01 - Uma wooper entre vulcões

Erica já andava há algumas horas na Rota 112 e já era perto do meio dia. Frida, sua wooper, a acompanhava de perto, caminhando alguns passos na frente. Erica gostaria que sua pokémon fosse mais leve e que ela não lançasse uma camada toxica de gosma no corpo para não desidratar, mas assim eram os pokémons e assim continuava Frida no chão. Erica se perguntava quando iria encontrar pokémons pelo seu caminho. Sabia que havia alguns bem interessantes, mas como nunca fora muito longe da cidade, não tinha completa certeza de quais poderia encontrar. Gostaria de capturar alguns e aumentar sua equipe, bem como dar a Frida uma companhia pokémon.

Não havia caminho certo a se tomar em sua busca por achar seus irmãos. Não sabia se deveria correr atrás de onde o Team Aqua foi visto pela última vez - o que inclusive parecia perspicaz e ao mesmo tempo burro - se deveria contatar alguma agência de Rangers ou seguir alguma outra opção. Por ora, a ideia era descobrir o máximo que desse até chegar a Mauville e, de lá, até Slateport. Todas notícias chegavam aos portos e era bem provável que conseguisse algum tipo de informação por lá. Passar por essas duas grandes cidades era bom. Conseguiria arranjar recursos com facilidade, bem como informações.

Ver os arbustos mexendo era um pouco desconcertante. Erica não tinha tanta experiência em batalhas com pokémons selvagens. Boa parte de seu aprendizado fora com pokémons de outros treinadores. Eles eram mais dóceis e Erica sabia que ela nunca estava numa situação real de risco. Aqui, eram apenas ela e Frida.

Num súbito de coragem, Erica decide se aventurar para perto da árvore mais próxima, em que percebeu o movimento de algum pokémon, um passo lento após outro passo medroso, mas todos firmes e decididos. Iria tentar capturar um pokémon e parar para almoçar depois disso. Ainda havia muito o que percorrer e queria que o trajeto transcorresse logo.

Okay, talvez estivesse com as expectativas um tanto altas para o seu primeiro encontro, que se mostrou bem anticlimático. Era um pokémon fofo e se a ideia era ter de lutar até ambos estarem sangrando e num ato heróico capturar seu primeiro pokémon selvagens, talvez agora ela só devesse jogar a pokébola. O que não combinava com ela em absoluto.

Tomando distância e chamando Frida para perto de si, ela deu seu primeiro comando, iniciando sua primeira batalha pokémon real.

- Frida, acorde esse pokémon com um Tail Whip e então tome distância!

A ideia era acordar o pokémon e dar a ele uma chance de uma luta justa. Não fazia sentido capturar um pokémon adormecido, bem como ferir se estivesse indefeso. E, de quebra, já diminuía suas defesas, mesmo que Frida só tivesse um ataque que causasse dano, sendo ele dano especial.

Nesse meio tempo, Erica puxa sua pokédex para tentar descobrir tudo o que pudesse sobre o pokémon oponente.

Aquilo estava bem ridículo e Erica agradecia por estar seguindo jornada sozinha naquele momento. Quando perguntassem como ocorreu aquela captura, ela aumentaria a história e envolveria uma horda de zigzagoons ou algo assim. Ela sabia que o princípio geral era simples. Enfraquecer o pokémon e então capturar. Se possível, diminuir alguma defesa ou velocidade para ter vantagens, mas Frida conseguia apenas abaixar a defesa física e seu único ataque de dano era especial, então não fazia diferença.

Era tentador pegar no pokémon e chacoalhar até ele acordar, mas ela podia se machucar. Era estranho quando pensava que ela não queria se machucar e por isso colocava  sua pokémon na frente, mas tentaria não colocar Frida num risco desnecessário. Inclusive por não parecer uma batalha perigosa. Talvez não tivesse jeito e ela devesse atacar de uma vez.

- Frida, use Water gun para acordar esse zigzagoon. Não precisa pegar pesado, é só para acordar ele. A gente começa a lutar sério quando ele estiver de pé!