[Recrutamento de aprendiz] Reese Caldwell

Pastrying a Apprentice

Desvendar enigmas, interpretar textos, elaborar saídas criativas e pensar rápido... é Reese, meia noite eu te conto um segredo. Será que nós... digo, eu, será que eu realmente vou conseguir lidar com isso diariamente? Bem... evoluções são necessárias né? Então parece que acabei de receber um belo pontapé, sem dó nem misericórdia, em direção ao desenvolvimento de novas habilidades de lógica...

E como dói!!!

- Hey, vocês arrasaram! – Pausei o drama interno para elogiar a minha equipe. – Em qualquer sinal de que o gelo tá pra quebrar... por favor me ajudem! – Supliquei, inspirando o máximo de ar para ventilar as preocupações para longe.

Agora era hora de ter confiança! É isso o que a Candice diria? Certo?

Não sei, não conheço a querida muito bem para por a mão no gelo... E olha só, era a hora de por os dois pés nele e dar passinhos... Arceus me ajude e se isso não for possível que tenha uma bola rosa gorda para me socorrer.

E lá vamos nós!

Coloquei a pontinha do pé direito, sim eu sou supersticioso, na ponte de gelo esperando não sentir a água congelante que estava por baixo. A ideia aqui era ser rápido e delicado para não ficar sambando com o meu peso e correr riscos desnecessários. Claro que isso tudo só faria sentido se eu não fosse de arrasta no primeiro passo.

Contagem dos ovos:
Eevee - 38/40
Eiscue - 8/40

Pastrying a Apprentice

Considerando a minha posição como treinador do tipo gelo, caminhar sobre uma ponte glacial criada pelos meus monstrinhos aconteceria mais cedo ou mais tarde. Todavia, ninguém me contou que a sensação daria tanta adrenalina na primeira vez!

Mantive a calma na cabeça e nos passos e consegui atravessar. Admito que com mais facilidade do que esperava, mas em compensação o emocional sofreu muito mais ataques. Eu sequer podia julgar a criancinha por evitar correr o mesmo risco, nem eu queria ter me aventurado por ali receoso com as catástrofes que poderiam ocorrer.

Dessa vez só aceitei o seu papelzinho, agradecendo de forma não verbal. As palavras ainda não estavam saindo da minha boca.

Finalmente sentindo a firmeza do chão, reparei que em minha mochila uma agitação característica chamou a minha atenção. Era o ovo de Eevee!

Com cuidado o coloquei em uma manta e o segurei até rachar. Os olhinhos do bebê aqueceram o meu coração e neutralizaram o excesso de adrenalina experimentada.  

-  Bem-vindo ao mundo bebê! Ainda não tenho um nome perfeito pra você, mas não vai ser difícil pensar em uma sobremesa que me lembre a você. – Com um chameguinho em Eevee, avancei em direção ao encontro de Candice. Os três outros monstrinhos me acompanhavam, com Sundae fazendo questão de ir na frente. Ela tinha um engraçado senso de proteção, quase como se já soubesse do perigo que eu acabava atraindo.

Contagem dos ovos:
Eevee - 40/40 (chocando!)
Eiscue - 10/40

Pastrying a Apprentice

Ignorei a audácia da pergunta da querida contendo a vontade esmagadora de gargalhar do seu karma instantâneo. É, ela tinha o ar caótico que combinava com todos os problemas que eu encontrava um jeito de me meter, seja por conta própria ou por mera vontade do destino.

- Justo. O teste da piscina pareceu um belo dum trabalho. – Concordei com a engenhosidade da moça, antes de a questionar. – Só uma perguntinha... e se por acaso eu tivesse escolhido não fazer do jeito difícil e chegado aqui rápido, você ia saber que eu só dei a volta?

Ali não parecia ter nenhuma câmera e a criança estava tão agasalhada que era impossível a compreender com o som abafado. O desafio de Candice poderia favorecer os preguiçosos assim... E quanto mais eu pensava nisso, mais eu me arrependia de não ter só dado a volta.

- Ele tem cara de Frisk mesmo. – EU DISSE NÉ! – Eeeenfim... é! Foi um bom teste. Meio óbvio? Sim. Sabe? Oh meu Arceus, patinar no gelo, apoiar em pedras, congelar água... Tô num ginásio de gelo. A mensagem é clara. – O deboche foi involuntário, juro. – Mas sabe o que ia ser legal?! Um jogo chamado: É SORVETE OU É VANILLITE? Docinho ou Ice Beam na cara!!! – Deixei parte do caos fluir, antes de me recompor. – Mas é, esse deu pro gasto...

Contagem dos ovos:
Eiscue - 12/40

Pastrying a Apprentice

Ainda bem que eu nunca consegui erguer as sobrancelhas para imitar aquelas expressões exageradas dos Reels das infinitas redes sociais existentes. Em outro universo, um Reese mais habilidoso faria uma expressão difícil de ser defendida…

Por acaso aquela mulher estava testando a minha paciência também?! Ou pior… Stalkeando.

Cruzes…

Não restavam mais dúvidas. Candice tinha uns parafusos a menos! Talvez por isso eu tenha me dado tão bem com ela. O que será desse ginásio com a junção das nossas duas energias caóticas? Beeem, isso certamente não é problema meu. Bora voltar pra narrativa.

Duas palavrinhas mágicas me fizeram direcionar o total foco que havia disponível na cachola para a líder do ginásio: chocolate e biscoito.

- Tá bom gata, agora você falou a minha língua! - Silenciar as minhas comemorações? Pft! - Eu vou amar essa entrevista! - As energias se alinhavam e convergiam para a mesma conclusão: aquele era o meu lugar no meio de toda aquela burocracia da Liga Pokémon.

A queda da moça na água congelante da piscina fez os meus ossos se doerem em compaixão… E a empatia logo virou inveja da resistência impressionante ao frio, digna de uma grande pir- DIGO! profissional! … isso. Será que ela também me ensinaria isso?

Contagem dos ovos:
Eiscue - 14/40

Pastrying a Apprentice

Depois que as palavrinhas mágicas foram ditas, elas invadiram os meus pensamentos e não me deixaram em paz. Agora eu tinha um desejo e ansiava pelo chocolate quente que me foi prometido. Minha decepção seria colossal caso as expectativas não fossem saciadas… Tá bom… parei com os exageros.

Por favorzinho, que ele seja servido antes do interrogatório…

Opa! Certo.. Foca Reese.

Tal aviso interno foi necessário para recobrar a consciência e perceber que os lábios de Candice não estavam se mexendo atoa. Ela estava falando e, muito provavelmente, já fazia algum tempo. Tomara que eu não tenha perdido nada importante.

Quando é que eu tinha me sentado mesmo? E onde nós estávamos?

Não tão discretamente assim, olhei ao redor com curiosidade. O cenário tinha mudado. Maldito feitiço que os doces tinham sobre a minha atenção!

- Biscoitos e chocolate!! - Foi involuntário, eu juro. A reação podia não ser tão comum para um jovem adulto… Paciência, né? - Obrigado, pessoinha! - Não quis arriscar dar misgender na criança.

Após um gole do paraíso, seguido da mordiscada no pedacinho do céu, respondi aos questionamentos da moça com simplicidade. Nada de inventar histórias mirabolantes hoje. Tô cansado.

- Meu nome é Reese! - Limpei o farelo do biscoito em meus lábios para prosseguir. - Bem.. Eu sou de Floaroma e sempre visitei Snowpoint no fim de ano… não sei quando, nem por quê, mas sempre me senti bem aqui. O frio, a comida, os Pokémon, a rotina… - Um sorriso nostálgico se formou. - Com o tempo fui percebendo que tinha afinidade aos monstrinhos do tipo gelo e, mais do que apenas isso, bastante admiração. Sou amador, admito… mas espero que tenha um espacinho aqui que esteja disposto a me receber. - Pois é, direto e do fundo do coração. Tinha tudo para ela me mandar embora e rir dos meus sonhos e esperanças.

Contagem dos ovos:
Eiscue - 16/40