Capitulo 15 - Onde Está Phillipe Swirller? - "Um Mar de Justiça / Parte 2"

As coisas aconteceram bem rápido. Ao tentar segurar Nagisa, acabei falhando, já que ele começou a afundar rapidamente. Mas por sorte Iwatobi nós alcançou rapidamente e mergulhou atrás dele.

Esperei por bastante tempo, e já estava ficando preocupado quando eles finalmente aparecerem. Nagisa estava inconsciente, mas por sorte Bolha estava chegando, com um grito de aviso.

- Obrigado por virem! - Eu disse enquanto pegava a bóia. Com a ajuda de Iwatobi eu prendi a bóia ao redor do corpo de Nagisa e o puxei para que não afundasse de novo. - Dragoon, nos coloque lá em cima no barco. - Eu pedia ao pokémon que era meio voador.

Era uma pena não conseguir capturar o Tentacool, mas oportunidades futuras não faltariam. Pelo menos o Wingull estava a salvo, e nós também.

Depois de subir de volta no navio, eu colocaria Nagisa deitado com as costas apoiadas no chão e tentaria reanima-lo com uma respiração boca a boca. Depois de compreensar três vezes o seu peito com minhas mãos, eu sopraria um pouco de ar por sua boca, repetindo o movimento por mais algumas vezes até que ele acordasse.

Aquele dia estava apenas começando, e já estava bem agitado.

Enfim o perigo tinha passado, pelo menos por enquanto. Despois de apenas uma tentativa, Nagisa acordava assustado e ofegante. Ao olhar para o lado, ele via que o Wingull ainda estava preso nas teias, e rapidamente as dilacerava com suas mãos, libertando o pokémon dessa vez sem muitos problemas. Agora estavam todos oficialmente salvos.

- Que bom que está bem! – Eu dizia abraçando meu amigo. - Fiquei bastante preocupado. E você é um herói. Conseguiu salvar o Wingull.

- Nem tanto... – Dizia Glace meio emburrada. - Um herói não teria quase morrido pra fazer isso. – Se eu não a conhecesse bem, diria que ela também tinha ficado bastante preocupada. Ela respirava fundo e dizia. - Levantem-se daí. Temos trabalho a fazer. - Ela dizia voltando para a cabine.

- Allan, Dragoon e Aracne, obrigado por salvarem minha vida. E Iwatobi, obrigado por estar sempre comigo. – Nagisa dizia emocionado. Ele olhava para Glace e dava um sorriso, já que também percebia que ela tinha se preocupado, apesar de não saber como demonstrar. E em resposta ao comentário de Flapjack, ele dizia: - Então acho melhor ficarmos preparados para futuros mergulhos.

- Não precisa se preocupar, sei que faria o mesmo. Mas então vamos logo vestir os equipamentos de mergulho.

Com Bolha voltando a seu trajeto inicial, Dragoon seguiu a seu lado, aproveitando o momento de liberdade. Estava na hora de nos prepararmos para a missão. Nagisa estava certo, se ficássemos preparados com a Scuba Gear, não precisaríamos nos preocupar com novos afogamentos. E a roupa ainda ajudaria a nos proteger da pressão causada pela água do mar, que acabava nos deixando mais cansados. Então seguimos para um local mais tranquilo do barco para nos trocarmos.

Nagisa pegava o Wingull ainda desacordado e o trazia consigo. Ele o colocava junto de seus pertences e pedia para que Iwatobi cuidasse dele até que ele acordasse. Eu deixaria Dragoon livre até que precisasse de sua ajuda novamente, já que no momento era meu único pokémon que podia me transportar pela água. Pelo menos, se precisasse, ainda poderia usas Spartos para me transportar pelo ar. O que poderia ser bastante útil em algum momento.

Depois de nos vestirmos com a roupa de mergulho, voltamos para junto de Glace e Capitão Falange, que estavam na cabine. Ainda não tínhamos nenhuma informação de quanto tempo demoraria até chegarmos à primeira ilha, ou local de mergulho, ou qualquer que fosse o lugar que investigaríamos primeiro.

- Capitão, onde exatamente estamos indo? – Eu perguntava curioso, já que ele não tinha um mapa e dizia saber o caminho. Mas não tina nos dito mais nada. - É uma ilha, ou um local submerso? Seria bom saber para nos prepararmos melhor.

- Acho que deve ser uma ilha. – Glace dizia olhando pela janela a procura de alguma coisa.

Seja lá o que fosse, esperava que chegássemos logo.

Enquanto ouvia a resposta de Falange a respeito de para onde estávamos indo, Nagisa acabava percebendo que Iwatobi parecia bastante preocupado com o Wingull. Flapjack chegava a cutucar a criatura, dizendo que ele estava duro feito uma pedra, o que era bem estranho. Será que estava morto?

- Obrigado. Então vamos até lá! – Eu dizia e em seguida voltava minha atenção para o pokémon selvagem. - Nagisa, aplique um potion nele. Eu tenho muitos, então não deve fazer falta. – Eu dizia pegando um dos meus itens. Querendo ou não, aquilo ainda era uma emergência, e era culpa minha. Esperava que não tivesse matado a pobre ave.

- Obrigado. Acho que isso vai ajudar. – Nagisa pegava o frasco e seguia com os olhos brilhando com as lagrimas que já estavam prontas para sair. - Wingull, fique bem... – Ele dizia ao borrifar o remédio onde as penas estavam amassadas por causa da teia.

Agora que tínhamos uma localização para começar, eu começava a me preparar psicologicamente. Precisávamos agir com cuidado, já que não sabíamos a quantidade de bandidos que poderíamos encontrar. Além disso, nem sabíamos se esse navio estaria lá ou não, mas de qualquer forma tínhamos um lugar para começar.

Depois de deixar Nagisa cuidando do pokémon resgatado, voltei para minha conversa com Falange. - Capitão, o que pode nos falar sobre essa Ilha do Algodão Doce? Quanto mais detalhes tiver, melhor. Precisamos saber o que esperar.

Glace se aproximava com uma expressão séria, um pouco diferente daquela expressão neutra que sempre víamos em seu rosto. - Também temos que nos aproximar com cuidado da ilha. Se o navio estiver mesmo lá, acho melhor mantermos Bolha afastada, ou podemos chamar muita atenção. Assim, vocês dois podem se aproximar pela água sem serem notados.

- Ótimo. Podemos fazer isso. – Eu dizia concordando com Glace. - Mas vamos atracar se o navio não estiver. Precisamos verificar se não deixaram nenhuma pista para trás, se tiverem mesmo estado lá.

Ouviria com bastante atenção o que Falange pudesse dizer sobre a ilha, como um grande conhecedor dos milhares mares que eu nem sabia que existiam, ele deveria saber alguma coisa.

O Capitão Flange novamente vinha com suas histórias estranhas, dizendo que a ilha era toda feita de algodão doce. Era certo de que por vazes aconteciam coisas bastante estranhas pelo mundo, mas uma ilha feita de doce, só acreditaria vendo.

Me virando novamente para a direção onde se encontrava Nagisa e o Wingull, percebia que meu amigo estava chorando. E outra vez olhei na direção da ave, e percebi que ela ainda não se movia. ”Eu matei mesmo aquele Wingull!” As palavras ecoaram em minha mente. No mesmo instante, uma expressão de espanto tomou conta de meu rosto. O que eu tinha feito!?

- Allan, você está bem? – Glace perguntou me cutucando no ombro. - Você está pálido.

- Por que ele não acorda? – Eu perguntava sem entender. - Deixe eu ver se ele engoliu água. – Eu tentaria fazer alguma coisa, mas esperava não ser tarde demais. Não havia pensado que o Wingull poderia se afogar daquela maneira, sendo uma ave aquática. Coloquei as mãos sobre o peito da ave, e tentei apertar com cuidado mas com um pouco de firmeza, algo no meio disso. Pressionaria de baixo para cima, para ver se sairia água. Se ele tivesse com as vias aéreas obstruídas, talvez aquilo ajudasse.

Nagisa chorava silenciosamente, observando tudo com atenção. Ele não culpava ninguém por aquilo ali, mas se sentia triste. Glace novamente não demonstrava muito o que estava sentindo, mas estava quieta.

Enquanto tentava ajudar a pequena ave a sobreviver, acabei exagerando um pouco na força. Mas não fazia diferença, ela estava morta. Lagrimas escorreram dos meus olhos assim como dos de Nagisa, deixando um clima bastante pesado. Ficamos ali parados em silencio por um momento. Não sabia o que fazer, muito menos o que dizer. Estava tão focado com a missão, que nem tinha dado muita atenção para o Wingull, mas também nem dava para saber se ele já estava assim quando foi retirado da água.

Glace percebeu que eu e Nagisa estávamos sentindo muito com a perda do pokémon. Então ela se aproximou e disse: - Não fiquem assim. O que podem fazer, é pensar um pouco mais antes de agirem. Podiam ter salvado ele se não tivessem agido por impulso. Me deem ele aqui. Vamos deixa-lo descansar em paz. – Ela não estava seria, e parecia um pouco abatida também. Mas era nitidamente a mais forte entre nós. Glace se aproximou e pegou a ave nos braços, a levando para fora em seguida.

Ao chegar do lado de fora, ela colocou a ave no chão do navio e liberou dois de seus pokémon. Sneasel e Snover. Eu e Nagisa a seguimos sem dizer nada, esperando para ver o que ela faria. - De onde eu vim, sempre que alguém importante morria, nós os congelávamos para preservar seu corpo pela eternidade. Sei que aqui o gelo vai derreter, mas é uma boa forma de nos despedirmos dele. - Ela dizia tentando acalmar o clima. - Usem Icy Wind com toda a potência para congelar nosso amiguinho perdido. – Ela comandava a seus pokémon.

Eu já estava um pouco mais calmo. - Obrigado Glace. – Ela parecia estar conseguindo se abrir um pouco mais. Nagisa apenas continuava chorando.