade, o homem não perdera nem um pouco da postura confiante. Certamente não tinha medo de perder o emprego e era um soldado muito elogiado e bem quisto.

Só que, ao perguntar, foi respondido com um desdém estranho... "M377"... o garoto podia não conhecer bem todos os soldados daquele batalhão, mas ele sabia melhor que ninguém quem era "a M377" e... pasmem... não era uma mulher para ser dito no feminino. Enfim, isso aguçou sim sua estranheza e ele decidiu - por bem ou por mal - acompanhar as garotas em sua visita, afinal de contas, cautela nunca é demais, não é?!

Não disse nada, nem sequer questionou o erro de artigo, afinal de contas, podia ser só isso mesmo, um erro de artigo, mas preferiu ir atrás só por via das dúvidas. Enquanto isso, tentava forçar a memória para lembrar de onde diabos conhece Karinna.