Realiti

Admitir sua sexualidade em voz alta parecia ser suficiente para Steven; ele estranhara a naturalidade com que a frase saíra, mas logo se tocou que estava declarando amores aos 7 ventos, o que tornava válido que Luke ficasse confortável para falar de suas preferências. O engraçado é que o garoto estava tão confuso que parecia nem lembrar o porquê dele ter dito isso; não lembrava que o acusara de algo tão complicado:
- É mesmo, é? E porque? - Indagou, como quem queria entender como diabos é possível resistir áquela garota que lhe amarrou - Quem dera eu não gostar de garotas...

E ai continuou a andar. A conversa foi indo meio estranha enquanto subiam a caverna mas, aos poucos, Steven foi parecendo menos bobão. Ainda tinha a memória meio complicada e esquecia de quando em quando o que estava fazendo, mas parava de falar alucionações e delírios de amor. Numa hora, lembrou o que eram Key Stones e respondeu Luke com calma:
- Hm, infelizmente agora tudo que é meu é dela também. Pra pegar a Key Stone teríamos que pedir permissão dela de qualquer jeito, então é bom que me acompanhe pra pegar minhas roupas.

O problema é que, ao chegar na parte de fora da caverna, semi-nu, notou que não havia ninguém com bengalas de gelo e roupas pretas lhe esperando. O que tinha, na verdade, era um pequeno guarda, que Luke ainda não o conhecia, que estava bem na porta com os braços cruzados, como que esperando a dupla chegar lá. O homem, ranzinza, não falou nada até que Steven lhe olhasse com os olhos confusos, perguntando apenas com a face sobre o que acontecia ali:
- É contra as normas do parque fazer relações sexuais dentro dos domínios de preservação - No primeiro momento, foi formal - Aqui não é motel - No segundo, esculachou. Um dos olhos foi também para Luke, indicando que ele estava dentro daquela bronca...

Steven, ao ouvir o esporro, ficou olhando para o nada por uns minutos, tentando assimilar a realidade dentro de seus pensamentos confusos.