Pacify Her 2.0

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Margo pareceu aceitar seu destino com a bússola regurgitada, e eu soltei uma breve e última risada antes dela continuar a falar; aparentemente ela estava bem mais próxima do destino graças ao artefato, mas ainda não dava para saber com certeza até de fato tentarem. Minha observação contudo seria a seguinte: aqueles poucos membros seriam capazes de derrotar tanto os Rangers quanto os Aqua enfiados nesse cemitério? A Equipe estava com poucos recursos em Hoenn ainda, então era compreensível mandarem uma equipe pequena, mesmo com a gravidade da situação; ainda sim, ficava preocupado com a garota e o destino de todos aqueles agentes...

Contudo, não seria meu trabalho ajudá-los, afinal a loira logo tratou de me dispensar, dizendo que havia concluído a missão; um sorrisão foi arranzcado de meus lábios e eu logo soube que minha carreira estava assegurada dentro da organização, pelo menos por enquanto. Mesmo com o pé atrás por conta de minhas atitudes anteriores ao reformatório, eu tomei um voto de confiança e fiz jus a ele, cumprindo com êxito o trabalho que fora dedicado a mim, e agora estava livre para voltar ao QG. Eu provavelmente iria para Rustboro agora, tentar desafiar Roxanne para uma batalha de ginásio e também aproveitar para treinar alguns Pokémon que ainda não tiveram sua devida chance comigo, e ainda são relativamente novos; o primeiro deles seria Golbat, com certeza. Bem, antes de pensar no que fazer depois, eu tenho que primeiro sair daqui, não é?

Pois bem, meu próximo passo era descer a montanha, e apesar ter um meio de atravessar o mar, Margo disse sobre um barco que estava levando Rockets de volta para Lilycove, o que me pouparia tempo e esforço, principalmente depois de uma missão demorada como essa. Então, segundo as instruções dela, eu teria apenas de passar por dentro daquele andar do cemitério vertical para atravessar e chegar ao outro lado do monte, onde estariam os outros membros; não parecia difícil, claro que eu poderia encontrar um Pokémon fantasma ainda ali dentro, afinal sabia que o local era famoso por tais, e quem sabe até mesmo ver a famosa lenda do templo, que era bem parecida com a de minha cidade natal, em Kanto.

Dei de ombros, afastando os pensamentos e agradecendo a garota pela ajuda e por todo o apoio dado, deixando-a com uma promessa de reencontro para uma batalha amistosa. Segui o mapa mental que tinha feito com as informações de trajeto e a pé mesmo, busquei a entrada para a parte de dentro do Pyre, buscando por mais profundamente no acampamento em que estávamos. Não demoraria para achar, e sem mais delongas, estava enfim, no sagrado monte, cemitério de almas e salão dos mais incríveis acontecimentos de Hoenn.

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Era estranho pensar que tudo estava indo fácil demais até mesmo para mim nos últimos momentos; as coisas estavam realmente um pouco mais tranquilas para mim, mas encontrar a entrada com tanta moleza? Só poderia ser zueira. Afinal, sempre que acontecem coisas boas em sequência é porquê algo muito pior está por vir, não? Pelo menos era assim que funcionava comigo, tudo era sempre bom demais para ser verdade e nada jamais me satisfazia; e quando acontecia, vinha algo completamente ruim para destruir o sentimento bom.

Contudo, nesse momento eu não pensava no que poderia acontecer de ruim, apesar da divagação anterior, meu pensamento estava ligado diretamente a como me sairia num futuro onde pudesse lidar com missões exatamente como Margo estava fazendo. Como eu seria como líder? Eu tenho um bom contato interpessoal até onde minha consciência permite, e também não briguei com tanta gente na vida, além de meus próprios familiares. Talvez fosse fingimento, eu não sabia ao certo como agir perto das pessoas, então simplesmente inventava qualquer coisa para agrada-los naquele momento específico, mas nunca tinha chance de me revelar direito.

Meu pensamento foi interrompido assim que adentrei as ruínas, um cheiro forte, digno de um verdadeiro necrófago empesteava o ambiente e eu logo vi qual era sua origem. Uma grande pilha de terra e corpos, misturados a tudo de ruim que poderia existir no mundo estava ali, junto a um rombo enorme no teto que revelava a causa de tal situação; não era como se eu não ligasse para o cheiro, afinal ultrapassava qualquer um dos meus limites, mas aquilo com certeza não me impediria de atravessar o caminho até a saída, que estava bem próxima de mim sendo sincero. Tampando o nariz com minha blusa e com a mão na frente, comecei a fazer o trajeto com todo cuidado para sequer passar perto dos corpos, e assim tentar chegar ao outro lado, são e salvo, a menos que um zumbi emergisse dali e estragasse meus planos...

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Infelizmente minha alma gore não foi abençoada com uma caçada zumbi dentro de um cemitério vertical, mas que narradora malvada, não? Bem, pelo menos eu estava conseguindo seguir o caminho sem interrupções, com um pouco de pressa contudo, tanto por querer sair do Mt. Pyre logo, quanto para ficar o mais longe possível daqueles corpos em decomposição, que não eram uma companhia lá muito amigável.

Era claro que algo ainda agitava minha mente, minha missão Rocket era derrotar três Rangers, e eu havia lutado apenas com dois; isso valeria? Afinal eu fui dispensado oficialmente por Margo, e aquilo deveria contar como concluída de fato, né? E logo ao me aproximar da saída, como uma reposta do destino para a pergunta em minha cabeça, e mais conveniente do que o Basculin certo ter sido o capturado por mim, um homem vestido com cores tipicamente Ranger apareceu bem na minha frente, com uma expressão confusa e até demorando a entender que tinha alguém realmente vivo na sua frente.

Sua expressão fora bastante inusitada, e quase me fez rir por debaixo da máscara improvisada, mas me contive para não perder a pose sombria; a voz gaguejante dele denunciou seu temor com relação a situação, e eu me aproveitaria daquilo para colocar ainda mais medo em seu coração, para depois esmagar seus Pokémon e concluir de uma vez minha tarefa naquela ilha ridícula. - Quero encontrar algo valioso aqui, o que você acha que um ladrão de túmulos faria num lugar como esse? - Questionei tentando empurrar ele da minha frente. - Infelizmente nenhum daqueles ali tinha qualquer coisa que contribuísse. - Era isso ou fingir que era um necrófilo.

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A reação dele fora extremamente ridícula e eu, dessa vez, não consegui aguentar a risada. Gargalhei, e gargalhei muito. A expressão dele, tudo ali contribuía para que a cena ficasse ainda mais cômica aos meus olhos sádicos e maliciosos; quando senti o cheiro dos corpos novamente, contudo, parei instantaneamente de rir para voltar a tapar o nariz. Não sabia bem como agir agora, então simplesmente dei um tapinha no ombro dele rindo fraco agora.

- Essa foi ótima... - Disse limpando uma lágrima dos olhos, proveniente da crise anterior. - Agora pode passar todos os pertences. - Minha expressão ficou séria, mesmo por debaixo da máscara improvisada, e ele sabia o que aquilo significava; 1: eu era um Rocket; e 2: iríamos lutar. Para a minha alegria e satisfação, a presença dele caiu como uma luva, e agora eu poderia treinar ainda mais meu pequeno Koffing para que ele evoluísse logo.

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Isso é sério? Não sabia se minha narradora estava zuando com minha cara ou se aquele personagem era tão irrelevante para a história que ela simplesmente o fez evangélico a ponto de sequer perceber que eu iria o roubar. Qualquer que fosse a opção, era bem claro que eu iria derrota-lo facilmente; ele sequer tinha expressão de quem sabia lutar, e provavelmente seria um alvo mais fácil do que eu gostaria. Quer dizer, sem subestimá-lo, é claro, Rangers geralmente não tem expressão de maus ou qualquer coisa do tipo, então deveria esperar pelo inesperado, e estar pronto caso ele tivesse algo na manga.

Respirei fundo, já perdendo a paciência com a atitude dele, e simplesmente liberei minha esfera arroxeada, que soltou sua fumaça gritando seu nome, como fazia todas as vezes, misturado a um sorriso que só Ichi possuía. - Pode atacar ele com Sludge Bomb. - Sorri por baixo da máscara, que mesmo ele não vendo, ainda modificava meu semblante para algo mais assustador. Eu poderia não ser o próprio demônio que ele temia, mas com certeza tinha maneiras de machuca-lo, e as usaria sem piedade. Afinal, Ranger bom é Ranger morto.