Pokémon Mythology RPG
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003 - Companhia Inesperada: Um Novo Norte!

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Me incomodava ter que usar Lira assim fora d'água por tanto tempo, mas ela mesmo havia pedido para ajudar e afinal aqueles dois Pokémon já eram amigos dela e a escutariam bem melhor do que a mim e qualquer outro de meus Pokémon. Apesar de achar que aquilo tudo poderia não dar certo, fui surpreendido pela capacidade de convencimento da carpa, que conseguiu trazer as duas exóticas criaturas para fora da caverna. Dwebble, inclusive, trouxe Lira em suas patas e a repousou amigavelmente dentro do lago novamente. Os dois então vieram até mim, parecendo bastante abertos ao diálogo. Porém antes que eu pudesse começar a falar, a barriga de Luci roncava ruidosamente, ecoando pela caverna. Olhei para a menina e sorri, afinal não era só ela que estava com fome, meu estômago também parecia se auto-devorar.

— Aaah, perfeito! Vocês dois também vieram de longe, não é? Sei que são de Unova, e eu também sou, mas tive que abandonar meu lar e agora moro aqui em Hoenn como vocês! — Comentei com as duas criaturinhas, que me encaravam ainda sem muita expressão que definissem seus pensamentos sobre mim — Bem, como vieram de longe devem estar com fome também. Eu e meus amigos aqui estamos todos morrendo de fome e pensamos em almoçar por aqui mesmo na caverna. Vocês gostariam de almoçar também? Podemos dividir nossa comida com vocês sim, sem problemas...  — Complementava, enquanto abria a minha mochila e tirava algumas porções de comida Pokémon. Na bolsa de Luci e Yuri também haveria mais comida previamente disponibilizada pelos seus pais. De qualquer modo não poderíamos exagerar, pois não sabia quanto tempo essas rações durariam e nem quando chegaríamos até a cidade para obter mais.

— Ok, vou deixar meus outros Pokémon saírem para comer também. É uma boa oportunidade para vocês conhecerem e fazerem mais amigos! Não precisem se assustar, tudo bem? — Expliquei para Dwebble e a outra criaturinha de nome ainda desconhecido por mim. Em seguida peguei duas Pokébolas, liberando Meo-Mey e Délia para o banquete. Buddy e Lira por sua vez já estavam fora e Dustox estava cansada demais para pensar em alimentação agora... — Bem, vou apresentá-los a vocês dois. Essas duas gatinhas aqui são Délia e Meo-Mey! Aquele ali com um sorrisão no rosto é o Buddy, meu amigão. E a Lira vocês já conhecem... As duas crianças são Yuri, o menino de óculos, e Luci, essa linda menina. Também há a Cleffa, mostre a eles, Luci! — Sugeri para a Macchiato retirar a fadinha de sua esfera para interagir também, enquanto comecei a dividir a comida que tinha para todos eles, um pouco para cada. Esperava que os Pokémon ficassem confortáveis ali e assim que estivessem bem entretidos, poderia usar a Pokédex e finalmente descobrir mais sobre o Pokémon de nome ainda desconhecido para mim.

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A hora da refeição veio em um momento bem oportuno. Apesar da iluminação do ambiente não ser das mais adequadas, a claridade que passava pela fenda era suficiente para garantir uma luminosidade boa o bastante para Luch e Luci encontrarem um ponto onde poderiam estender as toalhas de piquenique que estavam nas mochilas dos irmãos.

A presença dos outros pokémons pareceram deixar Dwebble e o seu amiguinho mais confortáveis, apesar de que as felinas logo começaram a pular de um lado para o outro e a Skitty usou a pedra do inseto como apoio para fugir da Meowth. Apesar da situação, o inseto ria e se divertia com aquilo. Luci parecia interagir mais com sua Cleffa e com Buddy. A experiência conjunta na dança havia formado um vínculo curioso entre eles. E Lira, apesar de ter ficado mais confortável no lago, conseguia se aproximar o suficiente para alcançar sua ração e conversar mais com os insetos.

A ração, apesar de sua aparência sem graça, parecia saborosa ao paladar dos monstrinhos de bolso. Os pokémons selvagens mesmo devoraram aquele alimento em pouquíssimo tempo! Enquanto isso, Luch conseguia enfim identificar o pokémon rosado misterioso e logo descobriu que se tratava de um Shelmet.
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A refeição e a conversa seguiu tranquilamente por um bom tempo. Porém, logo um garoto que parecia ter um meio termo entre a idade de Yuri e Luch entrou na caverna. Em seus ombros, dois monstrinhos se acomodavam: um avermelhado e um amarelado. Ele parecia observar toda aquela situação com certa raiva ou nervosismo. Ficou bem claro logo que ele gritou com todos os "invasores":

- Hey! O que vocês estão fazendo aqui? Deixem os pokémons em paz!

Não bastasse o tom autoritário dele ao falar, ele passou a ser rude. Dwebble e Shelmet pareciam conhecê-lo, mas estavam confusos em como reagir diante daquilo.

- São vocês três mesmo, treinadores! Eles não querem ser capturados não! Vão embora ou eu terei que tirar vocês daqui na marra!

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Finalmente todos nós parecíamos em paz. A interação entre as criaturas era algo bonito de se ver e uma das que mais me surpreendia, mas positivamente, era a proximidade entre Cleffa, Luci e Buddy, muito provavelmente pela sessão intensa de dança entre nós todos. Pois bem, apesar de não tirar mais os olhos de Lira para evitar um segundo desaparecimento, eu estava bastante interessado em conhecer melhor sobre o monstrinho ainda "sem nome" que interagia com Dwebble e a Magikarp. Aquela espécie de "capacete" me chamava muita a atenção e não resisti a apontar discretamente a Pokédex na direção dele para ver o que me dizia dessa vez. Felizmente não haviam mais Pokémon escondidos nas proximidades para dar conflito no aparelho e agora era realmente a foto dele que surgia no display:

"Beep! Shelmet! Pokémon Caracol! Quando se sente ameaçado este Pokémon se fecha em seu "capacete", abaixando a viseira frontal. Ele também pode expelir um gosmento líquido venenoso. Quando este Pokémon é banhado em uma espécie de campo elétrico numa interação com Karrablast, os dois acabam evoluindo. As razões para isso ainda são desconhecidas! Beep! Boop!"

Uma espécie muito interessante e ficava grato de poder ver ela pessoalmente. Quem diria que precisaria me deslocar tantos quilômetros de casa para ver pela primeira vez um Pokémon da minha região natal aqui em Hoenn. O destino às vezes pregava peças engraçadas na gente... E por falar em engraçado, eu quase cuspi meu almoço quando acabei gargalhando do tombo que Skitty levava ao tentar escalar a rocha de Dwebble para escapar de Meo-Mey — Seus movimentos estão me lembrando da sessão de dança, bem no comecinho! Não se esqueça de se equilibrar na cauda, Délia! — Comentei com um sorriso persistente em meu rosto. Tudo estava às mil maravilhas realmente, mas é sempre nesses momentos de calmaria que as tempestades repentinas acabam sendo mais surpreendentes. Dessa vez não foi diferente. Um furacão surgiria pela caverna!

Quando menos esperávamos, uma figura masculina, um pouco mais nova do que eu e um pouco mais velha do que Yuri, surgiu na companhia de dois Pokémon. Daquela distância eu não conseguia diferenciá-los, mas não pareciam ser comuns. Parei a minha refeição e acabei fazendo uma expressão de bastante frustração. Em momentos assim eu não conseguia ser extrovertido, nem que eu me esforçasse. Felizmente Luci não deixou o clima ficar tão silencioso e foi a primeira a se levantar para falar, mas antes que tivesse a chance, o garoto começou a nos acusar de estarmos perturbando aqueles Pokémon, possivelmente Shelmet e Dwebble. Novamente de forma ousada, a garota colocou as mãos na cintura e direcionou-se para o rapazinho com bastante audácia  — Veja bem VOCÊ! Nós estamos apenas fazendo um belo almoço na companhia desses Pokémon, estamos dando comida para eles e são nossos amigos. Então vê se fica quieto e não chega falando assim com a gente! — Completou a menina, terminando por fazer uma careta para ele.

Yuri se mantinha quieto como eu, mas era notável sua insatisfação. Quando a irmã pareceu estourar, a única atitude que ele teve foi segurar o braço dela para impedir que fosse até o garoto bater nele. Foi aí que eu resolvi que era melhor me esforçar ainda mais e tentar me meter, para evitar uma briga de fortíssimas proporções — Ok, ok, não vamos brigar meu povo. Estamos apenas fazendo um piquenique. Estamos com fome! Minha Magikarp se perdeu e esses dois insetos a acolheram e acalmaram até que eu chegasse. Eles por acaso são seus?  — Perguntei logo após me levantar e tomar a frente de Luci. Mesmo tendo tomado a iniciativa, eu não conseguia me expressar naturalmente em situações como essas. Certamente parecia mais formal do que era e tentava esconder meu rosto com a gola da blusa enquanto falava. Não gostava de conflitos bobos e só me soltava mais se precisasse resolver uns pepinos bem graves, como quando enfrentei o sequestrador de Luci ou quando ataquei a ladra em Mauville. Restava agora saber o próximo passo daquele garoto e o que ele tentaria fazer contra nós, ainda mais depois do esporro da Macchiato.

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A bronca que Luci deu no treinador o deixou um pouco instável por alguns instantes, mas ele logo voltou a si. Parecia ser um pouco irritado e ranzinza e de certa forma, na defensiva.

- Escuta aqui, mocinha! Não venha elevar o tom de voz pra cima de mim. Quem está invadindo o território alheio e ameaçando espécies ameaçadas não sou eu!

Luch logo começou a falar também, mas sua personalidade fez com que ele discutisse em um tom mais formal. Aquilo não ajudou mesmo, porque o rapaz ficou observando Luch com ainda mais estranheza.

- E quem seria você? É o mordomo dessas crianças mimadinhas, é? Sinto muito chapa, mas não acredito em pessoas bem intencionadas perto de pokémons raros. Peço para que recolha seus bens, chame seus pokémons de volta e se retire daqui numa boa, ok? Não quero briga.

Após sua fala, num tom de voz rabugento, o garoto cruzou os braços e logo os insetos que estavam em seus ombros desceram e foram logo cumprimentar os seus amigos. Assim como Dwebble e Shelmet, eram insetos de Unova.
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O rapaz logo desviou seu olhar e observou o quarteto de insetos de Unova com um sorriso em seu rosto. Ele claramente tinha um grande carinho com eles. Por que ele estava tão super protetor?

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Por mais que eu tentasse explicar com calma a situação, o menino não era do tipo de se dobrar tão facilmente... Ou será que a interferência de Luci na discussão é que tenha deixado ele mais irritado? Em qualquer situação eu simplesmente pegaria minhas coisas e iria embora, mas... Não acho que seja o certo a se fazer por aqui. A caverna parecia um local público e era lindo, não havia desrespeito nenhum contra as criaturas ou o local, por que ele deveria se portar como o dono do lugar afinal? Respirei fundo e fechei os olhos por alguns segundos pensando — Mordomo? Na verdade, não. Não irei sair. Estou em um momento tranquilo com essas crianças e os Pokémon. Quem está gerando um desconforto aqui é você... Não há nenhuma placa na caverna indicando que esse lugar é seu. Desculpe, mas é a realidade. Lira, minha Magikarp se tornou amiga desses insetos e tem todo direito de ficar aqui e interagir com eles. Se você está incomodado, é você que pode se retirar. Afinal você já estava fora mesmo quando cheguei...  — Comentei encarando o rapaz decididamente e depois sentando novamente, então retirei a Pokédex do bolso e apontei para as duas criaturas que desceram de seu ombro e começaram a conversar com Shelmet e Dwebble:

"Beep! Venipede! Pokémon Centopeia! Sua mordida injeta um potente veneno, suficiente para paralisar Pokémon pássaros maiores que ele e que tentam predá-lo. Ele se utiliza de antenas, tanto na cabeça como na cauda para sentir o que acontece ao seu redor e determinar a localização de sua presa e seu estado. É um Pokémon brutalmente agressivo! Beep!"

"Beep! Joltik! Pokémon Agarrador! Joltiks urbanos desenvolveram a habilidade de sugar energia das tomadas de casas. Como não são capazes de gerar a própria eletricidade, eles se aderem a Pokémon de grandes proporções e absorvem a eletricidade estática deles, a qual armazena em uma espécie de bolsão elétrico interno! Beep! Boop!"


— Pokémon muito legais esses! Por que não deixa disso e senta aqui com a gente para todos comerem? Depois que terminarmos vamos juntar tudo e partir, mas não acho legal gerar essa torta de climão toda, o que quer ensinar para essas crianças? Que devem ser adultos intolerantes quando crescerem?  — Comentei tentando fazer o clima ser mais ameno, afinal detestava qualquer tipo de confusão. Certamente o garoto tinha seus motivos para duvidar da gente, possivelmente já passou por situações ruins, mas não é por isso que deveria generalizar — Olha, foi mal por falar assim tão ríspido, sei que tem seus motivos. Você é bastante protetor com esses insetos. Eu também sou assim com os meus Pokémon, mas não podemos realmente ficar em paz? Eu vim de Unova assim como essas criaturas e conheço bem elas, jamais faria mal a elas — Expliquei, tentando buscar algum tipo de ligação entre minha história e a deles. Entretanto, se a situação ameaçasse desandar para algo mais hostil eu teria que pegar as crianças e sair.

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Apesar do impasse que aquele garoto havia causado, Luch conseguia permanecer a calma e racionalidade por um bom tempo. Ele tentou falar com o garoto de forma mais franca e amigável na esperança que ele se sensibilizasse. De certa forma até surtiu certo efeito, mas não tanto pelo esperado. O rapaz parecia mais ter cedido devido aos olhares de Dwebble e Shelmet, que pareciam duas crianças pedindo algo.

- Ok, vou deixar que vocês ao menos terminem a refeição de vocês. Até porque esse foi o motivo de minha saída.

O garoto então abriu sua mochila e de lá uma grande infinidade de berries caiu. Os quatro insetos de Unova logo começaram a se alimentar com os frutos. Dwebble e Shelmet não demonstravam sentir tanta fome porque já haviam comido um pouco de ração, porém, Venipede e Joltik estavam claramente famintos.

O rapaz ainda parecia processar as palavras de Luch a respeito dos insetos de Unova. Os dois eram da mesma região e Luch parecia ter bastante conhecimento sobre aqueles monstrinhos. Intrigado, o rapaz dos insetos logo começou a bombardear perguntas:


- Você conhece bem esses insetos? Qual é o seu interesse neles? E esses garotos? Onde que estão os pais deles? Acham que eu não sei que eles usam crianças para tentar nos sensibilizar?

Os pokémons já não pareciam dar tanta atenção para o diálogo e focavam em terminar sua refeição. Mas a paranoia do garoto claramente incomodou Luci e Yuri. Do que será que ele estava falando?

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Depois de colocar tudo o que eu tinha a dizer para fora, parece que o garoto finalmente se sensibilizou um pouco e nos permitiu ao menos terminar a refeição. Por acaso ele havia trago inúmeras frutas para os Pokémon inseto e os dois que acompanhavam ele não perderam tempo em atacar o almoço. Era notável que Shelmet e Dwebble não estavam mais com tanta fome, o que era melhor para Joltik e Venipede, pois sobrava mais frutas para eles. Deixei um sorriso sincero transparecer ao observar a interação divertida entre os quatro Pokémon... Acabei me distraindo tanto que nem notei quando o menino aproximou-se de mim e começou a me bombardear com perguntas... Apesar de ainda ser um tanto incômodo, era um diálogo sendo aberto e isso deixava as coisas mais fáceis de se resolverem em breve — Bem, antes de mais nada, meu nome é Luch Drac. Esses dois pequenos aqui são Luci e Yuri Macchiato, sou o tutor deles!  — Nos apresentei, mostrando inclusive uma das cópias do Termo de Responsabilidade que assinei em Mauville, antes de sairmos. Não imaginei que precisaria dele tão rápido para mostrar a minha situação para com aquelas crianças.

— E sim! Eu vim de Unova... Eu morava na Cidade de Nimbasa, aquela do Ginásio Elétrico e onde tem o Parque de Diversões enorme!  — Comecei contando sobre Unova de uma forma grandiosa, como sempre fazia. Se não fosse pelos Filhos de Giratina e as ameaças eu realmente não teria deixado aquela região para vir a Hoenn, mas... Como já estamos por aqui... — Conheço os insetos, mas nem todos pessoalmente. Por exemplo, Venipedes eram bastante comuns nas florestas e até em jardins, já que acabavam se movimentando pra lá na primavera  — Apontava para o inseto arroxeado com antenas. Eu lembrava também de ter esbarrado com Joltiks na cidade, apesar de não serem selvagens — O Joltik eu conheço porque muitos mono-treinadores iniciantes de Nimbasa começavam sua jornada com um Joltik, porém o habitat deles é na Caverna Chargestone, um pouco longe da minha cidade... Agora os outros dois eu nunca vi pessoalmente, só na TV mesmo. Eu fiquei impressionado com o Shelmet, não imaginei que ele era assim, é incrível!  — Comentei por fim, observando o inseto que parecia um elmo medieval.

Notava que os Macchiato não estavam nada satisfeitos com a pressão exercida pelo rapaz misterioso. Contudo, algo havia me chamado a atenção nele com a sua última frase. Ele comentara que já haviam "tentado sensibilizá-lo" e "usado crianças". Seja o que fosse parecia muito errado e preocupante, tanto para mim e para as crianças, como para ele e os insetos que continuariam ali, por isso fiz uma cara de confusão quando ele falou sobre isso e resolvi perguntar mais — Você disse que tentaram usar crianças para sensibilizá-lo? Mas como? E quem andou fazendo isso...?  — Comentava com as sobrancelhas franzidas, esperando entender melhor o motivo de tamanha superproteção, além de descobrir se haveria alguma coisa que eu pudesse fazer para ajudá-los a superar os problemas. Isso se o garoto acabasse se abrindo mesmo e aceitasse minha ajuda.

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Apesar da insegurança e dos milhares de questionamentos do garoto, ele parecia entretido com a conversa. Parecia claramente interessado no diálogo de Luch sobre os insetos de Unova.

- Eu gosto muito dos insetos dessa região. Já ouviu falar sobre Larvesta? Meu sonho é capturar um algum dia!

Mas a conversa nem seguiu muito adiante quando o rapaz descobriu que acabou falando demais. Ele logo tapou sua boca ao perceber que havia falado sobre "eles", seja lá quem fossem. Após alguns segundos de reflexão e troca de olhares com os insetos exóticos, ele então decidiu contar um pouco sobre o que estava acontecendo.

- Você já ouviu falar sobre a família Taillfeler? Eles são da nobreza de Kalos, mas se mudaram para Hoenn recentemente. O filho deles quer a todo custo capturar todos os insetos exóticos que estão na região, mas minha intuição diz que os propósitos deles não são nada gentis...

O rapaz então percebeu que não havia se apresentado e então disse seu nome e explicou um pouco mais a situação:

- Ainda não me apresentei depois de toda essa conversa, certo? Meu nome é Ben. Tenho abrigado esses filhotes de insetos porque eles estão correndo sérios riscos por aqui. O filho da família Taillfeler gosta de colecionar pokémons raros para adicioná-los na coleção dele. Até aí tudo bem. O problema é o hobby dele no tempo livre: taxidermia. Não preciso falar mais nada, certo?

Assim que Ben disse a palavra taxidermia, o quarteto de insetos ficou agitado, como se tivessem entendido o que ele queria dizer. Yuri, por sua vez, ficou um pouco confuso.

- Luch, o que é taxidermia?

Diante das novas informações apresentadas por Ben, o que tutor dos Macchiato faria a respeito daquela situação? Como ele poderia ajudar aquele quarteto de insetos?

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A conversa estava fluindo bem e eu ficava feliz com isso. Aos poucos o garoto deixava sua expressão mais carrancuda de lado e se divertia com minhas histórias sobre os insetos de Unova, em Unova. Em certo momento ele até comentou sobre um dos insetos mais incríveis da minha região natal, o Larvesta. Não me controlei e já comecei a conversar sobre isso — Cara! Eu amo o Larvesta! Meu sonho seria encontrar um desses também, mas aqui em Hoenn é difícil, até me surpreendi por esse bando de insetos de Unova por aqui... Infelizmente o clima chuvoso não deve atrair em nada o Larvesta  — Comentei sorrindo. O rapaz também sorria,mas logo fechou novamente o rosto, como se tivesse lembrado de algo, até mesmo tapando a própria boca com as mãos. Ele refletiu por algum tempo, olhou para os insetos e então resolveu se abrir totalmente.

Eu não falei nada, apenas ouvi pois seria melhor deixar ele falar no tempo dele. Aos poucos ele foi revelando o verdadeiro motivo de sua super proteção com aqueles insetos. Por ali havia uma família chamada Taillfeler, que eu nunca havia ouvido falar, por isso sacudi a cabeça negativamente quando ele perguntou sobre isso. Era uma família da nobreza de Kalos, por isso certamente deveriam ser muito ricos, eles se mudaram para Hoenn e o filho deles tinha um interesse muito estranho nos animais exóticos que invadiam a região recentemente. Entretanto eu ainda não havia entendido que interesse escuso seria esse, portanto apressei-me em falar — Mas não entendo... Você acha que eles querem esses Pokémon para vender? Se eles são da nobreza devem ser ricos e não precisariam contrabandear Pokémon exóticos por dinheiro, não é?  — Questionei com um semblante de extrema curiosidade.

Antes de me responder, o menino se tocou de que não havia se apresentado e revelou seu nome: Ben. Ele também contou um pouco mais sobre a tal família e seu filho esquisitão... Ao que parece ele não apenas gostava de colecionar Pokémon, mas também era um aficionado por taxidermia. Demorei uns segundo para lembrar seu significado e assim que me toquei, arregalei os olhos e fiquei estático, não conseguia reagir — Não, não é possível que alguém possa fazer isso assim. Não posso acreditar...  — Agarrei meus próprios joelhos ainda sentado e sacudi a cabeça negativamente. Era difícil aceitar uma coisa dessas, era algo horripilante. Yuri parecia confuso sobre isso tudo e perguntou o que era o termo "taxidermia". Fiquei pensando em uma forma de amenizar a situação, mas acho que seria melhor para ele e sua irmã entenderem como o mundo funciona de uma vez.

— Bem pessoal... Taxidermia é quando usam Pokémon mortos para transformar seus corpos em uma espécie de estátua, é chamado de "empalhar", pois basicamente eles enchem o corpo com palha depois de retirar os órgãos internos e tentam deixar eles no formato mais próximo possível do real. Isso é algo comum para estudos, mas... Considerando que podemos estar tratando apenas de um cara mimado e cheio de vontades, ele não deve ter tanta paciência para esperar os Pokémon morrerem naturalmente antes de fazer isso, entendem? — Comentei da forma mais direta possível, mesmo sabendo que todos eles acabariam apavorados. Esperava que assim entendessem a condição humana de sua forma mais baixa possível e já desenvolvessem dentro de si empatia e uma certa revolta pelo que é errado.

— Eu sei que devem estar preocupados com isso, mas sim existem pessoas assim. E não, não vamos deixar eles fazerem isso com esses Pokémon e com nenhum outro!  — Falei, me levantando e olhando pra Ben. — Você não pode apenas se esconder Ben! Por que não captura esses Pokémon e os leva para longe? Agora não está mais sozinho, vamos lutar, vamos desmascarar essa família e colocá-los no lugar deles!  — Comentava com certa raiva, era algo difícil de controlar. Eu havia mudado minha vida quando tive verdadeiramente empatia por essas criaturas que tanto amo, não deixaria que outros machucassem Pokémon assim. Yuri e Luci ainda estavam desorientados, mas tinha certeza que eles também ficariam ao meu lado contra essa família Taillfeler e se em algum momento precisássemos de alguém influente para acabar com esses nativos de Kalos, seria bom contar com os Macchiato.

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Após contar a verdade para Luch, Luci e Yuri, Ben parecia mais aliviado. Era como se um grande peso tivesse saído de suas costas. Ele então explicou sua situação o que talvez explicasse porque ele estava tão receoso no começo.

- Peço desculpas por ficar muito tempo na defensiva. Eu passei por algumas situações bem complicadas depois que assumi a guarda desses pequeninos! Mas eles parecem confiar em vocês, portanto, farei o mesmo.

Luch logo contou o que era taxidermia e não só os irmãos, como também os pokémons, pareciam estar em choque. Como alguém poderia ser capaz de tanta crueldade? Ben logo disse algo da boca para fora, pois não sabia bem da situação financeira dos irmãos Macchiato.

- Infelizmente essas pessoas que são cheias de dinheiro parecem se preocupar só com eles mesmos! Esse garoto, filho dos Taillfeler, sempre teve todas as suas vontades atendidas pelos pais dele. Ele simplesmente não sabe o que são limites e acha que pode fazer o que bem entender...

- Nem todas as pessoas que tem dinheiro são assim! Existem pessoas boas nesse mundo! - Respondeu Luci, um pouco ofendida, talvez pensando em seus pais.

Mas Ben nem teve muito tempo para argumentar com Luci. Luch logo fez uma pergunta trivial para o garoto e ele, um pouco constrangido respondeu:

- Eu sei que colocá-los em pokébolas seria uma solução bem prática. Porém... Temos dois problemas. O primeiro é que eu não sou treinador. E segundo: já parou para pensar se é essa a vontade deles?

Ben retirou uma pokébola vazia de seus bolso e mostrou para os insetos. Os quatro prontamente entraram em pânico e se abrigaram no mesmo esconderijo de antes, apenas saindo de lá após o garoto guardar a pokébola.

- Sei que é uma situação bem delicada. Então estou abrigando-os aqui até aquele desgraçado mudar de ideia! Este lugar parecia seguro até vocês chegarem aqui. Agora fico na dúvida se ele é tão difícil de ser encontrado quanto eu pensava...

Ben parecia preocupado a respeito da segurança dos insetos. De que forma Luch poderia ajudá-lo?

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