Pokémon Mythology RPG
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1 - O Tolo

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SEIYA KYOUKO, TREINADORA.
SLATEPORT, RUAS.
APROXIMADAMENTE 21:05.
O Tolo
Enquanto tudo aquilo acontecia, você conseguia sentir o quão pesado era o sentimento de Ryuzaki. Durante o calor do abraço, você sentia que ele te apertava forte. Não o suficiente pra ser desconfortável, mas ele expressava que queria te dar um abraço há muito, muito tempo. Era como se ele estivesse realizando um de seus maiores desejos. Em meio aos dois estando molhados pela chuva, por mais que o ambiente estivesse frio, era possível sentir o calor dele. Era possível sentir o que ele sentia. Naquele momento, a única coisa que ele transmitia era puro alívio. Depois que você desfaz o abraço, ele sorri, com os olhos ainda lacrimejando.

Então, um silêncio. O rosto dele ruborizava, enquanto te olhava nos olhos. Era uma situação muito estranha. Desde sempre, o rapaz parecia que queria ter tido mais contato com você, te conhecer melhor e, até mesmo, aprendeu um pouco da sua linguagem de sinais, mas nunca teve uma oportunidade de se comunicar de verdade. Então, logo antes da sua derradeira levantada e o início de sua trilha para abandoná-lo à própria sorte, ele fez alguns sinais. (E, nessa hora, você perdoa o narrador pela falta de descritiva pois ele não conhece nada de libras) Basicamente, o rapaz estava dizendo que está muito feliz em ter tido essa oportunidade de poder estar perto de você. Na verdade, do jeito que ele estava se expressando... Seja por parca experiência com a linguagem da parte dele ou talvez um mal entendido da sua parte, ele parecia estar dizendo que te ama.

De toda forma, você se levanta, prestes a deixar o rapaz ali com seu Corphish. No entanto, ele também se levanta rapidamente e te segura pelo braço, tomando cuidado pra não agarrar o braço que havia recém sido cortado. — Espera! Não posso te deixar ir assim. — Ao virar-se pra ele, o rapaz está retirando algumas coisas dos bolsos, do mesmo local onde ele havia retirado a bandagem e o unguento que estavam sendo usados para cicatrizar seu ferimento. Ele te entrega mais bandagens e mais daquele unguento. — Aqui, leva um pouco mais. Você vai precisar trocar essa bandagem de tempo em tempo, então precisa de mais disso... — Depois de te entregar o item, ele também buscava mais uma coisa no bolso de medicinas. Dessa vez, duas potions. Ele aplicava uma em Sneasel. — Pronto, agora você vai ficar melhor. Você também, Kaname... — E então ele aplicava a outra potion em seu amigo.

Por fim, ele se levantava novamente, e te dava um sorriso. — Bom, eu não sei o que vai acontecer daqui pra frente, mas eu só quero que você fique be— A fala dele era interrompida. Um som de impacto e perfuração. Os olhos do garoto, que cintilavam com uma alegria de finalmente ter feito um contato com você, iam perdendo o brilho. As últimas lágrimas, que eram de felicidade agora, escorriam. O sorriso que ele tinha se desfazia de imediato, os olhos reviravam. Ele se colocava de joelhos e você via duas coisas. A primeira, que a nuca dele estava perfurada por uma kunai. A segunda, conforme o corpo do rapaz caía pro lado, pousando sobre o braço esquerdo dele, já sem vida...

A segunda coisa :


Ninguém menos que sua tia. A mesma que fazia todo tipo de abuso, usava seu dinheiro para se embebedar e não dava a mínima pro seu estado, seja físico ou emocional. Mesmo de máscara era possível ver que era ela. Principalmente quando ela falava. A voz te dava nos nervos, apenas com a primeira letra sendo vociferada. — Seiya... Seiya... Olha o que você me fez fazer... Isso tudo é sua culpa, sabia? Não deveria ter tentado se provar... Se tivesse apenas cometido seppuku... Nada disso teria acontecido. Ryuzaki estaria vivo agora...

Kaname, o Corphish, imediatamente ia até o corpo de Ryuzaki, e ficava empurrando suas patinhas contra ele, balançando o rapaz, que não reagia. O lagostim começava a falar seu próprio nome, da forma como os Pokémon fazem para se comunicar, e era notório, qualquer um poderia perceber: Ele estava desesperado. Cada vez mais intenso, até o ponto em que simplesmente estava gritando e balançando o corpo de seu antigo treinador, com força, e nada do rapaz reagir. Estava morto, afinal.

A tia se colocava de pé, com duas kunais, uma em cada mão. — Ele era um garoto promissor, quase tão bom quanto você. Bem, eu deixei vocês lutarem, então você deve ter percebido. Mas ele foi um Tolo! Não... Você que fez ele ficar assim. Você que tomou o futuro dele! Agora, eu sou obrigada a limpar essa bagunça... Você traz problemas até pra mim... Que inferno. Mas... Acho que vou gostar de brincar com você um pouco antes, heheee... — Ela abaixava a máscara, já que não precisava ocultar a identidade pra você... No rosto dela, um sorriso sádico. Ao lado dela, um Pokémon. Você sabia muito bem qual era, pois era o Pokémon assinatura da mulher.

1 - O Tolo - Página 5 Salandit
HP: 59/59

(c)

Off embaixo pra evitar spoiler :

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Off :


Tudo parecia está indo bem, os dois ninjas compreendiam um ao outro, principalmente em questão de seus sentimentos, os breves momentos de consolo e calmaria desabrocha um sentimento de que talvez haja luz nesse mundo sombrio e que até dos jardins mais podres podem sair as flores mais belas, a compaixão de Ryuzaki. A trajetória que ele percorrera para chegar ao ponto que está é louvável, todo o suor e sangue que derramou para afiar suas técnicas e saberes permitiram que chegasse a esse ponto de sua vida, para bem ou mal. Tudo chegava a esse momento, onde ambos familiares podiam se encontrar sem mais impedimentos da família tão retrógada... o fato de que o garoto aprendeu libras deixou a Kyouko... feliz? Certamente lhe pegou de surpresa, e poder interagir com pessoas que podiam lhe compreender, o que antes era apenas perca de tempo... agora lhe dava um pequeno choque de felicidade "É... isso é legal..." pensa ao deparar com os esforços do adolescente. A mensagem do jovem era... fofa. Kyouko não conseguia compreender a complexidade do amor, na verdade ouvir essas coisas direcionadas a ela simplesmente lhe era uma experiência nova, ela não sabia o que pensar, porém focava toda sua atenção nas palavras e sinais do garoto e estava... contente.

Ainda mais, fez o serviço de dar à ninja mais curativos e pomada cicatrizante e ainda curar sua Sneasel que estava um pouco cansada da luta, talvez fosse a pessoa mais gentil que já conheceu e não lembra ter sido tratada tão bem na sua vida toda... esse realmente era um dia especial para a garota apática, assim pensava. Porém a vida sempre tem jeitinhos de fazer tudo dar um 180°... quando a luz penetra um coração, a escuridão do mundo engolhe-a e disfigura-lhe... o adolesce estava lhe dando uma despedida quando um barulho macabro é injetado na audição de todos presentes, a frase do Ryuzaki é interrompida e sua consciência rapidamente esvaia de seu corpo, de acordo que caía no chão e tudo ficava escuro...

"Não... NÃO" gritava internamente, seus olhos desacreditando a cena que era posta na sua frente... mais uma pessoa tinha vindo a Hoenn com Ryuzaki, muito provavelmente fora do conhecimento dele... e não era ninguém menos que a tia da garota... a sua "cuidadora" desde que era incrivelmente nova, não havia como não reconhecê-la e sua voz sádica... era muita coisa para processar, o Corphish Kaname correra para seu treinado irresponsivo imediatamente, enquanto Sneasel não sabia quem era essa mulher, mas um olhar para a sua mestra e entendeu que não havia sombra de dúvida, essa era uma inimiga detestável, pior que lixo, ter tanto desapego para a vida de um garoto tão jovem, ela não podia ser perdoada...

Kyouko tremia com a fala da mulher, seja de raiva ou ansiedade, a menina não conseguia se controlar com o veneno espelido, não tão diferente do Pokémon maliciosa que lhe acompanhava, uma Salandit... essa ela conhecia muito bem apesar de não ser de sua região, convivera com ela por boa parte de sua vida, uma réptil venenosa que roubava comida da humana e não sentia nenhum remorso de expelir um gás tóxico ou chamas ardentes caso tentasse chegar perto dela. Agora, agia de forma incrivelmente pomposa, como se já tivessem ganhado... verdade seja dita, as habilidades da adulta superavam as da Kyouko, havia anos de experiência envolvidos na sua técnica, caso fosse um-contra-um, a adolescente morreria...

"Sneasel... eu preciso de sua ajuda..." apesar de pensar, não havia como comunicar verbalmente o pedido, abaixando seu corpo ao nível da felina, porém ainda mantendo contato fixo na mulher cujo nome é Tamaka, e tocou no ombro da sua Pokémon... acalmava sua respiração e concentrava, um erro seria fatal nessa luta decisiva, para vingar por todos os anos de abusos... não, para vingar Ryuzaki! É um sentimento que a gêlida podia simpatizar, e reciprocava essa armagura e vingança... a lua estava brilhando no céu fortemente, após a chuvar cesar e soltava um brilho diretamente nas garras afiadas da Sneasel... seu corpo estava pronto, ele queria lutar mais do que nunca, não era brincadeira nem treino... e então seu corpo começa a brilhar, não apenas devido ao luar, porém também a um processo intenso de metamorfose... evolução. Suas garras cresciam para tamanhos imensos, sua estatura aumentava e o frio natural que seu corpo emanava estava muito mais forte, desenvolve também uma espécie de coroa na sua nuca... seu poder é levado à outro nível inteiramente, tendo completo domínio em velocidade superhumana e força capaz de dilacerar até mesmo metal... Sneasel usa sua determinação para se transformar numa Weavile, graças à Razor Claw que estava segurando...

Kyouko não expressava muito, porém ela estava feliz... sim, feliz. O coração dessa dupla sombria batia como um nessa causa, na injustiça desse mundo! A Salandit possuia experiencia vastamente maior que a Weavile, porém não chegava aos pés do poder que obteve... o poder para aniquilar essas duas vis...

Kaname estava desesperado, perder seu treinador assim, aquele que já havia treinado tanto antes de chegar aqui... estava ciente que vida ou morte podem chegar a qualquer momento na vida de um ninja, porém vivênciar dessa forma, era demais para o pequeno crustáceo! "Ficar se lamentando assim não vai mudar nada... o que vai mudar é você ter a força para se vingar de quem matou seu treinador..." é o que Kyouko pensou quando olhou para o Corphish, tocando nas suas costas para ter sua atenção e dando-lhe um olhar de "você vai ficar aí parado?"... o aquático não entendia por que a garota nunca falava nada, mas entendia que ela era diferente e, principalmente, que era alguém querida pelo seu humano, necessitava se compor, pois a linha de chegada -a cabeça dessa mulher- estava ao seu alcance, ele tinha que estar disposto a lutar...

Mais palavras não precisavam ser ditas, muito menos comandos, ambos Pokémon ressonavam com a Kyouko... seria dois contra um, covarde? Talvez, porém Corphish não conseguiria lidar com o veneno da Salandit sozinho, todavia sabia que devia usar sua rajada de bolhas contra a flamejante era seu melhor movimento, assim como Weavile executaria seu movimento sombrio Thief na réptil duas vezes... com suas forças combinadas, não havia chance de derrota, cabia a Kyouko ficar de olho na sua Tia para qualquer momento que ela possa impedir... acredite, havia toda intenção de manter seu foco absoluto nessa luta...

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SEIYA KYOUKO, TREINADORA.
SLATEPORT, RUAS.
APROXIMADAMENTE 21:05.
O Tolo
Sim, a tia era alguém muito mais experiente. Tinha quase o dobro da idade da garota, senão um pouco mais. Certamente estava na casa dos trinta, apesar de se comportar já como uma quarentona. Por mais que a mulher fosse alguém completamente descompromissada com etiqueta, ou mesmo respeito pela hierarquia do clã, ela era uma arma valiosíssima e apenas por isso era mantida por perto. Claro, e o fato de nunca ter cometido traição. Enquanto ela tinha todo o dinheiro possível para encher a cara e levar homens pro quarto, fazendo a vida de Seiya um inferno ao ter que ouvir toda aquela obscenidade todas as noites, a "cuidadora" estava satisfeita. Mesmo assim, ela tem habilidades incríveis e é melhor do que vários tutores. Tudo isso se deve ao seu sadismo. Ela não se contenta apenas com um abate limpo e rápido, ela precisa ir minando seu alvo aos poucos, fazendo com que sinta dor em diversos locais. A morte não é o suficiente, também precisa do sofrimento. Por isso, ela precisa ser muito boa pra poder "brincar" tanto assim em serviço.

Assistindo sua Sneasel evoluindo e o Corphish, aos poucos, tentando se reerguer do choque emocional de perder seu treinador de forma tão abrupta e "suja", a mulher começava a dar risada, a mesma risada sádica de sempre. — Vocês três são tão fofos... Eu vou adorar quebrar cada um de vocês... Salandit, Nasty Plot e Incinerate! — Enquanto ela dizia aquilo e seus companheiros se preparavam pro combate, ela arremessou duas bombas de fumaça. Primeiro, uma nos próprios pés. Sneasel havia hesitado um pouco, por não ter mais visão nem da mulher e nem do lagarto venenoso. Em seguida, de dentro da fumaça, mais uma bomba daquelas era arremessada, agora nos pés do trio de ninjas, humana e Pokémon. A visão estava muito dificultada, mas ainda era possível ver alguma coisa, quando esta coisa se aproximava demais. Para os Pokémon, no entanto, a visibilidade era um pouco pior, por estarem mais próximos do chão por conta de suas estaturas. Era ali onde o gás se concentrava mais.

Você vê apenas um vulto passando por sua direita, e então recebia o primeiro golpe. Por muita sorte e uma reação incrível, consegue se defender a tempo. A dor é intensa, sua tia estava mirando no braço enfaixado e você precisava usar a shinobigatana de Ryuzaki para defendê-lo usando o próprio braço recém machucado. Ela nem havia te acertado um corte mas já te causava dor, por conta da tática de aproveitar o ferimento.

Enquanto isso, Sneasel... Não, Weavile... Avançava pela fumaça sem medo, sabendo que o primeiro comando da ninja sádica havia sido um Nasty Plot. Era hora de usar seu movimento recém aprendido, e que já estava sendo posto à prova tão intensamente. Essa noite estava mesmo uma loucura. Será que todas as noites serão assim?

Salandit recebe um golpe com as garras afiadas de Weavile, que não poupa força para derrotar a largarta bandida que também parece ser tão sádica quanto a dona. Em seguida, ela recua um pouco, se misturando na fumaça, enquanto balança sua cauda e encara fixamente a sombria gelada. Corphish está se aproximando da luta aos poucos, mas ele é um pouco mais lento. Por mais que Kaname fosse resistente a fogo, ele não é nada forte contra golpes especiais, então o dano foi alto mesmo assim. Então, quando finalmente se aproximava o suficiente para poder ver alguma coisa, o lagostim atirava um jato de bolhas na Salandit, que recebia o golpe mas não sentia muita coisa, mesmo sendo um Pokémon de fogo recebendo um golpe de água. Isso mostrava o quão forte era aquela venenosa. Além disso, ela estava com um item equipado, assim como sua Weavile. Era um bulbo, que estava preso no pescoço da lagarta, como um pingente. Ele absorvia parte do golpe de água feito por Kaname e parecia ter inflado ainda mais os poderes da Salandit.

Por falar em veneno, sua tia continuava com os ataques. Ela queria porque queria te causar dor em vez de te matar de maneira rápida, limpa e eficiente. Ela continuava focando seu braço já machucado e, as vezes, fintava que iria acertá-lo mais uma vez mas em seguida criava um corte novo, mas no outro braço. Todos eles pegando de raspão, apenas para abrir a pele um pouquinho. — Seiya... Isso está tão divertido! Eu poderia fazer isso a noite toda! Ahahahaha!

A batalha Pokémon continuava dentro da outra nuvem de fumaça, enquanto as ninjas com laços de sangue brigavam na nuvem de fumaça que foi criada depois da primeira. Então a lagarta ígnea assoprava fogo, num largo cone de chamas que afetava ambos os Pokémon de uma vez. Por sorte aquela fumaça não era inflamável, teria sido uma baita de uma explosão.  Agora era a vez de Weavile acabar com tudo. Ela colocou toda a força de seus bracinhos, junto com a Razor Claw. Ela iria acabar com a Salandit ali mesmo, mas a fumaça acabou atrapalhando a visão e a sombria acabou errando o golpe. Kaname, por outro lado, conseguiu atingir um outro jato de bolhas, afetando um pouco mais a lagarta.

— Salandit, Nasty Plot e Incinerate novamente!




Salandit:
-2 ACC
+3 SPA

Hold Item:
Absorb Bulb
(consumido)
Trait:
Corroison

lv25 Salandit


23/59
1 - O Tolo - Página 5 Salandit
1 - O Tolo - Página 5 Weavile1 - O Tolo - Página 5 Corphish
lv16 Weavile


26/48
lv15 Kaname


13/38
Trait 1:
Pressure
Trait 2:
Adaptability
Hold Item 1:
Razor Claw
Hold Item 2:

Weavile:
-2 ACC
Kaname:
-2 ACC

Campo: Cais com chão de madeira. Está úmida, mas não mais encharcada. Há duas grandes nuvens de fumaça atrapalhando a visão de todos. Durará cerca de quatro turnos (duas rodadas, contando com essa, então até o final do proximo post).
(c)

description1 - O Tolo - Página 5 EmptyRe: 1 - O Tolo

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"Essa mulher é uma maníaca irredimível..." para Kyouko não havia outra maneira de descrevê-la, sua tia era uma safada e vagabunda pela visão da garota, não havia dúvidas em quanto a isso, porém ela leva um passo a mais no auge do combate, usando toda sua capacidade não para matar, ou ao menos, não imediatamente... seus movimentos são calculados e precisos exatamente para prolongar a luta o máximo possível enquanto se mantém em uma posição favorável e enfraquece sua... presa... A noite é a hora onde força rege todas as relações humanas, é quando os predadores vão atrás de sua presa... e agora a mulher se via como uma caçadora, fadigando a pequena caça que ultimamente sucumbirá... todavia isso é apenas sua percepção distorcida e falaciosa...

Kyouko e seus Pokémon possuíam força em conjunto que supera todos os truques sujos e sádicos lançado, era a união dessa trio que melhor fizesse uso de suas capacidades para derrotar as inimigas na fumaça, não tão diferente como é uma táctica de seu clã usar névoa densa e tempestades de neve para se esconder e camuflar no ambiente, cabia à humana colocar em práticas todos os seus aprendizados nesse duelo... primeiramente, é primordial que tenha um posicionamento defensivo adequado, qualquer brecha pode e vai ser abusada, precisa ter um domínio de seu corpo na fumaça para que se esconda adequadamente; segundo, numa luta com diferença de tamanhos, a melhor tática é atingir o joelho do inimigo, por ser uma das área mais difíceis de defender e debilita o movimento consideravelmente, diferente de áreas vitais que a diferença de tamanho de braço faz toda a diferença e facilmente pode ser interceptado...

Portanto, Kyouko se esconde no chão, fazendo uso de seu corpo fino para ocupar a menor área possível e ainda manter uma ofensiva... usando a shinobigatana do Ryuzaki, tenta revidar os golpes com furos constantes nos membros inferiores da mulher, com um objetivo prático em vez de puro sadismo maníaco... a mulher ria franticamente toda vez que acertara um golpe, principalmente forçando o braço debilitado da garota, que não demorava para reabrir parte do corte além de novos feitos, porém ainda possuía manuseio de seu membro, apesar da dor inflingida, bastava não paralisar os nervos e impedir a ofensiva dela, mesmo que seja mais fácil dito do que feito.

Já para o lado dos Pokémons, a situação estava feia para todos os lados. O golpe de gases pegou tanto a Weavile quanto sua treinadora de surpresa, fora uma técnica que, em retrospectiva, deveria ter sido predicada, mas de qualquer modo, andar pelo fumaceiro não era tarefa simples, principalmente considerando o nível de experiência superior do flamejante, acertar golpes era dificultoso porém não impossível, a maior preocupação acaba virando o plano maligno dessa Salandit... literalmente! Seu Nasty Plot faz com que seus golpes fiquem insanos, nem menos um aquático como o Kaname resiste a potência das chamas, enquanto quase corta as energias da Weavile pela metade... o que significa que se fizesse mais um seria fim de jogo... o conforto é que a sombria ainda possuía suas técnicas e habilidades, a sua presença dava calafrios em todos, a pressão que ela exercia era forte e fazia com que a venenosa não apenas expelisse fogo constantemente, isso dava brechas impiedosas para que se possa virar esse jogo de cabeça-à-baixo...

Se antes era dificultoso a humana dar comandos, com a visão impedida era quase impossível, cabia confiar no laço entre as duas e agir para que dê tudo certo... primeiro busca lançar uma provocação, um dos fatos sobre essa Salandit é seu orgulho que puxou de sua mestra, ferir esse ego pode ser uma forma muito boa de remediar a situação, coisa que Taunt pode fazer... a partir disso é ir para a ofensa com mais um do seu golpe Thief... enquanto o Corphish, que já estava entrando em estado crítico, é aconselhado pela Weavile para usar sua dança da chuva, não só ajudará a dicipar a fumaça para melhorar a visão, como também reduzirar pela metade o golpe de chamas a vir... podendo talvez até garantir sua sobrevivência, com sorte... então, canalizando sua força com a chuva, poderá usar um Bubblebeam intenso e vasto, embora as coisas estejam complicadas e todos feridos, é usando estratégia que se pode vencer esse encontro fatídico.

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SEIYA KYOUKO, TREINADORA.
SLATEPORT, RUAS.
APROXIMADAMENTE 21:05.
O Tolo
Weavile olhava para Salandit com um ar de presunção e superioridade, fazendo com que a lagarta venenosa ficasse enfurecida, não conseguindo arquitetar seu plano corretamente. Como se não bastasse, Kaname havia invocado a chuva mais uma vez. Slateport nunca teve um tempo tão instável quanto hoje... Começa a chover, para de chover... Está tudo um caos.

As gotas de água que fluem do céu para o mar e também molhando o cais e todos presentes nele. Aos poucos, a fumaça vai se dissipando, por conta da água que "captura" as partículas de fumaça e termina de pingar no chão um pouco mais suja do que estava quando saiu da nuvem enegrecida. Então, para o alívio da treinadora renegada, aquelas bombas de fumaça estavam prestes a se dissipar e teria então uma visão melhor de sua oponente, que, tão ardilosa quanto aquela Salandit, parecia estar sempre usando seu próprio Nasty Plot, fazendo sempre uso da parca visão do campo de batalha a seu favor.

Weavile avançava contra a Salandit, dando um golpe de garras poderoso. Na verdade, havia sido tão poderoso que sua Razor Claw se quebrou. Da mesma forma como ela havia quebrado a shuriken que Ryuzaki arremessou que quase iria te cegar, agora o item que se espatifava. Mesmo depois de receber um golpe assim, a Salandit estava de pé. Nas últimas, mas de pé. A lagarta ígnea ofegava, exalando um pouco de uma fumaça escura em sua respiração, enquanto encarava a dupla de oponentes.


Salandit:
-2 ACC
+3 SPA
Taunted

Hold Item:
Trait:
Corroison

lv25 Salandit


4/59
1 - O Tolo - Página 5 Salandit
1 - O Tolo - Página 5 Weavile1 - O Tolo - Página 5 Corphish
lv16 Weavile


26/48
lv15 Kaname


2/38
Trait 1:
Pressure
Trait 2:
Adaptability
Hold Item 1:
Razor Claw
Hold Item 2:

Weavile:
-2 ACC
Kaname:
-2 ACC


Kaname estava começando a canalizar a água dentro de sua pata, pronto pra atirar seu jato de bolhas e encerrar a luta, mas um feixe de luz vermelho envolve a lagarta e a recolhe para dentro da Pokébola.

Agora, com a fumaça praticamente toda dissipada, restando apenas um pouco de fumaça, que encobria os pés, você sente os braços de sua tia te envolvendo. Um deles vai no seu abdomen e o outro direto no pescoço, segurando a faca contra ele. Ela começa a falar no seu ouvido. — Seus Pokémon venceram essa rodada pra você. Eu poderia apenas te matar, aqui e agora... — No entanto, ela sabia. Você também sabia... Weavile e Corphish dariam uma surra nela, afinal seria uma batalha de Pokémon contra humano e todos sabemos qual seria o resultado. Então, o fato de Salandit ter perdido a luta era um fator complicante. Weavile congelava, mesmo sendo uma felina de gelo, ao ver-te em perigo. Ela rosnava contra sua tia, que a ignorava e continuava falando em seu ouvido. — Mas, vamos deixar isso pra uma próxima vez. Fique mais forte ainda, se não quiser morrer. Eu quero te matar, mas não agora que está fraca... Quero te quebrar inteira quando você estiver em seu ápice... Apenas pra te provar que você nunca mereceu estar entre nós. Vai ser delicioso... — Ela mordia sua orelha, de leve. Parecia quase um gesto de carinho, se não tivesse vindo de uma pessoa tão... Nojenta. Então ela joga uma outra bomba de fumaça, nos seus pés, e te empurra pra frente.

Quando a fumaça se dissipa... Parecia que a mulher havia dissipado junto da fumaça. Não havia mais sinal dela, ou de Salandit. Apenas o corpo de Ryuzaki no chão. Kaname, o Corphish, ia se aproximando do rapaz, lentamente. Você reparou em algo que não havia tido tempo de reparar por conta da luta que acabava de ocorrer. O rapaz havia caído por cima da Pokébola de Kaname e ela estava quebrada. Durante toda essa luta, o lagostim estava lutando ao lado de Weavile, ao seu lado, porque queria. Ele poderia apenas ter ido embora, estava com sua mentalidade de Pokémon selvagem de novo. Mas resolveu ficar. Talvez isso queira dizer alguma coisa...?
(c)


Progresso da Rota :

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Ambas as lutas eram polarizantes, o lado dos Pokémon mostrava que a força em números supera a diferença de experiência entre eles, com um combo potente que cortava não dava brechas para a venenosa, com muito sufoco parecia que a vitória estaria prestes a ser definida... todavia a luta das humanas ainda trovejava tanto quanto a energia gerada pelas núvens negras no céu, com a Kyouko lutando pela sua vida para escapar de cada golpe *quase* letal, propositalmente calculados dessa maneira pela tia vil que dominava o campo de batalha, mesmo na madeira úmida do cais.

A percepção da adulta não se limitava para a menina que estava na sua frente, ela na verdade estava atenta de como a luta de sua Pokémon se desenvolvia, entre risadas, insultos e cortes que dava. Quando percebeu que a sua Salandit havia perdido, ela foi esperta, rapidamente recuando a ígnea e si mesma, sabia que três contra uma seria demais até para seu nível de habilidade... não perdeu tempo para rapidamente surpreender Kyouko por trás e fazê-la de refém e escudo humano para as duas criaturas que pouco podiam fazer algo a respeito. "Ela estava apenas brincando... ela podia ter me matado incontáveis vezes, porém continuou se divertindo até seu tempo limite se esgotar" era a adolescente pensa enquanto as armas estavam meros milímetros de sua pele... foi quando a treinadora percebeu algo sobre si: era fraca, infantil e, acima de tudo, uma tola.

Kyouko não passava de uma garota de 14 anos de idade que se sobresaía em relação aos outros dentre sua faixa etária, enquanto pensava ser a soberana do mundo ela simplesmente foi reduzida a um entrenimento macabro para sua "cuidadora". A garota de coração de gelo sentia um fogo intenso queimando-lhe por dentro, não derretia o seu órgão cristalizado, muito menos lhe dava uma força extra que lhe daria uma chance de trazer uma reviravolta, era uma chama agonizante, sentia-se envergonhada de suas capacidades, como se no fim não culminassem a nada...

Mais do que nunca Kyouko queria gritar, voicerar um "EU MEREÇO, EU VOU TE PROVAR", porém questões biológicas não eram as únicas que impediam isso de se realizar... quando se deu conta, estava no chão e a sua tia já havia sumido, era uma quebra de realidade grande para processar, no fim não conseguiu se vingar do Ryuzaki... não agora, pelo menos. Paranoia se instala, não há dúvida que ela será observada, espiões podem se instaurar em qualquer lugar, nas sombras ou debaixo do seu próprio nariz, nenhum lugar era seguro, principalmente Slateport...

"Kaname está... triste" Kyouko faz uma observação um pouco óbvia, não acha? Bem, a garota não entendia sentimentos tão bem, para ela eram como fios embaralhados e mesclados, não faziam sentido, porém ela sabia que o pokémon estava triste porque ela, também, sentia isso, certamente sem a mesma intensidade, mas sentia. O que sentiu podia realmente ser dito como luto? Não demorou muito para que o sentimento se acalmasse, a vida de Ryuzaki parou bem aí, para ela não faria sentido continuar parada numa situação dessas. Mesmo assim, esperou o crustáceo ter seu momento... junto com a chuva que continuar a jorrar, porém não demoraria para cessar.

Olhando para o Pokémon, pega sua pokébola... ele não possuía para onder ir, será se adaptaria bem nessa localidade? Provavelmente sim, porém Kyouko sabia de sua força... "Eu preciso de força, eu preciso de poder para me provar... essa arma também quer isso, não quer?" Friamente cogita, estendendo a esfera próxima ao Corphish, quando prestasse atenção à garota, seria introduzido ao olhar vazio da Kyouko, uma expressão séria, um pouco triste até, primeiro permitiria que ela escolhesse... "Você quer se vingar, não quer? Vamos... junte-se a mim."...

A garota estava ferida, sua Weavile tanto quanto e o lagostim estava na beira do desmaio. Ela precisava de um local para descansar e aplicar o curativo em si e, com a vinda do aquático ou não, curar suas "armas"... recolhe as armas jogadas no cais e parte para o centro pokémon mais próximo, de acordo com o guia dado pelo seu aparelho eletrônico, sua mente completamente pesada sem dar uma mínima atenção a qualquer pessoa ou coisa que pudesse a ver.

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SEIYA KYOUKO, TREINADORA.
SLATEPORT, RUAS.
APROXIMADAMENTE 21:30.
O Tolo
Agora que a situação havia se acalmado, ainda restava o problema chamado Kaname e seu treinador morto. Era um pouco difícil saber como você deveria se sentir. Por um lado, você não conhecia Ryuzaki ao ponto de realmente sentir uma perda tão grande. O que a perda do rapaz simbolizava para você era mais a perda de algo que poderia ser belo, do que algo que fosse, de fato. Um dos, se não o único momento em que você havia sido bem tratada por alguém da família foi proporcionado por ele. Poderia haver outros... Mas, como sentir falta do que nunca teve? Por isso, você não conseguia compreender os sentimentos do lagostim.

Ele estava ao lado do rapaz caído, com um olhar vazio. Você se agacha, ficando próxima dele, estendendo a Pokébola e dando a oportunidade do Corphish se juntar a alguém que quer o mesmo objetivo que ele: vingança. Ou, ao menos, é o que Kyouko transparecia para ele. O crustáceo ainda continuava olhando para seu treinador, era como se algo estivesse puxando a visão dele para lá e ele não conseguia olhar em outra direção. Com as suas garras, ele apertou as madeixas do garoto, que não eram muito compridas, mas podiam ser agarradas. O Corphish parecia estar ponderando se cortava um pouco do cabelo de seu ex-treinador, para ter uma lembrança dele consigo. Ele desiste da ideia. Vira-se na sua direção. Você conseguia ver a si mesma no olhar dele, mas não apenas pelo reflexo no globo ocular e sim porque o olhar que ele te lançava era frio e vazio, do mesmo jeito que você lançava para outras pessoas o tempo todo. Ele encosta a garra no botão da Pokébola e o feixe vermelho o absorve pra dentro. A Pokébola nem treme e há o estalo que sinaliza a captura.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Ao passo que se aproximava do Centro Pokémon - único lugar conhecido para curar Pokémon de forma gratuita - você sentia uma certa hesitação ao entrar. O que pensariam de ver uma garota com o braço enfaixado e ensanguentado? Ainda mais caso você tenha decidido manter seu casaco que havia pensado em descartar e oferecer como uma prova falsa da sua morte feita por Ryuzaki. E, se não manteve, ainda revelava as faixas no peitoral, o que poderia ser algo mais preocupante. De toda forma, você não tinha escolha. Kaname estava à beira do desmaio, Weavile também não estava no melhor estado e você precisava de um local pra refazer a atadura no braço, já que o corte havia reaberto por conta dos golpes pesados de sua tia sádica.

Você toma um fôlego, tentando acalmar o coração, e adentra. Por sorte, nesse horário o movimento é quase nulo. Havia apenas um único treinador no ambiente, além da enfermeira que ficava no clássico grande balcão. Esse treinador em questão estava tirando uma soneca nos sofás da recepção, que também servia como uma sala de espera. No colo dele, havia uma Skitty. Não percebeu e provavelmente não perceberia você chegando, sendo atendida, ou saindo. Apenas a enfermeira, que, assim que colocou os olhos em você, saiu rapidamente de trás do balcão, ao ver todo aquele sangue. — Meu deus! O que aconteceu com você? Venha, eu vou te ajudar. — Ela sequer perguntou se você estava bem, se podia andar sozinha... A enfermeira simplesmente pegou o seu outro braço, o que havia apenas cortes superficiais feitos apenas para te causar dor, colocou-o sobre os ombros, ficando por baixo do seu braço, e te levou pra um consultório. Naquela hora, quando você percebeu que ela estava te dando apoio, o corpo ficou muito pesado. Por mais que você conseguisse andar sozinha, o fato de ter um apoio físico... Era como se você soubesse que podia relaxar, mesmo não querendo. Por isso, seu próprio corpo pedia que deixasse ela te "carregar", na medida do possível.

Ao adentrar numa pequena sala com uma maca e alguns equipamentos médicos para exames básicos, ela te coloca sobre a maca e começa a remover as ataduras, verificar seus ferimentos e tudo mais. Com um olhar preocupado, ela pergunta, sem saber que você não poderia responder. — O que houve com você? Precisamos chamar a polícia?
(c)

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Kyouko observa o aquático irresponsivo apenas entrar na pokébola sem nenhuma resistência, não sentia coisas tipo "coitado do Kaname" ou "Eu vou cuidar dele", apenas guardou-o no seu casaco, assim como fez com Weavile logo em seguida. Esforçar os corpos deles ainda mais só traria negativos para a humana. Antes de vestí-lo, olhava mais uma vez para ele. Esse foi um "presente" de sua tia, que não passava de um casaco velho que ela usava e estava tão usado que ia jogar no lixo, só que decidiu dar para a lixeira orgânica em vez da convencional de plástico. Apesar disso, era uma das poucas posses que tinha, era uma pequena conexão dela com o resto do mundo. Mas e agora? Estava muito sujo de sangue, seu sangue, e tudo por cauda de sua família que mais uma vez rouba-lhe de todo valor emocional que possuíra, assim como acabara de fazer com o Corphish, que simplesmente parece ter "quebrado", o brilho da vida se esvaía rapidamente quando se vive uma realidade nua e crua: tudo pode ser tirado de ti em um instante.

Por mais que a garota sinta nojo desse casaco, ela não poderia jogá-lo fora ainda, era evidência... não como se todo o sangue que estava na madeira também não fosse, porém pensava ser imprudente passar toda a noite sem algo para cobrir seu corpo, mesmo nascendo em Snowpoint, seu corpo tem limites quanto ao frio. Até achar outro casaco, ficaria com este, pelo menos pelo restante da noite... no momento a mente da ninja era como prosseguir sua vida, afinal era uma jornada muito perigosa, a única certeza que tinha é que não podia ficar muito tempo em Slateport, mesmo que saísse sem rumo ou destino, era melhor do que estar em um local estático em que há confirmação de sua família estar presente. A única coisa que precisava fazer era ir a um centro pokémon, precisava tratar as criaturinhas... seria isso uma demonstração de carinho ou apenas se limitava à necessidade de se proteger de algum ataque que poderia vir a surgir? Não saberemos, fica na interpretação de cada um...

Fazendo seu trajeto para o centro mais próximo, finalmente se depara com as duas portas do estabelecimento, embora tivesse que interagir com a enfermeira atendente, não podia ser evitado... tinha que ir em frente, e assim foi. Como de esperado, a recepção não foi com um sorriso forçado e uma fala irritante, era aparente preocupação sobre seu estado físico que evidentimente estava mais que péssimo, a mulher insistiu em fazer um atendimento particular na adolescente, primeiro para que pudesse saber sobre a situação e então realizar os procedimentos curativos. Kyouko não queria toda essa atenção, ou ao menos dizia para si mesma isso, todavia deixou com que a Joy lhe guiasse, afinal causar mais próximas só complicaria sua vida no estado que está.

A enfermeira faz-lhe umas perguntas. "Lá vamos de novo... ugh". Interagir com as pessoas era simples para Kyouko, bastava fazer um gesto em libras que as pessoas diziam "Ah, desculpa eu não sabia." E a deixam em paz, aparentemente ser muda significa que as pessoas podem se afastar de si, fator que era melhor para a jovem, era dessa forma que cresceu e está dentro de sua normalidade, preferia que fosse deixada em paz mesmo. Enfim, a treinadora primeiro balançou sua cabeça, entendendo que se referia a parte da polícia, então se comunicou em libras, puxando a manga de seu casaco e dizendo "Sangue meu. Estive lutando". Claro, não esperava que ela entendesse, ou melhor torcia para que fosse o caso e lhe fosse deixada em paz, a maioria dos funcionários públicos não sabiam linguagem de sinais, então se entendesse provavelmente faria mais perguntas. Mas no fim, podia ter mentido, podia ter ficado calada mesmo, porém foi honesta com a resposta, apesar de não contar toda a história. Kyouko apenas pega as duas Pokébolas de suas "armas" e entrega-as à mulher. "Cure" foi o que disse com suas mãos. A comunição principal de libras se dá pela junção de movimentos labiais e gestos físicos, porém a garota apática simplesmente não se dava o esforço de fazer uma linguagem expressiva, apenas fria e objetiva, tendo sua boca completamente imóvel... a mulher poderia lhe entender ou não? Há de descobrir agora, já deve ter ficado claro a sua deficiência física, apenas basta observar a reação dela.

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SEIYA KYOUKO, TREINADORA.
SLATEPORT, RUAS.
APROXIMADAMENTE 21:35.
O Tolo
Algo inesperado acontecia conforme você tentava afastar a enfermeira com a mudez. Quer dizer, não é que você tentou de fato afastá-la, mas imaginou que isso aconteceria e até estava torcendo para tal. No entanto, ela quebra suas expectativas, te dando um doce sorriso e uma carícia no cabelo. — Deve ser difícil... Pra ajudar, eu tenho um amigo. Só um instante. — Ela alcançava uma Pokébola dentro do seu avental de enfermeira e liberava um Pokémon que parecia um palhaço, com mãos enormes e dedos maiores ainda. Também tinha sapatos estranhos...

Ele observava você e seus gestos e depois começava a fazer mímica para a enfermeira, te poupando o trabalho de fazer algo tão vergonhoso. O Mr. Mime começava com um gesto onde ele simulava ter o braço cortado, agarrando o próprio braço e emulando muita dor no rosto, mas ele não falava nada, era tudo em silêncio, assim como você costuma fazer. Mas tudo o que ele gesticulava era um pouco cômico, ou pelo menos tinha a intenção de ser. Em seguida, ele apontava pro sangue que estava por todo o seu corpo e depois pro seu rosto e fazia uma expressão de medo. E, por alguma razão - talvez telepatia - ele sabia que você estava escondendo algumas armas brancas. Ele iria pegar uma delas do seu bolso. Mais precisamente a shinobigatana de Ryuzaki. Talvez ele fosse mostrar qual arma que havia feito o corte no seu braço, mas ele percebeu seu nervosismo intenso quando sentia a mão dele se aproximando de onde você estava guardando a arma e "te deu uma ajudinha", ignorando o item.

Por fim, ele fazia uma pose de musculos e apontava pra você. E aí ele parava de fazer mímica e ficava olhando o local como se nada mais importasse. A enfermeira, por outro lado, o recolhia pra sua Pokébola, não sem antes agradecê-lo. — Obrigada, Mime. — Então, depois que o mímico era recolhido, ela voltava a olhar pra você. — Ele me disse que você está bem, que é uma garota forte mas que esse seu braço está doendo bastante. Não me disse o que aconteceu com você pro seu braço ficar desse jeito, no entanto... Parece que isso vai permanecer um mistério. — Ela sorria pra você. Como você não estava acostumada a receber tanta compaixão de alguém que nunca havia visto antes na vida, poderia até ponderar se ela estava rindo de você. No entanto, isso ficaria apenas na sua mente, questionar não era uma opção. Então a enfermeira começava a fazer os procedimentos.

O trabalho era muito melhor do que o de Ryuzaki, mas você sentia que tinha um certo profissionalismo ali. Ela fazia a atadura de forma mais eficiente e usava remédios melhores mas... Era como se o torniquete feito por Ryuzaki tivesse tido mais... Carinho(?). Era algo estranho de se pensar. Além da bandagem com as pomadas que eram absorvidas pelo pano - e, por consequência, pela pele ferida - a enfermeira também colocava pequenos band-aids nos cortes menores do outro braço.

A enfermeira estende as mãos, pedindo por suas Pokébolas. — Por favor, me entregue seus Pokémon pra que eu possa cuidar deles também. Você fica aqui descansando um pouco e eu vou levá-los para serem curados, tudo bem? — Então, depois de receber seus Pokémon, ela saía de cena, te deixando pra pensar um pouco em tudo o que tinha acontecido. Claro, sem a intenção de fazê-lo, afinal ela não fazia ideia de tudo o que a jovem Kyouko havia acabado de enfrentar... E que ainda enfrentaria.
(c)

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Se tem uma coisa que Kyouko não esperava, era a presença do pokémon mímico, ele não fazia um som, apenas se mexia de forma... esquisita, ao menos fora assim que a garota pensava. Era verdade, a enfermeira não podia compreendê-la, mas isso não fez com que a mulher desistisse de manter contato, na verdade acabou apenas fazendo as coisas mais cômicas da menina que não estava na disposição de piadas... well ela nunca está, mas esse não é o ponto. A ninja nunca havia visto esse Pokémon antes, se não tivesse vindo de uma pokébola não duvidaria se fosse um humano em roupas desengonçadas. Pelo visto, o Mr. Mime conseguia reproduzir movimentos que eram inteligíveis para a profissional, demonstrando ações que vão de acordo com a origem de seus machucados, o que até impressionava a menina.

"Uma arma... para a mulher, esse Pokémon só serve de um tradutor, não é?" Kyouko ponderava sobre a relação entre os dois seres que estavam no seu campo de visão. Era claro que psíquico era um Pokémon do governo ou algo do tipo, seu trabalho é ajudar as pessoas e Pokémon que estão, era um objeto a ser usado nas horas de necessidade assim como a criaturinha de um treinador é usado em lutas, fazia sentido para a garota que eles fossem a mesma coisa, e conclui que o mundo também vê Pokémon como objetos para usufruir benefícios; a Joy, embora possuíse o mesmo papel de auxílio e apoio social e da saúde, ainda estava em um "ranking" acima do mímico, afinal ela que regia quando era momento dele sair para ver a luz do dia, ou melhor dizendo, do Centro Pokémon; aí ficou imaginando que o Mr. Mime não saísa de sua prisão para nada além de fazer seu serviço e se alimentar, embora muito provavelmente estivesse longe da verdade.

Compreendendo a situação e prosseguindo a tratar os ferimentos, a profissional fazia trabalho rápido e eficiente, o que era completamente normal para a Kyouko, diferente do que sentiu com Ryuzaki, é como se fosse algo... entediante. Seu coração não palpitava e não sentia o calor humano do braço da Joy, era como se estivesse escovando os dentes ou colocando sua roupa, talvez a melhor palavra que descrevesse seria um "vazio", não havia significação ou valor nisso. Joy faz o que faz porque é seu dever de profissão; Kyouko recebe o tratamente porque está dentro seus direitos constitucionais e não passava de uma transversão mecânica, assim era envisionado pela humana de gelo.

No momento em que entregou suas esferas para a mulher e ela saiu, foi quando soltou um suspiro que havia guardado, finalmente estava sozinha; mesmo não sentindo muita coisa, evitava contato com outras pessoas porque toda vez que estivera com uma é como se um peso fosse colocado em suas costas, não do tipo de dever ou obrigação, porém literalmente sentia seu corpo pesar, com um desejo de se afastar e manter-se em solitude e viver sua vida do jeito que mais gosta, de forma simples. "Viver..." para falar a verdade, Kyouko dificilmente poderia dizer que viveu, passou todo seu tempo caminhando em função de uma família que completamente lhe rejeitou, como se o último encontro não fosse claro o bastante. E agora? Como continuária o que, no fim, culminou-se a um nada? Pensamentos negativos como esses bombardeam a menina. Era uma bastarda, uma tola e agora uma vadia...

"Eu preciso pegar meus Pokémon e sair daqui... eu não posso perder tempo, não quero perder tempo". A ninja estava trabalhando por poder para poder ser aceita pela sua família, agora ela não viu outra opção além de continuar ficando mais forte para sobreviver e para que sua tia pague pelo o que fez. Seus objetivos eram razos, todavia agarrava neles como pilares de sua vida, caso contrário seria mais fácil apenas cortar sua garganta aqui e agora. Ela não sabia quase nada de lutas Pokémon, tampouco sobre as criaturas em si, e seu corpo, enquanto agilidoso e técnico, ainda tinha muito caminho a percorrer. Possuía uma vantagem enorme contra outros adolescentes e em combate com armas brancas, porém lutar contra adultos habilidoso seria outra questão, e não havia dúvidas que sua vida adiante seria repleta disso. Esse era o começo de tudo, de uma tola que busca... força, agora apenas quer ser mais forte, vai se preocupar com outras coisas no futuro.

Ademais, sai da sala em vez de esperar como foi instruída. Uma hora ou outra iria sair, então preferisse que fosse agora e há a possibilidade de que a enfermeira fosse ligar para a polícia mesmo que disse que não precisava, não seria a primeira vez uma adulta não lhe desse ouvidos...

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