Uma ajuda com os menos experientes...

Caminhos, possibilidades… parece que não era só aqueles esgotos que possuíam muitas aberturas e caminhos, o futuro dos dois especialistas também. Gray estava preocupado com um velho amigo da cidade, já Rayssa se preocupava com a avó de Frank, seu motivo maior para estar na cidade. Em torno destas preocupações pontuais, uma preocupação compartilhada: o que estava acontecendo na cidade, esse domínio repentino de invasores de outras dimensões.

RAYSSA

Mauricio sorri com a oferta da ruiva, que apesar de jovem era muito corajosa. Em outras situações ele evitaria colocar alguém tão jovem quanto ela em um risco desse nível, mas estavam com poucas mãos,logo todo par adicional era bem vindo. Ela franze o cenho quando vê o aparelho nas mãos da garota, intrigado e tendo sua curiosidade científica cutucada. - Hum… seria um dispositivo de controle remoto? - ele toma o apetrecho em mãos e começa a analisar, indo na direção de Marina - Fala dos roedores de Alola? Eles chegaram junto com os Rockets e começaram a causar problemas, biológicos e sociais. Bem que achei a forma de agir deles suspeita.. - ele começava a levantar hipóteses em sua cabeça, enquanto conversava com Marina. Então JJ começou a falar. - É, tem dois dos nossos com eles, Magá e Quim. - balançou a cabeça e fez uma careta - Fala sério, você confia mesmo no velho? Tipo, olha pra ele! - ele aponta para Akshan, distraído conversando algo com Gray e com uma cumbuca oriental nas mãos - Sai por aí com aquela espada e com essas roupas parecendo um personagem de anime! Fala sério! - havia uma expressão de desprezo no rosto de JJ enquanto ele falava, então a loira, Denise, soltou um “argh!” - Esse personagem de anime salvou nossas bundas, já esqueceu? Se toca, J! - ela parecia ser mais descolada e menos paciente que os demais membros da equipe. JJ só solta um “tsc!” e dá de ombros, se afastando de todos. - Não liga pra ele, gatinha. Tá assim porque tá sem suplemento! - Denise dá uma piscadinha pra Rayssa e estende a mão para ela - Menina, bafo seu cabelão! É ruivo natural? Que TU-DO! - ela vira o celular para o lado de Rayssa e tira algumas fotos, de um jeito bem despojado e descontraído. - Akshan disse algo uma vez sobre “atacar a torre”, mas tipo… dã! É tipo, meio que suicídio, né? - ela fez uma daquelas caretas que jovens costumam fazer quando querem ser sarcásticas. Então Marina, a garota que conversava com Maurício de aproxima. - Rayssa, né? Prazer em te conhecer! - ela estende a mão - Estamos com pouco material para analisar melhor o aparelho. Tenho um pequeno laboratório em casa, no porão. Pode vir comigo? - ela olhava nos olhos de Rayssa enquanto fazia o pedido - Eu disse que era contra, Marina! - Mauricio protestava, para receber de volta um olhar de reprovação de Marina - Bom, eu não ligo! Estamos de mãos e pés atados, e essa é nossa primeira pista em tempos! Custa perguntá-la? - não dava para dizer que Marina estava errada em seu argumento, mas ainda assim… nervos à flor da pele!

GRAY

Akshan termina de dar um gole na sua bebida misteriosa e enxuga a boca com a manga do hakama. - Hum… na verdade tinha algo em mente, mas estava sem pessoal. - ele olha nos olhos de Gray, abrindo um sorriso em seguida - Gosto de você, garoto. - ele bate a mão no braço de Gray, chamando-o para um canto da galeria que estavam. - O grupo dele foi na direção leste, nos depósitos da Silph atrás de suprimentos. Conhece a cidade, sabe do que tô falando. - ele abaixa o tom de voz para que só Gray o escutasse - O caminho mais rápido é pegar aquele túnel e seguir para a esquerda, para os fundos do posto policial. De lá, são cinco quadras até o depósito e sabe-se-lá quantos malditos coloridos pelo caminho. Sabe ser furtivo? Vai ajudar. - ele dizia as informações em um tom ainda não visto até o momento, como um verdadeiro comandante ou líder de alguma coisa. - Você e sua garota podem andar mais rápidos que um grupo maior, e já vi do que é capaz. - ele aponta o indicador para Gray e Priscila, depois olha nos olhos do especialista. Era um voto de confiança grande, e talvez houvesse uma janela de tempo pequena para agir.    

GRAY

O casal de treinadores de Lavender se preparavam, com maquiagens e mudança no cabelo e roupas, para evitarem serem reconhecidos depois do ocorrido no Centro Pokémon. Sim, eles teriam de ser bem rápidos e silenciosos, antes que uma horda de RR os cercasse e bem… fossem levados para onde quer que fosse. Assim que voltaram para a presença de Akshan, esse deu uma risada bem alta. - Hah! Quem dera todos aqui fossem empolgados como vocês! - ele dá uma golada maior no que quer que estivesse bebendo ainda e deixa a cumbuca de lado - Bom, vou ajudar vocês criando uma distração no lado contrário. - ele ergue uma sobrancelha e encarou Gray com uma expressão de desafio - Não tenho mais nada a dizer a vocês, a não ser para voltarem vivos, com o grupo e chutando traseiros daqueles desgraçados. - ele então dá um tapa no braço de Gray e segue para uma das saídas da galeria. - Quando ouvir a explosão, corra! - e então, desaparece na escuridão.

BEEP! BEEP!

O aparelho de detecção de Gray avisa de um item encontrado nas imediações. Era um tipo de shard, de coloração azul, mas junto a ela havia uma fotografia.

Spoiler:

RAYSSA

Marina leva as mãos à cintura e encara Maurício, que solta os ombros em uma expiração sonora - Tá bem, tá bem. Só me dêem alguns minutos, está bem? - ele então se volta para onde estava, chamando JJ para o ajudar a fazer qualquer coisa. Denise encarou a ruiva por alguns segundos, até que percebeu do que se tratava o comentário e seu rosto logo iluminou-se. - ALOKA! Tá falando sério? Vai me deixar mexer nesse cabelão? ARRASOU! - ela então fica de pé em um salto e já sai puxando a especialista pela mão até uma área bem mais reservada da galeria, possivelmente onde as mulheres dormiam. - Vou junto para mudar o visu também! - Marina também animou-se, seguindo as duas. Denise então ajeitou brevemente um lugar para que Rayssa sentasse e ela pudesse ficar em um plano um tanto mais alto. - Ma, amiga, me empresta aquele seu pente LUXO pra “cabelons catiados”? - o jeito que Denise falava denota uma doçura e descontração sem igual, nem parecia a mesma garota de rosto fechado quando chegaram nos esgotos. Marina só balançou a cabeça e estendeu para ela o tal pente, enquanto trocava suas roupas para algo mais confortável e com cores escuras. - Eu só acho UM CRI-ME ter que mexer nesse tesouro no meio de um ESGOTO! AI, UÓ! - Denise então começava a falar enquanto passava o pente pelos cabelos de Rayssa, separando algumas mexas e começando a fazer um tipo de trança - Sabe, não tenho irmãs, mas tenho uma priminha! Ela é minha pequena modelete, uso e abuso dela pra penteado, modelito… e ela simplesmente A-MA! Ainda bem que ela mora em Goldenrod, cidade BAFÔNICA, longe desse fuzuê todo! - a garota falava e falava, muito empolgada com aquele momento com Rayssa - Ain, posso roubar você pra mim? Quero uma irmãzinha que nem você, pra fazer muuuitooss penteados bafônicos! - ela continuava a falar, e parece que isso ajudou o tempo a passar mais rápido, já que quando a ruiva menos percebeu… PUFF! - Prontinhooooo! - Denise exclamava virando Rayssa para ela - TUDOOO! Ain, que linda você, miga! - de tanta empolgação, Denise abraçou Rayssa e tirou mais algumas fotos com o celular. Também tirou algumas da trança que tinha feito para mostrar a especialista.

Spoiler:

- Volte sempre ao salão da Denise, beu abor! - completando com seu jeito todo despojado, Denise entregava para Rayssa algumas peças de roupa que poderiam serví-la, que não fossem tão chamativas e lhe permitissem certa mobilidade. Marina também estava pronta, com uma bota de dano alto até o tornozelo, uma calça de ginástica azul escura e um casaco de moletom preto com capuz. Na cabeça, um coque simples prendendo os cabelos anelados e um boné. - Nossa, estamos duas espiãs agora, hahaha! Vem, vamos para a saída! - ela chamava Rayssa, então, para onde os outros estavam. Maurício já estava as esperando, com  o aparelho do Raticate em mãos e alguns outros apetrechos. Ele desejou boa sorte e cuidado duas vezes antes delas saírem na direção oposta a que Gray estava.

AMBOS

Gray e Priscila tomavam a saída ao sul, enquanto Rayssa e Marina tomam a norte. O caminho do especialista levava, como o previsto, para os fundos do posto policial, obviamente abandonado e bagunçado. Não havia muito para procurar ou aproveitar ali, tampouco tempo para fazer um pente-fino. Poucos instantes depois de chegar no local, eles ouvem uma pequena explosão. Ao observar pela janela, viram a figura de Akshan ao lado de um Bisharp tentando ocupar um grupo de agentes. Havia movimentação de tropas para onde a confusão acontecia, e possivelmente essa era a distração. A mesma movimentação era percebida por Rayssa e Marina, e convenientemente também ajudaram as garotas. Marina indicava uma rua paralela à uma grande avenida, com alguns pequenos comércios e uma barricada de pneus queimados, por onde deveriam seguir.    

Duas duplas de jovens com objetivos diferentes, mas tão parecidos. Duas histórias que entrariam para o grande livro de Lavender como parte do esforço do grupo da resistência contra a opressão de além multiverso. Esse seria um spoiler do futuro? Meh, não. Não tenho uma cabine telefônica nem um doutorado, e definitivamente o pronome que me define não é “quem”, por mais que goste de algumas músicas da banda… enfim, tanto Marina escoltada por Rayssa quanto os apaixonados Gray e Priscila aproveitam da distração criada por Akshan e seguiram pelas ruas da cidade dos fantasmas, uma dupla atrás de respostas tecnológicas, outra atrás do grupo de reconhecimento, cujo o mesmo tinha como integrante um amigo de Gray.

RAYSSA

Após a explosão vinda da outra parte da cidade, Marina assentiu o comentário da ruiva e seguiu por um beco estreito, com aquelas típicas caixas metálicas de lixo para prédios e as escadas de incêndio dos mesmos. Marina permanecia abaixada quase que o tempo todo. Suas pernas longilíneas traziam um aspecto quase de modelo, mas ela fazia mais o estilo “crossfit” de hobbie, mais para manter o corpo sadio para alimentar a mente do que estético, mesmo que a resposta fosse um corpo esbelto. Já a ruiva levava em mãos a esfera de seu Unagi, fiel companheiro de estrada. Enfim, atravessando o beco, saíram na cara de uma avenida bem movimentada, com alguns RR’s em pontos específicos. - Vem, vamos passar. - Marina, sussurrou para Rayssa e apertou o passo, colocando as mãos no bolso do casaco e abaixando a cabeça. Não chamaram a atenção de ninguém, conseguindo alcançar outro beco como o anterior. - Ufa! Menos um! Estamos chegando, minha casa é bem aquela ali! - depois do beco era possível ver um local cercado com grades e uma casa com dois andares, possivelmente um condomínio. Acontece que antes desse lugar, havia três pessoas no beco. Um casal de RR cercando uma criança, uma garotinha, e esta estava chorando.

- E-eu quero a minha mamãe!
- Sua mamãe não tá aqui, mas a gente pode ser seus irmãos!
- Hehe, isso mesmo docinho! O que acha de se juntar a nós?

Parece um tipo de recrutamento, daqueles bem forçados. De qualquer modo eles teriam de passar, e talvez não sem uma batalha, já que atrás dos Rockets haviam dois grandes Pokémon mal encarados!


GRAY

Os fundos da delegacia pareciam uma cena pós-apocalíptica: o prédio completamente abandonado, bagunçado e sem um sinal de vida. Assim como todo complexo público, haviam sala e interligações com outros setores. Este, no caso, era o galpão dos bombeiros, também abandonado, com dois caminhões estacionados e com aquele sentimento de abandono. Bom, o casal conseguia passar pelos fundos de ambos os prédios, passando por uma espécie de barricada e grandes caçambas de lixo. Mais à frente havia um outro grande complexo, aparentando ser um supermercado… bom, um megamercado nesse caso, visto o tamanho. Seria aquele o tal galpão? Bom, o que Gray imaginou ser um colorido era de fato dois agentes RR’s, mas o que ele não esperava era uma reação como aquela. - Hehe, olha só, um casal de pombinhos perdidos! - disse o primeiro - Alguma chance de participar dessa brincadeira? - disse o segundo puxando o cabelo de Gray para trás com força, jogado-o contra a parede - Espera, quem é a mulher? - o comentário preconceituoso do primeiro emergiu, mas sem reação do segundo - Não ligo, qualquer paixão me diverte… - aquele era um.. olhar de desejo para Gray? Bem, isso não importava muito agora, afinal eles já tinham deixado duas pokébolas cair, revendo dois Pokémon com cara de poucos amigos.