#009 Mísia e Luch em: "Erva e Fogo: A Lenda do Musharna Verde"

Quando o Mascarado nos informou que a resposta havia sido correta, não aguentei em dar um berro de alegria, batendo palmas para nossa própria sagacidade — Boa Caralho! Agora só saio daqui depois de acertas TODAS! A gente devia participar daqueles programas de TV pra ganhar prêmio em dinheiro. Estamos desperdiçando nosso talento, viu? — Comentei com Mísia, cruzando os braços e encarando o horizonte dos sonhos, pensativo. Tão pensativo e perdido nos pensamentos e possibilidades que mal notei a próxima charada. Será que estou próximo do famoso "teto preto"? Espero que não... Não agora...

Voltei a mim quando ouvi a garota falar de Galar e então me perguntar o que eu achava —Ih, perdão, nem vi. Eu acho que a onda tá passando e é sempre uma fase complicada. As vezes fico meio... meh, as vezes meio bleh, ainda não decidi o que to... mas deixa eu ver a charada... — Completei, coçando os olhos e lendo o texto rapidamente.

— É, acho que é a Região de Galar mesmo, sem trocadilhos. É tipo, tem uns Líderes de Ginásio de uniforme e eles gostam de Pokémon Gigante. Então, resposta: GALAR. Vamos em frente, meu bom!

E.. Bem não era surpresa que havíamos acertado, não é? Estávamos limpando aquele jogo de charadas que não valia de mais nada. É incrível como a gente consegue se superar quando não há nada a ganhar. É... Foda... O importante é que tudo isso significava que eu ainda tinha algum controle sobre minha cabeça, mesmo tão chapado. Isso indicava que a erva era a melhor opção de lazer do que os cogumelos quando precisamos usar a mente. Sério, não consuma cogumelos e depois tente pensar. Não dá bom...

— É isso! Exxxxqueçe, arrasta pra cima e não tem pra ninguém. União Luch-Mísia é pra quebrar a banca, porra! — Disse, retirando enfim os óculos que havia feito surgir do nada e os biquei para longe. Em seguida ajeitei o cabelo e, sorrindo, pedi por mais enigmas.

— Pode mandar a próxima. Já tô girando a engrenagem aqui, ó! — Falei com o Mascarado e fui fazendo um movimento de manivela girando ao redor da cabeça. Constantemente, mesmo depois que a charada foi revelada. O enigma falava de "plantar", "falta de sono" e se recuperar. Conforme eu ia lendo as palavras, o sorriso fácil foi chegando aos meus lábios, pois eu lembrava bem desse movimento, muito usado por mim com o Buddy, desde que era um simples Budew, se me lembro bem.

— Espero estar certo e, Mísia, me corrija se estiver errado, mas esse enigma está falando do movimento Worry Seed. Ele transforma a trait em Insomnia!

Esse teste de conhecimento tava foda. Me sentia orgulhoso de ter acertado tudo, principalmente por estar fazendo isso dentro da minha "cabeça" 100% chapada. Se eu podia tanto chapado, imagina com todos os neurônios? Mas enfim... Assim que o Mascarado informou sobre o aproveitamento total da nossa campanha, comemorei (de maneira menos explosiva do que da última vez) e ergui a mão para um Hi-5 com Mísia. Bastaram esses poucos segundos para, ao olhar novamente o homem esquisito, ele já não estar mais lá — Muito obrig.... — Comecei a dizer, até me tocar de que ele havia SUMIDO, virou pó, escafedeu-se, sem mais nem menos, deixando apenas o silêncio para trás  —É o Mestre dos Magos? O cara tava bem aqui? Que isso. É sonho, eu sei, mas não precisa fazer esses negócio não, dá susto porra...

Após o comentário, enquanto caminhava pelo lugar, observando tudo ao redor em busca de sinais do Mascarado Engimático, fui procurando alguma dica para saber como continuaríamos. Na falta de uma, nos restava seguir em frente pelo caminho que havia ficado livre. Uma passagem bastante bonita, toda ornamentada com plantas que segundo o narrador dizia em nossas mentes, não podia ser fumada. Como esse maldito conseguia ler a nossa mente? Ah, ele vai ouvir isso também, né? Suave, narrador... Suave... QUE SEJA! O importante é que haviam muitas plantas não-fumáveis e, ao final do caminho, existia um cartaz com algo a ser lido, bem ao lado de um chafariz.

— Outra coisa para ler. Como eu disse antes, tudo que vejo nos sonhos não tem texto de verdade, são detalhes demais para sonhar. Então se tem texto, é algo para ser lido...  — Falei com Mísia, enquanto nos aproximávamos. Durante a aproximação, disfarçadamente arranquei uma das plantas ornamentais e passei para Mísia, pelas suas costas  — ...Aliás, vamos guardar uma das plantinhas para depois, quem sabe seja boa de queimar quando estiver seca, Planta de Sonhos deve ser potente! — Comentei ao pé do ouvido da jovem, enquanto trocava de lado com ela, ficando de frente para o cartaz, em seguida.

— "O Palco das Escolhas está aberto a visitantes. Vemha ser a principal estrela de uma peça e fique rico e famoso" Eu acho que esse "Vemha" deveria ser "Venha", né? Bem, participar de peça não parece perigoso. Eu já participei de uma e o máximo que consegui foi sair brigado com a Natalie — Contei para Mísia, relembrando a vez em que senti ciúmes de um Margarido. Mas ora bolas, a Natalie só tinha olhos para a FRÔ  — Mas e aí? Ficar rico com peça, mas onde participo? ONDE ME INSCREVO? Ser ou não ser, eis a questão. *Cahem* Como avançaremos nestes vis campos de herbáceas inflamáveis? Que pecado seria poder tocar-lhe o caule de puro desejo sem que as chamas lambam seus floreios!? Diga-me Mísiarina do Reino de Lilycove!

Depois de viver perigosamente e roubar planta do Castelo como se fosse chocolate das Lojas Americanas (F), finalmente alcançamos o local onde decisões deveriam ser tomadas. Era um Salão enorme, típico da aristocracia de uma Corte muito importante. Quem nos recebeu foi uma... Silhueta. Sim, uma silhueta, igual o Sombra do Programa do Rattatinho. Será que ainda encontraríamos o Xaropinho por aqui? RAPAIZ! Mas enfim, estou me perdendo. O que importa é que a tal silhueta era uma daquelas pessoas genéricas-NPCs de nossos sonhos, que certamente deve ter a aparência de alguém com quem esbarramos na rua, mas não lembramos e que se perguntarem os detalhes da aparência, só lembramos da silhueta.

O tal elemento nos informou sobre as possibilidades que tínhamos: seguir adiante com o tal objetivo de ser famoso e rico ou ir embora como plebeus, chafurdando na lama do anonimato. Obviamente, apesar de duas opções, só havia uma escolha sensata.

— Plebeus...? PLEBEUS? Meu querido, deixa eu te contar um negócio... Lhe falta conteúdo, você tá "só a silhueta" de conhecimento de mundo. Essa aqui é ninguém mais, ninguém menos do que a Rainha Artemísia Catarina Maria Lúcia Ana Leocádia Marielle Macedo de Alencastro Agrolongo da Silva Albuquerque de Redondo e Mattos. Eu acho que falta dar uma googleada aí para saber mais, viu? E eu sou o seu eterno, prestativo e mundialmente conhecido Bobo da Corte, Luch, El Pagliacci, então somos totalmente capacitados para seguir em frente. Vamos agilizar isso aí. Tá? —