A sequência que se seguiu foi assustadora. Erica estranhou quando o Ninetales ficou parado, apenas parado, sem preparar outro ataque. O rugido, então, gelou a espinha e fez os joelhos fraquejarem. Frida vacilou em sua determinação, dando alguns passos para trás, na direção de Erica. Algo estava diferente. O pokémon não havia rugido até então e Erica pressentia que isso era um mau sinal. Quando o ninetales correu em disparada, na direção dela, ela soube que havia acabado. O combate, sua jornada e sua vida. Ela fechou os olhos e esperou sentir dor e, então, não sentir mais nada.
Depois de algum tempo, abriu os olhos e não viu o ninetales a sua frente, apenas Frida, ofegante tal como ela, parada na frente e protegendo-a. Frida não iria deixar nada ocorrer com Erica, que enfim dava conta que o combate havia acabado. O caminho seguia livre a sua frente e sua pokémon a havia protegido. Ela estava bem, segura. Sonho ou não, aquele pesadelo chegava ao fim e Erica poderia retomar sua viagem. Ela só precisaria de roupas limpas, por ter urinado em si mesma. O medo mais a aceitação de que a morte lhe abraçava montaram um cenário em que segurar bexiga talvez não fosse tão essencial assim.
Corando de vergonha, Erica voltou sua atenção para Frida, que ainda estava em posição de guarda, olhando para os lados, conferindo se estavam ambas seguras.
- Frida... Acabou. Eu acho que... acabou. - suspirou Erica, cansada.
Frida voltou-se para Erica e seu semblante abriu, aliviada por poder descansar. Ela começou a pular em torno de Erica, tomando cuidado para não encostar nela. Sabia que sua pele machucava com o toque. Mesmo depois de uma batalha tensa, a segunda que Frida entrara até então, ela ainda tinha energia e disposição para festejar. Era uma pokémon corajosa e com muita perseverança e Erica estava feliz que ela estava ao seu lado.
- Vamos sair daqui, só isso. Volte para pokébola agora que eu solto você quando estivermos longe dessa floresta.
Com Frida segura em seu sinto, Erica levantou-se devagar, tentou se aprumar e, percebendo que ela estava com suas roupas rasgadas em alguns pontos, suja de terra e sangue de seus cortes, deixou-se ficar do jeito que estava. Vasculhou por outros sinais de dor, mas achava que conseguia sair de lá. Passou a caminhar devagar, mas rapidamente começou a correr, pelo o único caminho disponível. Em sua cabeça, a promessa de derrotar todos os fantasmas que aparecessem por sua frente. Destruí-los ou mandá-los para o outro mundo, não importava. Mas iria se livrar de todos que surgissem pela sua frente.