Off :
fuck
Frida ficou tremendo e gemendo baixinho, sem tirar os olhos da pokémon a sua frente. Dois golpes deram errado, ela não tentaria atacar a não ser que fosse realmente necessário. Ela queria que Erica a chamasse para dentro da pokébola, mas iria proteger sua treinadora enquanto o perigo ainda estivesse ali. No caso, um fantasma de um pokémon de nove caudas e cheio de raiva. Ela não sabia o que fazer, mas ficaria na frente de Erica até o fim. Era fiel ao extremo a sua treinadora e não a deixaria sozinha por motivo algum que fosse.
Erica, por sua vez, não passava por um momento de tanta coragem quanto sua companheira. Estava pregada no chão, sem conseguir se desviar dos olhos vermelhos da pokémon a sua frente. Queria fugir, dar as costas e se aventurar pela névoa, qualquer lugar que fosse distante dali. Ela entendeu, do mesmo jeito que Frida, que não havia o que fazer. Ela não conseguiria vencer através de força física. Não sabia se podia ferir ou deixar um fantasma cansado e, mesmo que pudesse, aquele pokémon parecia forte demais. O que significava que estava tudo acabado. Não tinha para onde correr, não havia como derrotar o pokémon.
De algum lugar, perto do estômago, Erica descobriu que sua voz ainda funcionava e começou a falar com o fantasma.
- Ah. Olá. Você... você é Kurama? Aqui, do túmulo? - Não havia outra possibilidade, ela deveria ser o pokémon que morrera há pouco tempo e que a lápide marcava. - Eu... eu sinto muito. Pela sua morte, digo.
As palavras saiam em jorros e Erica mal percebia que estava de fato falando. Tudo era um grande sonho no qual a voz que ouvia não parecia ser a mesma que falava e tudo o que seus olhos percebiam parecia tanto real quanto ilusão. Mas o calor das brasas não havia deixado dúvida de ser bem concreto.