[EVENTO] COBAIA DE ARCEUS II: O INIMIGO AGORA É OUTRO

Vamos lá, ta cedo ainda Karen! Você pode chegar lá. Um pouco suada? Talvez. Um pouquinho descabelada? Com certeza, mas se você botar sebo nessas canelinhas finas, tudo vai longe. Além disso, é bom que você se adiante, porque se deixar para velejar mais a noite, pode pegar uma ressaca danada, viu?! Se olhar pra cima, não vai ver nada, mas se olhar para o celular e dar uma pesquisadinha, já já descobre que é noite de Lua Cheia e isso não é um bom sinal para navegantes.

Por sua sorte, você não só conquistou a atenção de Arthur; você conquistou por completo seu desejo.

Se você está minimamente preocupada em recuperar o Excocoburr, seria ingenuidade nossa pensar que Passimian não tinha a mesma sensação. O ânimo frente a possibilidade remota de capturar seu MELHOR AMIGO lhe reativou um fogo que ele não sentia desde quando acordou. Um fogo interno, um fogo poderoso, um fogo que sobe, um fogo que... BURP. Bleh, um fogo que depois desse arroto, certamente não cheira tão bem.

... antes em cima do que embaixo, né?!

Enfim, foi com esse fogo tão grande que escapuliu que Arthur foi até Karemachena, agachou-se e mostrou suas costas nuas para ela, num sinal de "sobe aqui, vou te carregar". Para completar o ato, pegou sua tampa-de-lixo e rodopiou-a para longe, acertando alguma outra coisa e fazendo um outro barulho metálico, mas dando completamente de ombros.

"Não preciso mais desta droga", pensou com seus miolos, "mesmo se der dano Steel, não vai ter Stab então não vai valer!!!". Ok, talvez ele não tenha pensado nesses termos, mas certamente pensou algo do tipo. O engraçado é que nunca saberemos se essa efetividade realmente existirá, porque nosso pequeno-grande símio aceitou ficar solteiro até que seu par volte para si.

Sebo na canelas, Arthur, temos um coco para recuperar!!!! Sons extremamente primatas foram ressoados da boca do nosso Rei e tapinhas na própria coxa ressoou uma percurssão agradável.

Nosso cavalinho pé de pano seria muito bem vindo aqui. Infelizmente, ao invés de uma potranca branca, temos um lêmure albino de dois metros. Deve servir, não é?! Arthur deu uma inclinadinha e botou suas perninhas para jogo, correndo, correndo, correndo e cansando! Não conseguiu passar dos dois quilômetros a todo o vapor, desistindo de correr e dando caminhadinhas por mais dois quilômetro.

Claro que ele não demonstrou essa "derrota" por conta do cansaço, na verdade Arthur colocou culpa no chão: muito quente, tenho que ir pisando pelas sombras. Por isso, foi desacelerando, mas no quarto quilômetro teve que pedir pinico.

Abaixou um pouco, deu uma boa respirada e pediu um pouco de água para sua treinadora. Faltava pouco, ele iria continuar, com ou sem Karen nas costas, afinal de contas, se eles não fossem resgatar o coco, quem iria?! Enfim, enfim! Deixarei este quilometro final a cargo do Food, o importante é que mais cedo ou mais tarde chegariam no exato ponto-de-partida daquele mapa, bem na pontinha da praia de Goldenrod.

Os últimos metros começavam a complicar. O caminho se tornava - literalmente - o caminho das pedras, com um enorme e incômodo cheiro de maresia, uma névoa um pouco estranha e um bocado de algas espalhadas pelas rochas e pelos caminhos. A faixa de areia era cada vez mais diminuta e o que beirava o mar era uma roxa preta e maciça, com cracas nos declives e lodo num ponto ou outro. Era perigoso se cortar ou escorregar, ainda assim, o lêmure estava animado para findar.

Na curva final, poderiam dizer que chegaram ao local de embarque. Tanto era que, ao fazer a curva de quase 90º e contornar uma outra - e enorme - pedra, conseguiam ver uma pequenina baía com três caravelas.

Três!!! Todas em condições de "semi-novas" ou "usadas", mas todas inteiras. O engraçado era ver que não havia nenhum ser vivo visível, mas uma barulheira vinha de dentro dos navios, como se as pessoas que ali existiam estivessem escondidas dentro dos conveses. Para chegarem até a faixa de areia em que estas embarcações atracaram, era necessário descer da pedra e pisar na pequenina "praia secreta", que era limitada pela pedra-de-onde-vieram e por uma reserva florestal no outro ápice. Atrás da faixa de areia, também podíamos ver uma enorme extensão de restinga sem trilha, deixando a entender que o único acesso àquele lugar era por mar ou rocha.

Enfim, enfim... o que tu vai fazer?!

Primeiro de tudo, eu queria fazer um minuto - ou um dia - de silêncio para duas perdas muito grandes aqui. A primeira era uma garrafa belíssima, de plástico duro rosado, com uma tampa roxa com fitilhas. Era terminou completamente destroçada. A segunda, era um PenDrive personalizado. Esses dois objetos merecem nosso silêncio.

...

...

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Espero que você tenha dado um minuto para continuar, agora vamos lá: o ato heroico do Holocaster não foi em vão. Quando Arthur toca o objeto, ele levanta sua moral e suas pernas, fica bípede novamente e marcha em direção a praia. Já quase na areia, mira na caravela e arremessa, fazendo o objeto rodopiar e adquirir aerodinâmica.

Assim que o fez, não parou para olhar o resultado, apenas correu para trás da rocha e se escondeu ao lado de Karemachena, mimetizando a bonita. O que se sucedeu foi um barulho de estilhaço inevitável, indicando que o objeto se espatifou por completo quando alcançou o navio. A questão principal é que ele fora de encontro à janela e, por ser extremamente frágil, nem arranhou. Sinceramente? Me pergunto como isso ainda não havia quebrado na sua bolsa.

Só que, apesar de não danificar de modo algum a janela ou nada da caravana, todos ali dentro ouviram o barulho esquisito que viera do lado de fora. Era possível até ouvir vocalizações mais irados - literalmente -, mas estavam tão distantes que eram difíceis de identificar. Depois de alguns instantes, um homem sai empunhando uma cimitarra na mão, levantando-o para o céu, correndo por todo o convés, descendo pela escada e pulando na área mais rasa da praia, molhando as canelas. Ele, por todo o trajeto, gritava:
- RAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAWR - Seu som era rouco e parecia não ter conteúdo.

Logo em seguida, seu brado convocou mais dez malucos, que saíram dos três navios fazendo o mesmo som e repetindo o trajeto. Já com os 11 na beira do mar e bem próximos, o pioneiro voltou a gritar:
- ELES ESTÃO TENTANDO NOS IMPEDIR, DEVEM TER DISPARADO E CORRIDO PARA ÀQUELA DIREÇÃO! - Apontou para a reserva florestal no lado completamente oposto ao lado de Karen e Arthur - VAMOS TODOS, NÃO PODEMOS DEIXAR UMA FORÇA SEQUER PARA TRÁS!!

E todos, absolutamente todos, foram atrás do inimigo inexistente que estaria no meio da floresta e tentara destruir o navio arremessando algo na janela deles pelo lado oposto.

Agora, sem aquele personagens, a praia ficava em completo silêncio e não havia mais luz ligada em nenhum dos navios. Após alguns instantes de silêncio, uma voz bem próxima, que parecia vir de trás, falou entre risos:
- Puta merda, não acredito que isso deu certo - Balançou a cabeça de forma meio desengonçada, ainda rindo.

Lentamente ele se levanta e sai de trás de uma outra pedra um pouquinho mais distante da areia e começa a andar em direção ao navio de forma silenciosa...

Agora vamos ao que faltou na rodada anterior: a descrição. O garoto que saiu de trás de Karen era um rapaz de idade semelhante, cabelos pretos e olhos castanhos. Costumava cortar seu cabelo na régua e deixar apenas o topo levemente despenteado, com as pequenas ondas caindo umas sobre as outras. Seu tom de pele era "Tan 370", o que na linguagem da Rihanna e seus produtos Fenty Beauty significa "negro claro" ou algo semelhante a isso. Seu queixo era pontudo, ele vestia uma regata qualquer e larga e um shorts de moletom ajustável na cintura. Tinha corpo magro e semi-definido, além de ter uma altura ok: um e setenta e oito.

Tinha espinhas na testa, mas isso não lhe incomodava. Tinha também uma pinta bem grande na bochecha; isso já lhe incomodava um pouco.

ENFIM! Era este homem que ia na frente, caçoando um pouco mas bastante agradecido à Karemachena, que lhe dera uma oportunidade de entrar naquele embrolho. Seguiu fazendo "SHIIIIIU" e olhando para trás, fazendo gestos com o dedo indicador na boca VÁRIAS VEZES, mas isso parecia ser inútil. Depois de certo tempo, ele começou a cogitar que a garota viesse de um outro país ou de uma outra cultura, onde "SHIU" significa "fale mais", então parou de tentar e usou os métodos mais óbvios:
- Da pra fazer silêncio?! - Foi levemente grosseiro, mas não mais do que a situação exigiu.

Já na areia, o garoto se inclinou um pouco e foi botando a cara aos poucos, vendo se a barra estava mesmo "livre". Quando viu que todos os piratas já estavam bem no fundo da mata e berrando algumas coisas inúteis, virou-se para a dupla de malucos (Arthur & Karen, sim, são vocês) e os chamou:
- Vem! A barra ta limpa - Sim, ele sussurrou essa expressão extremamente cafona.

Seguiu abaixado por todo o perímetro de areia, enquanto andava "chutando". Fazia isso para apagar ou distorcer suas próprias pegadas, que ficavam na areia. Para diminuir o efeito das pegadas, foi para perto do mar e andou bem próximo da água, deixando para as ondas a missão de apagar seus rastros. Fez isso até contornar o primeiro navio, agarrar a escada de corda e começar a subir.

Lá em cima poderiam conversar, mas por enquanto não.
- A gente precisa arranjar um lugar bom pra se esconder... - Disse para si mesmo enquanto subia aquelas escadas. Não era algo que Karemachena estava proibida de ouvir, mas também não precisava responder...

Vamos lá, vamos lá, vamos lá. A gente tem um NPC meio esquentadinho, um símio extremamente de boa e uma garota que ta meio pra lá e meio pra cá. Tanto é que, de início, ela nem se preocupou muito em se esconder, mas quando pensou nisso, deu uma tela azul ansiosa só imaginando as possibilidades. Karen é a perfeita transição entre os dois espectros: num daqueles memesm 100% errados de Diagrama de Venn, ela seria o meio.

Sim, meio macaca meio humana, como adivinhou?!

Enfim, enfim, talvez fora por conta desta capacidade de transacionar (?) que ela soube passar a boa notícia. Enquanto o NPC começava a entrar nas portas caçando um ou outro canto para se meter, ela ordenava Arthur a fazer sua artimanha. Ele sabia? Ele sabia. Ele conseguia? Ele conseguia. Sua ideia original era subir o tamanho da escada, diminuindo um ou outro espaço entre das "pegas" e tornando mais difícil subir. Isso daria tempo para que sua treinadora e seu colega-NPC achasse um lugar.

Foram explorando, entraram ali e aqui e para a INFELICIDADE de Karem, não havia barril algum no Convés. O garoto, um pouco mais "sabido" sobre barcos, correu de imediato para a cabine do capitão, enquanto nossa garota seguia perdida para algum lugar (leia-se direção aleatória). Numa hora, Karem achou escadas que levariam ao porão. Claro que, num barco, o porão não é como o porão de uma casa: é qualquer outro compartimento que não é afetado diretamente pela luz do sol. Eu tenho certeza disso? Não, mas eu li rapidinho numa figura do Google Imagens, então confie em mim.

Lá acharia um bocado de coisas, como o refeitório, o armazém, uma outra escada, camas & redes, um corredor e muitos barris. O problema é que, ao ir da proa à popa procurando um barril, acabou demorando chegar lá. Nesse exato momento ouviu um "tic", que provavelmente seria reconhecido por ela de imediato: o engatilhamento de uma pistola.

O som era muito mais abafado que o de costume e, quando virasse para ver, entenderia o porquê. Veria um homem saindo da porta no extremo oposto da entrada do Porão. Este homem vestia uma roupagem branca com preta, com um enorme sobretudo vermelho. Tinha sobre a cabeça um chapéu pirada clássico, em tom preto e bordas prateadas, com uma fita vermelha no exterior do encaixe da cabeça. Ele, com um tapa-olho característico, saia da porta com a arma bem na cabeça do NPC-misterioso, caminhando lentamente em direção ao convés com sua mão bem firme no d'outro rapaz.

Tão firme que, certamente, machucava. Ele apertava o corpo magrelo & definido e o impulsionava para frente, o obrigando a andar. Já com os olhos em Karemachena, nem sequer falou nada, apenas assobiou alto e olhou para o topo do mastro. Se mais alguém olhasse para lá, veria dois piratas completamente sonolentos despertando no tempo deles. Demorou al menos 40 segundos para que eles entendessem a imagem no convés e descessem, entendendo do que se tratava o chamado. Só depois de Patati & Patata descerem as escadas, o Capitão falou:
- Peguem esta menina e seu babuíno estúpido - Ordenou, com calma.

Os dois, ainda descendo as escadas meio atropeladamente, viram que não se tratava de um pokémon pequeno ou fácil de lidar, então liberaram suas duas - e únicas - esferas, travando uma batalha ÉPICA. Os pokémons em questão eram duas melecas, mas cada uma com um tapa-olho diferente: um tapava o olho esquerdo e o outro o direito. Está pronta, Karemachena?! Pois saiba que: RAAAAAAAAAAAAAAAAAAAWR!!


Enquanto isso Arthur tava ali, terminando de dar nós. Claro que os nós dele foram EXCELENTES e agora a escada estava um bocadão encurtada, mas que ele tava 100% empenhado nesta tarefa estava sim senhor.

OFF: Esta batalha é OBRIGATORIAMENTE 2v2 Double, sem poder usar itens. Se você usar algum item ou tentar usar mais pokémons, vou negar narrativamente, ok?!