Fora só finalmente ouvir a explicação de Vicent que entendi tudo; aquele era um episódio parecidíssimo com o que passei no Friend Safari, onde Frillish tanto tentara me estremecer com algumas risadas e acontecimentos anormais, porém, há uma pequena diferença entre esses dois eventos; Freya só conseguia me assustar, desta vez, o pokemon responsável, está assombrando a feira inteira! Continuei correndo, brincadeira ou não, não pretendia ficar para tentar resolver o problema, com tantos treinadores melhores que eu nessa cidade - graças a Copa Hoenn -, eu não me sinto diretamente responsável por isso. Corri, ainda sendo guiada por Vicent, que tirou as mãos do meu ombro e começara a agarrar meu braço, indo na frente e me puxando. Normalmente reclamaria, diria que sei correr sozinha e que não precisava da sua ajuda, mas a situação agora é outra, deixarei que ele demonstre esse instinto protetor desnecessário.
Corremos juntos, um guiando ao outro em uma troca bastante injusta, aquele braço que Vicent tanto puxava não só significava aumentar minha velocidade, mas também diminuir a do meu irmão, isso não acontecia só por eu ser mais lenta, mas também por ele fazer tanto esforço enquanto tenta puxar meu peso todo consigo. Era óbvio que essa não era a forma mais segura de se fazer as coisas, eu me sentia incomodada e estragava a sincronia, ele se esforçava demais e não prestava tanta atenção no que via pela frente, a ideia mais inteligente seria me soltar, mas não, desta vez prefiro passar isso realmente juntos. Sempre nos separamos nessas horas e sempre ocorre algo ruim com um mas não com outro, quero sair tão salva quanto meu irmão; sem nenhum dos dois ter que se preocupar. Sendo assim, continuaremos avançando sem nenhuma contestação minha, não falara, apenas assentia com a cabeça qualquer acontecimento. Continuamos assim até que algo não calculado aconteceu.
Era óbvio que nossa mãe sempre dizia para nós dois; não corram assim crianças, irão cair! Porém lhes digo, essa frase nunca voltou tão forte a tona na minha cabeça.
E não é que caimos mesmo? Pensei. Narrarei os fatos em câmera lenta: O primeiro foi Vicent que, inesperadamente, pisara em falso em um paralelepípedo qualquer daquela rua. Caíra de frente, puxando junto meu braço para baixo, até que lembrou de soltar, mas já era tarde demais. Desesperada, tentei frear com o pé esquerdo e puxar meu irmão com o braço livre; também o esquerdo, porém, não tive tanto sucesso, até consegui atrasar o impacto que ele sofreu, mas minha velocidade atual, somada ao peso de Vicent e a velocidade dele eram, sem dúvida nenhuma, força demais para uma simples perna esquerda aguentar parada. Meu freio falhou, bati o joelho com bastante força no chão e rolei para frente em uma cambalhota. Talvez duas, não lembro direito, o importante era que cai poucos centímetros a frente de meu irmão - barriga para baixo, queixo apoiado no chão e membros bem separados - e, quando olhei para o lado, ele já não estava lá. Eu seria a próxima a sumir? Fechei os olhos desesperada e estremeci mais uma vez, um calafrio tomou conta de toda minha espinha e, mesmo que eu quisesse, não conseguiria me mexer, duas coisas me paralisavam naquela posição: o medo e os machucados. O primeiro muito mais imponente que o segundo.
Os próximos instantes seriam os mais longos da minha vida e, além disso, seriam acompanhados de pensamentos finais, preocupações com Vicent e dúvidas se realmente fui feliz nessa vida.
OFF: Toda guenza essa Winnie tsc tsc