[EVENTO] Se mentira tem perna curta uma centopeia é sem mentiras????? EM????

Do topo ao vale. Minha satisfação foi ao ápice ao ouvir uma risada sincera de Galvanis, deixando ali tudo nos conformes - ao menos para mim - que estava tudo bem. A própria ciência do Ranger com minha posição de parceira era o suficiente para que eu lhe apertasse as mãos e desse um sorrisinho besta, esboçando a felicidade mais nua e crua possível: a felicidade de ser respeitada sem ter que mostrar força e poder bélico para tal.

E então, um enorme pessimismo ao ouvir o som de sirenes. Sinceramente?! Eu nem ouvi direito o que a velhaca falou ao estender a bolsinha e balançar, acabei apenas emitindo um "Hãa?" meio confuso, até raciocinar que a moça queria meu dinheiro. Revirei os olhos: eu quase a matei a pouco? Sim, mas também ajudei a salvar... ao menos, na minha cabeça. Fui a primeira a gritar e avisar o Galvanis, ok?!

Não vou pagar nada a ela, e a moeda eu iria precisar.

Veja bem, achei ela muito salafrária e não sou obrigada. Então eu peguei a moeda de volta, olhei pra cara dela com o ouvido direito um pouco mais inclinado para a direção da sua boca e falei gritando, ao meio das sirenes:
- AH MOÇA DO BEBÊ É A DONA?! - Perguntei, me fazendo de sonsa - AH, TA BOM, VOU LÁ ENTÃO!! OBRIGADA PELA MOEDA!

E "sebo nas canelas"! Já corri para longe da senhora e comecei a analisar a presença de alguém com um carrinho de bebê, quando achei, corri sem nenhum escrúpulo, inevitavelmente parando na "linha de chegada" e arfando um pouco. Se eu tivesse lhe alcançado, eu perguntaria se ela "Tinha mais daquelas moedas bonitas com ela", apenas para iniciar o assunto. Caso contrário, eu contornaria a praça, pegaria minha moto e a seguiria.

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O primeiro adendo que eu preciso fazer é o seguinte: preciso conversar com Galvanis sobre isso de carregar TRÊS SERES VIVOS EM UMA MOTO. Veja bem, quando Weaville pulou no ombro dele, o amortecedor até deu uma cedida e eu quase EMPINEI O TROÇO E CAÍMOS NÓS TRÊS. Por sorte, Matthew me deu uma moto bem robusta que segurou o tranco, mas acho que é bom sinalizar que esta moto, apesar de estar comigo, não está no meu nome e se o líder de Star tomar uma MULTONA por MINHA CAUSA, tenho CERTEZA QUE EU PERCO MEU PIN DE APRENDIZ... e TODOS OS MEUS BÔNUS TAMBÉM, TA?!

Ok, anotado que precisamos conversar sobre isso, vamos aos fatos.

A primeira coisa que eu tenho pra dizer é que eu JURAVA que o maldito bebê era uma boneca e essa mulher era uma Bruxa fudida. É culpa minha inferir isso?! É sim, mas vamos lá, é a experiência: não seria a primeira, nem a última, bruxa que vejo por ai causando caos. E quando ouvi o choro e vi os bracinhos, minha cara simplesmente caiu. Ali eu olhei para Galvanis completamente boquiaberta, ouvindo sua voz de prisão e pensando "puta que pariu, por isso que eu sou Rocket".

Sim, eu não sei fazer as coisas direito, fazer coisas erradas, em um tom de alívio cômico, tem muito mais "minha cara". Nessas horas eu precisei imediatamente dar um enorme grito tipo AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA, como se isso fosse adiantar ALGUMA COISA, mas, para mim, isso era um reset.

Veja bem, tem um caos enorme aqui do lado - graças a Deus -, e um caos mediano aqui dentro. Se eu der um grito caótico e igualar lá a aqui, talvez Galvanis e essa moça me olhem com um (???) e tudo se resete. Não?! Não, né. Eu to aqui tentando dar sentido a algo que eu fiz simplesmente como um desabafo. Eu tava TÃO CONFUSA que meu grito foi muito mais um escape. O engraçado é que eu o emendei em algo útil:
- AAAAAAAAAAH, ENTENDI! - Dei um sentido meio tosco - PERA, EU FIZ TUDO ERRADO, ESSA MOÇA AQUI É TESTEMUNHA. PERA, PERA, VAMOS TE ESCOLTAR, PRA ONDE VOCÊ VAI?!

O Galvanis certamente vai me matar, porque eu sou completamente maluca, mas tudo bem:
- A gente ta querendo te levar pra delegacia pra te proteger moça DESCULPA PELO BEBÊ EU SOU MEIO MALUQUINHA. NUM LIGA NÃO, JURO QUE SÓ QUERIA DAR UM CUTI-CUTI NELE, ELE TEM QUE TA SEGURO NA DELEGACIA, SABE? - Sim, eu sou meio maluquinha, mas não tanto assim.

Depois disso eu olhei pro Galvanis com a cara MAIS APREENSIVA POSSÍVEL tentando passar o recado de "por favor não me odeie por favor não me odeie por favor não me odeie por favor não me odeie"

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OJuro que se Galvanis tivesse me perguntando dois minutos depois se eu estava bem, minha resposta ia ser COMPLETAMENTE OUTRA. Naquele momento eu apenas obedeci a respiração pausada que o Ranger me orientou e depois balancei a cabeça repentinamente, tentando deixar de lado um transe momentâneo que o exercício me causou:
- Relaxa, eu só tava resetando - Abri um sorriso meio tosco - Deu certo, não deu?! - Ri um pouquinho, tentando deixar de lado a tensão anterior.

Juro que depois disso, nada mais fez sentido. "Infelizmente não posso ir com você?", o que essa vagabunda acha que ta fazendo?! Eu podia, de imediato, liberar um pokémon e correr até ela, obrigando algo do tipo. Se alguém questionasse, o máximo que poderia era bradar "aaaah, meus pokémons ficaram doidos também". Quem iria estranhar?!

Eu mesma respondo: ninguém. Mais um monstro surtado, menos um monstro surtado. Olha só essa praça?! Tanto era que eu gritei, Galvanis chamou e a mulher pagou de doida e AINDA ASSIM NENHUM APARECEU. Devem estar mais ocupados, né?! Por isso eu a olhei com um olhar muito mais fuzilador do que antes:
- Mas o quê?! - Uma sobrancelha arqueou no momento exato que ela me deu de imediato o bebê. Nessa hora, eu olhei para Galvanis e tentei esboçar algo como "Pega essa filha da puta", mas não deu tempo.

Simplesmente não deu tempo.

O bebê começou a derreter e eu, sem entender bulhufas, comecei a achar que ele estava escorregando das minhas mãos. Instintivamente, comecei a recolher os pedaços que me escapuliam e o ato era como tentar pegar o vento ou uma quantidade de ar: toda vez que eu agarrava aqui, algo escapava por lá. Depois de certos segundos de tentativa frustrada, meus olhos foram diretamente ao rosto daquele bebê e eu vi um rostinho imbecil, idiota e completamente estúpido: um rosto de Ditto.

Ali eu tive a plena certeza de que estava sonhando e joguei tudo no chão. Quando isto aconteceu, vi as duas partes do bebê se tornarem um tom azulado e senti que faltava mais um pouquinho para o "imposter" acabar: faltava virar rosa. Esperei, esperei e esperei e nada. "Eles vão ficar azuis mesmo?", pensei com meus miolos.

Pensei, pensei, pensei. Dei um suspiro, levantei um dedo pensativo e comentei:
- AHÁ, EU SABIA QUE NÃO ERA UM BEBÊ - Sim, foi repentino, mas veja bem, depois de muito desespero, eu realmente acreditei que estava em um sonho - ... quer dizer. Eu acho que sabia.

E ai, meus amigos, eu pensei um pouco mais: se este não é um bebê, não será ela uma maldita bruxa?! Será que, no fundo, eu não estava tão errada assim?! Meu ato, de imediato, foi pegar um dito pelo "braço" de imediato e arrastá-lo em direção a mulher, que já estava desaparecendo, comecei a arrastar aquela gosma azulada pelo cenário, perseguindo a maluca e completamente sedenta para jogar-lhe na cara aquele troço.

Em certo momento, quando senti que não ia conseguir me aproximar muito mais, puxei aquele Ditto para cima, embolei-o nas duas mãos e joguei com força, mirando bem na cara da vagabunda:
- ENGOLE SEU DITTO - Gritei, esperando que o bichinho voasse no ar enquanto eu assim fizesse - SE NÃO TIVER DE FRENTE PRA UM POKÉMON, ESSE TROÇO É UMA MELECA INÚTIL. TENHO MEDO DE VOCÊ NÃO. SE QUISER PODE VIR NO BRAÇO!!!

Sim, eu odeio ser enganada, como adivinhou?!

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