Pokémon Mythology RPG
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Um mundo de sonhos é um mundo de...?

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Sonho bão... Ou não


Finalmente sossego. Estavam livres de Sakura Mei. Mas até quando? Até quando eu quiser, obviamente. Mas vamos focar no que realmente interessa.

Bruce certamente tinha seu coração partido mais uma vez. O que será que o destino tem contra ele em tirar todas as garotas bonitas de perto de si? Será algum pecado que cometeu? Será que é por ele ser um morcegão? Nunca saberemos.

Vamos ao que interessa. O que encontrariam explorando o castelo? Havia apenas um caminho à frente. Seguiram, pelo corredor. A iluminação do castelo se dava pelas enormes janelas mais ao alto, ainda havia velas na parede, mas estas estavam apagadas, afinal era dia. Passavam por algumas portas, mas todas fechadas. Ninguém passava pelos corredores. Eles realmente estavam sozinhos.

Finalmente chegaram a um único caminho possível ao final daquele corredor. Era como um teatro, havia as cadeiras e o palco mais à frente descendo as escadas. As cortinas estavam abertas, mas ninguém estava lá. Ainda assim, ouviram uma voz em suas cabeças.

Sejam bem-vindos ao palco das escolhas, jovens atores. Vejo que realmente vieram para atuarem em sua bela peça. Subam no Palco das Escolhas e coloquem seu poder de decisão à prova.

Daisuke

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Sossego? Ah, meu caro narrador, a desgraça só estava começando. Assim que sentiu sua presa escapar pelas suas garras, Maru, que estava com sua esfera destravada, pulou para fora dela e num frenesi de puro ódio, emitia seu cry mais bestial possível na direção que Mei era levada. Ele não poderia roubar sua presa, no fim das contas, enquanto eu, que não via algo do gênero a muito tempo da Drapion, fiquei sem acreditar. Numa falha tentativa, tentei chama-la para a razão.

- Ei, Mar- - Não consegui terminar. Antes que pudesse, a Drapion saia correndo na direção das mãos do ventriloquo, arrancando qualquer coisa que lhe aparecesse na frente e atirando na direção das mãos, enquanto Bruce tentava chamar a atenção dela, voando ao seu lado, mas sem sucesso.

- Merda! - Disse, dessa vez, preocupado. - Shion, isso não acontece faz tempo. Por favor, só vamos segui-los. - Falei, enquanto corria na direção da Drapion descontrolada.

Maru, numa agilidade que eu nunca tive um momento adequado para apreciar desde que evoluiu, saia saltando pelas paredes e destruindo o castelo da forma mais atroz possível enquanto caminhava numa marcha infernal na direção das mãos do ventriloquo. As grandes janelas no alto eram quebradas por pedaços e madeira que arrancava das paredes e as velas expostas eram jogadas no chão, enquanto todos os seus suportes eram deliberadamente arrancados, um a um, pela escorpião ogro, que não parava de gritar.

Bruce, que voava em torno dela, tentava chamar sua atenção enquanto a rodeava, algumas vezes, quase sendo acertado pela noturna, então o chamei para perto. Ainda que usasse seu Eviolite, Maru, nesse estado, seria bruta o suficiente para removê-lo. Portas eram destruidas, as paredes e até o chão era inundado e rompido com multiplos usos do Aqua Tail. Algumas vezes, eu sentia a potência de seus Earthquakes no caminhar, até que...

...bem, chegamos no teatro.

E quando achei que todo o frenesi ia parar, ele piorou quando ouvimos uma voz sussurrando em nossas cabeças. Eu não consegui falar nada, apenas observei Maru destruir a sala, arrancando e atirando para os lados, cadeira por cadeira, tentando mirar em algo que não sabia o que era ao certo, em sua mente, só torcia para que fosse Mei sendo despedaçada. Atirou 10, 15, 20, 30 cadeiras para todos os lados, até não sobrar mais nenhuma e destruir completamente as cortinas. Não tive tempo de observar o que tinha atrás delas, mas, impaciente, subi no palco me sentei e a observei, enquanto, bufava de cansaço, parar finalmente com tudo aquilo.

Com um olhar sério, eu a encarava e Bruce, assustado, se escondia atrás de mim. Pedi para que Shion esperasse um pouco, até que Maru parou de bufar e olhou para os arredores. Desolada por não atingir o objetivo, ela caminhava cabisbaixa na minha direção, enquanto surpreendentemente, se decepcionava consigo mesma.

Suspirei fundo, quando parou na minha frente. Lhe acariciei a cabeça e tentei tranquiliza-la. - Esta tudo bem. Nada aqui é real mesmo. - Falei, enquanto ela se mantinha cabisbaixa. - Mas... sabe. Isso não pode acontecer de novo. Deixei sua esfera destravada para que pudesse agir caso precisássemos nos defender, mas você só queria se vingar por ela ter zombado de você, né? - Disse, enquanto a Drapion assentia. Eu não sabia exatamente o que dizer, também ficaria muito chateado se zombassem da minha pessoa, mas e ai? Ela vai destruir tudo que passar pela sua frente quando isso acontecer? Maru não era mais uma Skorupi, a destruição que ela podia causar, agora, era realmente assustadora.

Eu achei que, após ela evoluir, isso não seria mais um problema. Ela seria mais contida, ela seria... mais fácil. Mas eu tava errado. Não dava para mudar facilmente a natureza de um Pokémon, e se isso tudo aconteceu porque fui negligente...

...então também era minha culpa.

Tranquilizei-a, dessa vez, com a mente mais clara. - Bem, também foi culpa minha por não considerar como você tava se sentindo. - Disse, e a Drapion finalmente, ergueu a cabeça e olhou para mim. - Da próxima, a gente tenta resolver de um jeito menos... destrutivo. Ta bom? - Falei, sorrindo, enquanto a venenosa assentia, tímida e Bruce suspirava aliviado. Chamei Shion para perto e subi no palco, junto de Maru e Bruce, enquanto esperava pela tal voz dizer alguma coisa. Quando Shion se aproximasse, pediria desculpa. - É... desculpa. Aquilo foi meio assustador. - Expressei-me, enquanto parecia meio sem graça.

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As coisas... Pareciam que iam prosseguir de forma tranquila... Sinistra? Sim, é claro. Mas sem nada de chocante ou traumático acontecendo até que... A Drapion de Daisuke sai disparada da sua esfera ao ver que o ventríloco partia carregando Mei para sei lá onde e... Ela não saia da forma mais calma ou simpática.

Em um ataque de fúria a escorpião se lançava a tudo o que via à sua frente destruindo tudo o que ia vendo à sua passagem enquanto tentava persseguir as mãos gigantes e a irritante moça. O próprio Daisuke pareceu surpreso com aquela reação e nem mesmo conseguiu reagir de forma imediata para impedir aquele tumulto. Mas... Talvez fosse melhor não a interromper enquanto estava assim já que podia ele machucar-se bastante caso interferisse com ela naquele estado.

De alguma forma... O seu estado me lembrava um pouco das batalhas contra aquela criação da Devon ou até mesmo o fantasma no Mausoléu em Lavender... O nível de destruição... Fruto de um estado de loucura ou maldade incontrolável e, apesar de Maru ter um alvo, ainda colocava todos os que estão à sua volta em risco.

Aquilo ainda levou algum tempo e chegamos a uma sala que literalmente parecia uma sala de teatro mas que a venenosa logo destroçou completamente não sabendo ou tendo onde dirigir a raiva que estava sentindo no seu interior. Contudo, o cansaço finalmente tomava conta de si e a mesma ia se acalmando permitindo ao seu treinador tentar chamá-la à antenção e acalmá-la.

Quando o ranger achou que as coisas estavam mais calmas acabou me chamando para perto, pedindo desculpas pelo sucedido - Hey... Ninguém se machucou. Hoje. - o meu tom foi mais firme e forte na última palavra - As coisas podem não acabar sempre assim, Daisuke. É urgente que ela aprenda a controlar o temperamento dela. Você não vai querer sentir-se responsável por alguém querido acabar machucado por causa dela. - não falei alto, na verdade quase sussurrei e falei de forma direta, também não queria que Maru me ouvisse - Mas ainda bem que já se acalmou. Vamos ver o que nos vais acontecer agora. Espero que eles não fiquem muito chateados com os danos... - falei olhando a destruição à nossa volta esperando mais alguma indicação por parte da voz que nos disse para subir para o palco.


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Ora, ora, ora. Se não é a dona Maru saindo de sua pokébola num de seus ataques de raiva e destruindo todo o lugar. Sorte que não havia pessoas por ali ou talvez as coisas não tivessem acabado tudo bem por hoje. Até mesmo Shion deu uma bronca no nosso querido Ranger.

A confusão já havia passado e só restava uma coisa a fazer! O que era? Eu sei lá, rapaziada. Os dois só focaram em resolver o problemão causado pela Drapion na conversa, não deram nem bola para a voz que pediu para eles subirem ao palco, mas para tudo nós temos uma solução, não é mesmo? É claro que sim. As cadeiras começaram a levitar, os destroços se uniam ao corpo original, logo os assentos estavam como novos e nos mesmos locais antes da parceira de Daisuke destruí-los.

O lugar era, de fato, misterioso, mas nada impossível para um mundo dos sonhos, não é?

Última chamada para nossos atores subirem ao palco, ou serão substituídos. Por favor, não se atrasem.

A voz mais uma vez os chamava. Ela realmente queria começar o... espetáculo? Poderia assim dizer, mas não havia ninguém por ali, só eles dois.

Então finalmente subiram ao palco.

As coisas começaram a mudar. Outras vozes eram ouvidas e quando se viraram para as poltronas, havia silhuetas ali que antes não existiam! O que que tava acontecendo? Eu não sei, perguntem ao mundo dos sonhos. O mais estranho ainda era que... uma névoa rosa começava a envolvê-los, o mesmo tipo de névoa que usaram para entrar naquele mundo. Cobriu-os por mais alguns minutos até que se dissipou mudando também a vista. O público não era mais visível, mas sim uma multidão.

A visão ao redor... Casas de uma civilização antigo, era tipo idade média ou algo pouco depois disso. Shion e Daisuke estavam agora de roupões pretos. Estavam em preça pública no meio do palco de um julgamento, ao menos era o que ouviram daquela voz.

Entrava em cena o ato final da peça. Após ser condenada por seus crimes contra a família real, a professora do príncipe esperava por sua punição a ser decidida por nossos dois inquisidores. Inquisidor Shion e Inquisidor Daisuke. Antes de definir a pena, eles decidiram ouvir as testemunhas.

Próximos a eles, um homem com um rosto coberto com um machado em mãos, também havia um outro homem com o rosto coberto e uma faca em mãos. A multidão ovacionava com gritos pedindo que a mulher fosse punida.

"Execução! Execução! Execução"

"Corta-lhe as pernas!"

"Que nunca mais uma palavra saia de sua boca!"

Parece que eles realmente foram pegos em uma peça. Ainda assim era um sonho, mas que parecia ser real o bastante. Seguiriam o roteiro ou tomariam suas próprias decisões?

Vocês que sabem.

Daisuke

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As palavras de Shion eram duras como pedra. Aquilo me atingia em cheio e me deixava meio atordoado. Maru vinha fazendo muito progresso desde que eu a ganhei, pouco a pouco, a escorpião se abria, e ela até tinha tido um ou outro ataque de raiva quando era Skorupi, mas todos direcionados a mim e refletiam muito da sua frustração de estar presa a minha pessoa. Frustração, essa, que pouco a pouco foi se dissipando a medida que nos aproximávamos.

Mas isso não havia dado jeito no seu problema inicial de territorialismo. Muito pelo contrário. Eu tentar focar em nossa relação, me fez ser negligente com isso. Eu sou uma falha como um treinador.

Infelizmente, eu não tive tempo de externar nada. Antes que pudesse, o cenário do teatro se remontava e várias pessoas surgiam no local, enquanto uma névoa rosada nos envolvia e nos mudava de lugar. Tudo a nossa volta era diferente e eu e Shion estavámos de... roupão? Que porra é essa? Todo o local havia mudado e agora estávamos numa espécie de peça, onde fariamos o julgamento de alguém, que era o que a voz nos dizia. Ao escutá-la de novo, Maru se conteve. Ela estava furiosa com o dono dela, mas se resguardava devido ao último ocorrido, enquanto Bruce voava a sua volta, em alerta, como se estivesse pronto para impedí-la de fazer alguma loucura.

Fiquei grato.

Por um momento, eu quis tirar o roupão e largar tudo aquilo e ir embora, mas não podia largar Shion não mão, então, entrei no joguinho do ventríloquo. Erguendo a mão esquerda com a palma a mostra pro público, eu tentava mimetizar aqueles filmes de gladiadores. - Silêncio. - Disse, com uma voz grossa, enquanto me virava para os homens armados. - O que a mulher em questão fez? - Perguntava, a eles, com a voz mais grave que poderia entonar, enquanto lance um olhar para Shion e pedia que entrasse no jogo também.

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O local... Se restaurava tão rápido quanto foi destruído. Bem... É um mundo de sonhos afinal... Felizmente, os donos do castelo também não parece que ficaram muito chateados com o sucedido. Na verdade... Quem parecia realmente chateado era Daisuke, creio que não seja muito fácil lidar com a sua pokémon mesmo.

Para além de voltar ao normal, a sala também começava a encher-se de outros vultos, espectadores creio eu, que viriam para assistir à peça de teatro que se realizaria em palco. É... Estava mais que claro que, de alguma forma, a gente acabou entrando em uma peça de teatro naquele castelo. Mas as coisas não mudavam apenas na plateia, após todo o palco ser invadido pela mesma fumaça de antes.

De repente, trajava um longo roupão negro em meio a uma grande multidão que gritava pela punição e morte de uma outra personagem e outros dois homens carregando armas que pareciam aguardar pelas ordens de execução. A voz do narrador explicava a situação em nos encontrávamos no momento, dando uma breve introdução à cena que, no caso, seria a cena final da peça.

Daisuke agiu primeiro e decidiu erguer a sua mão exigindo silêncio e solicitando que os homens armados se esclarecessem as acusações que estavam sendo feitas sobre a mulher. Não sei se eles seriam as pessoas a quem deveríamos perguntar, se bem me lembro, a pessoa que faz o golpe final neste tipo de coisas nem sequer falava nos tempos antigos, mas quem sabe a gente obtenha alguma resposta. Decidi apenas seguir o plano do ranger por agora e ver o que aconteceria.

Desta forma, avancei para o lado do mesmo colocando meus braços atrás das costas, me forçando a encher um pouco o peito, aguardando por alguma resposta ou manifestação de alguma personagem.


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Decidiram seguir a peça, mesmo que não estivessem com muita paciência para isso. Daisuke chegou a perguntar aos homens de rosto coberto o que havia acontecido, mas não houve resposta. Obviamente não responderiam. O simples motivo dessas pessoas estarem com sua identidade em segredo é justamente para que suas identidades fiquem em segredo. Eles são escolhidos como executores, mas ninguém sabe quem foi o responsável por executar a pena de morte.

felizmente, havia quem pudesse dar resposta ao ruivo. As próprias testemunhas que lá estavam. Primeiramente, um homem falou.

-Inquisidor, eu lhe trago a verdade sobre os crimes desta mulher. Nosso reino é muito rigoroso em suas leis e ela quebrou uma ordem dada diretamente pelo rei. Uma vez professora de nosso príncipe, ensinou e cultura proibida de uma nação inimiga. Como determinado pela realeza, qualquer cultura de fora das muralhas do reino é proibido o seu ensinamento, pois é o início da desestabilidade e à nossa queda como aconteceu em séculos passados. Os cantos exaltando heróis e governante estranhos enfraquecerão nossa nação lendo-a à fragmentação. Suplico-lhes! Cortem a garganta para que nunca mais passe tais ensinamentos adiante.

A primeira testemunha recuou dando espaço para a segunda, dessa vez, uma mulher.

-Inquisiodor, ouça minha súplica! Cortem as pernas dessa mulher. Traidora que está tentando derrubar nosso reino vandalizando nossa cultura. Recolhida bondosamente por nosso rei após ser exilada de seu reino que é nosso inimigo. Por sua excelente habilidade de lecionar, virou a professora particular do príncipe. Mas de má fé ela agiu ensinando-o os passos de uma dança de adoração a deuses estranhos. Tal veneração enfraquece nossa nação e abre a possibilidade de sermos dominados sob vontade do príncipe, futuro rei. Por favor, o povo clama por justiça!

As testemunhas eram dadas. Mais uma vez, a voz do narrador da peça foi ouvida.

As testemunhas deram a palavra. Com a situação em mente, os nossos inquisidores precisavam apenas dar o seu julgamento. Tirar-lhe a voz ou tirar-lhe as pernas? Mas... não seria interessante se cada um deles tomasse uma decisão?

Daisuke

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Como Shion não se opos, continuei. E, assim como ele, eu me abstive a ouvir por um tempo o depoimento das pessoas e meu único veredito, é que não importa em que mundo, se é real ou não, é que as pessoas vão ser imbecis, onde quer que existam. Eu ouvia tudo com atenção, e ficava me imaginando, onde a mulher poderia ter aprendido sobre a cultura local para ensinar para o principe? Quem deixou que ela lecionasse o menino, sem antes verificar se ela tinha o conhecimento necessário, e o pior de tudo, quem a denunciou simplesmente por ser feliz e orgulhosa de onde veio?

Era tanta coisa errada.

Suspirei fundo e me dirigi para a primeira testemunha. - Há muitas acusações de má fé aqui. - Externei, de forma pacífica inicialmente. - Ela sendo de um reino diferente, quem que lhe educou a respeito dos costumes locais? - Perguntei para as testemunhas, ameno. - Quem assegurou de verificar que ela tinha o conhecimento necessário para ministrar essas aulas?! - Disse, novamente, de forma tênue. - E mais importante, por que ela está sendo tomada como vilã, sendo que o verdadeiro criminoso, seria quem a incubiu de tal tarefa, assegurando aos quatro cantos do reino, que seria capaz de lecionar sobre nossa cultura, se a jovem nunca fora ensinada sobre ela? - Falei, analisando criticamente cada testemunha e pessoa que ali residia, esperando que alguém expressasse seu temor diante à minha condenação seguinte.

- A menina é inocente. Cortem a garganta do canalha que enganou o rei, para que jamais engane ninguém novamente. - Falei, dessa vez, ríspido, antes de me virar para Shion e perguntar por sua opinião, em alto e bom tom. - Tem algum contra ponto? - Me dirigi ao jovem de cabelos brancos.

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Os executores realmente acabaram não proferindo qualquer palavra, como eu esperava. Bem... Podiam não ter falas mas pelo menos não eram a árvore número três que nem sequer se mexia e apenas servia de cenário nas peças de teatro da escola.

Contudo, logo surgiram duas outras personagens, que seriam testemunhas, e explicavam as razões pela quais aquela mulher estava sendo julgada. Eram dadas duas opções... Cortar as pernas dela por ensinar as danças estrangeiras ou cortar a sua garganta que a impedir de as explicar também. Era estranho... Duas opções? Porque razão isso era assim? Com certeza haveria uma consequência dependendo da forma que a escolhessemos julgar, mas não deixava de me soar estranho tendo em conta que estávamos numa peça de teatro.

Daisuke não tardou a tomar a sua decisão e a interpretar os depoimentos à sua maneira. Bem... Acho que acabou colocando muito do seu próprio caráter e esqueceu que agora ele estava interpretando outra pesonagem, mais que isso, nada aqui era real mesmo. Acho que não era suposto julgarmos segundo a nossa moral, principalmente quando ele nem sequer queria aplicar a punição à acusada e sim em quem a colocou em tal posição. Péssima ideia... O povo tinha a sua opinião. O rei queria ver a mulher punida. A gente tinha de lhes agradar ou então quem poderia acabar com as pernas fora eramos nós a seguir.

- Essa mulher é tão sem vergonha que chega a ser engraçado e o meu colega quis fazer uma piada com a situação. - usei de um tom mais cómico para tentar impedir que levassem a decisão do ruivo tão a sério - Ela desrespeitou as leis do nosso país e com certeza será julgada! Mais que isso, ela enganou o nosso rei e todos nós! Cortem as pernas dela para que se arrependa do que fez o resto da sua vida! - enfim decretei engrossando um pouco a voz para que toda a população me ouvisse e esperando para ver como a peça se desenrolaria.


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As testemunhas e a multidão não entenderão nada com a resposta de Daisuke. Como assim um inquisidor não sabe sobre o próprio reino ao qual serve? Será que ele leva mesmo seu trabalho a sério? Será que ele foi influenciado pela estrangeira? Tantas perguntas, nenhuma resposta e a tentativa de Shion de ajudar seu companheiro teve zero efeito nas pessoas.

O narrador mais uma vez falava.

O inquisidor Daisuke ordenou que cortassem a garganta de quem enganou o rei. Mesmo falando a favor da mulher, ainda ordenou que a matasse. Diferente da opinião, Inquisidor Shion optou por cortar as pernas da mulher. Ouvindo as ordens, os executores tomaram ação.

Com o fim das falas do narrador, os executores realmente tomaram ação. O primeiro deles, com o machado, simplesmente o erguei e com apenas um movimento separou os pés do corpo da mulher. Ela gritou. Gritou muito. O grito era realmente alto e ensurdecedor. Os sentimentos dela de alguma forma deixavam os presentes com uma sensação de desespero enorme. Como resolver isso? Simples. O executor dafaca segurou sua cabeça e cortou sua garganta. O sangue jorrava, mas os gritos paravam, ao invés disso só tosse. O sangue a sufocava e logo parava de se mexer.

E recebendo a penas, a culpada veio a óbito. Com isso, o reino voltou aos seus tempos de paz. Nunca mais sua soberania seria colocada à prova de novo.

Aplausos eram ouvidos. Muitos aplausos eram ouvidos enquanto a névoa retornada e cobria o lugar mais uma vez. A consciência deles era perdida aos poucos e finalmente apagavam.

DAISUKE

Será que podemos dizer que havia esperança para este? Não sou o dono do destino, portanto deixarei nas mãos dele próprio. Seus sentidos voltavam aos poucos e consciente ficava mais uma vez. Seus três companheiros estavam em suas respectivas pokébolas. Pelo menos estava sobre uma cama. Era muito bela e pedras preciosas a cobriam, era como se fosse um príncipe num castelo. O problema é que era bem pequena, para caber uma criança. Uma mesa com livros estava presente e muitos móveis antigos. Roupas de luxo penduradas e a lua cheia podendo ser vista pela janela. A porta estava aberta, mas ninguém a ser visto. Só se ouvia o som, era como se sapatos fossem batidos no chão em diversos ritmos diferentes, ainda assim não parecia nem um pouco ruim. Poderia investigar... se quisesse.

SHION

Esse aqui com certeza teria que encarar o desespero. Escolhas, galera. Escolhas. Acordava no jardim do castelo sobre um canteiro de variadas flores ao lado de uma fonte. A mesma fonte da entrada, só que não corria água por ela nem estava em bom estado. Na verdade, estava bem destruída, era como se a ruína tivesse chegado por lá. O visual ao redor de si não era dos melhores. Atrás, a mesma cidade na qual estava, só que em ruínas. Casas demolidas, outras carbonizadas, sem sinal de vida, era um verdadeiro cenário de guerra. As flores dos arbustos eram crisântemos e o caminho para se andar pelo local era só de terra batida. Bem, era o único caminho que ele conseguiria seguir. Poderia ir em frente... se quisesse.

Daisuke

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