Com os dois pés na porta - pt. 3
Academia—K.
Completamente confuso e sem saber o que fazer, apenas... Decidi entrar. Então abri a porta e a tranquei imediatamente, atrás de mim. Eu ainda estava preocupado em ser pego. Eu sei, talvez uma preocupação um pouco infantil, pois afinal estou entrando no quarto de uma das garotas pra ajudar, mas ainda assim... Perguntariam o motivo de eu estar ali em primeiro lugar.
Mas, sei lá. Talvez eu realmente devesse estar ali. Como se fosse... Destino. Os garotos sumiram e mesmo contra todas as chances de ser pego, eu continuei. Era como se algo estivesse me atraindo pra cá... Ok, ok, eu sei que era garotas em primeiro lugar, mas agora estou feliz de estar aqui, mesmo que não tenha visto nada demais. Feliz por poder fazer alguma coisa, que caso eu não estivesse invadindo, não poderia fazer nada ou sequer ficaria sabendo da situação.
Então liberei a Trapinch de sua Pokébola e olhei pra todos os Gastlys. Meus olhos também passavam pelo quarto procurando por algum treinador - ou treinadores - que poderiam estar comandando todos esses fantasmas. — Acho que é hora de vocês deixarem ela em paz. — Dizia, pros fantasmas e pros humanos, se ali houvesse.
Meu olhar agora estava diferente. Meu objetivo não era mais espiar nenhuma garota. Tinha alguém precisando de ajuda de verdade e eu não queria que ninguém ficasse na mesma situação que eu de anos atrás. Então eu nem hesitei. Com treinadores ou não ali, comandei. — Pinch, morde eles tudo. Bite até cansar. — Ao mesmo tempo me preparava pra possíveis surpresas, ajustando minhas luvas e cerrando os punhos, pronto pra esmurrar qualquer um que tentasse graça.