Esperança florida.

12h12min
"Sol forte, poucas nuvens . 29ºC"

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O sol bem forte recebia Victor do outro lado da grande floresta que dividia as estradas entre Petalburg. Continuava uma manhã quente, com uma caminhada quente. As grandes árvores deixadas para trás fazia de tudo para manter o clima dentro da floresta abafado, enquanto do lado de fora o calor permanecia com o sol forte a pino que brilhava naquele dia. O rapaz até tentou poupar os seus Pokémon de tal passagem calorosa, mesmo mantendo o seu lado de bandido mau bem explícito. Mas Cassadra não se importava.

De longe se via o rapaz que era um ponto preto e roxo no meio do campo caminhado ao lado da gasosa, que ao deslizar flutuando no ar, cortava a pouca brisa que tinha ali e fazia um barulho agudo. Um sorriso bobo era visto na Pokémon. Todo Haunter ria daquele jeito, né? Bem, Cassadra tinha um motivo especial. Ela tinha um perfil de ser o lado mais consciente de Victor, seu treinador.

Ora, deixando a mata para trás e caminhado ainda com as lembranças vivenciadas na floresta, Victor não conseguia ver os grandes prédios de Rutsboro, a capital, em sua frente. Talvez fosse ainda um longo percurso. Mas o que lhe incomodava mesmo era seu estomago que após uma grande aventura se mantinha embrulhado ali. Ele tinha trazido algo para uma viagem tão longa? Bem, não sei dizer, mas um cheiro de carne assada preenchia o ar fazendo até a fantasmagórica Pokémon salivar. Seguindo o cheiro eles teriam que desviar temporariamente da trilha no meio do campo de grama baixa. Não muito, mas um pouco só ...

12h12min
"Sol forte, poucas nuvens . 29ºC"

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Os dois seguiam o cheiro. A rota como um todo estava repleta daquele aroma que entrava pelas narinas do rapaz, penetrava pulmão e provocava uma salivação incontrolável. Cassadra parecia salivar muito mais! A fantasma disponha de licença cartoonesca, então seus olhos e língua maiores do que deveriam se esbanjavam e parecia muito o Diabo da Tasmânia do Looney Tunes. Até seu balbuciar era parecido.

Bem, andar um pouco fora da direção não era de todo mal. Ainda seguiam parcialmente em direção à cidade, só com uma pequena inclinação para os lados. E foi ali no meio do campo aberto em grama não muito bem cuidado, mas com alguns sinais de queimadura de sol, que o menino avistava um trailer parado próximo de um penhasco. Estava estacionado ali, sem o carro que puxa este vagão todo em branco. Na frente, uma fogueira como bem o menino imaginou, com uma churrasqueira do lado, uma mesa simples de madeira aparentemente feita a mão e dois bancos de dois lugares cada. Havia ao lado dois coolers, caixas térmicas, com bebidas, possivelmente.

Um detalhe que a fome e o cheiro deixaram Victor e Cassadra passarem desapercebido era o rock pesado em pleno meio dia que estava tocando ali, vindo do trailer mesmo. Claro, agora bem próximo do objeto, era possível ver que o barulho estava alto. Na porta do trailer, uma mulher, quase da mesma idade de Victor, talvez mais velha um pouco, estava com sua guitarra em mãos, enquanto dedilhava algo que era abafado pelo som alto que estava vindo de dentro. Mas ela conseguia perceber a presença de Victor e sua fantasma, principalmente porque quando a Ghost se aproximou, a temperatura abaixou ao ponto de causar arrepios.

- Hm. - sem muitas feições de preocupação ou algo do tipo, ela parava de dar atenção para o instrumento, enquanto piscava o seu quase sem sentimentos para o rapaz, em seus cabelos castanhos e curtos, roupas bem à vontade para poder ficar no calor que fazia ali fora. Ela deu um leve sorrisinho forçado pra o treinador e sua fantasma, balançando a cabeça ,mais como quem dissesse “quem é você?” do que “como vai?”


[Imagem meramente ilustrativa - Trailer]
[Imagem meramente ilustrativa - Menina de Guitarra]

12h12min
"Sol forte, poucas nuvens . 29ºC"

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E por que essa não poderia ser uma garota agiota? Talvez fosse uma coincidência do destino, mas trailers e equipamentos de acampamentos como estes eram caros.. Fica aí na imaginação. Acontece que esta informação ainda não é importante, como é a da cara de espanto da garota. Ela parava de dedilhar sua guitarra e avistava a fantasma com seu treinador. Ora, Cassadra era muito expressiva! De longe se via sua língua salivando para a churrasqueira da menina, enquanto a Ghost notoriamente queria um pedaço. Nem sabia que fantasmas comiam, mas esta come.

Quando Victor lançou seu teste de enganação e atuação diante da menina, ela logo caiu. O som que vinha de dentro do trailer diminuía ao ponto de não ser nem mais possível decifrar o que tocava, enquanto ela se erguia, vendo o menino puxar sua fantasma para longe do acampamento, enquanto Cassadra insistia em puxar em posição contrária, querendo ir até a churrasqueira. Sua saliva pingava no chão. Se encostasse demais, seria só carne com baba fantasmagórica.

- A gente tem muita comida.- se Victor olhasse para trás, veria a garota em pé, diante dele. De dentro do trailer, um rapaz mais novo, cabelos brancos e olhar apático saia para conferir o que era. Tinha uns traços parecidos com a menina, em uma fase de puberdade que estava passando, com alguns espinhas ,mas nada marcante. Foi um privilegiado da adolescência, talvez, pelo menos no que tangia a pele. - Quem são eles?- questionava em um tom de emo também. - Não sei.- respondia a menina, em tom baixo, mas era possível que Victor escutasse. Não era um convite padrão, mas era uma abertura para que Victor ficasse.


[Imagem meramente ilustrativa - Menino mais novo]

12h12min
"Sol forte, poucas nuvens . 29ºC"

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Enquanto Victor tentava decidir qual imagem ele passaria para os rockeiros do trailer do meio do nada, a menina e o rapazote piscava constantemente, enquanto esperavam que aqueles poucos segundos virassem mais tempo com respostas. Ora, Victor não era alguém que transparecia um arruaceiro ou alguém que atacaria eles, por isso, os dois nem se importavam tanto com a presença dele ali. Não denotava perigo! Talvez a saliva de Haunter fosse mais perigosa no momento. - V? -pelo sorrisinho que se apareceu entre os lábios da menina, ela gostou do “nome”. - Pode me chamar de Kate. Este é o Joshua.

Kate e Joshua. A menina se apresentava, assim como seu irmão – sim, deixa no ar que eles são irmãos, foi uma dedução narrativa. Os dois olhavam para a estrada, no que seria a direção de Rutsboro. - Menino, você tá com azar. Nossos pais foram mais cedo pra a cidade, só voltam amanhã. Se tivesse chegado umas horas antes, eles dariam carona para vocês. Mas pensa pelo lado positivo, vocês podem comer com a gente... Sua Hunter parece faminta. - não parece, ela estava claramente faminta. O “parece” foi mais questão de modos.

- Cassandra...- o menino parecia mais tímido e falava menos. Seus cabelos tingidos e sua maquiagem propositalmente borrada parecia combinar com seu estilo e gostar de fantasmas vinha junto. Por isso ele retirava sua esfera do bolso e a abria na mão mesmo. O raio azulado dava forma a uma alegre assombração de pano. Um Shuppet saia da esfera de Joshua e o fantasma era muito mais agitado que o próprio dono. Rodopiava ao redor de Cassadra, e não demorou para a Pokémon de V reconhecer o espírito como novo amigo. Estavam entre fantasmas... Digo... Amigos!

- Qual o ponto da carne?- Kate perguntava, colocando uma luva e pegando sua espátula. Acho que a churrasqueira já estava quente.

12h28min
"Sol forte, poucas nuvens . 29ºC"

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Ora, roupas surradas e folgadas pareciam ser a descrição de Joshua. Aparentemente, o adolescente estava passando por uma fase em que ele queria se aparentar um desordeiro. Enquanto V se portava como única escolha, Joshua se vestia por escolha. As de Kate eram bem normais, nada de luxo e a deixavam super à vontade. Mas no corpo dela, com curvas bem delimitadas, tudo ficava à vontade mesmo. Quem mais estava à vontade era Cassandra rodopiando em campo em um “pega-a-pega” fantasmagórico com seu novo amigo, esquecendo-se até da fome.

Bem, quando Kate foi pra churrasqueira, ai que o cheiro aumentou. A carne revirada, a salsicha no meio dela, com o pão já cortado na mesa com alguns molhos... Era aquele típico churrasco americano no meio do nada, nos matos entre a floresta e a cidade. - Saffron? Então você é um garoto da cidade grande!- deduzia a menina-agiota-guitarrista. Isso, porque, cabe a informação aqui que Saffron é a maior cidade de Kanto e, por sinal, a capital.

Joshua era um pouco tímido demais. Ao ser questionado sobre pontos e carne, ele se arrepiava pela atenção aumentada que parecia sentir naquele momento, enquanto puxava um pote de salada pra perto de si. - Shuppet não come carne. - dizia em voz baixa e quase que inaudível. Ele disfarçava o seu olhar encarando os temperos que usava ali na salada.

- Fica de boa. - explicava e confortava a menina, usando a espátula para tentar ver o ponto da carne que o rapaz pedia. - Nascemos nas estradas, nossos pais decidiram ter uma vida sem apego a nada, exceto à família. Eu, por outro lado, gosto de um pouco de apego. Joshua não tem muito o que conversar, exceto eu, que ele não quer conversar, por motivos de sermos irmãos e tem a regra de que irmãos devem se odiar pra sempre. - dizia em tom de brincadeira. Ambos eram notoriamente bem unidos e amavam muito um ao outro, mas tinha que fazer esta marra de bonzões.

Sobre o prato, um pedaço suculento de carne, salsichas, que era colocado na mesa de madeira feita à mão. Kate pegava uma cerveja e empurrava para ele. - V de Saffron, bebe? - claro, também tinha carne para Cassandra, o que eu não sei o ponto, porque também não sei nem se fantasmas como ela comiam... Mas se comem comida Pokémon, comem carne também!!!