Uma ajuda com os menos experientes...

RAYSSA

Kahuna ouvia o que sua mestra dizia, e soltava uma série de grunhidos. Eis que Tesla surge na frente de Rayssa! - Oh… entendi! Então tem mais parecido comigo? Podemos ir para lá? - pelo visto não era só o Rattata que podia ser traduzido pelo aparato Rotom! As palavras de Kahuna puderam ser ouvidas em algo e bom som… bem, talvez com um pouco de estática, mas era possível! Uma coisa era ouvir um Pokémon selvagem, outra era ouvir um de seus parceiros!

Não havia muito o que se preocupar na volta para os esgotos. As ruas estavam estranhamente livres, com aquele cenário de cinema pós-apocalíptico que fazia arrepiar todos os pelos do corpo. Mas tempo depois eles alcançaram a base da resistência. Mauricio e sua equipe foram ao encontro de Marina para receber as notícias, e a jovem conta de forma empolgada a sua descoberta sobre comunicação Pokémon! Enquanto isso, Rayssa foi falar com Akshan, e o homem de cabelos brancos já tinha visto dias melhores… ele estava deitado em um colchão sem a parte de cima das vestimentas, com uma grande faixa cobrindo metade do torso. - Hum… isso com certeza são notícias. Então eles estavam usando os ratinhos? Espertos… - ele leva a mão ao queixo, depois busca sua cumbuca oriental - Bem, vamos falar com nossos convidados então… - Akshan então se coloca de pé, vai até o casal de grunts e fala para um dos homens ali presentes para amarrar bem a mulher, enquanto pega o homem pelo braço e, sem etiqueta ou meias palavras, afunda a cabeça dele na água suja dos esgotos! - Hora de acordar, bela adormecida! - ela faz isso umas três ou quatro vezes, até acordar o homem e quase matá-lo afogado! - Faça as honras, garota! - ele aponta a cabeça do grunt para o lado de Rayssa, e chuta o estômago dele com a perna mecânica, retirando todo o ar de seus pulmões.

GRAY

A despedida tinha um tom mais pesado e emocional do que aparentava, mas talvez fosse esse o caso. Se algo desse errado, eles nunca mais iriam se ver. Nada de punições, nada de carinhos, só a falta. Era um peso gigante no peito de cada um deles, mas Gray já tomou sua decisão. Ele iria libertar sua cidade, custe o que custar! Ninguém mexe com Lavender! Assim sendo, ele conseguiu encontrar um computador com acesso ao sistema de Storage e chamou sua equipe de elite, se preparando para assaltar a torre, mesmo sem um plano de ação. Ou seja, uma ação de suicídio! Mas antes, ele fora verificar a explosão nos armazéns, perto da delegacia, seu objetivo principal de outrora.

O armazém era grande e parecia deserto. Na parte da frente havia uma grande mancha preta soltando uma fumaça, possivelmente era onde a explosão aconteceu. Não havia movimentação alguma no local no momento, mas a entrada da frente estava bem protegida, com uma barricada bem reforçada.

RAYSSA

Enquanto os cientistas tratam de detalhes de sua pesquisa, Akshan dava a chance de Rayssa começar a fazer as primeiras perguntas aos grunts. Bom, não era a mais agradável das cenas, mas algo tinha que ser feito, não é? O rocket ouvia as perguntas da especialista. - E-eu nem entendi a primeira…! - ele demorou a responder pela pancada que recebera de Akshan. Já este, solta uma gargalhada. - HAHA! Essa garota é das minhas! Vou te fazer falar… - ele então joga o homem para um canto, caído sentado em uma poça. - A primeira pergunta dela é se você se lembra dela… RESPONDA! - era um questionamento incisivo, e o homem concordava com a cabeça. - Bom, muito bom! Agora comece a falar! - Akshan cruzava os braços, e então o RR conseguia algum espaço para respirar. - E-eu… eu não posso falar nada! Ou vou morrer! - ele se recusava. Akshan respirava fundo, segurando o grunt pelos cabelos e puxando com força para cima. - Então, que tal se eu tatuar um grande X9 na sua testa e te deixar na frente da torre? - ele mal terminava de falar e o grunt arregala o olho - TÁ LEGAL! EU FALO! EU FALO! - era desesperador. Pelo visto, ele tinha mais medo do que há na torre do que a própria morte.

Então, começou a falar, ajoelhado na frente de Rayssa. - Não há pontos fora de segurança na torre. Toda a área, do térreo ao topo, é vigiado e monitorado. - ele olha no fundo dos olhos da especialista - Não, não tem entrada ou saída secreta, do térreo ao topo. - ele repetiu - Quanto aos Rattatas, eu não faço ideia. Saltamos de realidade e realidade coletando eles. Tem centenas de milhares. Todo o centro de comando fica na torre, e não há forma de entrar ou sair. É tudo que sei, eu juro! - ele, enfim, acaba de falar. Akshan volta a pegá-lo pelos cabelos. - Ótimo, agora eu e você vamos bater um papo! Bom trabalho, Cleo! - ele então sorri para Rayssa, mas a chamou de… Cleo?

Mas antes que pudesse fazer qualquer outra coisa, uma voz chamava pela garota. - Ei, ruivinha, aqui… - era uma voz baixa, quase sussurrada. Era a mulher, a grunt capturada junto com o homem interrogado - Você é do tipo heroína, não é? Eu… eu tô com sede… me arruma um gole d’água? - ela tentava sorrir, mas parecia desesperada. Estava amarrada e fraca, e Rayssa tinha a companhia de seu time. Será isso um truque?

GRAY

O especialista se esgueirava pelo armazém, buscando quaisquer informações que lhe fossem úteis. Ele envia Conde, seu Gengar, para vistoriar o interior antes de dar um passo além, e monta em seu Dragapult para fazer uma cobertura aérea. Lá do alto, Gray pode ter uma visão ampla de sua cidade. Algumas barricadas formadas em pontos específicos sugerem algum tipo de resistência que não durou por muito tempo. Os tanques que cercavam o Centro Pokémon estavam junto à torre, e por incrível que pareça, o Centro estava de pé ainda. E a torre… antes o símbolo de orgulho da cidade, agora o antro da organização criminosa. O sentimento do rapaz em libertar sua terra natal era um combustível e tanto. Ele estava determinado!

Enquanto isso, Priscila recebia um abraço de Doll. Ela sabia que o carninho era dado por Gray através de sua parceira fiel. Malvin estava estável, mas ainda inconsciente. Sobre o armazém, Gray esperava uma resposta de seu infiltrador, e esta veio na forma de um Gengar flutuante indo em sua direção. O fantasma indica para seu mestre a presença de três pessoas, nenhuma delas sendo Rainbow Rocket.          

RAYSSA

A garota não era do tipo ruim que se espalhou por esse mundo. Não, ela era de um material que não deixaria um pedido de ajuda sem ser ouvido. Era benevolente, mas não imprudente. Solidária, mas não ingênua. Atentando às condições, Rayssa atendeu ao pedido da mulher sobre um copo de água, um mísero gesto de humanidade. Bem, havia uma humana ali diante dela, certo? Uma humana que cometeu atrocidades, possivelmente, e estava tentando fazer algo contra uma garotinha… mas era uma humana!

A ruiva leva um pouco de água até a boca da mulher que, estranhamente, abria a boca mais do que deveria. Ela mantinha os olhos no rosto de Rayssa. Até o toque da garota provocou um arrepio estranho na mulher, com um pequeno recuo nervoso como reação. Em um momento, Rayssa pôde ver algo diferente na boca da grunt. Atrás do siso inferiro esquerdo há um tipo de aparelho eletrônico, com um tipo de led pequeno azul piscando. Os olhos da mulher ficam cheios de água, como se estivesse emocionada. - Sim, você tem… - ela sussurra, em resposta ao comentário de Rayssa - Valeu ruivinha… adorei seu cabelo. - ela termina, tentando esboçar um sorriso, mas a especialista tinha uma enorme pulga atrás da orelha. Era uma pulga que dizia a todo instante que o olhar da mulher era um pedido de socorro.

GRAY

Observando o armazém com mais cuidado, Gray percebeu que talvez a melhor entrada seja pelo alto, nos locais onde onde ficavam aqueles dispersores de ar dos exaustores eólicos industriais. Retirar algum deles não seria complicado e pode ser feito de uma forma mais silenciosa, criando uma passagem segura. Existe um agrupamento de cinco enfileirados ao longo do telhado. Fora isso, há também o acesso pela caixa d’água e outro pelo chão, do lado esquerdo, cercado por uma barricada improvisada. Essa entrada pode ser melhor explorada se for acessada pelo alto, como é o caso de Gray. Ele também ponderava sobre a foto que encontrou nos esgotos. Quem seria ela? A quem essa foto pertence?

PRISCILA

A garota libera sua Zangoose e sua Clefairy para dar um jeito na sala de investigação, que não estava nem um pouco limpa! Havia sangue, vísceras, pólvora… de tudo um pouco! A felina mal encarada e a fadinha trabalhavam de um lado, enquanto Doll e Priscila do outro. A fantasma não deixaria a moça sozinha nem por um instante, já que era o desejo mais íntimo de seu mestre. Bom, tudo correria bem, até que eles ouviram um som vindo da parte central da delegacia. Eram passos pesados, um rosnado alto, que pouco a pouco se aproximava da sala de interrogatório.


Um grande Arcanine surge na porta da sala, encarando aquela multidão de pessoas com seus olhos caninos raivosos. Ele olha para Malvin no chão, desmaiado, e então encara Priscila, com as presas à mostra! Talvez ele esteja dizendo algo como “O que fizeram com ele???” ou algo do tipo… mas como ter certeza?    
         

RAYSSA

A garota era perspicaz, ela percebeu rapidamente a intenção da grunt e foi fazer o que julgou ser mais sensato: avisar a liderança do local, Akshan! Este, por sua vez, estava no meio de seu interrogatório com o outro grunt, que continha basicamente novas rodadas de mergulho da cabeça dele na água suja dos esgotos. Ao ver a garota o chamando, ele largou o homem de lado e foi na direção da ruiva, sem falar nada. Logo estavam em um local mais afastado. Então, ela lhe disse o que tinha em mente. Ao ouvir aquelas palavras, o homem de cabelos brancos olha para Rayssa com o semblante fechado, às vezes respirando fundo, como um bufar. Ele se vira para o homem que interrogava e volta a respirar fundo. - Garota, presta atenção. - ele então se abaixa, e olha no fundo dos olhos de Rayssa. Sua voz era praticamente sussurrada. - Vai chamar o Chico, peça pra ele arrancar o dente da mulher. Temos que fazer isso junto com o dente do homem. Vai. - ele então se volta, novamente, para o grunt e fala bem alto. - E então, onde paramos?

GRAY

O rapaz pousa no teto do armazém e começa a fazer a sua busca. Ele analisa, primeiro, os exaustores, atrás de emissões de calor. O primeiro estava bem quente, e pelo seu conhecimento de mundo, o jovem especialista poderia aferir que estava sobre, talvez, um tipo de frigorífico, ou então um freezer grande, um local de armazenamento de coisas congeladas, que seja. O próximo estava um pouco mais frio, mas ainda estava operando. Já o último estava parado e frio, sendo talvez a melhor opção para ele agora. Removendo a estrutura, Gray conseguia ver todo um emaranhado de estruturas metálicas que fazia a conexão do sistema elétrico e de iluminação. De onde estava, era algo em torno de 12 ou 15 metros de altura. Lá embaixo, era possível ver dois homens e uma mulher, todos portando armas: os homens com pistolas e a mulher com uma escopeta. Fora isso, só uma infinidade de prateleiras e produtos

PRISCILA

O Arcanine estranhava a abordagem da garota, mas mantinha as presas à mostra. Até que ela começa a usar o velho truque do “bom garoto”, e isso faz o canino, aparentemente, se acalmar. Ele se estica e cheira Priscila atrás de algum vestígio que pudesse confirmar ou deslegitimar o que ela disse sobre ajudar Malvin. Então, ele solta um latido contido, usa seu focinho para afastar Priscila e se senta na porta da sala de interrogatório, mantendo os olhos cravados na garota, pelo visto esperando por algo. Ali também, a garota pode perceber duas coisas: a primeira, era que o canino estava todo sujo. E a segunda era que ele tinha algo preso em um cordão no seu pescoço.