Até que a minha ideia não havia sido ruim, nós nos dividimos e conseguimos cobrir um campo maior daquele lugar. Qualquer coisa que nos ajudasse a terminar a exploração e deixar o calor infernal para trás era muito bem-vindo. Sendo assim, os quatro afastaram-se, cada um para um canto, dando passos lentos e sentindo o chão sob os pés em busca de novos tremores, mesmo que pequenos. No lado escolhido por mim não parecia haver nada interessante, apesar do calor constante emanado pelo solo. Resolvi parar um pouco e esperar alguma atualização da situação, enquanto retirava finalmente o meu cachecol. Afinal, por que eu ainda estava com aquilo? Usei então o antebraço para limpar a lateral do rosto e as próprias mãos para tentar afastar o suor do pescoço, quando Luci nos alertou sobre algo!
Virei-me imediatamente para a menina, apreensivo. Ela estava na direção diametralmente oposta a minha e parecia empolgada com algum achado. Segundo ela o tremor ali, sob seus pés, era maior do que em outros lugares, parecendo até que se abriria um buraco. Era complicado saber até onde era real e onde virava um exagero típico de criança, mas eu com certeza confiava em Luci — Espere aí então! Não faça movimentos bruscos para não assustar o Pokémon, se for algum claro... Vou me aproximar devagar... — E já segurava em mãos a Pokébola de Shelmet, enquanto dava alguns passos cautelosos até Luci.
Quando chegava mais ou menos na metade do caminho, fui abordado por um silencioso Yuri, que apontou disfarçadamente para onde Luci estava e perguntou se eu não estava vendo a movimentação estranha de pedras próximos à irmã, como se elas estivessem "vivas". Resolvi então falar baixo também para o menino Machiatto, para não despertar a atenção da garota — Talvez tenhamos mirado num Pokémon de fogo e achamos um de pedra.... O que acha? Faz assim... Vai até perto de Luci e eu vou pedir para ela correr até você enquanto tento surpreender o adversário... — Disse para o garoto, guardando a Pokébola de Shelmet e trocando-a pela de Budew, que era sempre um fiel aliado para esses momentos. Assim que Yuri aproximou-se de Luci, ela notou que havia algo de errado, mas antes do pior, tentei acalmá-la e pedir que agisse.
— Luci, muita calma. Está tudo bem... Quero que você ande bem rápido até o Yuri, certo? Não se preocupe.... — Como acreditava que nem toda a calma do mundo faria com que ela não se desesperasse, já lancei a Pokébola do Pokémon de planta, solicitando uma ordem assim que a garota assimilou os fatos e começou a andar — Buddy! Stun Spore naquelas pedras! — Agora restava esperar que o movimento fosse certeiro e fosse capaz de "controlar" aquele possível Pokémon, ou o que quer que fosse. Enquanto isso, Luci finalmente "acordava" e saltava para perto do irmão. — AAH! Que isso Luch?!