Bravery tentava levitar a mim e a si mesmo, sabia que estava pedindo demais de meu Pokémon e a culpa era minha por tê-lo colocado nessa posição, onde a única coisa que podíamos fazer era tentar essa manobra. Enquanto isso, apesar de arriscada, esse movimento parecia ter nos salvado, pois eu via a tormenta que aquele titã causava simplesmente por se mover.
E via aquele colosso engolindo os botes e o próprio barco de Cariano. Medo e desespero surgiam. Era esse o fim? Olhei para Bravery, ainda sob o efeito da telecínese do aquático, meu olhar cheio de pesar e arrependimento, pensando na situação na qual eu coloquei o meu Pokémon e claro não só Bravery como também os que estavam dentro de suas Pokébolas. Ser engolido e digerido dentro de Pokébolas, eu nem sei como esses dispositivos funcionam. Enfim um enxame de pensamentos mórbidos atacava a minha mente até que a escuridão da finalidade tomasse conta de mim.
...
Escuridão. Era tudo o que eu via, ou melhor, não via. Não via nada, mas eu tinha os outros sentidos eu podia andar, ouvir, inclusive um som de goteira, o cheiro era de maresia. Eu estava em algum tipo de caverna submarina, mas isso não faz sentido, eu juro que as minhas memórias eram de abraçar os meus últimos momentos. Isso era o pós vida? É pelo que me parece, eu não fui favorecida no julgamento por seja lá qual divindade.
Até que então, luz. A luz foi criada, então eu não estava no pós vida, mas de alguma forma regredi ao gênesis. Não, isso não fazia sentido, a não ser que o mundo no momento do gênesis fosse todo grudento e nojento e com cheiro de maresia. Ok, isso não fazia sentido, mas se eu fosse usar a lógica e analisar o cenário ao meu redor, eu chegaria em uma outra conclusão que também não faria muito sentido. Mas eu via Cariano esse que aparentemente tocou em algo que iluminou o local. Também vi as Meninas de Ever Grande, mas essas estavam imóveis, espero que somente desmaiadas.
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Bravery? - Se realmente fomos engolidos e milagrosamente estávamos ainda vivos, eu tentava chamar o meu Slowbro que estava comigo no momento. Enquanto isso Cariano queria esconder o tal brinquedo que produziu aquela luz, aproveitei e tentei ver o que tinha mais a frente e olha lá, destroços de várias embarcações permeavam o local, inclusive uma bem familiar e o objetivo de minha busca. Não esperava que a minha busca fosse desse jeito mas aí estava.
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Deixe isso ligado. - Eu dizia para Cariano que desligava a tal "lanterna suspeita de Rayquaza". Dizia em um tom imperativo, estava realmente ordenando o policial. Eu estava exausta e seja lá o que o policial queria esconder, é menos importante do que a capacidade de ver o que está acontecendo nessa situação deplorável. Eu esperaria meu Slowbro responder meu chamado e vir até mim, e claro Cariano continuar com a lanterna ligada e iria até os destroços. -
Você vai comigo também. - Dizia para Cariano, ainda "mandando" nele.